Militares pedem a PT manutenção de reforma da Previdência e orçamento robusto

Lula: é provável que petista tenha sentido vontade de disputar o noticiário negativo com Bolsonaro. Conseguiu
Imagem: montagem sobre foto reprodução do Youtube

Oficiais que têm conversado com interlocutores de Lula também relatam desconforto com politização sob Bolsonaro

Juliana Braga
BRASÍLIA

Embora mantenham oficialmente o discurso de que militares não devem entrar no debate político, lideranças do PT têm intensificado a busca por pontes entre os oficiais com vistas a pavimentar um caminho tranquilo em um eventual governo petista.
Esses interlocutores colhem impressões e tentam tranquilizar as Forças Armadas afirmando que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende manter uma relação harmoniosa.
Recentemente, generais fizeram chegar à cúpula do partido as maiores preocupações hoje caso Lula seja eleito.
A primeira delas é manter os pontos principais da reforma da Previdência, que reestruturou parte da carreira militar. Aperfeiçoamentos são admitidos, mas manter o coração da reforma é considerado fundamental para as Forças, e a insistência do ex-presidente em defender a revogação de pontos aprovados é vista com apreensão.
A segunda é garantir um orçamento suficiente para manter os quartéis aparelhados e equipados e, principalmente, evitar que os principais projetos, como o submarino nuclear, fiquem defasados.
Por fim, esses oficiais pedem para ficarem de fora de discursos políticos. Em uma ala, há um desconforto muito grande toda vez que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fala em “meu Exército”, por exemplo, e usa a instituição como instrumento de barganha.
Nessas conversas, interlocutores de Lula lembram que a reforma dos militares foi aprovada com votos de parlamentares petistas e reconhecem os avanços em parte das mudanças.
Enfatizam também que o governo petista foi um dos que mais investiu em poderio militar, destacando a compra dos caças suecos e o próprio projeto do submarino nuclear.
Sobre manter os militares fora da política, há uma certa divisão. Um parlamentar que esteve com oficiais recentemente rebateu que hoje isso depende muito mais das Forças Armadas do que do presidente. A postura do ministro Paulo Sérgio Nogueira, sustentando o discurso conspiratório de Bolsonaro sobre as urnas, é citada como um exemplo ruim.
Um interlocutor próximo de Lula, no entanto, afirma que a avaliação do ex-presidente é de que Bolsonaro comete uma “crueldade” com os militares e que o objetivo do PT é “libertá-los do jugo das pressões políticas”.
A tônica da argumentação é que Lula, enquanto governou o país, dispensou um bom tratamento aos militares e deverá se manter assim. Nessas conversas, é feito um mea culpa do período da ex-presidente Dilma Rousseff, quando a relação desandou, especialmente após a criação da Comissão da Verdade.
Na cúpula do partido, a ordem é evitar escolher ministros antes de ganhar a eleição, mas há preferência por um nome civil para a Defesa, justamente para apartar essa função política dos fardados. Com frequência, o nome do senador Jaques Wagner (PT-BA) é lembrado, por já ter exercido a função. O núcleo da campanha, no entanto, afirma que Lula tem outros planos para ele.
Além disso, esses generais que mantêm diálogo com o PT desaconselharam uma ruptura tão brusca e sugeriram oficiais da reserva como uma forma de fazer uma transição. Um dos lembrados foi o general Enzo Peri, que comandou o Exército na gestão Dilma, conhece o partido e é respeitado internamente.
Painel(Folha)/montedo.com

15 respostas

  1. Os militares não possuem respaldo constitucional, infelizmente deixaram toda a sua situação jurídica em leis, portanto uma simples medida provisória ou um projeto de lei, podem perder todos os direitos, apenas os oficiais se preocuparam em sua situação jurídica constitucional.

  2. Ainda bem que já temos militares apaziguando toda essa lambança daquele louco na presidência…isso nos traz um conforto maior, evitando um estrago e consertando as arestas e feridas que bolsonaro tem causado à nós.

    1. Senhores, pelo visto, se realmente for verídica a informação, é porque estão vislumbrando a derrota do Bolsonaro. Acredito que outros setores estejam já se preparando para isso, após a reunião com os embaixadores ficou bem claro seu desespero, ao atacar mais uma vez as urnas sem ter prova alguma e só piorou sua imagem ante a opinião pública.

  3. Só lavagem cerebral. Comissão da Verdade não conta, caças e submarino pagos à prestação, etc. Então esses militares agora mantém uma conversa cabulosa?

  4. Uma mudança que poderia ser feita e é bastante razoável e interessante, seria a nomeação para o STM na cota de civis, de um ex-sargento aprovado para o concurso de juiz ou ministério publico para a função.

  5. senhor LuLadrão quando assumir a presidência não esqueça dos praças ,pesionistas , e o pessoal da reserva pois estamos passando uma situação financeira dificil, Bolsonaro só abril o cofre pra coronéis e generais.

  6. Vou votar para esse governo perder no primeiro turno.
    Vai ficar difícil ele conseguir melar, nessas circunstâncias, as eleições. Afinal, como ele vai explicar para os governadores, deputados e senadores que ganharam as eleições. Não vai colar.
    Agora, o prazer de ver Jaír, pastores, famiglia e Centrão naufragando será só um pequeno bônus na conta.
    Não dá para esquecer que ele não nos deu, após 4 anos de soldo congelado, um mísero 5%, e com a inflação comendo solta, só isso já justifica perder feio.

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