Greve da PM na Bahia: militares de Pernambuco embarcam para Salvador

‘Exército deixa população mais confiante’, diz militar rumo a Salvador
G1 acompanhou viagem de soldados do Recife para a capital baiana.
Clima entre militares era mistura de expectativa e tranquilidade.

Luna Markman
Eltas Barbosa (E) e Marcos Nascimento estavam 
ansiosos com 1ª viagem (Foto: Luna Markman/G1)
Mais 129 militares do Exército foram transportados pela Força Aérea Brasileira (FAB) para Salvador, neste sábado (4). O voo partiu da Base Aérea do Recife por volta das 14h (horário de Brasília), com 109 homens de batalhões de João Pessoa e Campina Grande, na Paraíba, e 20 do Grupamento de Artilharia de Campanha (GAC) de Olinda, em Pernambuco. O pelotão vai reforçar o patrulhamento em Salvador e região metropolitana, que enfrenta greve da Polícia Militar. A missão principal é manter a ordem e garantir um ambiente estável e seguro no local.
O clima entre os militares do Exército antes do embarque era uma mistura de expectativas. É que muitos ali iam viajar de avião pela primeira vez. O medo de altura e a briga pela poltrona da janela eram os assuntos mais comentados. Nem combinava com a seriedade do fuzil 762 milímetros que carregavam nas mãos.
Foi o caso de Marcos Nascimento e Eltas Barbosa, 22 e 21 anos, respectivamente. Marcos mora em Guarabira, distante 100 quilômetros de João Pessoa, capital da Paraíba, e admitiu estar a barriga ‘gelada’.”Já ouvi falar como é, mas na hora vai ser diferente. Estou muito ansioso. Minha mãe está mais preocupada com o voo do que com a missão em Salvador”, falou.
Eltas também confessou estar com as mãos suadas de nervosismo. “Soubemos da viagem na quinta [2] e, na madrugada da sexta [3], já estávamos indo para Recife. Só deu tempo de socar umas roupas na mala. Nem deu para pegar a máquina fotográfica. Vai ser a minha primeira viagem e quero sentar na janela para apreciar a vista, vai me deixar mais tranquilo”, disse.
Os dois colegas também comentaram que as namoradas não gostaram muito da notícia da viagem. “A minha é muito ciumenta, pensa que eu vou me divertir lá no carnaval, mas vou trabalhar para ajudar na missão”, afirmou. Ficar longe da namorada e da família não é fácil para os militares, porém eles também lançaram argumentos positivos para aliviar a saudade, como conhecer um novo lugar e provar os famosos caruru, vatapá e acarajé baianos.
Missão de paz
Raelyton Silva, mais experiente, participou da missão
no Haiti, após o terremoto (Foto: Luna Markman/G1)
Se para muitos a Operação Bahia vai ser a primeira missão da carreira militar, outros já trazem a experiência da missão de paz no Haiti, país caribenho que foi devastado por um terremoto em janeiro de 2010. Raelyton Silva, 21 anos, é um deles. Ele viajou em janeiro do ano passado e voltou para a Paraíba sete meses depois. “Eu me voluntariei para ir ao Haiti. No começo, fiquei espantado com a quantidade de lixo, miséria, gente vivendo em barracas da ONU [Organização das Nações Unidas]. As primeiras frases que aprendi em criolo [idioma oficial haitiano] foram ‘muita fome?’ e ‘quer água?'”, comentou.
Para Raelyton, manter o controle e a calma foram lições que ele aprendeu no Haiti e que vai levar para a missão em Salvador. “No Haiti, as pessoas vivem no limite da sobrevivência. Não é esse o caso agora. Não tenho muitas informações sobre como a cidade está, mas sei que vamos contribuir para manter a ordem e tranquilidade da melhor maneira possível. Só a presença do Exército nas ruas já deixa a população mais confiante”, acredita.
Mais militares
KC137 ainda vai levar mais 150 militares, neste sábado,
 para Salvador (Foto: Luna Markman/G1)
Desde a última quinta-feira (2), o Boeing 707 KC 137 está fazendo o transporte de homens e mulheres da Força Nacional e do Exército Brasileiro para Salvador, na chamada Operação Bahia. Já partiram voos de Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Campo Grande. Ainda neste sábado, o avião irá deslocar 150 militares de Natal (RN). Também chegam nesta tarde pelotões de Altamira (PA) e Foz do Iguaçu (PR) vindos em voos com o avião Amazonas C-105, totalizando cerca de 1,4 mil policiais e militares.
O Boeing 707 é o mesmo modelo que já foi usado em viagens presidencias. É a maior e mais rápida aeronave da FAB – suporta uma carga de 36 toneladas (18 a 20 carros populares), tem capacidade para 160 passageiros e pode atingir a velocidade de cruzeiro de 950 km/h.
G1 PE/montedo.com

7 respostas

  1. Lá vai o EB (exército Bombril) mil e uma utilidades.

    Generais, Almiramtes e Brigadeiros atuais da ATIVA, os da reserva nem vou falar, esses foram os principais culpados da situção humilhante das Forças, Vergonha das Forças Desarmadas. Utiliza a disciplina de seus homens, que na PM não existe mais, para torná-los escravos, são utilizados em tudo de ruim neste país, pois quando é algo bom nem um MINISTÈRIO CIVIL passa para as Forças Armadas, mais o que não presta joga para os milicos, escravos da NAÇÂO.

  2. SERÁ SÓ A BAHIA, SE OUTROS ESTADOS ADERISSEM A ESSA GREVE COMCERTEZA O GOVERNO FEDERAL TOMAVA VERGONHA E RESOLVERIA ESSA QUESTÃO DA SEGURANÇA PUBLICA.. ISSO É APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS E ENSINADOS PELO PT E LULA, ESTÃO SENTINDO NA PELE.

  3. Coitados mais cedo ou mais tarde irão descobrir que não passam de peça de Xadrez (peão) nas mãos de Generais que estão pensado somente neles, e os peões (praças) são moedas de troca descartáveis para eles alcançarem seus objetivos. Vergonha e tristeza mais é a verdade.

  4. Caro MONTEDO, parabens pelo blog, atualizado a quase toda hora cheia, o que nos mantem atualizados em tempo real com noticias do nosso glorioso EB que querem transformá-lo em polícia politica do PT e seus apadrinhados. Tomara que não ocorra nenhum confronto, entre grevistas e companheiros…

  5. Pior que esse SUCATÃO da FAB deu pane e deixou de transportar uma pá de tropas durante o dia de hoje! Queria ver se fosse uma mobilização para um enfrentamento que exigisse pronto emprego!
    Não é só o EB que está um lixo, pelo visto!

  6. É… Pra soldado tudo é festa, quero ver se alguma munição de 7,62 atingir alguém, o que farão seus comandantes, com certeza os abandonarão a própria sorte, pois preparo para lidar com a população civil de forma ostensiva está na cara que militar do exército não tem. Isso é diferente de tirar quarto de hora em quartel.

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