Otávio Santana do Rêgo Barros*
‘O Brasil não precisa se preparar para conflitos.’ A declaração foi proferida recentemente por um militante de esquerda, em uma live, cujo tema era o suposto protagonismo político das Forças Armadas nos últimos anos.
Mesmo intuindo a retórica eleitoral do entrevistado, a frase não me desceu redonda. É preciso incorporar mais serenidade nas discussões sobre temas sensíveis.
Esse discurso mofado é pouco atrativo. O momento é para renovação, estabilidade e fortalecimento das relações entre a sociedade em geral e o estamento militar em particular.
Arestas afloraram nos últimos anos, fruto da configuração do ambiente político cuja consequência foi a eleição de um grupo, contraponto à esquerda detentora do poder por quase quatro mandatos.
O candidato vitorioso catalisou os anseios de momento da sociedade brasileira. Atraiu parcela dos que vestiam farda. Cativou evangélicos com um discurso casado ao perfil do grupo. Entusiasmou o mercado com proposta de Estado mínimo. Obteve apoio suficiente e legítimo dos eleitores.
Na live, ficou subentendido que a derrota da esquerda no último pleito presidencial foi consequência de um protagonismo das Forças Armadas no chavascal político da década passada.
Um cidadão, um voto! Por mais influência que o estamento militar detivesse junto à sociedade, não teria condições, nem pretensão, de orientar milhões de escolhas. Tampouco poder para agir sobre os Poderes da República.
Uma das táticas formuladas pela esquerda para atacar o atual mandatário é atribuir os equívocos do governo às Forças Armadas.
A meu juízo, a instituição reafirma-se como órgão de Estado, afastada da política partidária, com valores e tradições preservados e liderança serena. Não é, portanto, responsável pelos erros grosseiros na atual gestão do país.
Deixando de lado narrativas eleitorais, considero que outros pontos formulados naquela conversa merecem análise mais ampla. E desejo trazê-los à ribalta citando o professor Leandro Karnal: “A condição de um diálogo é a alternância entre ouvir e falar”.
Se edificarmos um ambiente onde discussões sobre projetos para o país sejam, na medida do possível, apartidárias, talvez vençamos o acirramento oligofrênico que nos tomou.
A sociedade brasileira tem baixa percepção de ameaça que envolva o emprego do poder militar.
É preciso debater o papel que ela deseja para as Forças Armadas. Deve protegê-las dos aventureiros, reconhecer seu valor na construção da nacionalidade e controlar seu emprego.
A Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o orçamento sob responsabilidade do Congresso são alguns dos instrumentos legais para esse acompanhamento.
Deve avaliar as relações multilaterais que envolvam diplomacia e defesa. Estimular as áreas de cibernética, aeroespacial e nuclear. Discutir a defesa da Amazônia e do Atlântico Sul.
Considerar as Operações de Paz. Ponderar as atividades de Garantia da Lei e da Ordem. Apoiar a indústria nacional de defesa.
Por clareza imprescindível, nenhum político, de esquerda ou direita, liberal ou conservador, detém o título de posse de nossas Forças Armadas. A escritura está em seu nome, leitor.
Um mandatário da nação, democraticamente eleito, deve agir como primus inter pares (expressão latina que significa “primeiro entre iguais”).
Em nossa Constituição, ele é o comandante em chefe das Forças Armadas. Suas estrelas brilham tão somente pelo voto e, portanto, seu poder é temporário. Como um par, suas prerrogativas para definir o destino da instituição passam pelo consenso da sociedade.
Quanto aos temas sensíveis, sempre haverá espaço para a interpelação construtiva. Claro, se estivermos desarmados (desculpe o trocadilho) e dispostos.
Paz e bem!
*General de divisão da reserva
O Globo/montedo.com
24 respostas
Teórico do mundo mágico da ECEME kkkkkk
O Gen não fala em nome das FA, nem poderia pois nunca fez parte do Alto Comando. É por esses e outros pseudos direitistas que a esquerda ganha terreno. Na verdade o Gen tem mágoa profunda do Governo que o demitiu e fica agora criticando e dando munição para a esquerda. Brasil acima de tudo!
