Goebbels tropicais vermelhos

Não há exemplo de guerra revolucionária comunista que não tenha sido violenta, mas não existe um caso de guerra antirrevolucionária menos traumática do que a feita pelo regime militar.

Luiz Eduardo Rocha Paiva*
Não se trata de diminuir a dor de famílias enlutadas ou vítimas de violações, mas sim de denunciar a exploração facciosa do inquestionável sofrimento alheio com propósitos ideológicos inconfessáveis. Eis o teor das matérias da mídia e dos filmes sobre o enfrentamento da luta armada pelo regime militar. São cenas comoventes. A senhora idosa, a família triste em volta, a fotografia de um rapaz ou de uma jovem. Alguém da família fala com saudades do ente querido, que era uma pessoa bondosa, idealista, amante da liberdade e lutara para derrubar a ditadura militar no Brasil nos anos 60-70. Conta que ele ou ela foram presos, desapareceram, foram assassinados ou barbaramente torturados (coincidentemente todos sempre foram barbaramente torturados, como se não fosse o bastante ser torturado). Em seguida, a cena muda para imagens de violência e misturam a realidade dos conflitos de rua com a fantasia de películas que mostram a tortura como se fosse algo institucional.
Por outro lado, a mídia, em parte domesticada e facciosa, não divulga os crimes hediondos dos ex-guerrilheiros. Imaginem os assassinatos do Tenente PM Mendes Júnior, abatido a golpes de coronha de fuzil quando prisioneiro de Lamarca, este um falso herói criado pela esquerda radical, na realidade um desertor e fora da lei; o do Capitão Chandler dos EUA, crivado de balas diante da esposa e do filho, após ser condenado à morte por um espúrio tribunal revolucionário da ALN, organização terrorista que, com tais credenciais, buscava tomar o poder e se tornar governo; o do Soldado Mário Kozel Filho, cujo corpo foi destroçado por um carro bomba; e o do guia da força legal no Araguaia, torturado, mutilado e assassinado diante dos pais por guerrilheiros do PCdoB. A lista é imensa. Foram cerca de 119 mortos, vítimas diretas, e muito sofrimento causado a seus familiares pelos grupos armados. Mas estas verdades não são reveladas ao cidadão para o resgate da verdade histórica. As imagens desses irmãos e irmãs brasileiros, que também tinham sonhos e nobres atributos, e as de seus sofridos e não indenizados familiares, não são divulgadas e enaltecidas como as dos seus algozes, pois não interessam aos propósitos da propaganda ideológica dos goebbels tropicais vermelhos.
A mídia acolhe, também, o argumento de ex-militantes, como da própria presidente da República, que amenizam sua participação nos crimes da guerrilha alegando não terem participado da execução de ações armadas. Uns dizem que só faziam o apoio logístico, outros a administração financeira ou, ainda, apenas a formação política de quadros para o grupo guerrilheiro. Ao não questionar tal argumentação, a mídia passa um falso atestado de inocência. Ora, seria isento de dolo ou culpa, por exemplo, alguém que desse apoio direto à máfia, mas não pegasse em armas? Ex-guerrilheiros não podem fugir à responsabilidade, pois sabem muito bem que foram cúmplices de crimes, inclusive dos sequestros, execuções e atentados terroristas dos grupos aos quais pertenciam. Mas hoje, estão legalmente anistiados.
A falsa imagem do regime militar repassada à Nação e massificada durante décadas é a de governos tirânicos, que eliminaram as liberdades civis, perseguiram os cidadãos e empregaram a tortura como política de Estado para desmantelar a luta armada e aterrorizar a sociedade. A verdade é que no regime militar não se torturou nem mais nem menos do que se fazia antes e ainda se faz hoje. Ao tomar por base o discutível número de 20 mil torturados, o cálculo da incidência dessa violação resulta em menos de seis por dia, em todo País, nos dez anos de luta armada. Ora, desde a redemocratização, a televisão mostra constantemente muito mais cidadãos submetidos a tratamento desumano e violações em presídios e instituições de recuperação de menores. A Nação também sabe de torturas e assassinatos de pessoas sob a custódia do Estado ou vítimas de sua violência. Então, esta seria hoje uma velada política de Estado, haja vista os governos agirem só após a mídia levantar o problema e, ao sair da pauta o tema, tudo voltar a ser como antes? A verdade é que essas vítimas não defendem ideologias marxistas e, por isso, a esquerda radical não se empenha por sua proteção, indenização e melhoria de suas condições de vida, nem pela punição de seus algozes. É hipocrisia condenar a tortura em apenas um período da história.
Os advogados de guerrilheiros orientavam os clientes a mentir dizendo terem confessado seus crimes sob tortura, pois os processos seriam arquivados e eles absolvidos ou teriam as penas abrandadas. Muitos assim o fizeram como tática de luta para voltar à militância revolucionária. Três décadas depois, alguns foram indenizados ou ocupam posições importantes em altas esferas da sociedade. Confessar a mentira teria consequências legais para uns e um alto custo político para outros.
Não há exemplo de guerra revolucionária comunista que não tenha sido violenta, mas não existe um caso de guerra antirrevolucionária menos traumática do que a feita pelo regime militar. Acordos dificilmente se dão entre atores de igual poder, pois sempre haverá uma assimetria, o que não torna a negociação ilegal. Seria algo surrealista os derrotados numa tentativa ilegal e violenta de tomar o poder, para implantar uma ditadura comunista, imporem a anistia a seu bel prazer. O Brasil estava em plena abertura política, o AI/5 fora revogado, não havia lei de exceção, houve um processo legislativo com negociação aberta, participação do governo, da oposição, OAB, Igreja, artistas, imprensa e amplos setores da sociedade. Eles receberam todo o necessário para se reintegrar à sociedade. Que mais queriam? Ah! Faltaram os instrumentos para a vingança.
A sociedade apoiou o Estado contra a esquerda revolucionária, que não teve o reconhecimento de nenhuma democracia e nenhum organismo internacional de que representasse o povo brasileiro e lutasse por democracia. É hipocrisia a condenação dos governos militares por quem professava e ainda professa a ideologia de ditaduras totalitárias responsáveis pelos maiores crimes contra a humanidade como foram a URSS e a China. Se tomassem o poder, cometeriam violações no mínimo iguais às cometidas em Cuba por Fidel Castro, ícone sagrado da esquerda tupiniquim e das mais altas lideranças do País.
*General da reserva

