Imprensa, morro de medo!

O ex-porta-voz do governo Rêgo Barros Foto: Daniel Marenco / O GLOBO

São três exemplos de postura diante da imprensa e de seu papel. Combatendo-a. Acolhendo-a. Desconsiderando-a

Otávio Santana do Rêgo Barros*
Em um artigo que publiquei no Correio Braziliense (09.10.2020) opinei sobre o relacionamento entre a imprensa e os poderes constituídos, em contextos e tempos distintos. Tomo-lhe algumas ideias para retomar ao tema.
No início do século XIX, Napoleão Bonaparte dominava quase toda Europa. Nada poderia obstar-lhe as conquistas territoriais e políticas. Entretanto, a imprensa era vigiada de perto. “Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas”.
Na Segunda Guerra Mundial, mesmo sob forte controle das informações, o comandante das forças aliadas, General Eisenhower, declarou: “correspondentes têm em uma guerra um trabalho tão essencial quanto o pessoal militar; fundamentalmente, a opinião pública ganha guerras”.
Durante a Guerra do Afeganistão, a revista Rolling Stones divulgou uma entrevista com o general Stanley McChrystal, comandante das tropas naquele teatro de operações, na qual criticava os “molengas da Casa Branca”. Foi prontamente demitido.
São três exemplos de postura diante da imprensa e de seu papel. Combatendo-a. Acolhendo-a. Desconsiderando-a.
Por cinco anos, fui chefe da comunicação social do Exército (CComSEx). “Imprensa: temos medo! Era assim que víamos o trabalho de jornalistas. “Melhor não conversar. Vão distorcer o que dissermos”.
Os ventos começavam a soprar em novas direções. Logo compreendemos que não podíamos nos encapsular, perdendo a oportunidade de divulgar a Força Terrestre e contestar críticas infundadas.
O jornalismo era assunto diário. Debatíamos, avaliávamos e assessorávamos com olhos e ouvidos nas notícias.
Posteriormente, exerci o cargo de porta-voz da presidência da República. Árida missão!
Em ambiente superdimensionado, reforcei a convicção de que notícia nada mais é que a revelação de um episódio, uma frase ou um comportamento que pode impactar, sendo de interesse da população conhecer para tomar posição.
No livro TEMPESTADE PERFEITA (História Real, 2021) vários jornalistas colocam luzes sobre suas percepções do papel e futuro da imprensa.
Cada um deles, à sua maneira e estilo, aponta a Democracia em crise e o jornalismo a reboque. E, quase sempre, concluem que “a crise” se deve ao exponencial crescimento das mídias sociais e suas consequências não dimensionadas.
Daí não restar dúvida que a informação de qualidade será vital para controlar o cavalo-de-pau que as milícias digitais deram no carro da opinião pública.
No ensaio A MENTIRA NA POLÍTICA, de 1971, Hanna Arendt escreveu que os “fatos necessitam de testemunhos para serem lembrados, e testemunhas confiáveis para serem oficializados, de modo a encontrar um lugar seguro no domínio dos interesses humanos”.
A exposição dos fatos – o testemunho – deixou de ser encargo apenas da imprensa. Ela peleja diariamente com os “fatos alternativos” criados ao sabor da irresponsabilidade dos engenheiros do caos (expressão criada por Giuliano Da Empoli).
As testemunhas somos nós. Cabe-nos assumir uma firme posição como indivíduo, com opinião própria, às vezes egoísta, para colaborar na inserção dos fatos verdadeiros no domínio dos interesses humanos.
Somos, pois, atores, produtores e espectadores.
Se você está na ribalta da opinião pública, encontre equilíbrio para enfrentar a boa ou má notícia. Agir grotescamente não vai amenizar a situação, não vai deletar a discussão da mídia, nem vai transformá-lo em audaz justiceiro.
Se você é a imprensa, incorpore serenidade e profissionalismo na apuração dos fatos. Ser o primeiro a divulgar não lhe renderá prêmio se a matéria for uma farsa ou tiver sido erguida na mediocridade do tendencioso.
Se você for receptor da notícia, não embarque na primeira versão. Crie seu conhecimento. Não se deixe levar cegamente por zaps encaminhados aos borbotões. É mais uma tentativa de te domar a opinião.
Acostume-se com a imprensa. Seja humilde se estiver em dívida. Pacato se há coerência da matéria. Leão se ela não promover a verdade.
Paz e bem!
*General de Divisão da Reserva
METRÓPOLES/montedo.com

