Após saída de Moro, Podemos cogita lançar Santos Cruz à Presidência

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro na cerimônia de filiação do general, Santos Cruz ao Podemos – Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo

Podemos se divide após Moro e discute lançar Santos Cruz ou até apoiar Bolsonaro
Ida do ex-juiz para a União Brasil deixou ex-partido dividido sobre rumo e sob ameaça de não cumprir a cláusula de barreira

Matheus Teixeira
BRASÍLIA

Após a saída do ex-juiz Sergio Moro, o Podemos avalia como se posicionar nas eleições presidenciais de 2022. Dirigentes da legenda estudam lançar outro nome como candidato da sigla, mas também cogitam apoiar o representante da chamada terceira via ou até mesmo o presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito deste ano.
Uma das opções aventadas internamente é apostar no ex-ministro e general da reserva Santos Cruz na disputa pelo Palácio do Planalto. Ele se filiou à sigla pouco depois de Moro e também é cotado para disputar um cargo majoritário no Rio de Janeiro.
O partido chegou a sondar o coach Pablo Marçal, que tem mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais, mas a candidatura já está praticamente descartada. Recentemente, ele se envolveu em uma polêmica por ter levado um grupo de 32 pessoas a uma montanha sem o devido preparo para isso.
Santos Cruz, por sua vez, é bem visto dentro da legenda e a aposta é que ele conseguiria roubar parte do eleitorado de Bolsonaro, assim como dirigentes do partido imaginavam que ocorreria com Moro.
A avaliação é a de que Santos Cruz tem mais desenvoltura em discursos e debates e mais traquejo político que o ex-juiz. Os perfis são vistos como similares: ambos foram ministros de Bolsonaro e se tornaram críticos do presidente.
Além disso, Santos Cruz também tem trajetória ligada à segurança pública e nunca foi investigado por desvio de dinheiro público, o que permitiria que ele encampasse o discurso de combate à corrupção.
Falta a ele, porém, a popularidade de Moro, o que tem levado o partido a hesitar no lançamento de seu nome.
Por isso, tem crescido em uma ala da legenda a tese de que o melhor caminho seria apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
Na visão de dirigentes partidários, o Podemos tem bandeiras similares às do chefe do Executivo e uma base eleitoral que dialoga com o bolsonarismo.
Para isso se concretizar, porém, seria necessário vencer uma série de resistências, principalmente na bancada da legenda do Senado, que é crítica do presidente.
Também há o temor de que a legenda não ganhe nada estando no palanque de Bolsonaro porque seria difícil atrair o eleitor mais fiel do presidente nas disputas proporcionais.
Apesar de haver uma ala do partido que defende o apoio a Bolsonaro, a presidente do partido, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), descartou, em entrevista à Folha, a possibilidade de endossar o nome do atual presidente, inclusive em um eventual segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Completa neutralidade e isenção. Eu não acredito em nenhum dos dois. Não vou botar minha digital nisso”, disse.
Ela afirmou que a ideia é, de fato, lançar uma candidatura própria. “Nossa vontade é essa. Uma candidatura conceito. Ou o [senador] Alvaro Dias ou outros nomes que estão sendo colocados, que a gente está discutindo”, disse.
Uma corrente do partido também defende encorpar a candidatura da chamada terceira via.
Isso, contudo, ainda depende do nome que União Brasil, MDB e PSDB irão lançar na disputa. As três siglas prometeram anunciar um candidato único em maio. Cada uma delas, porém, quer impor seu próprio candidato.
Nesse campo, estão no páreo a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e o deputado federal Luciano Bivar (União Brasil-PE) e no PSDB ainda existe uma briga entre os ex-governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).
Dirigentes do partido afirmam, porém, que neste momento a sigla está focada em definir a estratégia nos estados após a saída de Moro. O partido perdeu quatro deputados federais após o ingresso do ex-juiz na sigla por serem alinhados a Bolsonaro.
O cálculo era que a presença de Moro no partido valia a pena porque, apesar das perdas, a candidatura do ex-juiz ajudaria o Podemos a ampliar a bancada na Câmara Federal.
Agora, sem os parlamentares e sem o nome próprio na corrida presidencial, o desafio é fortalecer o partido nos estados para garantir o número de votos para, no mínimo, vencer a cláusula de barreira (que exige um desempenho mínimo na eleição para deputado federal), o que, caso não ocorra, pode deixar o partido sem acesso ao fundo partidário, dentre outros benefícios.
FOLHA/montedo.com

12 respostas

  1. Aí são judas com pedigree. Quando o Brasil mais precisou, foi abandonado por estes cabras para projetos pessoais nefastos, globalimo e agenda 2030.

  2. País maravilhoso, da piada pronta!
    Novo concílio, “novos ares”! 🤣

    “Câmara deve votar hoje urgência de PL que proíbe alterações nos textos da Bíblia”.
    Segundo deputado Pastor e Sargento Isidório, “ex-homossexual” e ex-viciado em drogas:
    – a proposta tem o objetivo evitar que sejam feitas adaptações nas “sagradas escrituras”
    https://oantagonista.uol.com.br/brasil/camara-deve-votar-hoje-urgencia-de-pl-que-proibe-alteracoes-nos-textos-da-biblia/
    🤣🤣🤣🤣🤣

  3. Como é o blindado Guarani, usado pelo Exército contra ataques a Guarapuava.

    A VBTP-MR (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas) foi filmada por moradores da cidade de 182 mil habitantes, da região central do Paraná, que postaram diversas imagens da noite violenta nas redes sociais.
    https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/04/18/como-e-o-blindado-guarani-usado-pelo-exercito-em-ataques-a-guarapuava-pr.htm

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