“Jobim foi coerente ao não reabrir feridas”
Gilberto Figueiredo Presidente do Clube Militar
Gaúcho de Porto Alegre, o general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo preside o Clube Militar, organização sediada no Rio e reconhecida como porta-voz não oficial do alto escalão das Forças Armadas. A seguir, a síntese da entrevista:
Zero Hora – Como o senhor analisa a proposta de uma Comissão da Verdade?
General Figueiredo – Para que reabrir essa ferida? Não faz bem nenhum remexer em coisa que já está curada e que inclusive foi objeto da Lei da Anistia. Do jeito que estava redigido o decreto, queriam se vingar, do clarinete ao alfinete. Sem qualquer possibilidade prática, diga-se de passagem. Além disso, é unilateral. Se excessos foram cometidos pelos militares, o que dizer da guerrilha que matou e assaltou? Não que eu tenha algo a esconder. Fui da 2ª seção (serviço reservado), mas por pouco tempo e após o regime de exceção.
ZH – Na sua opinião, como foi a reação de Jobim?
General Figueiredo – Coerente. Teve uma reação justa, já que estava sendo traído por colegas de ministério. Ele se assessorou com as Forças Armadas e soube como reagir. Aliás, no geral, Jobim defende as Forças Armadas com entusiasmo. Vejo nele muito mais pontos positivos do que negativos, embora possa ter discordado dele no passado. Ele conseguiu passar para a sociedade a importância de um Plano de Defesa Nacional. Mostrou que defesa é necessário, sim.
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