Cadete negro da turma de G. Dias e Mourão pede a Lula anulação de punição negada pelo governo Bolsonaro

Cadete negro Mauricio Nascimento desligado da AMAN por cola

Maurício Nascimento, um ex-cadete negro da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), pediu a Lula e ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, no último domingo (23/4), a anulação de uma punição que recebeu há 47 anos, informa Guilherme Amado no Metrópoles.

Nascimento foi punido junto com outros nove cadetes. Um deles era o general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI de Lula. Nascimento alega que foi alvo de racismo, uma vez que G. Dias e outros cadetes brancos não sofreram pena de expulsão. Os cadetes foram acusados de colar em testes da Aman, o que Nascimento nega.

“Ao recepcionar os requerimentos de anulação de punição disciplinar, apresentados pelo requerente, [Paulo Sergio Nogueira] recusou-se a analisá-los, colocando este procedimento administrativo disciplinar sob ‘sigilo eterno’, mantendo incólume, a discriminação racial sofrida pelo requerente, no Curso de Oficiais da Aman”, disse Nascimento.

O assunto foi pauta no blog  ainda em janeiro de 2022, quando publicamos a matéria de Vinicius Sassine, da Folha de São Paulo. Confira:

Acusado de ‘colar’ em provas e de falta de ‘aptidão moral’ se diz vítima de racismo na ditadura; Aman, Defesa e Exército não comentam

Vinicius Sassine
RIO DE JANEIRO

Mauricio do Nascimento tinha tudo pronto: comprou a espada de oficial, mandou fazer a roupa de formatura, já tinha o uniforme do quartel. O cadete de 22 anos, após quatro anos de estudos na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), em Resende (RJ), estava a 17 dias da cerimônia em que cadetes são transformados em aspirantes a oficiais.
Um capitão que integrava o time de professores da Infantaria, arma escolhida por Nascimento, mandou chamar o jovem à sua sala. Já não havia mais aulas naquele momento na Aman, a tradicional escola que forma os oficiais do Exército.
“O senhor está desligado da academia. O resultado da sindicância vai ser publicado num boletim interno”, disse o capitão ao cadete. “Sim, senhor”, respondeu Nascimento, que bateu continência, deu meia volta e saiu da sala.
Um amigo o levou de volta ao Rio de Janeiro no mesmo dia. Ele ainda voltaria à Aman no dia seguinte para entrega de material. Foi seu último gesto como aluno da instituição.
Um boletim interno da Aman de 28 de novembro de 1975 efetivou a exclusão do cadete. Certificados registram uma conclusão formal do curso, mas ele foi impedido de seguir a carreira militar. Nascimento passou a ser, formalmente, aspirante a oficial da Infantaria da reserva.
Na formatura da turma de 1975 estava Antonio Hamilton Martins Mourão. Ele chegou a general de Exército, a mais alta patente possível. Há três anos, é vice-presidente da República.
Mais de 46 anos depois, Nascimento, 68, tenta reescrever a história. Negro, ele diz “rebobinar” na mente o que ocorreu e afirma ter sido vítima de racismo nas fileiras de formação do Exército.
O ex-cadete também aponta perseguição por parte de agentes da ditadura militar que tinham influência na Aman, sendo impossível, segundo ele, dissociar o que ocorreu do espírito autoritário da época.

Mauricio do Nascimento (à direita), na Revista Agulhas Negras 1975, da Aman, por ocasião da formatura da turma – Reprodução