4 respostas

  1. Luiz Eduardo Rocha Paiva… Quem é ele mesmo… ah um general da reserva… no alto de meus 27 anos de serviço nuca ouvi falar nele na ativa… mas são tantos.. e fazem tao pouco que não são para serem lembrados mesmo. General na reserva falando alto não toca meu coração e mente.

  2. MONTEDO, quando está na ativa o general não faz nem comentário anônimo aqui no blog, agora na reserva quer parecer intelectual. Note-se que o anonimato neste caso é simplesmente uma defesa contra o arbítrio dos chefes.

  3. Não voto em militar e isso não me faz um ignorante político!!! Acho que cada classe procura escolher aqueles que possa lhe representar da melhor forma, e atualmente não vejo nenhum candidato milico que posso satisfazer os nossos ensejos. Como Também não vejo nenhum que posso satisfazer os desejos de um todo…
    "E para aqueles que irão criticar, isso também é fazer politica"!
    pseudofilosofo

  4. Sou sargento.
    Interessante os pontos de vista sobre o artigo do general. O que buscam os que criticam tudo e todos? Será que ninguém pode expor uma opinião aqui contra o que fizeram os terroristas pós-64 que têm que ser massacrados "por não terem se pronunciado" na ativa? O que querem? O governo é o patrão de todos nós militares e se um, sargento, tenente ou general se pronunciar oficialmente, mesmo em um jornal de associação de moradores, será punido. É a lei. Se o leão de alojamento está insatisfeito com os tudo e com todos, fale. Escrevam um artigo e envie a um jornal ou revista. A Veja iria adorar um artigo de um militar da ativa, sargento ou general, para meter na capa. Mas qual! Esse ainda não apareceu, pois "tem medo da represália". Pois é. Todo mundo tem medo da represália. Até eu. Melhor ler o artigo e repassar, pois na reserva ou não está escrevendo contra isso tudo. Não vote em militar, escolha o seu mensaleiro, será muito melhor para o seu contracheques! Ou não?
    Pode malhar a vontade. O anonimato protege a todos nós! Fácil né?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo