Um grupo de 56 militares brasileiros que atuou no Haiti após o terremoto que devastou a capital do país em janeiro foi homenageado nesta quinta-feira (29) em Brasília e teve contato com suas famílias pela primeira vez desde que desembarcaram no Brasil, na noite de quarta-feira. No mesmo horário, outra cerimônia ocorria no Rio de Janeiro os demais 73 militares que também estavam na missão.
Do grupo de 129 militares que desembarcou na quarta-feira no Brasil, apenas um havia chegado no país antes do tremor do dia 12 de janeiro –o tenente-coronel Adriano de Souza Azevedo, de 46 anos.
Azevedo chegou a ficar soterrado no prédio da Minustah (a força de paz das Nações Unidas) cerca de 15 minutos após o edifício desabar. No local, cem pessoas morreram e apenas seis sobreviveram –entre elas o tenente-coronel, que sofreu apenas ferimentos leves.
Após ser retirado dos escombros, ele começou a atuar na busca de sobreviventes. “Não tinha como permanecer parado naquele momento, mesmo ferido. Na hora, a adrenalina é tão forte que a dor vem depois”, disse.
Tenente-coronel Adriano de Souza Azevedo
(Foto: Iara Lemos/G1)
Os militares chegaram a Brasília na noite desta quarta-feira (28), mas só puderam ter contato com os familiares após as homenagens desta quinta. Antes, eles tiveram de se submeter a uma série de exames clínicos e psicológicos, o que se estendeu por toda a madrugada.
O reencontro com os familiares só ocorreu após a liberação dos médicos do Exército. “Foi uma experiência profissional gratificante. Tinha que tranquilizar a família a todo momento, mas valeu a pena. O Haiti é um país que precisa de muita ajuda e é preciso ter um esforço concentrado”, disse o segundo-tenente Carlos Alberto Vaz Ferreira.
Durante a cerimônia, os militares usavam uma boina azul, que simboliza a missão de paz das Nações Unidas para estabilização do Haiti (Minustah). No Haiti, eles receberam uma medalha da ONU pela atuação no país. Desde 2004, o Brasil comanda a missão, que conta com homens de 19 países.