Nascimento quer anular a punição aplicada e ter acesso ao relatório final do processo de sindicância que resultou em sua exclusão. O ex-cadete diz nunca ter tido acesso a esse documento.
Para reverter uma punição severa aplicada quase meio século atrás, ele já recorreu aos comandantes da Aman e do Exército e ao ministro da Defesa no governo Jair Bolsonaro (PL) e em governos passados. Mourão teria dito a ele que se dedicaria ao caso, relata. Até agora, tudo foi em vão.
O aspirante da reserva, que passou a maior parte da vida como servidor público do Metrô do Rio –ele permanece na RioTrilhos–, começou a partir de 1998 a reunir documentos sobre a própria história na Aman, um hiato de 23 anos.
“Eu não me sentia discriminado. Essa percepção surgiu com o tempo. Se eu fosse branco, não teria sido excluído”, diz Nascimento à Folha, em sua casa no Rio.
“Eu era o ‘neguinho abusado’. O preto que não questiona, que aceita o que lhe impõem, é um preto de alma branca. Quando questiona, é um ‘neguinho abusado’.”
A partir da documentação solicitada à Aman, fornecida de 1998 em diante, o ex-cadete reuniu informações sobre o que ocorreu em 1975. Esses elementos, para ele, apontam para uma injustiça e uma necessidade de anulação da punição.

Os documentos reunidos mostram: a sindicância durou 24 horas; a Aman apontou falta de “aptidão moral” e não tratou a exclusão como uma punição disciplinar formal; houve diferença de tratamento em relação aos investigados, com punição mais leve para dez cadetes e exclusão de outros três; uma comissão de julgamento se formou no mesmo dia da publicação das penas em boletim interno.
Por três vezes, em 1998, 2014 e 2020, a Aman informou a Nascimento que “não consta no arquivo deste estabelecimento de ensino os autos da sindicância”. O ex-cadete recebeu cópias de cinco folhas de boletins internos e cópia de uma pasta individual do então estudante.
A abertura da sindicância ocorreu em 25 de novembro de 1975, em razão de suspeitas de que cadetes “colaram” em provas. O resultado do procedimento foi publicado no dia seguinte.
As punições foram distintas: Nascimento e mais dois foram excluídos do curso de Infantaria, sem especificação clara sobre a infração cometida; nove foram punidos com prisão administrativa de até 30 dias, por “cola”; e um teve a mesma punição por ter mentido sobre a participação de colegas, conforme o boletim interno.
Nascimento nega ter participado de qualquer episódio de “cola”. Segundo ele, sua exclusão ocorreu por racismo, por ser questionador e por ter sido “classificado” por oficiais do curso de Infantaria como sendo do “grupo MDB”, uma alusão dos oficiais ao partido de oposição à ditadura.
A classificação dos cadetes era explícita, segundo o ex-cadete. O “grupo da Arena”, o partido de apoio à ditadura, era formado por cadetes que concordavam com os métodos de formação da academia.
A Folha ouviu cinco militares da turma de 1975, dos quais três foram punidos na mesma sindicância. Nascimento era chamado pelos colegas de “Gasolina” ou “Gasosa”, uma referência a um cantor negro que carregava o apelido “Gasolina” nas décadas de 50 e 60.
Os cinco colegas de turma dizem que nunca ficou claro por que Nascimento acabou punido com a exclusão da academia. Dois dizem que a pena foi injusta. Dois afirmam que episódios distintos da “cola” foram incluídos na sindicância.
Um dos excluídos, por exemplo, teria sido punido por incapacidade de pular de um trampolim de cinco metros. Outro teria pedido para sair.
Nascimento afirma ter havido, semanas antes da abertura da sindicância, interrogatórios informais de cadetes acusados de “cola”. Oficiais ligados a atos da ditadura participaram desses interrogatórios e também das oitivas formais, como confirma um dos envolvidos na investigação.
“Abriu-se uma sindicância da noite para o dia. Fui ouvido de madrugada. Um oficial me ameaçou, queria me agredir e que eu reagisse contra ele. Ele achou que estava envolvido nesse negócio de ‘cola’ e dizia: ‘Vou dar um soco na sua cara’”, diz um ex-cadete, que pede para não ser identificado.
A Folha não localizou os oficiais vivos relacionados à sindicância aberta em 1975.
“Eu queria ser militar. Meu sonho era ser paraquedista. Não posso ser tachado de que não tinha aptidão moral”, afirma Nascimento.
Um documento da Aman de 2 de agosto de 2021, ao negar a revisão da punição aplicada, trata o caso, pela primeira vez, como sendo um processo disciplinar. Isto abre uma brecha para anulação, segundo o ex-cadete, porque uma punição disciplinar pode ser anulada em qualquer tempo e em qualquer circunstância pelo comandante do Exército.
Três meses antes desse documento, em maio, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército, negou pedido para anular a punição. Ele argumentou que o cadete tinha dez dias para recorrer, após a decisão do comando da Aman. Isso só teria ocorrido pela primeira vez em janeiro de 1976, dois meses depois.
Vinte anos atrás, o comando do Exército deu a mesma interpretação e entendeu estar prescrito o direito a recurso contra a exclusão. A decisão de duas décadas atrás foi anexada à posição mais recente do comando da Aman, do último dia 30 de novembro, de que “o assunto em tela já se encontra esgotado na esfera administrativa”.
Nascimento ainda recorre a Exército e Ministério da Defesa. E espera uma intervenção de Mourão, a quem ele diz ter pedido um cargo no governo Bolsonaro. O presidente e capitão reformado é da turma de 1977 da Aman; Nascimento diz que não o conheceu nem na academia nem depois.
O ex-cadete entende que as recusas de um cargo que ocorreram até agora, na contramão do que ocorre com milhares de militares no governo, se devem ao que se passou em novembro de 1975. Ele quer ser reformado como capitão, e receber salários retroativos a um período de cinco anos.
Se a ofensiva seguir falhando na via administrativa, Nascimento diz que buscará a Justiça.
“Esse governo tem um viés autoritário. Os militares têm mais poder nesse governo, e isso acaba refletindo nessas negativas no meu caso. Se a punição for anulada, eu volto para o jogo.”

