A pedido, general Villas Bôas deixa cargo de assessor no governo

General Villas Bôas chega para inauguração do instituto que leva o nome dele, em Brasília — Foto: Nicole Angel/ G1

Ex-comandante do Exército assumiu função de assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em janeiro de 2019. Exoneração foi publicada em edição extra do ‘Diário Oficial da União’.

Por g1 — Brasília
O “Diário Oficial da União” publicou nesta terça-feira (21), em edição extra, a exoneração, a pedido, do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas do cargo de assessor Especial do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Augusto Heleno.
O GSI tem status de ministério e funciona no Palácio do Planalto. O gabinete responde pela coordenação da área de inteligência do governo, ao qual está subordinada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A estrutura ainda comanda a segurança pessoal do presidente da República.
General de exército (quatro estrelas), Villas Bôas foi escolhido, em 2015, pela então presidente Dilma Rousseff para assumir o comando do exército. O general permaneceu no cargo por quatro anos.
Em janeiro de 2019, o militar deixou o cargo, na ocasião, Villas Bôas disse, em uma rede social, que trabalharia no GSI a convite do presidente Jair Bolsonaro.
“Gostaria de externar a minha felicidade por receber uma missão do PR @jairbolsonaro ao ser convidado para integrar o Gabinete de Segurança Institucional, no qual poderei continuar contribuindo para o desenvolvimento da nossa Pátria”, escreveu o general à época.
Dias depois, Villas Bôas assumiu o cargo de assessor especial na equipe de Augusto Heleno, que também é general da reserva do Exército.

Villas Bôas e o Supremo
Em abril de 2018, Villas Bôas provocou polêmica por comentários feitos no Twitter na véspera de o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar um habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem citar o caso, ele fez comentários em “repúdio à impunidade”.
“Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”, disse na primeira mensagem.
“O Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais. Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, encerrou.
Na ocasião, a declaração foi vista como uma pressão sobre os ministros do Supremo. O então decano da Corte, ministro Celso de Mello, deu, durante o julgamento do habeas corpus, a resposta a Villas Bôas.
“O respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa o limite intransponível a que se deve submeter os agentes do Estado, quaisquer que sejam os estamentos a que eles pertencem.”, disse Celso de Mello à época.
Quase três anos depois, Villas Bôas — no livro “General Villas Bôas: conversa com o comandante” (escrito pelo pesquisador Celso Castro, da Fundação Getúlio Vargas) — contou que o texto teve um “rascunho” laborado pelo seu staff e por integrantes do alto comando residentes em Brasília e que foi analisado por comandantes militares de área.
O ministro Edson Fachin, relator do pedido de liberdade do ex-presidente, divulgou uma nota ao saber sobre elaboração do “rascunho” da publicação divulgada por Villas Bôas.
Na ocasião, o ministro afirmou “ser intolerável e inaceitável qualquer forma ou modo de pressão injurídica sobre o Poder Judiciário. A declaração de tal intuito, se confirmado, é gravíssima e atenta contra a ordem constitucional. E ao Supremo Tribunal Federal compete a guarda da Constituição”.

Instituto
O ex-comandante do Exército sofre de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neuromotora de caráter degenerativo.
Em dezembro de 2019, ele inaugurou um instituto Instituto General Villas Bôas (IGVB) que possui o objetivo de preservar a memória do militar durante o período no Exército e apoiar pessoas com doenças raras, crônicas e com deficiência.
g1/montedo.com

19 respostas

  1. Herói nacional, não roubaram as eleições de bolsonaro, que ganhou no 1. Turno por conta dele. Missão cumprida grande líder militar.

    1. Primeiro: houve erro do corretor e foi corrigi após a postagem, como se pode notar. Segundo: assim está escrito: “Em dezembro de 2019, ele inaugurou um instituto Instituto General Villas Bôas (IGVB) que possui o objetivo de preservar a memória do militar durante o período no Exército…” Entre o site do instituto e no estatuto de criação e verá o que falei, fotos e mais fotos dele. Se recebe subvenção, deve ser impessoal, ter uma foto apenas contando a história.. Sendo assim, melhor defender outra ideia.

  2. Alguém tem que fiscalizar esse instituto de culto a sua alto imagem, a fim de ver se tem subvenção governamental, pois em nada de relevante tem a contribuir para ações sociais, dignas do terceiro setor.

    1. “Alto imagem?” Cuidar de pessoas doentes, com doenças raras, na tua concepção não é uma ação social e não merece subvenção e apoio estatal?

      1. Primeiro: houve erro do corretor e foi corrigi após a postagem, como se pode notar. Segundo: assim está escrito: “Em dezembro de 2019, ele inaugurou um instituto Instituto General Villas Bôas (IGVB) que possui o objetivo de preservar a memória do militar durante o período no Exército…” Entre o site do instituto e no estatuto de criação e verá o que falei, fotos e mais fotos dele. Se recebe subvenção, deve ser impessoal, ter uma foto apenas contando a história.. Sendo assim, melhor defender outra ideia.

        1. …. Ainda tem mais a emissão do programa: “O “Projeto de Nação – o Brasil em 2035 “. O que tem a ver a auto promoção ou emissão desse projeto com a doença? Se quer se auto promover, crie um museu e pague do próprio bolso, simples assim.

  3. Todos!

    Sim, todos os estrelados que idealizaram ou apoiaram esse grande governo do mito conseguiram uma boquinha.

    Está certo!!! Foram muito bem pagos!

  4. A exigência de higidez física e mental foi feita pra preservar as pessoas e sua imagem.

    Labutar 40 anos na ativa do EB e ficar estigmatizado por uma doença terrível é difícil aceitar. Sabemos disso, mas família tem ou deve ter uma função protetora inclusive a histórica e biográfica.

    Cadê a família ?

    Direito a dignidade no tratamento e condução da busca de formas de superar e motivar o paciente é bem vindo.

    Faz bem o general ao se afastar do mundo político.

    Desejo melhoras ao general Vilas Boas.

    1. Não existe opção…. pessoas de bem necessitam optar pelo Mito. Porém não podemos ser igual a petezada que acredita que Lula é honesto. Bolsonaro deixou muito a desejar nesse seu primeiro governo. Espero que corrija no segundo mandato se eleito for. Senão “salve-se quem poder”.

  5. Um jornalista na semana passada enviou ofício ao GSI para saber como era o expediente do general que recebia um DAS no valor de 13 mil reais e previa 40 horas de trabalhos semanais. Como não tinham como comprovar que o general estava trabalhando 40 horas semanais, foi aconselhado a pedir exoneração, pois a imprensa iria fazer matéria a respeito.

    1. Resta ainda investigar o seu dito instituto o qual não mostra quase nada sobre assistência social de sua doença e sim campanha de auto imagem, política e emissão de notas e divulgação de coisas estranhas ao Estatuto de criação. Dúvidas? Vai no site.

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