Ainda que tivesse feito parte do alto comando, ainda assim nao fala em nome da instituição. Esta aposentado de pijamas. Quem fala em nome da instituição é o comandante do exercito em exercício. O resto são pessoas que querem falar demais e ia nao tem tropa para falar na formatura kkkk
Nem os filhos escutam mais
Kkkk pensei a mesma coisa.
Um senhor da guerra do powpow.
Suas fantasias, teorias…
Seus devaneios que custam muito ao contribuinte… kkkk
E como custam…
Mundo real…o Capitalista quer lucrar com vc: assim quer que seu salário compre a camisa, o sapato, a comida que ele faz…ontem conversei com homem que em Fotaleza era um jovem simples e eu um tenente simples, ou sou um CMG simples e ele um capitalista simples que mora em frente a praia…o capitalismo permitiu isto : trabalhou e enriqueceu…no socialismo o mercado não anda…o único socialismo que anda é o socialismo-capitalismo70% da China….os 30% do socialismo da China é o poder militar- cada vez mais gigantesco…Abramos o olho….antes que seja tarde….Nossos líderes de esquerda simples , cantores, artistad moram em Paris, Espanha e USA….nenhum na Venezuela, Coréia do Norte e ou Cuba…
Prezado, o assalariado ou outro tipo de rentista também tem seu lucro. O assalariado ou rentista quer lucrar com os bens e serviços que adquire. Se quem usa seu dinheiro pensando que não tem nenhum ganho ou beneficio com os bens e serviços que adquire então estamos muito mal com essa mentalidade de que só o capitalista tem lucro.
O que se criou no Brasil foram governos paralelos através de deputados, senadores, vereadores, judiciário, todos com dezenas ou centenas de assessores e cargos comissionados além das agencias reguladoras independentes sem qualquer restrição de ministérios ou governos. Órgãos criados para fiscalizar passaram a governar e legislar sem pudor e sem prudencia.
É isso ai.
Precisamos voltar ao tempo dos Déspotas esclarecidos. Esse negocio de reparticao de competendias não está certo, o mundo esta errado e Koreia do Norte certa. Precisamos é de um Grande Timoneiro, de um Lider Supremo ungido por Deus e todos os santos para dizer os rumos.
Sai fora, mongo! Meu texto se refere à arbítrio e não à despotismo. Aprenda a entender alguma coisa. Deputados, Senadores e Judiciário com centenas de assessores lhes sobra tempo para politicagem se esquivando das suas funções legais. Quanto às Agencias reguladoras é só ver o quanto elas se rendem aos Lobbies do mercado. Vá ver a venda da OI Móvel, trancada há mais de 1 ano pelo CADE e ANATEL, negócio de R$ 16,5 bilhões e travado. Vá ver a ANEEL, bandeira vermelha com todas essas chuvas desde outubro/2021.
“O Jabuti…deixando o traseiro para cima, untou seu fiofó com bastante mel e ali ficou esperando a raposa. Logo que ela apareceu, o Jabuti começou a soltar peidos, e a cada peido voava uma abelha. A Raposa, que gostava muito de mel, vendo aquele líquido lustroso, meteu o dedo e provou. – É mel! – disse. Outra raposa, que estava com ela, falou: – Mel, nada; parece o fiofó do Jabuti. Mas a raposa não quis ouvir mais nada. Meteu a língua para chupar o mel.”
https://revistaoeste.com/brasil/deputado-do-distrito-federal-denuncia-livro-infantil-com-conotacao-sexual/
Viva!!! Primeiro texto do ano!
Tava sentindo falta dos ótimos textos desse general, pena que ninguém se importa.
Antigamente tínhamos políticos militares e hoje temos militares políticos.
Logo começará a temporada de promessas de campanha.
Um candidato da nossa cidade reuniu os amigos e os amigos dos amigos pra apresentar o plano de governo. Com a casa cheia, tomou a palavra. Conjugou sem cansar o verbo prometer:
— Prometo dar muitas casa, prometo engordar as cesta básica, prometo aumentar o valor da bolsa-família.
O assessor, preocupado com a concordância, cochichou ao ouvido do entusiasmado político:
— Não se esqueça de empregar o plural.
