Onde será, como estudar e vagas de emprego: saiba tudo sobre a nova Escola de Sargentos em Pernambuco

CAMPO DE INSTRUÇÃO MARECHAL NEWTON CAVALCANTI

A expectativa é de que o empreendimento gere impacto econômico e social a partir da geração de novos empregos e obras de infraestrutura

Cássio Oliveira

Após um longo processo seletivo, Pernambuco venceu, no final do ano passado, a disputa para abrigar a nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de Carreira do Exército.

Nessa quarta-feira (23), o projeto andou mais uma etapa com o lançamento da pedra fundamental do novo estabelecimento de ensino militar, que marca o início das obras. Mas afinal, qual a importância desse empreendimento para o Estado, quem deverá usufruir e quando ficará pronto?

Escola de Sargentos

A instituição de ensino vai ser responsável pela formação e graduação de sargentos combatentes de carreira de Artilharia, Cavalaria, Infantaria, Engenharia Militar, Intendência Militar e Comunicações.

Também formará militares do Quadro de Material Bélico, Serviço de Saúde, Música, Topografia e Aviação. De acordo com o Exército, após a construção, os sargentos de todo o brasil serão formados aqui, em Pernambuco.

O Governo do Estado acredita que a atração desse investimento vai possibilitar a geração de empregos diretos e indiretos contribuindo para o desenvolvimento social e econômico de toda a região.

Vagas

Os cursos de formação de sargentos terão 2.400 vagas e duração de dois anos.

Quando a Escola de Sargentos ficará pronta?

A obra em si deve começar em 2025 e, segundo o Exército, após o início da construção o prazo aproximado é de 8 a 10 anos para conclusão dos trabalhos.

Obras e vagas de emprego

A reportagem procurou o Exército e o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Planejamento e Gestão, mas ainda não há levantamento sobre quantos empregos serão gerados nas obras de construção.

Com o Governo do Estado fica a responsabilidade das obras de infraestrutura no entorno da área onde ela vai ser instalada a escola. O investimento será de R$ 320 milhões. Essa infraestrutura abrange ações nas áreas de abastecimento de água, saneamento, mobilidade urbana, rede de energia, fibra ótica e acessos viários.

Das obras de contrapartida previstas, já foi iniciada a triplicação da BR-232, no acesso à RMR; a da Estrada de Mussurepe, em Paudalho, está na fase de licitação e as demais, de acordo com a gestão estadual, serão viabilizadas com a conclusão do projeto da escola feito pelo Exército

Como estudar na Escola de Sargentos?

Quando a escola estiver concluída, para estudar no local será necessário ser aprovado em concurso público de âmbito nacional da Escola de Sargento das Armas (ESA).

Hoje em dia, a seleção é feita anualmente pela ESA, com admissão de âmbito nacional. Após a conclusão do 2º ano do curso, o candidato será declarado 3º Sargento do Exército. A previsão é que, por ano, 140 mil pessoas de todo o Brasil se candidatem para a instituição.

Confira imagens do lançamento da pedra fundamental da escola de sargentos:

No último concurso ESA, para se candidatar foi necessário ter ensino médio completo. Além disso, possuir, no mínimo, 17 e, no máximo, 24 anos de idade, com exceção das áreas de saúde e música, cuja idade máxima foi de 26 anos até o término da matrícula; ter no mínimo 1,60m de altura se do sexo masculino ou 1,55m se do sexo feminino e não ser oficial ou aspirante-a-oficial na ativa das Forças Armadas ou das Forças Auxiliares.

Em relação aos sargentos, os proventos somam R$ 3.825,00 para classe inicial de 3º Sargento, passando para R$ 4.770,00 de 2º Sargento e para R$ 5.483,00 alcançando o grau de 1º Sargento.

Cabe destacar que os sargentos temporários, aqueles que entram como recrutas e conseguem engajar, não estudarão nesta escola. A formação deles são nos nos quartéis e eles podem ficar até 8 anos.

Quanto custará a Escola de Sargentos?

O investimento total deve girar em torno de R$ 1,5 bilhão e inclui a construção da escola, vila olímpica, vila militar e estande de tiro dentro da área de campo do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC), na localidade de Chã de Cruz, em Paudalho-PE.

De acordo com o Governo de Pernambuco, esse complexo deve atrair para a região aproximadamente 10 mil pessoas, entre alunos, professores, pessoal de apoio e familiares, criando um novo polo de desenvolvimento entre municípios.

Pedra Fundamental

A pedra fundamental que foi lançada na quarta (23) é primeiro bloco de pedra ou de alvenaria que retrata o início de uma construção. A pedra fundamental da nova escola é proveniente do Monte das Tabocas, em Vitória de Santo Antão, onde em 3 de agosto de 1645, período antecedente às Batalhas dos Guararapes, ocorreu a célebre Batalha do Monte das Tabocas, primeira grande vitória dos luso-brasileiros perante os holandeses.

Onde fica a Escola de Sargentos?

A região visualizada para a nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos de carreira do Exército está localizada na Região Metropolitana do Recife (RMR), nas instalações do CIMNC, nas abrangências dos municípios de Abreu e Lima, Paudalho, Araçoiaba, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Igarassu.

