Deputados dos EUA pedem apuração sobre questionamentos de militares às eleições no Brasil

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RAFAEL BALAGO
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Uma emenda apresentada ao NDAA, o Orçamento anual de Defesa dos Estados Unidos, pede que o governo americano investigue se as Forças Armadas do Brasil estão interferindo nas eleições.
“Em até 30 dias após a promulgação desta lei, o Secretário de Estado deve submeter um relatório ao Congresso sobre todas as ações tomadas pelas Forças Armadas do Brasil em relação às eleições presidenciais do país, marcadas para outubro de 2022”, prevê a emenda 893, incluída na proposta de lei orçamentária para o ano fiscal de 2023, finalizada nesta semana.
O documento cita pontos a serem investigados: interferência na contagem de votos, manipulação para tentar reverter o resultado e participação em campanhas de desinformação para questionar o sistema eleitoral e os resultados por meio de protestos, redes sociais ou outros meios de comunicação.
Caso alguns desses pontos sejam constatados, o Brasil poderia ser enquadrado na Seção 7.008, que prevê o fim da assistência de segurança dos EUA a países em que haja golpe de Estado ou ataques de militares à democracia, o que poderia colocar em risco a condição do Brasil de aliado extra-Otan, obtida em 2019.
A posição faz do Brasil um parceiro militar preferencial, com acesso facilitado à compra de equipamento militar, alguns a preço de custo, além de cooperação para treinamento e pesquisas de novas tecnologias.
A emenda 893 foi proposta pelo deputado democrata Tom Malinowski, de Nova Jersey, junto com os também democratas Albio Sires (Nova Jersey), Joaquín Castro (Texas), Susan Wild (Pensilvânia), Ilhan Omar (Minnessota) e Hank Johnson (Geórgia). A proposta, assim como o Orçamento de Defesa, precisa ser aprovada pelo Congresso, num processo a ser concluído até outubro, quando começa o ano fiscal.
Militares brasileiros passaram a questionar o sistema eleitoral em 2021. Em agosto, Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE, convidou as Forças Armadas a participar da Comissão de Transparência das Eleições, que também reúne representantes do Congresso, da Polícia Federal e de outras entidades.
Nesta comissão, os militares fizeram 88 questionamentos ao sistema de votação, além de sugestões de mudanças nas regras do pleito. Quase todas as propostas foram rejeitadas pelo TSE. Em alguns casos, técnicos do tribunal apontaram erros de cálculos e confusões de conceitos na análise dos militares.
Os questionamentos feitos pelos militares são usados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para reforçar dúvidas sobre o sistema eleitoral brasileiro, algo que ele fez diversas vezes ao longo do mandato. Bolsonaro disputa a reeleição, e esses questionamentos podem ser usados como razão para não aceitar uma derrota nas urnas, repetindo uma tática usada pelo ex-presidente Donald Trump nos EUA, em 2020.
O republicano se recusou a reconhecer o resultado, pressionou autoridades a mudar números e incitou uma turba a defendê-lo. Seus apoiadores invadiram o Congresso em janeiro de 2021 para tentar impedir a confirmação da vitória do presidente Joe Biden. A ação é investigada pelo FBI e por uma comissão do Congresso.
“A atenção dos democratas, inclusive daqueles mais conservadores, vem de uma preocupação real que o que passou nos Estados Unidos se repita no Brasil com uma tentativa de golpe. Eles entendem que o risco existe e não querem que os EUA estejam por trás disso”, avalia Juliana Moraes, conselheira de relações institucionais do Washington Brazil Office, entidade que pesquisa a relação entre os dois países.
yahoo!notícias/montedo.com

10 respostas

  1. Ontem dois acontecimentos interessantes: 1) ex-presidente do STF Joaquim Barbosa deu um pito e uma aula histórica ao Ministro da Defesa sobre intenções e ações possíveis golpistas. 2) logo após daí essa notícia de que nós EUA corre um legislação sobre intromissão de forças armadas em pleito eleitoral. Pois bem, os recados foram dados, agora somente trouxa vai cair nas falas estrombólicas de um maluco.

  2. É, Senhores, Tio Sam punho de ferro se manifestando, não poderia ser diferente, estamos situados na América, corremos o risco de severas sanções, fica a esperança que tudo transcorra na maior normalidade, como todas as eleições passadas em que a urna eletrônica foi utilizada e nada de irregular foi constatado. Não há espaço para qualquer agitação ou violência.

  3. Todo mundo está vendo que o problema das eleições no Brasil, este ano, não está na justiça Eleitoral, pois a justiça Eleitoral comanda, brilhantemente, as eleições desde 1932. São 90 anos de um trabalho nunca antes contestado e, principalmente, respeitado pelas democracias mais sólidas do mundo.
    O problema das eleições, este ano, é externo a justiça Eleitoral, pois existe um grupo de detraques que querem e acham que vão ganhar as eleições no grito. Não, não vão.

  4. Os esquerdistas, corruptos e incompetentes nos EUA, se chamam de “democratas”, querem interferir, se for verdade, nas eleições brasileiras. Logo essa cambada que protagonizou a mais FRAUDULENTA e ROUBADA eleição da história americana, em 2020. Com mais de 100.000 pessoas já falecidas votando e outras sujeiras. O voto lá não necessita de identidade, nem conferência de assinaturas, além do voto pelo correio. Um convitaço à FRAUDE. Uma banana e dois ovos pra eles!

    1. Você está defendendo o velho asqueroso chamado Trump, que está enfrentando processo e poderá ser preso, esses 100 mil que você fala, votaram sim, mas quando eram vivos, kkkkkkkkk.

    2. Lá vota-se até pela internet, não é? País de comunistas, conseguiram enganar até Stalin. Sai do mundo da lua.

  5. É muita ingenuidade não querer admitir que essas tais urnas eletrônicas e todo o nosso processo eleitoral são violáveis e fraudáveis. Ora, convenhamos, se Hackers já conseguiram entrar nos computadores da NASA e do PENTÁGONO americano, porque não seriam capazes de fazer o mesmo aqui no Brasil? Vejo o nosso atual sistema eleitoral, tão confiável como uma nota de quinze reais, haja vista o que ocorreu nas eleições presidenciais de 2014 e 2018. Se de fato houvesse a tão decantada credibilidade apregoada pelo TSE, os países mais adiantados do mundo já o teriam adotado mas, somente três países no mundo inteiro ( incluindo o Brasil ) ainda mantém esse tipo de votação através dessas famigeradas e nada confiáveis urnas eletrônicas, onde não existe a possibilidade de recontagem ou da auditagem dos votos em caso de suspeição de fraudes,

    1. Se for assim tudo pode ser fraudável cara pálida, só não será fraudável, se o seu candidato ganhar. Sai para lá, isso já tá dando doença. Alô FUSEX, aumenta a quantidade de vagas em sua unidade de saúde mental.

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