Mourão sobre Pedro Guimarães: “Na parte moral, falhou. E falhou feio”

(crédito: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O vice-presidente ainda ressaltou sua experiência militar, pontuando que o assédio, a qualquer subordinado que seja, é inadmissível

Mariana Costa
Mourão (Republicanos) é o primeiro do alto escalão do governo Jair Bolsonaro (PL) a se comentar o caso de assédio envolvendo o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães. O vice-presidente da República condenou a conduta do economista.
“Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom, e a Caixa avançou bastante ao longo desses anos, mas, lamentavelmente, falhou nessa parte moral. E falhou feio”, disse Mourão, na chegada ao Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (1º/7).
O general ainda ressaltou sua experiência militar, ao pontuar que o assédio, a qualquer subordinado que seja, é inadmissível. E assinalou que a nomeação de Daniella Marques para o lugar de Guimarães é uma resposta “muito eficaz”.“Eu sou militar. [Estou há] 46 anos dentro das Forças Armadas, que é onde a gente atua dentro de honra, lealdade integridade e probidade. Então, qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é uma das piores coisas que pode acontecer. Isso não concordo em hipótese alguma. Ao longo da minha vida, se algum subordinado não estava atuando bem, eu sempre o chamei e procurei corrigir, e nunca assediá-lo. […]”, disse Mourão.
O vice-presidente ainda saiu em defesa do mandatário do país, Jair Bolsonaro, quanto à omissão de demitir o ex-presidente da estatal imediatamente. Para Mourão, o chefe do Executivo nacional não deve ter se contentado com a argumentação de Guimarães e pediu para que ele mesmo se demitisse, como ocorreu.
“Quando você recebe qualquer denúncia, você primeiro chama a pessoa, conversa com ela, ouve o lado dela. É o famoso ‘contraditório e ampla defesa’. A partir do momento que eu acho que as justificativas que o Pedro deu ao presidente não foram aquelas que ele julgava pertinentes, o presidente deve ter dito pra ele: ‘por favor, peça pra sair’. Acho que foi isso que aconteceu”, sugeriu Mourão.
“Não é simples você trabalhar com pessoas, você tem que saber quais são os limites, principalmente quando você é chefe, né. Até onde você pode ter determinado relacionamento ou relação com seus subordinados, seja ele homem ou mulher. Então isso é uma questão de bom senso. Hoje, todas as empresas têm um decálogo em relação a esse comportamento que as pessoas têm de ter. Então, acho que é um episódio só, nada mais que isso”, finalizou.

Demissão de Pedro Guimarães
A demissão de Guimarães ocorreu um dia após a coluna do jornalista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o agora ex-presidente da Caixa é acusado por um grupo de funcionárias do banco de assédio sexual (leia mais abaixo). O caso é investigado, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal.
Após a situação se tornar pública, Guimarães conversou ao menos duas vezes com Bolsonaro. Uma na noite de terça-feira (28/6), no Palácio da Alvorada, e outra na manhã de quarta-feira (29/6), no Palácio do Planalto.
Guimarães então escreveu uma carta na qual negava as denúncias, ressaltando conquistas durante sua gestão. Pontuou ainda que preza pela “garantia da igualdade de gêneros” e pela “liderança feminina em todos os níveis da empresa”.
Ele estava à frente do banco desde o início do governo Bolsonaro, em 2019. Depois da divulgação do caso, a presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministra Ana Arraes, também determinou que a corte fiscalize os mecanismos de “prevenção e combate” ao assédio existente na Caixa Econômica Federal.
METRÓPOLES/montedo.com

10 respostas

    1. Quando uma pessoa falha em sua moral dentro da instituição em que trabalha, utilizando de seu poder para causar o mal a seus subordinados, isso não é falta moral, e sim crime e improbidade administrativa. Não fez excelente trabalho, até porque o trabalho também inclui os subordinados. Quer dizer que um comte pode fazer o que quiser com os seus subordinados para ser reconhecido ou ter a OM reconhecida? É a mesma coisa.

  1. Tem o vídeo da conversa? Se não tem nem dá para fazer um juízo. Prejulgar, condenar e sentenciar tem sido comum, além da ficção e narrativas rocambolescas de nossa imprensa devoradora de dinheiro publico. Se Mourão disse o que a mídia diz que ele disse, sem esperar as investigações, desde dezembro de 2020, pode ser que estejamos diante do famosíssimo “pega ladrão” berrado pelo ladrão. Vamos aguardar! Afinal, muitos desses acusadores devem ter participado dos rombos financeiros na CAIXA e os processos estavam chegando neles ou em seus chefes.

  2. Revista Sociedade Militar / 02-07-22: Evento na OAB discutiu a reestruturação das carreiras dos militares. Na visão de alguns advogados a nova lei foi DANOSA para parte da categoria.

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