RS: batalhão do Exército não pode montar ponte flutuante no Rio Jacuí; entenda

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Nota do editor:
A ponte do Fandango, sobre o Rio Jacuí, localizada na BR-153, em Cachoeira do Sul (RS), enfrenta problemas estruturais. O trecho é utilizado pelos motoristas que trafegam pela BR-290.  Cachoeirenses pedem que a estrutura do Exército seja montada.

Thays Silva
Por mais de uma vez os militares do 3º Batalhão de Engenharia de Combate de Cachoeira do Sul montaram sobre o Rio Jacuí a ponte flutuante M4T6, com 283 m de extensão. O feito foi comemorado e ganhou destaque como a maior ponte flutuante da América Latina, com suporte para até 50 toneladas.
Por vários anos as pontes montadas como forma de instrução e simulação de combate para os militares sempre terminavam como ponto de visitação e curiosidade para a população.
Em 2015 o então comandante do Comando Militar do Sul e hoje vice-presidente da República, Hamilton Mourão, prestigiou a ação. Na época, ele falou da importância da ponte para o Exército.
“Nenhum exército sai de um lugar para outro nadando. Ele tem que ter uma ponte e a primeira coisa que o oponente faz é destruir as pontes fixas existentes. Aí o exército tem que ter essa capacidade de construir pontes nessa extensão e com a tonelagem capaz de passar um blindado”, disse.
A possibilidade de poder contar com o amparo de uma ponte do exército quando a travessia de acesso à cidade estiver interditada é memória presente para muitos cachoeirenses. Só que, na prática, a situação mudou nos últimos anos.
Desde 2017 o exército não monta mais a ponte e nem realiza treinamento de transposição do Rio Jacuí.
A instrução foi adaptada e tem sido realizada no lago da unidade militar. 100 m de ponte com o uso de 44 flutuadores de borracha é o limite possível da estrutura.

Parte da estrutura da ponte M4T6, que foi montada pela última vez em 2016, fica guardada em um depósito do 3º BE Cmb

A repórter Lena Caetano esteve em um dos depósitos do 3º BE Cmb, onde é guardada parte da estrutura da ponte M4T6, que foi montada pela última vez em 2016. Neste local são guardados os flutuadores, que têm sido o empecilho pelo qual a ponte não pode mais ser montada. Os flutuadores são da década de 1970 e não são mais produzidos.
Os flutuadores estão separados conforme condições de uso. A cada nova instrução, a pilha da manutenção aumenta, baixas ocorrem e a extensão da ponte M4T6 vai se tornando menor.
“Hoje o principal empecilho é a falta de material suficiente para vencer o vão do Rio Jacuí que está a cerca de 200 m. O batalhão tem hoje o material M4T6, que é flutuante, com meios pneumáticos, de borracha. Esse material tem cerca de 50 anos de uso e foi se deteriorando. Fizemos manutenções, mas atualmente nós temos cerca de 100 m de ponte desse material, o que não é suficiente para vencer o Rio Jacuí aqui na região de Cachoeira do Sul”, explicou o coronel Clauber Lorenzoni, comandante do 3º BE Cmb.
Se o batalhão tivesse uma ponte com extensão para transposição do Rio Jacuí, outro aspecto considerado pelo comandante é o fator tempo, já que a previsão do DNIT para liberar a ponte do Fandango poderá ser de até um ano e meio.
“Temos que ter em mente que o material militar prioritariamente deve ser destinado a operações militares. Então, se eu vou ficar com esse material empenhado cerca de um ano ou um ano e meio, dificilmente o exército vai autorizar o uso desse meio. Porque pode ser que nesse tempo tenha necessidade de usar ele em operação militar. Mesmo que tivéssemos a capacidade de vencer o Rio Jacuí, pelo tempo que é previsto pelo DNIT para liberar a ponte do Fandango, eu vejo que seria muito difícil empregar uma ponte militar”, disse Lorenzoni.
O comandante explicou ainda que o auxílio do exército depende também da situação.
“Se for uma situação de extrema calamidade, que não se tenha alternativas, pode ser que o exército venha apoiar. Mas, pode ser que o exército não tenha uma ponte devido ao vão do rio. No caso do Rio Jacuí realmente não temos como vencer o vão de 200 m.
No início de novembro o exército lançou pela primeira vez no Rio Grande do Sul cerca de 85 m da ponte flutuante Ribbon, com estrutura base em duro alumínio. Esre modelo é a nova aposta do exército brasileiro para substituir gradualmente o modelo M4T6 com flutuadores de borracha.
“A diretoria de material de engenharia, em Brasília, tem um programa que prevê que a ponte M4T6 vá sendo substituída pouco a pouco pela ponte Ribbon. Então, o exército deve, ao longo dos próximos anos, começar a adquirir mais módulos para a ponte Ribbon. Desse jeito teremos novamente a possibilidade de vencer vãos de rios de 300 m”, contou o comandante Lorenzoni.
Novo Tempo/montedo.com

3 respostas

  1. Entrega a ponte para os japoneses, garanto que eles resolvem o problema de uma vez por todas,só não deixa eles se associarem com empreiteira brasileira, essa ponte está com o mesmo problema que a estrada pra Uruguaiana, nunca terminam as obras, tem funcionários ali, que vão se aposentar trabalhando só naquele trecho, kkkkkk!

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