Benesses variadas fazem parte da estratégia de Bolsonaro para cooptar militares
EDITORIAL
Jair Bolsonaro (PL) seduz setores das corporações armadas com um ideário que vai da defesa de policiais e militares envolvidos em operações controversas até a apologia da ditadura, qualificação que rejeita, instaurada após o golpe de 1964.
“Meu Exército” é como o capitão reformado gosta de se referir à Força que deixou há mais de 30 anos para seguir carreira política. Sempre que pode, Bolsonaro usa a identificação com a caserna como instrumento de intimidação política e institucional —a atual pressão do Ministério da Defesa sobre o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é apenas o exemplo mais recente.
Mas não é apenas com ideologia que o mandatário busca cooptar militares. Os bolsos das fardas também têm sido agraciados com benesses de dimensões e justificativas variadas em seu governo, em contraste com restrições orçamentárias enfrentadas pela maioria dos setores da administração.
Um exemplo vexatório é o da portaria editada em abril do ano passado para permitir o acúmulo de remunerações em valor acima do teto salarial do serviço público, hoje de R$ 39,3 mil mensais.
Embora válida também para civis, a medida foi particularmente proveitosa para militares inativos que ocupam postos na gestão federal, casos do próprio Bolsonaro, em menor escala, do vice, Hamilton Mourão, e de ministros.
Como noticiou a Folha, o general da reserva Luiz Eduardo Ramos, titular da Secretaria-Geral da Presidência, engordou seus contracheques em R$ 350,7 mil ao longo de 12 meses graças à norma, recebendo ao todo R$ 874 mil no período.
Seu congênere Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, foi o segundo maior beneficiário na caserna, com R$ 342 mil de um total de R$ 866 mil. Ao todo, 43 reservistas se beneficiaram da portaria —que tem amparo legal, ressalve-se, mas claramente dribla o propósito do teto.
Há agrados mais amplos e custosos aos fardados. Por ocasião da reforma previdenciária, em 2019, eles obtiveram uma reestruturação vantajosa de carreira, o que destoa do controle de reajustes e contratações corretamente aplicado ao restante dos servidores.
Em consequência, dados do Tesouro Nacional apontam que o gasto federal com pessoal militar ativo cresceu 5,7% acima da inflação sob Bolsonaro até 2021, enquanto os desembolsos com os funcionários civis tiveram queda de 8,4%.
O problema está menos na despesa mal justificada do que numa relação imprópria entre presidente e Forças Armadas, que inclui uma distribuição despropositada de cargos no Executivo e nas estatais —e aberrações como o envolvimento, voluntário ou não, na ofensiva contra o processo eleitoral.
FOLHA/montedo.com
14 respostas
Se tem alguém se beneficiando remunetoriamente não são as Praças, fato.
Parabéns. O primeiro que vejo pronunciar corretamente a palavra Praça no feminino. Temos salvação.
Verdade.
Sr jornalista “EDITORIAL”, só faltou combinar uma pesquisa/entrevistas com os militares dos estamentos mais inferiores, em especial, os da Reserva.
A parada militar para eles é outra, não foram convidados para essa farra rica não!
Faltou na matéria a forma contraída do pronome possessivo ‘deles’ :
“Por ocasião da reforma previdenciária, em 2019, eles obtiveram uma reestruturação vantajosa de carreira-DELES”.
Agora está correto, mediano “EDITORIAL”.
Esse sujeito enrolou essa classe por longos trinta anos parlamentares.
E continua…
Ave Jair! Heil Jair!
Mito!
Bolsonaro meu malvado favorito só até 2026!
Bla Bla Bla! Meu voto é do Bolsonaro e pronto!
Buuuuuuuu,o meu voto já foi nele,agora voto num rato sarnento e não voto nesse treva.
Votarei nele novamente, chora QE!
Chora vc zebu.
1º Turno das eleições, minha data favorita, em 02 Out 2022!
Se me derem 70k pot mes , eu viro mimion, ta ir meu preco
A realidade que os praças vivem é outra. Os benefícios veio somente para generais e oficiais. Praças passam necessidade.
“Hearts and Minds (Corações e Mentes, em português) é um documentário de 1974 sobre Guerra no Vietnã, dirigido por Peter Davis.
Considerado um dos mais importantes documentários políticos da história do cinema, Corações e Mentes levou o Oscar de Melhor Documentário em 1975.”
Em nada, absolutamente, NADA, remete qualquer relação editorial a esse indisciplinado ex-capitão, político baixa renda e baixo clero.
Uma analogia desrespeitosa e sem qualquer relação a esse inapto a qualquer mísero cargo público, um disparate.