Presidente desgovernado em tempo de crise mundial

Bolsonaro em cima do muro

Paulo Ricardo da Rocha Paiva*
Mas não é que o presidente JMB andou afirmando em entrevista à rádio Jovem Pan, recentemente, “que não tinha o que conversar com o seu correspondente ucraniano, Volodymyr Zelensky”, Uma declaração que proferiu após o encarregado no Brasil, do país agredido, Anatoliy Tkach, ter declarado que o chefe do nosso Poder Executivo estava “mal informado” sobre a guerra e sugerir que Bolsonaro dialogasse com o presidente ucraniano.
Tkach informou, durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda, que os presidentes do Brasil e da Ucrânia ainda não haviam conversado sobre o conflito iniciado pela Rússia. “Eu penso que o presidente do Brasil está mal informado. Talvez seria interessante ele conversar com o presidente ucraniano para ter outra posição e ter uma visão mais objetiva. Nesse momento em que estamos é bem delicado. Estamos decidindo o futuro da Europa e do mundo”, afirmou o encarregado ucraniano, que garantiu, ainda, que uma posição nesse momento se tratava de “apoio aos valores democráticos”.
Respondendo, nosso presidente assegurou: “que não pretendia dialogar com Volodymyr; que alguns querem que ele converse com o governante da Ucrânia; que ele, Bolsonaro, no momento, não tinha o que conversar com VZ; que ele (JMB) lamentava e, se dependesse dele próprio, não teríamos guerra no mundo”, enfatizou.
A mesma rádio se reporta a uma expressão “em cima do muro”, já que Bolsonaro vem adotando uma posição de neutralidade sobre o confronto no leste europeu. De acordo com o presidente, romper com a Rússia poderia acarretar em fome e miséria, “e não queremos trazer mais sofrimentos”, por isso ele não iria “tomar partido” e ajudaria a “buscar soluções”. “No meu entender, nós não vamos tomar partido. Vamos continuar pela neutralidade, e ajudar na medida do possível, na busca por soluções. Eu vou esperar o relatório para ver como vai ser minha posição. Isso [uma posição mais crítica] pode trazer sérios prejuízos para a agricultura no Brasil”, disse Bolsonaro durante coletiva de imprensa realizada no Guarujá, litoral paulista, no domingo (27/2).
Dias antes do líder russo Vladimir Putin anunciar o início das operações militares na Ucrânia, Bolsonaro realizou uma visita à Rússia e disse “ser solidário a Putin”. Além disso, o presidente brasileiro reprovou as sanções que a Rússia vem sofrendo.
Entre as declarações polêmicas que Bolsonaro vem dando desde o início do conflito, estão: a de que ele defendeu o direito de Putin em ocupar as regiões separatistas na Ucrânia; a de que o presidente garantiu ainda que “seria um exagero falar em massacre”. “Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil”, reiterou.
Em verdade, salvo melhor juízo, o posicionamento do chefe do governo brasileiro deixa muito a desejar, carecendo de conteúdo, firmeza e, acima de tudo, da lógica formal que caracteriza os posicionamentos das grandes lideranças mundiais por ocasião de conflitos definitivos {Fonte Rádio Jovem Pan) .
* Coronel de infantaria e Estado-Maior

20 respostas

    1. Quando for a nossa vez, a opinião do escritor da matéria vai mudar de opinião rapidinho, só que será tarde demais, sem nenhum constrangimento, como é comum a militares (vide Heleno). Mas no Brasil é assim, constrangimento é só para os outros.

  1. O melhor presidente o mais honesto da história. Esse ,”mamão” de teta públicas não para de costurar, mas o povo não é mais bobo.

  2. Bolsonario é um ‘projeto’ de protozoário.
    Um organismo unicelular sem neurônios, obviamente.
    As alianças internacionais de Bolsonaro contra a civilidade, através da ignorância, violência e direitos humanos:
    – Vladimir Putin, Donald Trump e primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
    A nova ordem de autocratas da extrema direita mundial.
    Todos unidos pela sana de perpetuação no Poder e grana.
    O que há de pior da mediocridade política mundial.