17 respostas

  1. Não, arRêgo barros, não.
    O homem da meia noite de Olinda, não.
    Não há nada menos relevantes que suas notinhas de rodapés.
    Não consigo ler uma só linha de suas baboseiras subliminares.
    Arrego!

  2. Ele, sempre ele, o escanteado pelo Jair, o homem da meia noite do carnaval de Olinda. ‘Aquele que fala, fala e não diz nada, diz menos que aquele que nada diz’.
    O insuperável na questão “DISFUNCIONALIDADE TOTAL”.
    Ele, o arRêgo barros.
    Asco imenso e total.
    Arrego!

    1. Coincidentemente, arRêgo barros é de Pernambuco.
      Então, seria ele o verdadeiro ‘Homem da meia noite do carnaval de Olinda’.
      Há Há Há Há Há Há Há Há Há

  3. Concordo com o general nesse texto. A imprensa/mídias se perderam, perderam a credibilidade de investigar e noticiar, informar. Em lugar da fidelidade aos acontecimentos passaram a emitir opiniões e criar narrativas escondendo as coisas boas e criando factoides, especulações sobre acusações e falsas bandeiras, com boa paga de ONG’s e outros interesses nacionais e internacionais, denegrindo, há décadas, a auto estima do povo brasileiro e da nossa terra querida, lugar onde vivemos.

  4. Achava esse general o máximo nas suas falas quando era porta-voz da Presidência. Era chamado de corte rápido, excelente. Foi saído do cargo pois deve ter achado que o Cap-Presidente era seu subordinado. Mais 1 traidor a exemplo de outros. O Presidente é capaz de perceber quem vai lhe trair e tira antes. General, na boa, com todo o respeito, vá curtir o seu pijaminha que é o melhor no momento. Só lamento o sr não estar recebendo, na reserva, seus 10% de Grat Repres que os outros “altos estamentos” queriam. Feliz Natal e Próspero Ano. Mas…deixe o Presidente Bolsonaro em paz.

      1. Para não ofender aqueles que tem pouca ou nenhuma capacidade cognitiva, vou pedir que procurem no “pai dos burros”, ou dicionário, se preferir, o que significa sarcasmo. Não vou desenhar desta vez.

  5. E o quê esse general fez em favor dos praças quando na reestruturação de carreira NADA VEZES NADA, por isso que tenho nojo desse tipo de gente, governo vai ficar conhecido como dos generais

  6. Texto ruim de ler, todo rebuscado, parece que ta escrevendo uma referência elogiosa. O tal senhor dos estamentos inferiores escreve como se estivesse fazendo um TCC para sua graduação. Dá mil voltas pra dizer o que quer pra preencher página.
    Deve ser difícil quando não tem um sargento, do estamento inferior, que carrega o Exército nas costas, pra redigir o texto pra excelência assinar e protocolar.

  7. O Famoso Pseudo Intelectual…ninguém suporta esse general

    é dele a famosa frase:

    “[…] não se faz necessário que os estamentos mais inferiores da nossa carreira tenham a oportunidade de apresentar, de iluminar diretamente a sociedade”.

  8. Deve ser difícil não ter um sargento do ESTAMENTO INFERIOR para escrever o texto né…pq nunca vi um texto tão mal elaborado como este

    Esse General é um boçal…uma mente oca cheia de prepotências superiores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo