Em nova resposta ao TSE, Defesa diz que se sente desprestigiada e cobra auditoria e testes de urnas

Ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados

Bela Megale
O Ministério da Defesa enviou, nesta sexta-feira, um documento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com novas considerações sobre as urnas eletrônicas. Na tréplica, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirma claramente que os militares não se sentem “prestigiados” pelo TSE e cobra medidas para eliminar “divergências”.
“Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições)”, afirma Nogueira.
Um dos principais apontamentos incluídos na tréplica é que cerca de 39% das urnas que serão usadas em outubro — 224.999 das 577.125 urnas — não teriam sido submetidas a um teste público de segurança. A Defesa cobra a realização desse processo, referindo-se a um modelo específico de urna (UE2020).
Outro pedido diz respeito à recomendação para que o TSE incentive a contratação de auditorias externas pelos partidos políticos de todo processo eleitoral. A proposta vai na linha do que defende o presidente Bolsonaro, que tem contestado e atacado o sistema eleitoral do Brasil e a segurança das urnas. Nesta semana, o PL contratou a empresa que fará esse procedimento. O TSE já deixou claro que qualquer partido pode fazer sua auditoria.
“As Forças Armadas consideram que ainda há propostas tidas como essenciais para o aprimoramento do processo eleitoral em curso, cabendo destacar ser viável e fundamental realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições da votação, inclusive com a utilização da biometria do próprio eleitor da urna em teste; implementar, ainda para o pleito de 2022, o TPS das urnas UE2020”, diz a Defesa no ofício. Em maio o presidente do TSE, Edson Fachin, informou em respostas à pasta que o prazo prazo para mudanças do pleito deste ano está acerrado.
O ministro afirma que “a proposta das Forças Armadas para incentivar-se a realização de auditoria por outras entidades, principalmente por partidos políticos, é essencial para se conferir maior transparência e segurança ao processo eleitoral e está alinhada com a legislação eleitoral”. Segundo Nogueira, a atuação de uma “empresa especializada de auditoria, contratada por partido político, nos termos da lei eleitoral, completaria um rol de medidas aptas a aumentar a transparência do processo”.
Outra colocação feita pela Defesa procura rebater críticas do TSE, que desqualificavam os questionamentos técnicos apresentados pelos militares sobre a segurança do sistema. O ministro afirma que “as Forças Armadas elaboraram propostas plausíveis, em vários níveis, desde o técnico até o de governança”.
Para marcar posição, Nogueira sustenta os questionamentos enviados à corte estavam calcados em “premissas disponíveis no momento do estudo e em elementos estimados” naquela ocasião, que pudessem levar a “alguma contribuição para os trabalhos dos técnicos do TSE”. O ministro diz ainda que essa discussão é “de caráter técnico e metodológico e não (se trata) de um equívoco, como citado nas respostas técnicas do TSE”.
Segundo o ministro, resoluções sobre o assunto foram sendo alteradas pelo TSE no decorrer do tempo, alterando premissas e parâmetros que mexeram com os dados disponibilizados às Forças Armadas. “As divergências que ainda persistam podem ser dirimidas com a pretendida discussão entre as equipes técnicas”, diz Nogueira, acrescentando que, por se tratar de uma eleição eletrônica, os meios de fiscalização devem se atualizar continuamente, exigindo pessoal especializado em segurança cibernética e de dados. “Não basta, portanto, a participação de “observadores visuais”, nacionais e estrangeiros, do processo eleitoral.”
Com diversos trechos em negrito, como forma de destacar as principais mensagens do documento, a Defesa conclui o ofício com a afirmação de que não interessa a todos “concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores”.
O Globo/montedo.com

13 respostas

  1. Só está seguindo o roteiro do chefe. Aqui mesmo no blog tem o pq o Gen Fernando Azevedo pediu o boné do comando do MD.
    Esse aí não pede pra sair pra não perder a boquinha de acumular remuneração de gen da reserva com de ministro de estado.
    Não é e nunca foi pelo Brasil, mas é por dinheiro.

  2. Defesa, melhor, Braga Netto e seu poste:
    …”não interessa a todos “concluir o pleito eleitoral sob a sombra da desconfiança dos eleitores”.”.
    Mesmo que o TSE esclareça a contendo todas as novas e antigas considerações sobre as urnas eletrônicas, a Defesa reiterará, exaustivamente, a retórica, essa narrativa que:
    – o TSE não dirimiu minimamente as desconfianças das Forças Armadas sobre a segurança digital das urnas eletrônicas.
    – e possíveis processos obscuros na Sala Secreta do TSE.
    “FA vs Sala Escura do TSE”.
    Ou seja, perdendo as eleições, o discurso será:
    – as FA sempre foram “desprestigiadas” pelo TSE.
    – e o TSE não indicou, satisfatoriamente, medidas para eliminar “divergências”.
    Resumindo,
    O TSE forçou-me sacar minha Pistola calibre ‘142’.
    Defesa (Braga Netto/Bolsonaro) e suas Pistolas calibre ‘142’.
    Não passarão!

  3. Senhor ministro da defesa, me permita, mas a Defesa como um todo está desprestigiada desde o início do governo de Bolsonaro 1:71, o tal Mito, Falso Meçias, perante toda a opinião pública brasileira. As FFAA foram dia a dia desmoralizadas e humilhadas pelo vingativo capitão expulso do EB. Esse ex militar indisciplinado vem humilhando seus capachos generais desde o seu primeiro dia de governo de ódio. Nomeando é substituindo generais ao seu bel prazer, proporcionando a opinião pública a maior humilhação militar de todos os tempos quando em decisão monocromática defenestrou o ministro da defesa e todos os três comandantes da marinha, exército e aeronáutica de uma só vez, po4 não concordarem com sua maneira ditatorial de governar o país. Portanto Senhor ministro, não será o STE que vai tirar o prestígio dessa instituição. O estrago já foi feito.

  4. Se não botar pressão, vão roubar as eleições e colocar o luladrão de volta a cena do crime. Bora pra cima, coragem moral para cima dos comunistas bandidos que querem roubar nossa liberdade. Somos homens e não ratos, a sociedade está cobrando atitudes.

  5. “Concurso das Eleições 2022”.
    Questão 01)
    Em quantas partes partes se divide o cérebro de um Praça?
    Resposta: depende da pancada.
    No caso específico desse gov militar, foram duas:
    – a maravilhosa Reestruturação/2019, e
    – os “breves” interstícios/2021.
    Correto, desprestigiado ministro da Defesa.

    E como se perde tempo com campanhas eleitoreiras.
    E este senhor está na ativa.

  6. Ou atua agora ou será tarde demais, a ousadia dos homens de bem, tem que ser na mesma medida da ousadia dos ordinários, pois o mal nunca retroage! Força e honra!

  7. Que vergonha, ministro biônico. Não tem a menor independência ou competência para exercer o cargo, o pior como é de livre nomeação e demissão tá tentando se manter no cargo fazendo essas inúmeras sandices e peripécias para agradar o picadeiro.

  8. Deixem as FFAA fora disso por favor.
    Nao sigam cegamente esse senhor que respondeu um conselho de justificacao por mentir. Essa instituição é cara a todos nós

  9. Já havia visto candidato a presidente ‘Poste’, Fake.
    Agora, general ministro da Defesa…
    Esse come na mão de Braga Netto e bozonaro.

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