O general que enfrentou Bolsonaro e o PT

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Marco Aurélio Vieira tem visão diferente da direita e da esquerda

Matheus Leitão
Entrevista do jornal Valor com o general Marco Aurélio Vieira publicada nesta sexta-feira, 18, chama atenção pela postura do militar. Nem lá, nem cá, mas distante o suficiente do bolsonarismo para chamar a atenção.
O general mostrou uma posição que não combina nem com a direita, nem com a esquerda. Ele faz uma concessão ao presidente Jair Bolsonaro dizendo que ele tem o “direito” de duvidar da segurança das urnas eletrônicas, mas tratou disso como uma “ questão pessoal” do presidente.
Ao mesmo tempo, reprovou a tese mais cara ao governo, que Bolsonaro já defendeu várias vezes, de que as Forças Armadas são um poder moderador. O que está por trás dessa tese bolsonarista, e golpista, é que as Forças Armadas teriam o direito de interferir na vida política do país. Não é o que pensa o general.
“Quaisquer abusos ou atos entendidos como inconstitucionais por parte de um poder deveriam ser coibidos pelos outros dois poderes, que têm a responsabilidade constitucional para tanto. Esta não é uma atribuição das Forças Armadas”, afirmou o general na entrevista.
O militar acrescentou: “Fazer das Forças Armadas um poder moderador é querer levar a política para dentro dos quarteis”.
Em agosto do ano passado, Bolsonaro falou o seguinte durante a cerimônia de promoção de oficiais-generais. “O poder moderador, nas mãos das Forças Armadas, a certeza da garantia da nossa liberdade, da nossa democracia, e o apoio total às decisões do presidente para o bem da sua nação”, ressaltou.
Ao mesmo tempo em que se aproxima dos pensamentos da oposição ao governo, o general se afasta novamente desse grupo ao dizer que “guerrilheiros” ocuparam cargos no governo na “Nova República” e fez críticas diretas a José Dirceu e ao ex-governador Fernando Pimentel que, disse ele, “assaltou banco”. Falou isso… ao negar que o governo Bolsonaro tenha militarizado a administração.
“A Esplanada não está militarizada. Não foi a instituição Forças Armadas que entrou no governo. Foram pessoas, a maior parte dos quais da reserva. […] Essas pessoas de origem militar ocupam funções no governo que, na época do PT, foram exercidas por guerrilheiros”, afirma o general.
Essa resposta tem uma sutileza. Ela é a defesa do governo, mas ao mesmo tempo lembra que os militares que estão no governo não são mais das Forças Armadas. Bolsonaro gosta de fazer crer que os generais que estão com ele representam sim as Forças Armadas como um todo.
Marco Aurélio Vieira foi hábil, conseguiu permanecer quase neutro em uma entrevista em que passou recados importantes. Um deles é o de que não se deve pedir a intervenção das Forças Armadas na política. “Temos industriais, sindicatos, religiosos, gente que pensa antidemocraticamente”.
O militar foi inteligente ao não adotar nenhuma posição. Dessa forma, mantém portas abertas tanto de um lado quanto do outro. Em tempos de radicalismo e polarização, ter caminhos abertos em todos os espectros pode ser precioso.
Veja/montedo.com

19 respostas

  1. Centrão militar, contagem regressiva.
    Hoje, dia 21 de março de 2022.
    Faltam 226 dias para o primeiro Turno, em 02 Out 22.
    Bolsonaro, o “candidato Radioativo”.
    Jair ‘Meçias’, o falso profeta dos pés de barro.

  2. Somando o valor desses dois sujeitos:
    – do ex-presidiário e futuro ex-presidente.
    Não dá para comprar o Fiat 147 da imagem da matéria.
    Que país é este.

  3. Eleições do ‘nem, nem’!
    “A pesquisa FSB/BTG, mostra que apenas 38% dos entrevistados abririam mão de votar no candidato de sua preferência para derrotar, no segundo turno, alguém que não gostariam de ver eleito presidente.”
    Jair Bolsonaro lidera (64%) entre os candidatos que os eleitores menos gostariam de ver eleito.
    O voto útil não é opção para 60%.
    Eduardo Leite é o candidato que mais atrai o voto útil (67%)…
    https://oantagonista.uol.com.br/brasil/voto-util-e-opcao-para-38-do-eleitorado/

  4. Às vésperas das eleições, governadores dão reajustes de R$ 28 bilhões
    O único estado em que não houve proposta de reajuste foi o Tocantins.
    A maioria dos estados decidiu conceder um aumento linear, para todos os funcionários.
    A maior parte dos estados optou por reajustes em torno de 10%, mesmo patamar da inflação registrada no ano passado.
    https://oantagonista.uol.com.br/brasil/as-vesperas-das-eleicoes-governadores-dao-reajustes-de-r-28-bilhoes/

  5. Heleno, Chefe do GSI alega ‘risco a segurança’ para impedir o uso do Telegram
    Alvo do Supremo, Telegram é vetado para funcionários no governo federal GSI alega ‘risco à segurança’ para impedir que servidores utilizem a ferramenta.

  6. Esse com certeza fez ECEME kkkkk , ficar em cima do muro é classico dos “ECEMICOS ” , a tropa criou um chavão aqui no RJ : ” cagaço ECEME “

  7. Trouxe a ESA, mas não adianta, o nordeste é petralha!

    Beneficiários do Auxílio Brasil preferem o ex-presidiário.

    Bolsonaro estourou o teto de gastos e pedalou os precatórios para tentar comprar o voto dos miseráveis, mas os miseráveis preferem o ex-presidiário.
    Pesquisa FSB/BTG mostra que 59% dos entrevistados beneficiários do Auxílio Brasil votam no petista, enquanto apenas 17% optam por Bolsonaro.

    Trouxe a ESA, mas não adianta, o nordeste é petralha.

    https://oantagonista.uol.com.br/brasil/beneficiarios-do-auxilio-brasil-preferem-lula/

    1. A região do Brasil que ele tem mais votos é o centro oeste, do pessoal do agronegócio. Nas outras, “se foi a gata com a cinta”, como diria o grande cancioneiro gaúcho “Baitaca”, que é do “fundo da grota”.

  8. Triste é ver a foto desse antigo bolsonaro, o qual defendia os militares com unhas e dentes antes de ser presidente e agora que está lá, faz pouco caso com seus eleitores.
    Esse antigo lula que fez a mesma coisa com os seus trabalhadores, entrou na presidência e enriqueceu seus filhos e também enriqueceu.
    Se forem ver, lula e bolsonaro são dois “profissionais” diferentes, mas como políticos agiram iguais.
    Sinceramente?!?! esse país não tem mais jeito, acho que nem mudando o sistema de governo pra parlamentarismo ou monarquia, o bizu é tentar arrumar um emprego pra ganhar em dólar ou euro, por mais que se trabalhe muito mais lá fora, mas pelo menos não iremos fazer parte desse lixo que se tornou o brasil, com o presidente, STF e políticos em geral.

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