​MOURÃO DIZ QUE NÃO SOUBE O QUE MOTIVOU PUNIÇÃO DE EX-CADETE E QUE ASSUNTO É DO EXÉRCITO
Na Aman, o vice-presidente Hamilton Mourão cursou Artilharia. Mauricio do Nascimento foi da Infantaria. Mesmo assim, o ex-cadete que tenta anular a punição aplicada em 1975 afirma ter tido uma relação de proximidade com o vice-presidente.
Os dois dividiram um apartamento, com mais quatro cadetes, no primeiro ano do curso, segundo Nascimento. Fizeram dupla no vôlei. E se viam mensalmente nos almoços da “facção carioca”, expressão usada para os egressos da turma de 1975 que são do Rio de Janeiro.
Nascimento diz ainda que esteve uma vez com Mourão na Vice-Presidência em Brasília, em 19 ou 20 de fevereiro de 2019. Não há na agenda oficial um registro do encontro.
A Folha questionou Mourão, por meio da assessoria da Vice-Presidência, sobre o caso do colega de Aman.
“O general Mourão, em que pese ser da mesma turma do citado sr. Mauricio do Nascimento, é oriundo de arma diferente. No caso, ele foi de Infantaria e o vice-presidente, de Artilharia. À época nem sequer tomou conhecimento dos fatos que levaram à punição do então cadete Nascimento”, afirma a Vice-Presidência, em nota.
Segundo Mourão, o assunto “é da esfera do comando do Exército, cabendo à instituição estudos, análise e pronunciamento, se julgar conveniente”. “Não existe possibilidade de o general Mourão mediar qualquer colocação em algum cargo de governo para o citado senhor.”
Procurados pela reportagem, a Aman e o Ministério da Defesa disseram que respostas às perguntas caberiam ao Exército.
A Folha enviou um primeiro email ao Exército, com oito perguntas, em 18 de novembro. Reiterou os questionamentos em 19 e 22 de novembro e em 16 de dezembro. Todos os emails ficaram sem resposta.
FOLHA/montedo.com

Respostas de 52

    1. Mais um querendo indenização felpuda do Governo Federal.

      Se conseguir… a União vai receber uma “avalanche” de processos.