Porque Pernambuco foi escolhido para sediar a escola de sargentos?

O processo que culminou na escolha de Pernambuco foi balizado por critérios técnicos, de acordo com o Exército, dentre os quais se destacaram: localização e acesso; organizações militares na localidade e próximas; qualidade, tamanho e diversidade do Campo de Instrução; estrutura já existente para apoio à família militar; apoio do governo local para as contrapartidas necessárias; custos para implantação; atratividade e recrutamento de pessoal; e visão de futuro.

O Exército explica que a Região Metropolitana da capital pernambucana apresentou características altamente favoráveis, tais como: malha aérea apoiada em aeroporto internacional; malha rodoviária com rodovias de grande porte; condições climáticas adequadas para a maioria das atividades de instrução militar; comércio diversificado; e grande oferta de serviços.

Além disso, o Exército levou em conta que o Estado, além da sede do Comando Militar do Nordeste, possui diversas Organizações Militares (OM) subordinadas à 10a Brigada de Infantaria Motorizada e à 7a Região Militar, que poderão apoiar a formação dos futuros Sargentos.

Outro fator determinante foi que o CIMNC posui área favorável que possibilita a realização de exercícios militares diferenciados, incluindo tiro de armas coletivas. Por fim, o Exército destacou que o Recife possui Hospital Militar, Hotel de Trânsito, Colégio Militar, Universidade Federal, Escola Técnica Federal, bem como escolas públicas e particulares e que o custo de vida local é compatível com a realidade dos diversos postos e graduações.

No último dia 7, O Governo do Estado de Pernambuco e o Exército Brasileiro assinaram protocolo de intenções para a implantação da escola em cerimônia no Forte do Brum, com as presenças do governador Paulo Câmara e do Comandante do Exército Brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Como fica o Meio Ambiente com a construção da escola de sargentos?

A Assembleia Legislativa de Pernambuco vem, em paralelo, debatendo o projeto de escola do Exército na área que é de proteção ambiental. No mês passado, a Comissão de Meio Ambiente promoveu audiência pública para discutir a implantação. A unidade deverá ocupar a mata do CIMNC, dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, em Abreu e Lima. de menor impacto ambiental.

Os oficiais que participaram da reunião virtual garantiram que a sustentabilidade é uma questão presente em todos os projetos de engenharia idealizados pelo Exército. “A preservação da natureza é fundamental para a manutenção de nossas vivências, pois necessitamos dos rios, matas e estradas de terra para executar os treinamentos. Tenho certeza de que obteremos todas as licenças ambientais exigidas”, afirmou o diretor de Educação Técnica Militar, general de brigada Alexandre Cantanhede.

O Exército defendeu na ocasião que o empreendimento será desenvolvido com uso racional do espaço e oferecerá mínimo impacto ambiental e que a atuação do Exército favorece a preservação da natureza, pois, além de fazer o manejo adequado dos territórios que ocupa, a instituição fiscaliza, inibe a invasão e impede o desmatamento.

Diretor de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente, Paulo Valença destacou que o Exército possui uma equipe de trabalho especializada. “Além de fazer os estudos técnicos necessários, vamos obedecer a legislação ao pé da letra”, salientou. Os cerca de 120 hectares de vegetação suprimidos serão compensados em outro local, sob o acompanhamento dos órgãos de fiscalização: “A preocupação logística orientou nossa escolha, já que o terreno está próximo do campo de instrução”.

Por sua vez, os ambientalistas convidados à audiência cobraram do Governo do Estado a oferta de espaços alternativos para a construção da escola. Para a presidente do Conselho Gestor da APA Aldeia-Beberibe, Cinthia Lima, mesmo que o trabalho de preservação ecológica do Exército seja bem estruturado, permitir a supressão de 120 hectares de vegetação de uma vez só causará um “impacto absurdo”. “O projeto do Exército é louvável e ficamos felizes com ele. O problema é a localização”, pontuou o presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo.

Representante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no Conselho Gestor da APA, Bruna Bezerra pontuou que suprimir a vegetação traz impactos à biodiversidade. “A devastação repercute na reprodução de animais, na disponibilidade de água e no clima”, lembrou. Participante do debate, o secretário estadual de Planejamento, Alexandre Rebêlo, avaliou que os esclarecimentos prestados foram importantes para entender a relevância da iniciativa. “Acredito ser possível avançar. A escola só será implantada se obedecer à legislação e obtiver as licenças necessárias. A área desmatada será compensada e os prejuízos serão anulados”, frisou o gestor.

CONHEÇA DETALHES DA ESTRUTURA:

ESCOLA: Área de 840 mil m². Terá pavilhões dos cursos (salas de aula e instrução, alojamentos e auditórios); pavilhão administrativo; pavilhão de comando; refeitório e cozinha.

VILA OLÍMPICA: Área de 140 mil m². Terá conjunto de piscinas; 2 ginásios multiuso; 10 quadras poliesportivas; pista de atletismo; pistas de aplicações militares (pista de pentatlo, pista de cordas); pavilhão administrativo.

