Incentivados por Bolsonaro, militares vão reforçar exposição do TSE e suposta fragilidade das urnas

TSE

Em novo ofício, pasta pedirá mudanças em testes públicos e de integridade dos votos e incentivar auditoria externa dos partidos

Felipe Frazão
As Forças Armadas vão pressionar novamente a Justiça Eleitoral. O Ministério da Defesa planeja remeter novo ofício cobrando respostas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a três questionamentos sobre a segurança do sistema de votação. A ação corrobora o que prega o comitê de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). Atrás em pesquisas de intenção de voto a menos de 90 dias da eleição, Bolsonaro promove uma campanha de suspeição das urnas eletrônicas.
As Forças Armadas querem insistir, principalmente, numa reunião específica entre militares do Comando de Defesa Cibernética e técnicos civis da Justiça Eleitoral. O objetivo, segundo generais, seria discutir alguns critérios adotados pela Corte e a ampliação dos testes públicos de segurança, que devem incluir um novo modelo de urna a ser usado pela primeira vez em 2022. Mudanças no teste de integridade das urnas, e incentivo a auditoria externa feita por partidos, como pretende o PL.
“Não há sistema que não mereça aperfeiçoamento”, disse o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, nesta quarta-feira, 6, em comissão na Câmara. Os militares descartaram a ideia adotada pela Polícia Federal, de programar um software próprio para auditar a contagem de votos. Mas já desenham planos para que se engajem na fiscalização de cada etapa do processo.
Segundo o general, as Forças Armadas “estavam quietinhas no seu canto” e foram convidadas a participar pela Corte, para garantir um processo transparente, seguro e com melhores condições de auditoria. “Tenho tentado em várias oportunidades, para que possamos sentar à mesa, conversar, conhecer melhor. Não tenho tido êxito”, queixou-se o general. “O sistema está na mão do TSE, que vai decidir o que vai ou não acatar.”
“Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente rumo a um golpe de Estado”, rebateu o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, em mensagem ao general no Twitter.
Nesta quinta-feira, em live, Bolsonaro voltou a insistir que houve fraude em eleições anteriores, o que nunca foi provado. Ele disse que vai convocar embaixadores estrangeiros em Brasília para falar sobre episódios de 2014, 2018 e 2020. O TSE convidou observadores estrangeiros para acompanhar as eleições de outubro, a contragosto do Palácio do Planalto.
O presidente do TSE, Edson Fachin, disse que todas as entidades integrantes da comissão devem ter as mesmas oportunidades de se manifestar. Essa resposta foi entendida na caserna como uma negativa da Justiça Eleitoral ao último pedido de reunião técnica.
A constante troca de ofícios entre Defesa e TSE não é mera formalidade. Os representantes de mais alto nível das duas instituições não se falam por telefone nem se reúnem pessoalmente. Para os militares, que se queixaram de desprestígio, Fachin se isolou.
O tom dos últimos discursos das Forças Armadas e do TSE foi dissonante. Na quarta-feira, enquanto o ministro da Defesa negava na Câmara dos Deputados preocupação com um levante bolsonarista similar à invasão do Capitólio dos Estados Unidos, protagonizada por militantes trumpistas, o presidente da Corte afirmava, em Washington, que um distúrbio similar poderia ser ainda pior em Brasília. “Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do 6 de janeiro daqui, do Capitólio”, afirmou Fachin.
Também durante a live da quinta-feira, Bolsonaro disse que seus apoiadores “já sabem o que fazer”, porque, segundo ele, o TSE vai desconsiderar eventual auditoria da Defesa. “O senhor Fachin declarou que auditoria não serve para mudar resultado das eleições. Ou seja, auditoria para quê? Se o Comando de Defesa Cibernética detectar fraude não vai valer de nada esse trabalho. Não preciso aqui dizer o que estou pensando, o que você está pensando. Você sabe o que está em jogo e sabe como deve se preparar, não para um novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, declarou o presidente. / COLABOROU WESLLEY GALZO
ESTADÃO/montedo.com

17 respostas

  1. Sou voluntário a ficar a pé de galo em uma seção eleitoral nas eleições de outubro de 2022.
    Obs: Com recursos próprios.
    Boca de sabão

  2. O problema é que, alguns militares, acham que o TSE é igual quartel, mas só que não.
    Justiça Eleitoral tem as suas regras eleitorais muito bem estabelecidas, as dúvidas mais recentes são sanadas por resoluções eleitorais.
    Não adianta achar que vai chegar em um local de votação ou no TSE e fazer o que quer. Não vão, na verdade vão ser apenas observadores, em resumo, vão poder assistir, os adultos trabalharem.

