Familiares dos marinheiros mortos na Antártica terão de aguardrar até 14 dias por sepultamento

Família de militar morto na Antártida retorna à BA sem corpo

Os militares mortos no incêndio na estação foram condecorados Foto: Marcus Vinicius/Terra
“Agora só resta esperar.” A frase de Vinícius Figueiredo, no retorno à Vitória da Conquista, no centro sul baiano, na manhã desta quinta-feira, traduz o sentimento de toda a família do segundo-tenente Carlos Alberto Vieira Figueiredo, cujo corpo ainda aguarda liberação no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, o que deve ocorrer em até 15 dias. Ele morreu no incêndio da Estação Comandante Ferraz na Antártida, no último sábado.
Segundo informado pelo IML à família, a liberação só ocorre após a apresentação dos resultados de exames de DNA ao qual o corpo do militar, foi submetido. A comparação foi feita com amostras de material genético colhidas nos dois filhos, na mãe e em uma irmã da vítima esta semana. “É um processo demorado. O IML do Rio de Janeiro, apesar da boa vontade, só consegue dar o resultado após um período entre oito e 14 dias”, disse Vinícius.
Ele atendeu os jornalistas logo após o desembarque, no aeroporto Pedro Otacílio de Figueiredo, em companhia dos familiares e de uma assistente social da Marinha do Brasil. O grupo veio num avião cedido da Força Aérea Brasileira. “Nossa permanência no Rio não faria sentido tendo em vista todo esse tempo. Aguardaremos aqui (na Bahia) e, após a liberação, daremos início ao funeral. Não estamos com algo planejado, mas a intenção é fazer uma homenagem bonita para o meu pai.”

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Enquanto aguarda a chegada do corpo, a família volta as atenções para a viúva do militar, Nilza Figueiredo, cuja saúde tem sofrido sucessivos abalos imediatamente após a notícia da morte do marido. “Ela era muito dependente da forma de viver com meu pai e muita coisa muda. Agora é ter muito cuidado com ela”, disse.
Durante todo o período em que estiveram no Rio de Janeiro e agora na Bahia, os familiares são acompanhados de perto por uma assistente social da Marinha. Ostentando traje de gala, a profissional, cujo nome não foi fornecido, tem dado apoio e cuidando do emocional dos parentes do colega morto e deverá permanecer com eles até o funeral.
Os familiares também trouxeram alguns pertences do segundo-tenente Carlos Alberto Vieira Figueiredo, distribuídos em três grandes caixas de papelão. Recebidos por amigos e demais familiares no saguão do aeroporto, permaneceram algum tempo no local e, em seguida, embarcaram numa van até as suas residências.
O enterro deve ocorrer no cemitério Parque da Eternidade, na rodovia BA 262 (Conquista-Brumado), em cerimônia reservada a familiares e amigos. Figueiredo e o ex-sargento Roberto Lopes dos Santos, também morto no incêndio, foram promovidos a e condecorados com a Ordem do Mérito da Defesa, a Medalha Naval de Serviços Distintos e a Honra ao Mérito, grau de comendador.
Terra/montedo.com

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