General Ramos dispara críticas a Barroso: “Objetivos inconfessáveis”

general ramos apontando o dedo

Ministro palaciano partiu para o ataque ao defender seu chefe das recentes críticas feitas por membros do TSE

Raphael Veleda
Mayara Oliveira

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Eduardo Ramos, usou um evento no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (23/2) para fazer duras críticas a ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), especialmente a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, ainda que sem citar nomes.
“Quando autoridades investidas num poder desses começam a falar, a se expressar, com esse tipo de pronunciamento, me dá o direito de levantar dúvidas com relação à isenção e imparcialidade nos futuros processos”, disparou o ministro, numa resposta a críticas feitas por membros do Judiciário ao governo de Jair Bolsonaro (PL) nos últimos dias.
Ramos tomou a palavra no lançamento da nova carteira de identidade nacional e fez um balanço da viagem da comitiva presidencial à Rússia e Hungria na última semana.
“Na viagem, fomos surpreendidos por notícias vindas do Brasil, que uma alta autoridade de uma instituição de Estado afirmou, de maneira leviana, e porque não dizer, de certa forma, irresponsável, talvez sem ter a consciência do que ele estava dizendo, que nós estávamos na Rússia, liderados pelo presidente, para levantar processos, alguma artimanha, para os russos nos ensinarem e no retorno nós usarmos no Brasil. Isso, o termo correto, presidente, para quem me conhece, é inaceitável”, discursou o ministro, dirigindo-se a Bolsonaro e referindo-se a uma fala de Fachin.
“Mais tarde, na mesma semana, nós tivemos a passagem de cargo de um órgão do Estado brasileiro [o TSE]. E essa autoridade utilizou do seu discurso de mais de 45 minutos para, de uma forma insidiosa, uma forma meio camuflada, atacar o senhor, presidente. Atacar sem a consistência e com objetivos inconfessáveis”, continuou Ramos.
O ministro de Bolsonaro referia-se a Barroso, que se despediu da presidência do TSE com um discurso de fortes críticas às tentativas de Bolsonaro de desacreditar o processo eleitoral brasileiro.

O que disse Barroso
No último dia 17, em balanço de suas atividades na Corte Eleitoral, Barroso disse que as tentativas de desacreditar as eleições no Brasil seriam uma “repetição mambembe” de tática usada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump após derrota no pleito de 2020.
“Aqui no Tribunal Superior Eleitoral, procuramos fazer a nossa parte na resistência aos ataques à democracia. Aliás, uma das estratégias das vocações autoritárias em diferentes partes do mundo é procurar desacreditar o processo eleitoral, fazendo acusações falsas e propagando o discurso de que ‘se eu não ganhar houve fraude’. Trata-se de repetição mambembe do que fez Donald Trump nos Estados Unidos”, afirmou Barroso, que também disse, sem citar Bolsonaro pelo nome, que “vivemos um momento triste em que se misturam o ódio, a mentira, as teorias conspiratórias, o anticientificismo, as limitações cognitivas e a baixa civilidade”.
Ao falar do momento tenso no país, Barroso disse ainda que o que aconteceu “não foram apenas exaltações verbais à ditadura e à tortura, mas ações concretas e preocupantes: desfile de tanques de guerra na Praça dos Três Poderes, com claros propósitos intimidatórios, ordem para que caças sobrevoassem a Praça dos Três Poderes, com a finalidade de quebrar as vidraças do Supremo Tribunal Federal, em ameaça a seus integrantes” e “comparecimento à manifestação de 7 de setembro, com ofensas a ministros do STF e ameaças de não mais cumprir decisões judiciais”.
Na mesma semana, em entrevista ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Barroso disse que Bolsonaro, caso perca a eleição, terá de “aceitar o resultado”.
Sucessor de Barroso na presidência do TSE, o ministro Edson Fachin também tem feito críticas diretas a Bolsonaro sem citar seu nome e prometeu, durante seu mandato na Corte, combater o “populismo autoritário”.
As falas fortes de lado a lado intensificam uma crise institucional que passou meses morna, desde as grandes tensões no feriado da Independência do ano passado, quando militantes bolsonaristas chegaram a investir contra o prédio do STF, em Brasília, e foram impedidos de invadir o local por um forte esquema de segurança.
METRÓPOLES/montedo.com

13 respostas

  1. Se juntar o banana de pijamas, o Homem da Meia-Noite, o seu arRego! barro.
    Mais os 170 kg de gordices do Cabo da PM pazuello.
    Não daria meio Cabo do Exército dos anos 70′.

      1. Em 2021 o brasileiro trabalhou até o dia 29 de maio só para pagar impostos. Com o retorno da inflação, que deu as caras nesse governo, fica difícil, principalmente para os mais pobres, aumentam cada dia.

  2. “Isso, o termo correto, presidente, para quem me conhece, é inaceitável”, discursou o banana de pijamas.
    Inaceitável é sua postura incompatível a Instituição que você representa.
    Queiram, ou não, sim, independentemente de ser inativo, no inconsciente coletivo é uma “voz” das FA, a mídia sabe desse efeito na mente da sociedade e a explora incessantemente, diariamente.
    Inaceitável, Maria Fofoca (segundo ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles) é sua espinha curvada para esse ex-capitão alterado e desajustado.
    Ramos, inaceitável são essas vexatórias alcunhas públicas de ‘Banana de Pijama’ e ‘Maria Fofoca’.
    Também, inaceitável é você tomar suas três doses da vacina contra COVID-19 escondido daquele Rachador-mor da República, o Jair ‘171’.
    Inaceitável é ver, diariamente, testemunhar vergonhosamente, suas patéticas intervenções e bajulação desavergonhada, sem qualquer pudor.
    Perdeste totalmente a linha por influência e GRANA.
    Prejuízo eterno as FA.

  3. Tá vendo que a mamata de acúmulo de remuneração acaba no dia 31 de dezembro já está esbravejando. Nunca foi e não é pelo Brasil, mas sim por dinheiro. Infelizmente é essa a verdade de qualquer um que chega ao Poder no Brasil, querem sugar (dinheiro) máximo possível. Ilegalmente ou de maneira imoralmente legal. Moralidade é um dos princípios regedores da administração pública.

  4. O Gen Ramos deu uma lapada no lombo dessa quadrilha que hoje se diz bastião da moralidade, democracia e da liberdade “dos ladrões e traficantes”, é claro.

    Prego no pé do outro e creme.

    General, mete o martelo com um grampo de duas polegadas no meio do sapado desse bando. Isso é a vontade de muitos brasileiros.

    Esse bando de advogados, sem concurso público e politiqueiros, que hoje ocupa o STF não merece o menor respeito.

    1. Praça massa bruta no 24 de fevereiro de 2022 a partir do 10:52

      Só vc viu isto, pois os caras c.garam para o que este velho babão falou…
      Não estão nem aí para Gen Ramos. No mundo real aqui fora ninguém tem medo de militar e de seus generais de formatura, faxina, pintura de meio fio e pow pow.

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