      1. Ele vai voltar para casa e aguardar o desenrolar dos “fatos”. Tem bolsominion que vai se desiludir, mas faz parte do jogo político.

  3. A questão, prezado, não é somente a relação Brasil, Rússia e Ucrânia. As peças no tabuleiro são os dois primeiros e mais a Venezuela, que já ameaçou o país e quer armas da Rússia. Ademais, a Ucrânia começou este imbróglio ao querer se aproximar da União Européia e à OTAN. Foi cooptada! Permitiria a expansão das forças ocidentais até a fronteira da Rússia. O presidente russo está defendendo o seu povo, a despeito de toda a campanha midiática mundial orquestrada pelos americanos. Noutra via, o Presidente age com prudência ao afirmar que prefere ouvir a inteligência antes de se posicionar. Quanto à visita ao Putim às vésperar da invasão promovida pela Rússia, pelo que consta, já estava agendada, haja vista que, em parte, o setor agropecuário brasileiro depende em muito de insumos provenientes daquele país.

  4. A questão, prezado, não é somente a relação Brasil, Rússia e Ucrânia. As peças no tabuleiro são os dois primeiros e mais a Venezuela, que já ameaçou o país e quer armas da Rússia. Ademais, a Ucrânia começou este imbróglio ao querer se aproximar da União Européia e à OTAN. Foi cooptada! Permitiria a expansão das forças ocidentais até a fronteira da Rússia. O presidente russo está defendendo o seu povo, a despeito de toda a campanha midiática mundial orquestrada pelos americanos. Noutra via, o Presidente age com prudência ao afirmar que prefere ouvir a inteligência antes de se posicionar. Quanto à visita ao Putim às vésperar da invasão promovida pela Rússia, pelo que consta, já estava agendada, haja vista que, em parte, o setor agropecuário brasileiro depende em muito de insumos provenientes daquele país.

  5. Então a culpa é da Ucrânia, por querer decidir seu proprio destino? Os russos vem assediando a Ucrânia desde muito tempo, o que culminou com a anexação da Criméia há alguns anos atrás. Além disso, você acha que ele foi pajear o arremedo de Stalin por temer que ele apóie uma invasão do Brasil por parte da Venezuela? Mas e a conversa do chumbo substituindo a diplomacia, em ameaça descarada aos Estados Unidos? Você e os petistas de direita viajam muito mesmo. Defendendo seu povo, invadindo outro país e bombardeando civis??? É muita ignorância mesmo.

  6. O presidente tá certo, pois pra quem vai entregar a presidência ao próximo presidente em primeiro de janeiro de 2023 ele não tem que ficar se estressando a toa. Tem mais que se preocupar em arrumar as malas e voltar pra casa. Com a graça de Deus.

    1. Há uma história por trás dessa guerra. Há bastidores e interesses políticos, geopolíticos, econômicos e financeiros que desconhecemos embora a ONU e o Fórum Econômico Mundial de Davos estejam jogando abertamente a agenda 2030. Inclusive no Brasil no STF, o Presidente Luiz Fux deixou claro que trabalha pela agenda. Além disso, Putin foi o único que defendeu a soberania da Amazônia. Agora a Alemanha se aproxima querendo suavizar a legislação brasileira para que se produza mais alimentos por aqui.
      _

      E isso, significa o quê? Quem está decidindo com apoio de quem e de quantos blocos econômicos? Defendem os valores democráticos da China? Da Venezuela? Do Brasil? Dos EUA? Não lhe parece duvidoso se posicionar sobre algo indefinido em uma guerra híbrida em escala de várias décadas?

      **”Estamos decidindo o futuro da Europa e do mundo”, afirmou o encarregado ucraniano Anatoliy Tkach, que garantiu, ainda, que uma posição nesse momento se tratava de “apoio aos valores democráticos”.**

  7. A melhor situação para o país é o presidente e o vice ficarem calados e fazerem cara de paisagem quando perguntarem sobre a guerra.

    O Brasil não pode se envolver em qualquer conflito, deve ficar bem distante desses problemas políticos de outros países.

  8. Quando eleito, imaginei que não chegaria no fim do mandato, deve agradecer ao Lira por ter engavetado mais de 140 pedidos de impeachment.

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