Braga Netto, o vice inofensivo

 (Crédito: Adriano Machado)

Bolsonaro escolhe general Braga Netto vice por temer que um político possa tomar sua cadeira
Bolsonaro prefere o militar para compor a chapa presidencial porque tem medo de um quadro que possa levar ao impeachment e contar com a articulação dos políticos

Eudes Lima
Aparentemente o Centrão perdeu uma importante queda de braço com o Palácio do Planalto. Apesar da insistência por um quadro político para a vice-presidência, Bolsonaro quer continuar com um militar na função e escolheu o general Walter Souza Braga Netto, que deve deixar o cargo de ministro da Defesa até o fim de março. O militar não tem votos e menos ainda carisma, mas pode servir como um pseudopolítico que não fará sombra ao presidente. Não é de hoje que se comenta sobre a mania de perseguição do ex-capitão. Ele ficou boa parte do mandato em litígio com o seu vice, o general Hamilton Mourão, que tomou gosto pela vida pública e anunciou sua pré-candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Mesmo sendo discreto, Mourão foi desautorizado várias vezes e colocado à margem do mandato.

Além do respaldo militar, Bolsonaro precisa ter alguém que não lhe cause medo de um impeachment. Em vários momentos o parlamento balançou, mas a desarticulação de um Mourão foi suficiente para dar fôlego ao presidente. Um vice mais astuto negociaria uma solução diferente. O mandatário já esteve do outro lado e sabe do perigo. No fundo, ele ainda teme que Braga Netto possa não ser tão inofensivo, mas nunca ao ponto de cobiçar a sua cadeira.

O plano arquitetado pelo grupo político (PL, PP e Republicanos) era ter uma mulher, com melhor trânsito entre os parlamentares e que aproximasse Bolsonaro de uma elite econômica a qual o presidente não tem credibilidade. A favorita era a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que será candidata ao Senado por Mato Grosso do Sul.

Vaidade do capitão

O natural para um presidente seria ter um vice que agregasse votos, um governador ou líder partidário influente. Exatamente o que Bolsonaro evita. Não está em jogo apenas a vitória nas urnas. A vaidade do mandatário em ver um militar de patente superior sendo seu subalterno, conta muito. Não está bem resolvida a questão da sua saída do Exército. Braga Netto, por sua vez, demonstrou lealdade em todo o mandato é um prêmio para quem se submeteu cegamente ao presidente. Quando houve os atos contra a democracia no Sete de Setembro, Braga Netto estava ao lado de Bolsonaro sobrevoando os eventos em Brasília e causando desconforto no alto comando militar. A contabilidade política, no entanto, é frágil. Bolsonaro não está em condições de desprezar políticos que possam atrair votos e palanques nos estados. Sem somar nenhum apoio eleitoral, ser vice não faz muito sentido.

Perfil do general

2018 Braga Netto liderou a fracassada intervenção militar no Rio de Janeiro (Crédito:FERNANDO SOUTELLO)

Braga Netto teve sua primeira exposição antes mesmo de ser ministro de Bolsonaro. Ele liderou a intervenção militar no estado do Rio de Janeiro, em 2018, depois do decreto do presidente Michel Temer. Experiente e durão, o general é nascido em Belo Horizonte e, possivelmente, vai tentar falar com o povo mineiro que tem o segundo maior colégio eleitoral. A carreira do militar é exemplar, desde 1975 no Exército, ele representou o País na Polônia, Estados Unidos e Canadá. Braga Netto entrou no governo Bolsonaro como chefe da Casa Civil e está no Ministério da Defesa. Aos 66 anos, ele foi um dos entusiastas da aproximação com o Centrão e é visto como um conciliador.
ÉPOCA/montedo.com

16 respostas

  1. Quem suportaria um dia na cadeira presidencial, sem pagar a mídia, lotear as estatais a partidos políticos, resistir a negociatas espúrias? Tem que ser verdadeiro para ter o apoio popular. Antigamente falavam que os brasileiros tinham memória fraca, mas na verdade éramos vítimas de uma imprensa imunda e corrupta, hoje somos milhões de fiscais públicos, ou anda correto ou será desmascarado, só o episódio do broche chinês no Dia da Independência do Brasil, mourão deve ser estirpado da vida pública, sem contar que a globo o adora, que o ostracismo ocupe seus dias.

