Preso, coronel PM do DF diz que Exército ‘frustrou’ desmonte de acampamento

Acampamento foi desfeito após os ataques de 8 de janeiro. Eraldo Peres - AP - Image Plus

Paulo Roberto Netto e Vinícius Nunes
Do UOL, em Brasília
Em depoimento à PF (Polícia Federal), o coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-chefe do Departamento Operacional da PM-DF (Polícia Militar do Distrito Federal), disse que comandantes militares do Exército “frustraram os planos” da corporação até 9 de janeiro de retirada do acampamento golpista instalado em frente ao QG do Exército, em Brasília. O oficial está preso desde terça-feira (7).

Segundo o coronel Naime, a tentativa de desmobilizar o acampamento golpista ainda em 2022 foi impedida pelo general Dutra, chefe do Comando Militar do Palácio do Planalto, por ordem do então Comandante do Exército Júlio César de Arruda.

O relato vai na mesma linha do relatório da intervenção federal da segurança do Distrito Federal, entregue no último 27 de janeiro. O texto, assinado por Ricardo Cappelli, culpa diretamente o alto comando do Exército pela manutenção do acampamento golpista em Brasília. O local foi uma “incubadora de planos contra a democracia”.

No depoimento de coronel Naime, tornado público nesta quinta-feira (9), ainda há relatos de outras “situações de confronto” com o Exército.

Ele ainda afirma que em uma das checagens da área de segurança do Palácio da Alvorada, em 2022, o capitão Roma, também do Exército, teria o expulsado do local. O militar estaria acompanhado por uma equipe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), órgão do governo federal.

O UOL procurou o Exército para comentar sobre as acusações do coronel Naime Ribeiro, mas a reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Exército negou ajuda em desmobilizar acampamentos durante reuniões. Sem precisar um número, o coronel diz que ocorreram diversos encontros com o comando da PM e o Exército para desmobilizar o acampamento, mas todas foram anuladas pelos militares do governo federal.

Em nenhuma das reuniões, segundo o depoimento, estava Anderson Torres —então ministro da Justiça de Bolsonaro e depois secretário da Segurança Pública do DF.

Oficial nega omissão

O coronel também nega que tenha sido omisso durante o ato golpista de 8 de janeiro. Ressalta que estava afastado, em licença, durante o planejamento de segurança da manifestação, em 6 de janeiro, e que “não pode ser responsabilizado” pelas falhas no bloqueio dos manifestantes.

Naime ainda argumentou em depoimento que, mesmo em licença, foi à Esplanada dos Ministérios naquela tarde para auxiliar o cumprimento de prisão dos golpistas que vandalizaram as sedes dos Três Poderes. Leia mais.

UOL/montedo.com

10 respostas

  1. Esses Chefes Militares fiquem espertos.
    Os oficiais da PM/DF, há tempos, não estão segurando Esta Granada Sem Pino sozinhos.
    Terão muita dor de cabeça nos tribunais.
    Dependendo da evolução/condenações de integrantes da Segurança pública do DF.
    As chances de espirrar neles é iminente, Provável.
    As imagens e testemunhas são provas cabais e expoentes das:
    – omissões, incompetência e cumplicidade.
    Deixemos claro, Cumplicidade, esta:
    – ORIENTADA por parte de seus superiores.
    Ex-Comandante do BGP:
    – não segure esta granada sozinho NÃO.

    1. Um dos coronéis ouvido no inquérito da PF já revelou que 2 generais o impediram de agir.
      Isso não vai terminar em pizza não.
      General ou ex-Cmt do BGP presos, duvido, mas se incomodarão milhões em inquirições e tribunais.
      9 dedos não vai querer nenhum general vendo o Sol nascer quadrado.
      O malandro ex-presidiário só quer fazer fumaça, jogar pra sua galera.

      1. No caso “nove dedos” é o seu comandante em chefe. Aquele que não deve lhe dar um centavo de aumento salarial. A propósito, cuidado! a inveja mata. O “nove dedos” ao qual vc se refere é presidente do Brasil pela 3ą vez, um dos maiores líderes mundiais ……e vc? É o quê além de invejoso e desrespeitoso? Por falar em presidente, hoje o “homi” está em Washington para dar conselhos ao Biden (segundo o próprio Biden, ele estava ansioso para receber o presidente Lula).

        1. Líder!?
          Só se for de quadrilha, de facção criminosa.
          Ninguém fica quase 600 dias enjaulado, acorrentado à toa
          Um bandido cachaceiro.
          Você?
          Só mais um desorientado do gado petista.
          Dessa Ode de massa de manobra petista.

      2. Se for crime não tem nenhuma relação com o executivo e cabe ao MP e ao judiciário avaliar a questão, O presidente poderia no máximo sancionar administrativamente os envolvidos.

  2. No caso “nove dedos” é o seu comandante em chefe. Aquele que não deve lhe dar um centavo de aumento salarial. A propósito, cuidado! a inveja mata. O “nove dedos” ao qual vc se refere é presidente do Brasil pela 3ą vez, um dos maiores líderes mundiais ……e vc? É o quê além de invejoso e desrespeitoso? Por falar em presidente, hoje o “homi” está em Washington para dar conselhos ao Biden (segundo o próprio Biden, ele estava ansioso para receber o presidente Lula).

  3. Ué! O exército entra em área militar da PM? Se o acampamento fosse no quartel general da PMDF. Cada um no seu quadrado.

    tempos atrás a PMDF se meteu em manifestações da PCDF, levaram foi bala.

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