Mariana Sacramento
Seis sargentos ocupam a seção de anatomia do hospital: solidariedade |
A iniciativa partiu do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército, após a matéria publicada no Correio Braziliense em 25 de outubro que alertou para o problema. A reportagem mostrou casos de pessoas com suspeita de câncer que aguardavam por meses o resultado do exame, que é essencial para o início do tratamento. “Vimos a situação crítica dessas pessoas e decidimos colocar à disposição da direção do hospital 20 militares para digitar os laudos. Devido à estrutura da unidade, apenas seis foram empenhados no trabalho. Queremos dar a nossa contribuição à sociedade”, explica o general Santos Guerra.
Os sargentos mudaram-se para as salas da seção de anatomia na última quarta-feira e, segundo o general, devem ficar por lá até que toda a pilha de exames, acumulada nos últimos meses, seja digitada. A ajuda foi bem recebida pela direção do hospital. “O problema não é ter a neoplasia (alterações celulares) ou não. Enquanto a pessoa não tiver aquele papel na mão, vive com a dúvida”, afirma o diretor-geral do HBDF, Luiz Carlos Schimin.
Ele afirma que mais um servidor foi alocado na seção de digitação de exames — antes eram apenas dois — para acelerar o trabalho. Visando evitar os constantes atrasos, o diretor informou que o setor de anatomia passa por um processo de informatização. “A nossa ideia é que o médico já digite o laudo no computador”, afirma Schimin. Mensalmente, 1,2 mil exames são emitidos e levados para a digitação no setor de anatomia.
Pela quarta vez em busca do exame do marido, a aposentada Leopoldina Pereira Neves, 66 anos, conseguiu ontem o diagnóstico do companheiro, que está muito debilitado e sem tratamento. “Enfim, vamos poder cuidar dele, que está com câncer.”