      E a julgar pela característica vítimas que esse governo possui ele vai conseguir. Rsrsrsrs

  1. Bastante possível. Até o ano em que me formei, 2003, havia na AMAN tratamento diferenciado para Cadetes filhos de Coronéis e Generais em relação aos Cadetes filhos de civis. E Cadetes com “capacidade de pensar” – isto é, que questionavam muitos absurdos que ocorriam – também eram tratados de “maneira diferenciada”, sofrendo sanções mais duras, tendo avaliações mais rígidas em provas, sendo fisicamente cobrados de forma árdua em exercícios no terreno. Com o fim das vagas diretas para alunos de Colégios Militares (perpetuação de uma espécio de nepotismo), creio que possa ter melhorado. Então, sendo preto e “questionador”, talvez o então Cadete Nascimento tenha realmente sido um bode expiatório.

    1. Vc está mentindo descaradamente, aproveitando o anonimato.
      Tratamento diferenciado pra filhos de coronéis???? Testes diferentes????
      Fala sério!!!!!
      Estive na mesma época e NUNCA vi isso.
      Detalhe: sou filho de civil.

      1. Querido, vc fez AMAN? O filho do General faz 12 barras, conta-se 12 barras; o filho do civil faz 12 barras, conta-se 10. Ah, é mentira? Procura o Sanábio (se vc era Cadete na época, vc sabe quem é e sabe das histórias… O aplicador das flexões na prova de recuperação começou a conversar e parou de contar as flexões, e ele foi reprovado e excluído).
        Tenente Cmt Pel do C Avçd que “torrava” os faxineiros de apartamento e falava para um determinado Cadete, filho de Coronel q servia na DCEM: “sua faxina está ruim, repita para amanhã… E eu vou pedir tal curso esse ano, tá Cadete?”
        Vc fez AMAN mesmo? O q eu tô falando é mentira? Então põe teu nome aí, não há o q temer! Tanto é verdade q eu não ponho meu nome, sei como funciona o EB… Se não há inimigo, vc tá escondido de quem???

        1. Cara, que loucura. Conheci Muito bem o sanabio. Ele tinha enorme dificuldade no TFM. Nadava mal, corria mal, não fazia barra e flexão. Foi um cara que teve várias dificuldades no curso da aman, não só no tfm mas Também na parte intelectual.

          Era aluno (cadete), não atingiu o nível de desempenho mínimo (nota 5,0) e foi desligado. Simples assim.

          Não vem falar que foi porque ele era negro, carioca ou filho de civil. Foi desligado simplesmente porque não atingiu o mínimo. Simples assim.

          Também vejo que o EB tem VÁRIOS problemas e injustiças, mas o pessoal viaja e começa a inventar umas coisas que para difamar a instituição (não estou falando que o eb É uma maravilha, longe disso). Qta loucura que vejo aqui.

      2. O tratamento a filho de coroneis sempre foi e deve continuar sendo diferenciado.
        Quem ignora isso? Quem quer tomar a clicada do cmt pq o papai general mais antigo ligou para reclamar? Isso não só acontecia, como continua acontecendo em qualquer lugar, inclusive no curso de comandos!

        1. imagina o cmt da aman sendo lembrado na race pq seu filho cadete reclamou… ou um coronel no quadro de acesso como o cmt CC, recebendo uma ligacao de um general… pq o filho reclamou… a cipoada descendo forte e cantando na lomba do tenente, do capitao… esses morrem de medo, morrem de medo. mesmo medo que cultivam nos cadetes e levam a vida toda.

          amigo de 2002, aqui nao tem civil… nao fantasie um mundo mágico que sabemos que não existe.

  2. Diz que foi excluido por ser questionador, palavras dele.

    Nenhum indicio de racismo. Todo ano deve formar mais de uma centenas de negros (negros e pardos, pois conforme o critério do IBGE inclui-se na população negra também o pardo).

    Enfim, não teve exito na vida e agora quer uma reforma de general

    1. Pelo que entendi da matérias. Ele, G. Dias e mais outros foram pegos colocando e somente ele foi expulso enquanto os outros foram presos e continuaram a carreira…

      mas afinal, “colar” não é crime capital na academia das estrelas cadentes?