VILA MILITAR: Área de 145 mil m². Terá 4 blocos de 24 unidades residenciais de 98 m² (3 quartos cada um), totalizando 576 apartamentos.

ESTANDE DE TIRO: Área de 110 mil m². Terá pavilhão administrativo; reservas de armamento; estande para armas curtas; estande para armas longas; simuladores de tiro.

COMPLEXO LOGÍSTICO – Entre as contrapartidas do Estado para atrair o investimento, está a doação de um terreno de mais 150 hectares pertencente ao Governo, próximo à Arena Pernambuco, para a construção do complexo logístico do Exército, com valor estimado de R$ 79 milhões, com obra a ser executada pelo Exército. A estruturação desse complexo irá promover a junção de três quartéis: 14º Batalhão Logístico, o 7º Depósito de Suprimento e o Parque Regional de Manutenção. Nesse complexo, haverá uma área de apoio à família militar, de 270 mil m², para a construção de 10 blocos de apartamentos, cada um com 24 unidades, totalizando 240 apartamentos, além de uma área de instrução (442 mil m ²) com estande de tiro subterrâneo e uma área de aquartelamento.

CENTRO DE CONVIVÊNCIA E BEM ESTAR – Para apoio na qualidade de vida aos militares e suas famílias, será construído um Centro de Convivência e Bem estar, com investimento estimado em R$ 3,2 milhões. Trata-se de um projeto complementar a ser executado pela iniciativa privada, que prevê área de lazer, destinada à implantação de academias de ginástica, lanchonete, quadra poliesportiva, playground e eventos ao ar livre; área de serviços, como escola de idioma e lotérica; área de comércio abrangendo um centro de compras, delicatessen, farmácia e supermercado.

TRANSPORTE URBANO

O acesso à Nova Escola de Sargentos será incrementado com reforço na frota em duas linhas de ônibus já existentes (Chã de Cruz / TI Camaragibe e Araçoiaba / TI Camaragibe) e criação de uma nova linha de ônibus interligando a Nova Escola de Sargentos diretamente ao Complexo Logístico. Serão criadas ainda quatro novas linhas, interligando o Complexo Logístico a Terminais Integrados.

São elas: Complexo Logístico/ TI TIP; Complexo Logístico/TI Cosme Damião; Complexo Logístico/TI Camaragibe e Complexo Logístico/TI Caxangá. A partir dos quatro Terminais Integrados que receberão essas linhas, o passageiro terá a possibilidade de chegar a destinos intermunicipais e interestaduais, além do acesso ao Aeroporto Internacional dos Guararapes.

VIAS DE ACESSO

Além da implantação de 7,4 quilômetros de extensão, em pista simples, da Estrada de Mussurepe, o projeto contempla a restauração da PE-027 (24,2 km). A previsão de conclusão é de 28 meses e investimento de R$ 49 milhões. Duas outras obras em fase de planejamento beneficiarão o acesso à região: a triplicação da BR-232, com valor estimado de R$ 100 milhões, nos trechos entre a BR-101 e a BR-408; e a implantação do Arco Metropolitano, que tem previsão de investimentos de R$ 4,3 milhões, e envolve diretamente 15 municípios.

JC/montedo.com

9 respostas

  1. Cadê a pedra fundamental do hospital militar que irá atender os militares, seus dependentes e os alunos???

    Tudo planejado para um futuro…..estranho em Pernambuco.
    Escola Militar em Pernambuco e ontem o governo vai ao STF, que ele tanto critica, para federalizar Fernando de Noronha, que fica em Pernambuco também.

  2. Governo Bolsonaro é desaprovado por 64,7% em Pernambuco, diz pesquisa.
    O Instituto Paraná Pesquisas ouviu 1.510 eleitores no estado entre os dias 19 a 24 de março de 2022. A margem de erro é de 2,6%.
    Ou seja:
    Podem trazer a ‘akadimia, AFA, IME, ITA, e o ‘escambau a 4’ que não adianta.
    Pernambuco é vermelho.
    Trouxeram, por enquanto, a ESA por votos e o retorno é ‘zero’ nas urnas.
    Prejuízo eterno para a Força.

  3. Governo Bolsonaro é desaprovado por 64,7% em Pernambuco, diz pesquisa.
    O levantamento do Instituto Paraná Pesquisas mostra que o pacote de bondades do governo de Jair Bolsonaro, com bilhões de reais anunciados em diferentes ações, ainda não serviu para melhorar a imagem do presidente em Pernambuco, um dos principais estados do Nordeste.
    A gestão Bolsonaro é considerada ruim ou péssima por 57,6% dos entrevistados no estado. Os que avaliam o governo como ótimo ou bom são 21%.
    O governo é desaprovado por 64,7% dos entrevistados e aprovado por 32,2%.

    https://veja.abril.com.br/coluna/radar/governo-bolsonaro-e-desaprovado-por-647-em-pernambuco-diz-pesquisa/

  4. Se tivessem pensado há algum tempo os R$ 500 bilhões desviados do BNDES e os R$ 900 bilhões de prejuízos causado à Petrobras teriam construído no mínimo 1000 Escolas como essa.

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