À espera há 60 anos para dizer «Je t’aime»
Russo de 93 anos à procura de francesa por quem se apaixonou na II Guerra Mundial
Nikolai Vasenin (AFP) |
Um ex-soldado do Exército russo na II Guerra Mundial quer encontrar uma mulher que conheceu há 60 anos em França. Nikolai Vasenin, hoje com 93 anos, diz-se apaixonado e acredita que a amada ainda está viva.
«O nome dela é Jeanne. Uma morena, nada especial. Mas preciso encontrá-la a qualquer custo. Tenho 93 anos e não há motivo para esperar mais», afirma Nikolai Vasenin em entrevista à AFP.
Vasenin fugiu em 1943 de um campo de concentração nazi e juntou-se a um grupo de Maquisards, trabalhadores rurais da Resistência Francesa. Na altura Nikolai Vasenin tinha 24 anos e Jeanne, quatro anos mais nova, era filha de Gérard Monot, um dos líderes do movimento, mas não houve grande contacto entre eles.
«Não falava uma palavra de francês. No começo, ninguém confiava em mim, mas depois da nossa primeira luta contra os nazis na região de Drome tornei-ne comandante de 25 guerrilheiros», conta.
Ferido na perna após uma batalha, o russo foi levado por Gérard Monot para a própria casa, onde a filha o medicou. Foi o único relacionamento entre os dois. Ainda assim, em 1944, quando Nikolai Vasenin teve que partir para Paris pediu Jeanne em casamento. O pai mostrou-se «categoricamente contra».
«Provavelmente porque eu era pobre. E Jeanne… ficou triste, mas tinha medo do pai», refere.
Em 1945, ao voltar para a União Soviética, Vanesin foi preso «por traição», tal como outros ex-combatentes. Após quatro anos, o ex-soldado casou-se com Zinaida, uma geóloga que visitou a mina onde os reclusos trabalhavam. O casal teve três filhos.
Desde a morte da mulher, há cinco anos, Nikolai Vasenin vive sozinho em Novoberezovsky. Em 2005, o russo foi condecorado como cavaleiro francês, por ser o único sobrevivente daquele grupo de Maquisards.
Até hoje, Vasenin nunca tinha falado da frustração que sente por ter perdido Jeanne. O ex-soldado decidiu agora tornar pública a história, na esperança de que Jeanne seja localizada e de que a história tenha um final feliz.
«Je t’aime (amo-te) são as únicas palavras que sei em francês, mas acredito que serão suficientes», remata.
tvi24 (PT)/montedo.com
Uma resposta
Montedo, pelas datas do texto, são 70 anos e não 60. Um abraço