  3. Na verdade a coisa toda funciona assim: os negros são todos considerados ladrões no Brasil, mas na lava-jato, mensalão etc, ou seja, crimes que desestabilizam e que impedem o Brasil de crescer só dá branco, mais precisamente homens brancos. (Prova: Dário Messer, o doleiro dos doleiros devolveu aos cofres públicos UM BILHÃO de reais. Acredito que se reunir todos os negros malfeitores do Brasil eles não conseguem roubar tanto).
    Pela lógica de muitos brancos os negros são violentos. Não não são os negros que são violentos. (Prova: durante mais de 300 anos os brancos europeus e seus descendentes mataram, estupraram, mutilaram, torturam, sequestraram, mantiveram em cárcere corpos negros). Aí vc pode estar pensando,as isso é passado. Tá bom então. Vamos ver os crimes mais bárbaros cometidos no Brasil nós últimos tempos. Pai que ajuda a acobertar a morte da própria filha a jogando pela janela do apartamento; a filha que mata os pais enquanto eles dormiram; a esposa que mata o marido e o esquartejada e o desova em um lugar qualquer.
    A questão é que muitos brancos não são acostumados a ouvir a verdade, pois os negros cometem os mesmos crimes que todo branco comete, mas só que os brancos cometem os crimes que impedem o Brasil de crescer, pois a grande corrupção é um crime majoritariamente e pq não dizer exclusivamente cometido por brancos.

        1. Aroldo e Humberto, na AMAN o problema é mais você pensar: Cadete q pergunta, q quer entender o porquê, é mal visto. O EB não quer quem pense, pq quem pensa avalia, e quem avalia nota os erros. Pode ter sido racismo? Pode. Mas é mais provável q tenha sido pq consideraram ele um “radical” por cometer o crime de PENSAR.

  4. Servi 10 anos existia mesmo muita diferença entre cadetes que vinham de geração em que os avós e bisavós ou pais que eram generais o tratamento mesmo que ois outros não notassem eram diferenciados nas formaturas.generais na época comentavam esse cadete não é que filho de fulano filho de beltrano se viesse de uma geração que o bisavó foi general aí que o resto era diferente .aquele que não veio de geração nenhuma e fosse escurinho nem davam ideia parecia que vc estava num lugar onde os que a família tinha uma história tinha mais valor. Os trotes então eram feitos na cara do cadete de dia do oficial de dentro do Rancho e faziam vista grossa.hoje trote e proibido. Mais era nesse nível.

    1. Pobre homem, primeiro, foi expulso depois de se formar; ainda pediu ajuda para seu colega o Gen Mourão que disse se tratar de um assunto do Exército e ele, Mourão, é Guarda Municipal…

      Acredito que vivemos em outros tempos, tenho a esperança pelo menos.

  5. Se fosse do aquário teria se formado , como não tem pai alguma coisa levou o famoso pé no rabo sem choro para dar lugar a um apadrinhado igual a todas academias ,já começa de lá sem falar no decorrer da vida castrense onde as bocas ricas já tem endereço certo e até mesmo o generalato .,quem conhece ,sabe .

  6. Esse caso é só mais um, entre muitos, antes da abertura democrática. Todo erro poderia ser aceito se, quem cometesse, estivesse do “lado certo” (dos que mandam).
    Nos 4 anos em que este aluno estava na Aman foi feito um longo processo de observação e, só no final!, faltando poucos dias (em anos) para se formar, os “treinadores”, sem fazer o “mea culpa” pelo péssimo trabalho de observação, dizem que descobriram que o aluno não tinha aptidão moral. Parece brincadeira, só não é porque os incompetentes estavam do “lado certo”, hoje essa história não colava.
    Tenho duas observações a fazer: 1) Uma sobre o período que esse rapaz perdeu, pois poderia ter se formado em uma faculdade (a maioria dos cursos universitários dessa época duravam 4 anos) e; 2) A inveja, para quem não sabe, é um dos ramos do ódio, e quem odeia quer destruir o odiado. Por isso vejo tantos comentários odiosos aqui. Não procuram ter empatia por quem sofreu, só pensam que ele quer se dar bem, mesmo tendo sofrido o golpe em um momento da vida fundamental para a sua subsistência.

