Militares esperam arrefecimento de crise entre Ministério da Defesa e TSE

O ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira | Foto: Divulgação

Integrantes das Forças Armadas reiteram que não há hipótese de não respeitarem resultado eleitoral

Fernando Exman e Fabio Murakawa — De Brasília
Persiste a disposição das Forças Armadas de avançar em um diálogo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rumo à pacificação institucional. De acordo com fontes militares, apesar dos recentes embates entre o Ministério da Defesa e o presidente da Corte, ministro Edson Fachin, a expectativa é que a crise continue a arrefecer.
Isso não quer dizer que sobressaltos estejam descartados. Foi mal recebido entre os militares, por exemplo, o pronunciamento feito na quinta (12) por Fachin segundo o qual a eleição é um assunto para as “forças desarmadas”, ou seja, apenas para a população civil.
Ao Valor, uma fonte ponderou que isso está claro na caserna. Não era uma demanda das Forças Armadas fazerem parte da Comissão de Transparência das Eleições criada pelo TSE, acrescentou, mas sim um desejo do governo Jair Bolsonaro. Agora, complementou, as Forças acabaram sendo arrastadas mais uma vez para o centro da disputa política de forma indevida. “Essa fala não ajuda”, lamentou a fonte.
Por outro lado, é boa a interlocução da cúpula das Forças Armadas com o ministro Alexandre de Moraes, próximo presidente do TSE. Moraes assume o posto atualmente ocupado por Fachin em agosto, e estará à frente da Justiça Eleitoral durante o pleito marcado para outubro. O ministro tem sido duro na condução dos processos envolvendo bolsonaristas radicais e os atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, conforme revelou o Valor, ele tem trabalhado na construção de canais de diálogo com a cúpula militar.
Segundo fontes da área, Moraes vem se mostrando acessível e equilibrado. “Tem a visão de que as Forças Armadas são instituições de Estado”, comentou um oficial.
Nessas conversas, os militares têm reiterado que não há hipótese de tomarem alguma atitude considerada inconstitucional – ou seja, embarcarem numa aventura antidemocrática.
Ainda de acordo com essas fontes, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, deixou o comando do Exército para tomar posse da pasta sinalizando internamente que estava assumindo a nova missão dedicado à pacificação.
A despeito de alguns de seus posicionamentos recentes em relação ao TSE terem sido considerados duros no Judiciário, seus pares ainda observam se sua postura se manterá alinhada com a institucionalidade com a qual conduziu o Exército ou se terá um posicionamento mais político, alinhado às bandeiras do presidente da República.
Em sua “live” semanal, Bolsonaro comentou as declarações de Fachin. Disse não saber de onde o presidente do TSE “está tirando esse fantasma de que as Forças Armadas querem interferir”. “Deixo claro que as Forças Armadas não estão se metendo nas eleições”, afirmou, acrescentando que elas foram convidadas por uma portaria do então presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso. “A gente não entende essa maneira de o senhor se referir às Forças Armadas. Por favor, não se refira dessa maneira às Forças Armadas.”
ValorECONÔMICO/montedo.com

4 respostas

  1. Meia dúzia de dias na gestão da Defesa, e só “tomando toco”.
    Foi publicamente humilhado por Edson Fachin que não agendou uma reunião a seu pedido, e, ainda, tomou esse esculacho:
    “Presidente do TSE diz que quem trata de eleições são “forças desarmadas”.
    Jeeesuxxx!
    Vergonha total.

  2. Abandonou seus ideais e princípios labutados por toda carreia para abraçar essa aberração chamada de “bolsonarismo”.
    Trocou o prestígio, respeito pela carreira por absolutamente ‘nada’.
    Alguns dirão, ‘nada’, como nada, e os R $$$,$$.
    “O Vil metal”.
    Ou seja, o “dinheiro do mal”.
    O dinheiro corrompe a pessoa.
    Só, e apenas isso, GRANA!
    O Vil metal que corrompe a alma e a conduta.

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