O homem não pensou duas vezes:
— Vou dar emprego pro pai do plural, pro tio do plural e, claro, pro plural.
https://www.google.com/amp/s/blogs.correiobraziliense.com.br/dad/historia-de-candidato/amp/
Declaração de Guerra
Subiu na tribuna um dos deputados do Ceará e começou o discurso:
– A Alemanha perdeu a guerra hoje é uma potência. O Japão perdeu a guerra hoje é um exemplo de desenvolvimento. Israel foi dominado, se libertou e prosperou como um avião. Minha proposta é que devemos declarar guerra contra os EUA , e em menos de 10 anos seremos uma potência mundial.
Então subiu na tribuna a oposição e argumentou veementemente:
– Ninguém pensou na hipótese de ganharmos a guerra contra os EUA. O que vamos fazer depois?
Então todos votaram contra a declaração de guerra.
https://www.osvigaristas.com.br/piadas/politicos/
TEMA 1175 – Concessão do Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar no percentual máximo previsto na Lei 13.954/2019 a todos os integrantes das Forças Armadas.
ARE 1.341.061/SC – Julgamento: 15/10/2021
Tese fixada: Contraria o disposto na Súmula Vinculante 37 a extensão, pelo Poder Judiciário e com fundamento no princípio da isonomia, do percentual máximo previsto para o Adicional de Compensação por Disponibilidade Militar, previsto na Lei 13.954/2019, a todos os integrantes das Forças Armadas.
TEMA 1177 – Constitucionalidade do estabelecimento, pela Lei Federal 13.954/2019, de nova alíquota para a contribuição previdenciária de policiais e bombeiros militares estaduais inativos e pensionistas.
RE 1.338.750/SC – Julgamento: 21/10/2021
Tese fixada: Competência privativa da União para a edição de normas gerais sobre inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares (artigo 22, XXI, da Constituição, na redação da Emenda Constitucional 103/2019) não exclui a competência legislativa dos Estados para a fixação das alíquotas da contribuição previdenciária incidente sobre os proventos de seus próprios militares inativos e pensionistas, tendo a Lei Federal 13.954/2019, no ponto, incorrido em inconstitucionalidade.
https://annapaulacavalcante.jusbrasil.com.br/noticias/1357421324/teses-de-repercussao-geral-fixadas-em-2021-pelo-supremo-parte-4
Teve e orientou, na forma omissiva. O candidato não se apossou somente do discurso evangélico ( o que nunca foi). Acontece que em 2018 crescia o movimento de senhores de bengalas na frente dos quartéis implorando o que eles chamavam de “intervenção militar constitucional”. Havia carreatas nas pequenas cidades e senhores de pijama pendurando a bandeira nacional nas avenidas. Nesse espírito, com a certeza de que os militares não reviveriam o 31 de março, o surgimento de um candidato que dissesse representar as FA (o que, também, nunca ocorreu), foi uma jogada de mestre daqueles que coordenaram a campanha do eleito. Com o mito de que os militares eram incorruptíveis e absolutamente preparados para conduzir o país, a eleição do candidato respondeu a uma paranoia popular, que acreditava , anacronicamente, que só um regime de poder intransigente poderia salvar o país do comunismo (sempre ele), e da corrupção generalizada. As FA, simplesmente, “surfaram a onda”, permitiram que o eleitorado fosse inocentemente manipulado e hoje eu tenho cada vez mais convicção de que os motivos não foram nada republicanos.
Que legal!!!
O definidor dos estamentos voltou!
Com sua “verborragia” pitoresca.
Estava fazendo falta.
Kkkk
‘O Brasil não precisa se preparar para conflitos.’ A declaração foi proferida recentemente por um militante de esquerda, em uma live, cujo tema era o suposto protagonismo político das Forças Armadas nos últimos anos
Isto deve ser obra da esquerda comunista, marronzista e badernenta.
Odorico Paraguaçu
Não há no universo nada mais asqueroso e inútil que as baboseiras desse sujeito.
Esse governo foi bom, podemos ver a qualidade dos que nos comandam e como agem de forma sorrateira com muita traição pensando no próprio pirão
Tão bom que agora anda desesperado. Foi surpreendido por uma adolescente que lhe dirigiu uma frase da bíblia e fugiu da raia, quando esta lhe disse que ele era uma farsa.
Atitude medíocre, como acreditar num cabra desse, ter aceito trabalhar com o Pr, sendo contrário ao seu governo. Ainda, sendo militar, onde a traição é algo repugnante. Será que tem mais alguém…assim