    1. Muito correto teu comentário. Eu conheci pessoas que tentavam ser PMs. Tentaram durante 3 anos e só foram admitidas quando os instrutores souberam que tinham parentes militares.

      _Se tivesse falado antes, já estava dentro.

      Tive parentes que sofreram na PQD porque eram da roça. O caso desse Sr não deve ser muito diferente; 4 anos para mandar embora nos últimos instantes tem cheiro de covardia, retaliação, vingança ou muita incompetência dos instrutores.

    2. Perfeito o comentário! Justamente o que ocorre hoje em dia com a questão dos conceitos. Observadores que você jamais viu, ou que jamais viram você, jamais trabalharam com você ou jamais conversaram com você atuarão como seus observadores. Com base em princípios puramente subjetivos, irão julgá-lo, sentenciá-lo e executá-lo.

  7. 4 anos de acadimia e no dia da formatura o excluem! No começo da matéria eu achei q era mais um pagando de vitima e querendo mamar na teta federal, mas não! Essa história esta mal contata por parte do EB!

  8. “O senhor está desligado da academia. O resultado da sindicância vai ser publicado num boletim interno”, disse o capitão ao cadete. “Sim, senhor”.
    1 – Ue, ele não era uma cadete “questionador”? Se não colou, por que aceitou ser expulso tão tranquilamente e só resolveu ser “questionador” em 1998, 23 anos depois? Será que não colou mesmo?

    “O ex-cadete entende que as recusas de um cargo que ocorreram até agora, na contramão do que ocorre com milhares de militares no governo, se devem ao que se passou em novembro de 1975.”
    2 – Milhares de militares no cargo da a ele o direito de ter um cargo? Se for assim, podemos todos nós solicitar um! Acho que essa passagem resume muito bem as intenções e da uma boa ideia do caráter desse personagem.

  9. Desde de que faça a pontuação da média da matérias e redação define quem fica e quem sai. Fico pensado como fica os que as corrige, entendeu?

  10. Naquela época existia a sindicância verbal, você diz uma coisa, o sindicante entende outra, a conclusão fica por cargo da conveniência do comandante.

    Nem adiantava contratar advogados para defender a causa dele naquela época, dificilmente ganharia, tudo tenebroso e estranho naqueles tempos.

  11. Prato cheio para a petralhada.
    Alguém tem dúvida que pai Lula é sua quadrilha não irão aproveitar este fato para se promoverem em cima do cadete negro.
    É capaz de ser promovido a Marechal.

  12. Que existe racismo é um fato histórico. Mas quantos negros haviam na turma dele? Por que ele? E os outros excluídos, quar é a cor? Muita subjetividade para tratar do assunto e se não existe base documental para a exclusão então seria uma ação simples e objetiva. A história não parece muito bem contada…

  13. O tema em si é polêmico. Uns defendem que houve racismo, outros dizem que não há nenhuma diferença entre o filho do general e o filho do Civil; outros insistem no tratamento velado discriminatório ou, privilegiado; outros somente externalizam sua frustração, decepção e revolta contra os generais.

    De tudo isso, depreendo o seguinte:

    Houve racismo, sem dúvidas, induzido pela conjuntura e estrutura da época. ( aí diz um comentarista: por que não se insurgiu contra decisão? Ora amigo, naquele tempo espernear não era válido para nada, só iria piorar), então, houve um erro por parte de Pessoas da Instituição, erro que deve ser corrigido dando-lhe a patente de Tenente, qualquer coisa além disso seria Vaticinar lhe o futuro.

    Sobre os afilhados… bom, qualquer um sabe , e militar mais ainda, “filho de cobra é cobra”.

    Por fim, esse tempo passou, hoje acredito que não há mais essa discriminação que houve no passado devido aos meios para defesa da vítima e previsão de punição, depois do devido processo legal, aos acusados, além de uma consciência mais evoluída sobre o tema.

    Quem sabe esse cadete não seria um oficial melhor do que estes de sua turma…e olha que não é difícil, é só não fazer nada.

