Justiça mantém prisão de militares da Marinha por morte de perito da Polícia Civil no Rio

Perito Renato Couto foi morto por militares da Marinha no Rio (Arquivo pessoal)

Perito papiloscopista Renato Couto, de 41 anos, foi capturado, em uma viatura da Marinha, após procurar o empresário Lourival Ferreira de Lima Arquivo Pessoal

O juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do II Tribunal do Júri, manteve a prisão preventiva de quatro homens – entre os quais dois sargentos e um cabo do 1º Distrito Naval – pela morte do papiloscopista Renato Couto, de 41 anos. O perito foi sequestrado pelo grupo, em uma viatura da Marinha, após procurar o pai de um deles para checar se materiais de uma obra tinham sido furtados por usuários de crack e levados para um ferro-velho, na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, as margens do Rio Guandu, na altura de Japeri, na Baixada Fluminense.
Na decisão, o magistrado pontuou que “a instrução criminal nem sequer começou, sendo indispensável que os depoimentos sejam revestidos da isenção de ânimo necessário ao relato verídico dos fatos, o que se colocará em risco com a liberdade dos acusados”.
“Analisei o pleito acostado pelas empenhadas Defesas e, inobstante respeite os argumentos tecidos, ousarei divergir por entender que os elementos elencados em nada desmerecem os pressupostos indicados na motivação da recentíssima decisão prolatada nos autos. Primeiramente verifico que a defesa não trouxe aos autos nenhum elemento novo, de sorte que o conteúdo mantido no édito segregatório em nada foi desmerecido”, escreveu Alexandre Abrahão no despacho.
Segundo as investigações da 18ª DP (Praça da Bandeira), no início de maio, Renato Couto teria conseguido recuperar parte dos objetos furtados em outro ferro-velho próximo ao Morro da Mangueira. Em seguida, ele encontrou uma esquadria de alumínio e outras peças da obra na loja de Lourival Ferreira de Lima, pai do militar Bruno Santos de Lima. Após uma discussão, o empresário prometeu que devolveria o valor do restante dos produtos receptados e ligou para o filho, supervisor do Setor de Transportes do 1º Distrito Naval.
Ao chegar no local com uma Fiat Ducato da Marinha, no fim da tarde de sexta-feira, Bruno deu uma mata-leão e efetuou disparos contra policial civil e o jogou no carro. Ele estava acompanhado dos militares Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta. Por volta de 17h, após serem acionados por transeuntes, policiais militares do 6º BPM (Tijuca) estiveram na 18ª DP para registrar que um homem foi baleado e colocado em uma van, na Avenida Radial Oeste.
Ainda segundo as investigações, a viatura descaracterizada, com os três militares e Renato Couto, seguiu para a Baixada Fluminense, pelo Arco Metropolitano. No carro, o policial civil levou pelo menos mais um tiro na barriga. Após jogarem o corpo dele no Rio Guandu, eles pararam em um lava-jato, em Nova Iguaçu, e limparam o veículo com cloro também dentro do quartel da Marinha, na Praça Mauá.
Uma perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no entanto, identificou resíduos de sangue dentro da viatura e ainda na mureta próxima ao Rio Guandu. Levados para a delegacia, Bruno Santos de Lima, Lourival Ferreira de Lima, Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta foram reconhecidos por testemunhas, confessaram o crime e foram presos em flagrante por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
EXTRA/montedo.com

5 respostas

    1. Sei não, a vítima agrediu um ancião várias vezes, física e psicologicamente, tudo o que aconteceu deverá ser considerado no processo.

      1. Um ancião que possuía um ferro velho lotado de objetos frutos de ilícito penal. Quando e bandido alheio você defende dar pau em bandido, agora nesse chamado “ancião” nao pode. Pare com essa demagogia.

        1. Muita calma nessa hora rapaz, só disse que tudo o que ocorreu deve ser levado em consideração, pois houve erros por parte de ambas as partes, basta assistir os vídeos.

          1. Claro, se fosse em um outro contexto. Nesse aí nem em sonho. Até poderia rolar uma condenação por homicídio privilegiado qualificado, mas nesse caso aí era outra coisa. Emboscaram com papo furado de devolver para ocultar crime anterior.

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