  2. Só sendo muito idiota em acreditar que mamadores de dinheiro publico vão falar bem de Bolsonaro. É a mesma guerra híbrida travada em todo o planeta: dinheiro e poder, guerra de doenças e curas, guerras cibernéticas, guerras militares, guerras midiáticas, guerras financeiras e econômicas, guerras politicas. No Brasil a maioria do poder público encastelado não abriu mão de 1 centavo de seus benefícios para engrandecer o povo e o país. Essa turma deve pensar que o delivery de comida é quem produz alimentos.

    1. Centrão militar, contagem regressiva.
      Hoje, dia 28 de março de 2022.
      Faltam 219 dias para o primeiro Turno, em 02 Out 22.
      Bolsonaro, o “candidato Radioativo”.
      Jair ‘Meçias’, o falso profeta dos pés de barro.

  3. Não houve ato antidemocrático algum no último 7 de setembro, essas são falácias daqueles que todos os dias nos últimos 3 anos agridem a Constituição e a Democracia no país, aliás o que se viu foi bem ao contrário, um grande ato Democrático com participação maciva da população nas ruas.

    1. Então porque mandaram urgentemente buscar o Temer de avião para redigir aquela carta endereçada ao STF? Deixa de ser inocente irmão.

      1. Chamar o Temer? Para quê? Para proteger o protegido dele no STF? Vc não deve saber de quantas ameaças os parentes do bozo sofreram . Foi um acordo, apenas isso, para ambas as partes.

  4. Lewandowisk, ex-juristas petistas e advogados ligados ao ‘partido quadrilha’, e, presidente do Senado, vem costurando nos bastidores uma nova Lei do Impeachment.
    Para que, dependendo do resultado das eleições presidencial, não dependam da boa vontade do presidente da Câmara para tirar, já em 2023, Bolsonaro do Palácio do Planalto.
    Conspiraram: – 4 anos “tudo bem”, mais que isso, jamais!
    Não sou eleitor desse gov. inepto, muito menos da escória petralha.
    Mas tenho que admitir que a escolha doutro general para chapa, independentemente de não ser um aglutinador e puxador de votos, foi uma grande sacada ‘meçianica’.
    Seu seguro-impeachment deve ter causado um baita desgosto ao petista Lewandowisk e sua corja esquerdopata.
    Provavelmente irão criar inconstitucionais regras na nova Lei, a fim de restringir ao máximo a posse do vice no lugar do presidente eleito, o impedindo de continuar no cargo.
    E para esse contragolpe o vice na chapa do ‘mito’ e seu Exército ‘meçianico’ estão prontos.
    Braga Netto, ministro Defesa, numa motociata:
    “As Forças Armadas estão prontas”.
    “E SE TIVER GOLPE, VAI TER TROCO”.
    Esse tal golpe que se refere Braga Netto seria um processo de impeachment pelo Congresso Nacional ou decisões judiciais pelos STE e STF.
    Entre o segundo turno, dia 30 de outubro, até 31 de dezembro de 2022.
    Dependendo do resultado das eleições, serão emocionantes ou ‘alterados’.
    Tudo pode acontecer.
    Sobreavisos e Prontidões à vista!

  5. 1 – A revista Época é da Rede Globo kkkk , sua versão impressa faliu , só tem a digital
    2 – Bolsonaro , meu malvado favorito , só até 2026 … 😆
    Assinado : Subtenente Sorbonne com CHQAO ( 73% no contracheque em julho do ano que vem )

  6. E ele tá errado? Mourão tinha voto quando foi convidado pra ser vice? Mi mi mi! Bolsonaro 2022 com Braga Neto como vice e estamos conversados. E se tudo der certo…Tarcisio em 2027 com um militar como vice.

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