    Cmt Narciso

  14. Nao entrarei no mérito da punição, primeiro por não estar lá no momento e por ter menos de um ano a época do fato, mas não sejamos hipócritas, sempre existiu você ponderar ordens, as quais você não entendia ou que fosse não ortodoxas, embora na prática isso já era um complicador para ser taxado de questionador, o que não e bem visto, na Marinha, como dizem, se for ser questionador não vai mais a nada. Também a questão da cor, ainda persiste na cultura nacional, vemos a cada dia ocorrerem fatos contendo como personagens negros, seja em uma Revista Policial ou no mercado, seja em uma Expulsão do Shopping, etc e olhem a época que o fato se deu (1975). Agora, tecnicamente falando: o fato está prescrito, tanto pelo Códigos (civil e processo) vigentes a época e nos Atuais. Também ocorreu a prescrição administrativa (5 anos) para pedir a anulação do Ato na via judicial, porém pelo Poder de Revisão, a Administração pode rever seu ato nulo a qualquer momento, por isso está tentando tal anulação, porém caberia a análise do mérito pelo EB, exceto se tiver algum conteúdo político no meio que aí cabe a administração “civil”, o que ele Pleiteia, para tanto quer ser Capitão e ter os cincos anos de vencimentos. Por fim, questão interessante a abordar se devido ao regime vigente a época teria o ex-militar uma conduta outra que não entrar na justiça.

  15. Bom dia, hoje eu sou militar da reserva. há alguns anos atrás me envolvi em uma demanda com outro militar também sargento (branco) a época. O militar em questão deixou de confeccionar um documento que era de sua exclusiva responsabilidade e uma vez interpelado acusou-me Injustamente pela falta. Fui punido, apesar de ser militar antigo (ter incorporado como soldado) sem nenhuma punição. Recorri à Justiça, obtive ganho de causa (a minha punição foi anulada pela justiça). Foi instaurado um novo procedimento administrativo e na conclusão do mesmo constatou-se o envolvimento e transgressão disciplinar de natureza grave (faltar a verdade) de mais outros dois militares. Um era oficial (branco), outro era Sargento (branco). NINGUÉM MAIS FOI PUNIDO! E eu nunca mais fui transferido (guarnição especial… nem pensar), fui para reserva como praça (não que seja demérito); o oficial (branco) hoje é coronel e o sargento (branco) hoje é QAO. mas, sinceramente, acho que não tem nada a ver com racismo, deve ser pura MÉRITOCRACIA!

  16. Um dos Teófilos pegou 15 dias de cana na AMAN ,bem antes de se formar, o cara era Cadete e aloprou com o CMt Cia;depois seguiu sua carreira Lindo e Viril como todo oficial,saiu General e tudo mais , tratamento diferenciado???Costas quentes??Casta com privilégios?? Sempre aconteceu injustiças e ainda acontece. até hoje nos CMs filho de oficial tem tratamento diferente. É triste mas é Fato.Triste EB QUE SEM GUERRA NÃO EVOLUI.

    1. nao generalize amigo, o filho de um general febiano foi desligado por nao conseguir sair do fosso de pentatlo, eu estava no fosso, e nao conseguir tempo minimo na corrida isso no segundo ano , entao, essas colocaçoes aventadas nao continham descriminaçao e era comum se desligar no 4 ano quem nao atingia um padrao para o oficialato, tbem nao podia recorrer da puniçao no judiciario na rpoca vc tinha q pedir permissao enfim existia todo um contexto que perdurou ate a bem pouco tempo onde vc tbem era impedido de fazer exame pra eceme por uma comissao, era notificado e nao havia recorrer,

  17. Complementando: não se pode esperar que as pessoas do judiciário façam Justiça, no sentido literal da palavra. Ele teria que ter muita sorte, alguém que não goste de medalhas, jantares, viagens, diplomas e fosse como o funcionário da alfândega no caso das joias…”fale aqui com ele pelo telefone…NÃO FALO!”. Ainda assim, teria que esperar a roda de carreta de bois do judiciário se mover, ( isso em tempos de fórmula 1, foguetes…) e, se todos tem uma única certeza, a morte, o tempo de vida, principalmente ” nossa linda juventude páginas de um tempo bom…” não será verdadeiramente uma Justiça do Estado, sim uma migalha.