    1. Sgt QE Advogado OAB/PR no 8 de julho de 2022 a partir do 09:14

      Vejo seus comentários em diversos posts deste blog e percebo um rancor grande que vc tem com as FA. Uma pessoa extremamente tóxica!
      A forma que vc comenta parece que nunca sequer foi militar. Se foi Sgt e hoje está na reserva dê graças a Deus a oportunidade que teve, pois o sol brilhou para você num lugar onde inúmeros queriam estar nesta condição e tenho certeza que muitos não falariam com tamanho desprezo de uma instituição que encheu e enche sua barriga a anos.
      Seja mais grato! Se vc tem este rancor todo da instituição, lembre-se que todas elas são formadas por pessoas da sociedade.
      Quando você aceitou os seus engajamentos até a estabilidade sabia da regra do jogo e ninguém lhe obrigou a ficar na força que o acolheu por anos sem ter prestado concurso público para ingresso.
      Se fez uma faculdade dê graças a Deus também, pq muitas pessoas no país não chegam a ganhar nem um salário mínimo em virtude de inúmeros descontos em folha.
      Seus comentários só destilam rancor e mágoas com o EB. Se estava tão ruim, pq não pediu para ir embora?
      Aprenda a ser mais grato! Se gostasse tanto da vida civil e das instituições públicas deste segmento teria realizado um concurso para algumas delas e não está por aqui vomitando mágoas e frustrações. Arrego!

      1. Não tenho rancor das FAs. O que eu abomino, e é por isso que fiz direito, é ver as FAs quererem se meter no que não sabe. Digo com propriedade, pois sou Especialista em Direito Eleitoral e vejo as FAs querendo se meter em um campo que não é o seu. E por isso acaba enganando um bando de desavisados que acham que sim as FAs tem que fazer parte do processo eleitoral, quando não há previsão legal para isso. Esse é o primeiro ponto.
        No que tange estar na reserva fiz por onde. Esse é o segundo ponto.
        No que diz ao fato de não ter realizado concurso público, a verdade é que só fiquei porque as FAs tinham interesse na minha força de trabalho, logo houve uma troca justa. Por que fiquei é de cunho pessoal, mas garanto que atendeu aos meus objetivos. Esse é o terceiro ponto.
        Sim, fiz uma universidade pública e três especializações antes de passar para reserva. Tudo dentro do meu planejamento pessoal. Esse é o quarto ponto.
        Sempre fui e sou grato as FAs e não é um qualquer que irá dizer o contrário, mas ao mesmo tempo sempre fui combatido, até porque o curso de direito e a especificação em direito militar me fez ser um ferrenho defensor da hierarquia e disciplina, princípios basilares das FAs, mas que, infelizmente, a maioria dos militares não sabem se quer conceitua-las. Esse é o quinto ponto.
        Se soubessem o conceito de Disciplina, na sua essência, as FAs diriam que não podem fazer parte do processo eleitoral por não haver previsão legal. Esse é o sexto ponto.
        Para finalizar, sempre irei fazer defesa, juridicamente embasada, contra qualquer instituição que desrespeitar o direito, pois faz parte da minha atividade como advogado. FAs são passíveis de erro e quando errarem vou estar aqui ou em qualquer lugar expressando a minha opinião de acordo com o inciso IV, do ART. 5° da CF/88. É um direito assegurado a todos nós.

        1. Sgt QE Advogado OAB/PR no 8 de julho de 2022 a partir do 15:12

          Falou, falou, falou e não disse nada. Continua sendo ingrato, prepotente e arrogante.
          Entenda que suas críticas e frustrações neste blog não mudarão o planejamento dos órgãos públicos ao tocante as eleições, ou seja, se as FA forem convocadas para fiscalização assim ocorrerá, independente de sua opinião crítica sobre o caso. Lamento informar que nada mudará por isto e vc só terá dois trabalhos, ou seja, um será aceitar ou então se lamentar.
          Toda hora tu coloca no comentário que é formado em direito e blá blá blá, pois bem meu caro o que mais existe no país são advogados, ou seja, em casa esquina tem uns 100, inclusive pós graduados e mestrados.
          Largue esta soberba e este rancor.

      2. O EB tem suas deficiências, principalmente nas legislações existentes que muitos teimam em não enxergar, tem erros históricos que muitos chamam como tradição.

        O certo é que os militares devem se preocupar com suas missões constitucionais, o comandante supremo das Forças Armadas é um temporário, todo cuidado é pouco.

  3. Que bom que está próximo o dia da eleição, termina essa lenga-lenga, acaba essa polêmica injustificada e todos voltarão a cuidar dos seus afazeres.

    1. FRAGILIDADE DAS UENAS? A Sputnik dos soviéticos também era frágil, rsssss, quem se deu bem foi a Apollo 11, dos americanos. Chifre em cabeça de cavalo? Há pessoas que dizem ter visto.

    2. Eu até tenho dúvidas, mas não das urnas e sim de seu pensamento. Chamem os EBEs.

  4. Ou mete o pé na porta agora e previne o roubo ou os bandidos vão levar o sufrágio na malandragem. São ousados e não retroagem em fazer o mal, além do apoio internacional para surrupiar as nossas riquezas.

  5. Enquanto as FA se preocupam com eleições que por sinal nem é sua função, as fronteiras brasileiras seguem sem patrulhamento!

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