Crime organizado e acirramento político levam TRE-RJ a convocar militares para segurança da eleição

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Agência O Globo
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) decidiu convocar as Forças Armadas para reforçar a segurança do estado durante as eleições de outubro. Ao contexto complexo do Rio, onde há forte influência do tráfico e da milícia, se soma um ingrediente novo neste ano: o temor com o clima político. Essa é a quinta vez que militares acompanham eleições no Rio desde 1994.
— O Rio de Janeiro é um estado complexo do ponto de vista de segurança. Temos a questão da milícia e do tráfico, que atuam em áreas que são interditadas ao estado. Isso já é um desafio por si só. Agora, temos um clima mais tenso nas relações políticas e, juntando todos esses ingredientes, temos que contribuir com a segurança pública para a eleição — explica o presidente do TRE-RJ, o desembargador Elton Leme.
Para coibir atos de violência política durante as eleições, ele afirma que a estratégia de segurança pública durante o pleito será de “tolerância zero a qualquer forma de violência” e destaca a estratégia ostensiva como principal ferramenta para evitar ocorrências.
— A violência com propósito eleitoral será combatida de forma implacável. Não admitiremos que esses casos sirvam de exemplo para que outras condutas aconteçam e não toleraremos violência que atinja as pessoas e a liberdade do voto — reforça.
A estratégia de segurança vai contar com agentes de segurança municipais, estaduais e federais da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal e Guarda Municipal. Segundo Leme, todo o efetivo de cada força será convocado para atuar, exceto aqueles que estiverem afastados do serviço.
Para organizar as atividades, o TRE-RJ criou o Gabinete Extraordinário de Segurança Institucional (Gaesi). O grupo vai montar o mapa de prioridades para cada força e alinhar as estratégias com o setor de inteligência de cada polícia e dos militares, além de coordenar as ações em cada zona eleitoral do estado. Segundo o desembargador, a Polícia Militar já foi designada para realizar patrulhamento em áreas avaliadas como sensíveis.

Pela quinta vez
Essa é a quinta vez que as Forças Armadas são convocadas para auxiliar na segurança no estado do Rio durante o período eleitoral. Os militares acompanharam as votações no Rio em metade dos pleitos desde 2008.
Em 2008, foi organizada a Operação Guanabara em comunidades na Região Metropolitana e em Campos dos Goytacazes, um dos desdobramentos da CPI das Milícias. Em 2012, nas eleições municipais, os agentes vieram para reforçar a atuação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Na última disputa para presidente, que elegeu Jair Bolsonaro em 2018, o estado estava sob intervenção militar.
Na primeira vez em que acompanharam a eleição no Rio, em 1994, o problema não envolvia a segurança pública. Com votos ainda computados em cédulas de papel, foi identificada a atuação de uma quadrilha de fraudadores que estaria atuando no estado, e os militares vieram para ajudar no combate a fraudes.
mixvale/montedo.com

5 respostas

  1. Ué! As eleições não são feitas pelas “forças desarmadas”?

    Pra quê empregar as Forças Armadas?

    Acredito que as forças desarmadas são autosuficientes para conduzir o processo na íntegra, sem o auxílio ou interferência de outras instituições…

    Na hora que o “pau vai cantar”, os arrogantes de toga (leia-se “semideuses”) sempre pedem arrego para as FA.

    Isso prova que todas as instituições merecem respeito pelo papel que desempenham.

    E antes que algum “sabichão jurídico” critique este comentário (sempre tem um), eu sei do papel constitucional do emprego das FA.

    Fica apenas o protesto contra o desdém para com os militares das FA.

  2. O senhor está, deveras, equivocado. A Justiça Eleitoral em momento algum questionou a participação no processo eleitoral, ao menos como entidade fiscalizadora como as outras (OAB, PF, Etc), o que se questionou seria a condução do processo em si, o que realmente se estava pretendendo, pelo menos o PR e o MD. Seja correto em sua análise e não tente tergiversar o que não foi dito. Para tanto, a própria justiça eleitoral destacou créditos as FFAA para ajuda no processo eleitoral, o qual salvo engano na monta de 120 milhões de reais. As FFAA podem ajudar na fiscalização e na logística das urnas nós diversos rincões do país e não conduzir substituindo a justiça eleitoral. Bons ventos!

    1. Quem realmente está equivocado não sou eu. Pode acreditar. Quando o Ministro Fachin falou as asneiras que disse, fez politicagem barata, papel que não lhe cabe como magistrado. A verdade que os engomadinhos de toga perceberam a cagada que fizeram ao incluir as FA nesse processo de fiscalização eleitoral. E outra coisa: antes de usar palavras bonitas como “tergiversar”, você buscar o significado delas…

      Como eu disse antes no meu comentário, sempre haverá “sabichão jurídico”, que muitas vezes não passa de uma rábula.

      1. Tergiversar – usar de subterfúgios, alterar a ordem das coisas e palavras, etc, … . Prezado senhor, quando uso o vernáculo nacional, o uso sabendo o que escrevo. Pois bem, não foi o Fachin quem convidou, foi o Barroso o responsável, se houve equívoco foi provocado pelo próprio executivo que lançou dúvidas e mais dúvidas sem provas quanto ao processo eleitoral, diante disso, sabendo porque o próprio EB não declinou do convite? Por conta disso, o executivo e o MD biônico, a época, viram ali a possibilidade de jogar seu veneno. Vamos nos informar, para argumentar detidamente sobre os fatos. Bons ventos!

        1. Acho que fui bem claro em dizer que o Poder Judiciário faz política em vez de se ater às questões jurídicas. Se foi ou não foi o Fachin (ou o Barroso etc) que convidou as FA para participar desse circo que está se armando, acredito que não muda o fato de serem soberbos os togados de sempre, a ponto de um deles declarar, desnecessariamente, que as eleições “se fazem” com as “forças desarmadas”.

          Quanto a duvidar, é natural do ser humano. As grandes descobertas científicas, tecnológicas etc, foram obtidas através da dúvida. Aquele que tudo sabe, nada mais precisa buscar…

          Se existem pessoas que questionam a lisura do processo eleitoral, mesmo sem provas, é porque o judiciário e a canhota brasileira tanto relutam em permitir qualquer análise externa ao TSE. Por que não abrir a caixa preta?

          Qual problema de auditar a nobre urna eletrônica? Que tanto medo é esse? Por que a relutância?
          O Brasil não para amadores! Se o sistema dessa urna fosse realmente infalível/impenetrável, como supõem algumas mentes desprovidas de neurônios, por que os donos de bancos; os atores da bolsa de valores etc, não usam esse milagroso sistema operacional invicto?

          Por fim, sobre o convite não declinado pelo EB, digo o seguinte: “louco não é quem pede; louco é quem concede”.

          Do jeito que o Estado brasileiro (Poder Público) está sendo mal conduzido por políticos pífios, analfabetos, criminosos, corruptos e aproveitadores, os generais se encorajaram a pegar sua fatia de poder nessa bagunça. A culpa é de quem?

          Não defendo os generais, não defendo políticos e não defendo juízes (sobretudo do STF).

          Defendo a liberdade, a paz e a democracia. E se a democracia está sob ataque, não é somente um dos “lados da moeda” que está promovendo as desconfianças…

          Te desejo os mesmos bons ventos…

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