    Cmt Narciso

  18. Vc deve ser civil, pois nas relações no EB,sabemos bem das arbitrariedades e truculências!!! No máximo depois de ouvir a sentença ele teve o direito de pedir para se retirar.

  19. Nem precisa ir para a AMAN, quem lembra os critérios adotados, não faz muito tempo, para ingresso nos CPOR e NPOR e para conseguir uma vaga na ativa? e para os cursos de Cb e Sgt temporários? Alguém por acaso já não cruzou com um familiar de militar que por “coincidência” conseguiu uma vaga como temporário?

    1. Falou e disse! Conheço npor onde o nepotismo corre frouxo. As vagas, tanto para alunos quanto para monitores, são sempre distribuídas pelo critério criminoso do nepotismo. Irmãos passam o bastão para irmãos, primos e parentes de toda ordem. Bem como os alunos são sempre filhos de alguém do quartel, um primo, um irmão mais novo. Deprimente… antiguidade, meritocracia. Pfff

  20. Apenas mais um oportunista, querendo se dar bem, apelando para o surrado mimimi do “Racismo”. Apenas isso. Tão cara de Pau, que foi “pedir um cargo” no Governo Bolsonaro, sem possuir a menor qualificação para tal. Conheci essa figura na AMAN (sou da Turma de 1976). Na minha Turma e na dele, existem vários negros. A diferença é que Não eram de padrão tão baixo.

  21. General Mourão sempre vai tirar o dele da reta nunca fez nada para os praças na função de comando, um inútil vimos isso na reestruturação de carreira que privilegiou os generais inclusive ele não brigou nada pelos estamentos inferiores….

  22. Já “sofri” a Sindicância Verbal, entrei com reconsideração de ato, mas não há nada na Sindicância, não tem testemunhas ouvidas, não há nada de onde o Sindicante tirou as suas conclusões…..apenas o “parecer do sindicante” ou seja, o resultado da Sindicância é de acordo com a vontade do comandante.

    Quem foi prejudicado naquela época deveria realmente tentar saber e mostrar a verdade dos fatos, principalmente se ocorreram após a CF 88.

    Para o Exército, “sindicância
    é o procedimento formal
    apresentado por escrito, que
    tem por objetivo a apuração
    de fatos de interesse da administração militar, quando julgado necessário pela autoridade competente, ou de situações que envolvam direitos”
    (caput do art. 2º). A sindicân-
    cia, no Exército, é sempre formal e escrita, ou seja, não é mais possível a sindicância
    verbal que outrora existia,
    onde apenas a portaria, o relatório e a solução eram
    escritos.

    https://www.google.com/amp/s/www.jusbrasil.com.br/artigos/sindicancia-no-ambito-do-exercito-e-recursos-administrativos/401162409/amp

  23. Quando estudei na AMAN ouvia essas historias de expulsao à vespera de formatura, com enxoval comprado! Acho isso um sadismo, uma maldade que teria que ser algo muito grave para se justificar!( no meu entender uma cola na prova nao e grave o suficiente) Não consigo imaginar quanto este senhor sofreu ao longo de sua vida, sua familia… eu desejo que ele consiga! Abraço

  24. Os que chamam as pessoas de serem vitimistas, são os mesmos que tratam as pessoas com preconceito. não precisa ir longe pra ver quantos comandantes de OM ou quantos generais, almirantes são negros? quantos presidentes do país tivemos negros?
    infelizmente aqui realmente há muito vitimismo, no exterior encontramos pessoas negras em cargos importantíssimos e não entraram por cota mas sim por meritocracia. aqui dizem até que em uma determinada empresa pagam mais para os brancos com os mesmos cargos que os negros, eu sinceramente não quero crer nisso. já vi casos de mulheres receberem menos que homens mas isso aos poucos está mudando. façam uma análise, quantos juízes, desembargadores, promotores são negros? o racismo e o preconceito são visíveis e descarados aqui, nas forças armadas que não iria ser diferente.

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