Uma grande apreensão de granadas de bocal feita na sexta-feira pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), dentro de um caminhão que chegava a ferro-velho em Campo Grande (RJ) mostrou falhas no sistema de controle de material bélico de uso exclusivo das Forças Armadas. Embora o carregamento tivesse sido vendido pelo Exército em leilão como sucata de alumínio, havia peças em condições de uso.
Arrematada em maio por R$ 2.720, a 1,6 tonelada de material foi descoberta durante ronda de fiscalização a ferros-velhos na Estrada do Mendanha. Em frente ao galpão da Cipame (Comércio e Indústrias de Papéis e Metais Ltda), os agentes flagraram um caminhão da Cirtel Metais – Comércio de Metais Ltda com os explosivos. No veículo havia mais de 100 granadas de bocal semi-intactas, usadas para acoplar em fuzis FAL 7.62, e detonadores de morteiro.
“Se é sucata, não pode ser comercializado dessa maneira. Uma pessoa com conhecimento desse tipo de artefato remonta como bomba ou, no mínimo, utiliza para causar pânico num cidadão de bem”, afirmou o delegado Márcio Mendonça.
Na quarta-feira, o Exército enviou um especialista ao Esquadrão Antibombas da Polícia Civil para apurar a procedência do material. Em nota, o Comando Militar do Leste frisou que não havia risco: “O material estava sendo transportado para ser derretido pela empresa. Todo material tem seu explosivo retirado e passa por um processo que impede sua utilização. O material é inerte, não apresentando qualquer perigo para a população”.
Risco de ir parar em mãos erradas
Um capitão do Exército responsável pelo processo de licitação 004/2010, cujo vencedor foi a Cirtel, apresentou toda a documentação à polícia. Porém, a DRFA não devolveu o material à empresa. “Vamos analisar a procedência. Não tem cabimento transportar isso sem o material estar destruído. Seria um risco se caísse mãos erradas”, disse o delegado.
Um capitão do Exército responsável pelo processo de licitação 004/2010, cujo vencedor foi a Cirtel, apresentou toda a documentação à polícia. Porém, a DRFA não devolveu o material à empresa. “Vamos analisar a procedência. Não tem cabimento transportar isso sem o material estar destruído. Seria um risco se caísse mãos erradas”, disse o delegado.
Na mesma licitação, de acordo com o Comando Militar do Leste, foram vendidas ainda 9,9 toneladas de plástico, 4,2 toneladas de chumbo e 20 toneladas de latão limpo, totalizando uma arrecadação de R$ 112,9 mil.