Exército defende que Escola de Sargentos no Grande Recife será “polo de desenvolvimento socioeconômico”

Além de Recife, Ponta Grossa e Santa Maria estavam na 'briga' pela nova ESA. Foto: Divulgação/Exército Brasileiro.

Projeto conta com a escola, um parque de tiros, uma vila olímpica e uma vila militar

O comandante Militar do Nordeste, Richard Fernandez Nunes, defendeu que a construção da Escola de Sargento de Armas (ESA) em Abreu e Lima, no Grande Recife, será um “polo de desenvolvimento socioeconômico” e a centralização do
ensino militar no Brasil. O assunto foi abordado no Debate em Rede, da Rádio Jornal, na manhã desta sexta-feira (3).
“É um benefício para o exército e para o país. A região vai ganhar um pólo pedagógico, com muita parceria, somos muito abertos e sempre buscamos o que a sociedade tem de melhor para agregar. Em termos econômicos, nem se fala, porque uma escola dessa gera renda em seu entorno”, pontuou o general.
O projeto que conta com a escola, um parque de tiros, uma vila olímpica e uma vila militar que devem ocupar cerca de 140 hectares na Área de Preservação Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, facilitará, segundo ele, a centralização do
ensino militar no Brasil. “Do ponto de vista pedagógico, serve para formar o exercito, cuja formação hoje está pulverizada em 13 organizações militares em todo país, e não temos uma escola capaz de concentrar por dois anos os 2 mil alunos em lugar nenhum”.
A disputa para implantação da escola começou a dois anos com 15 cidades no páreo. O atual comandante fez uma defesa significativa de Pernambuco para a comitiva, levando em conta a bagagem histórica que o Estado tem para o Exército Brasileiro, formado nas Batalhas dos Guararapes, nestas terras. “Fiz uma defesa apaixonada com o argumento geopolítico, de que tínhamos que deixar enaltecer e mostrar a origem pernambucana. Além disso, dar oportunidade aos
jovens do norte e nordeste que normalmente têm mais dificuldade de fazer um curso no Sul. Todos terão bebido dessa fonte, recebido essa carga simbólica e cultural pernambucana. Isso é um ganho anímico, que não é tangível, mas talvez seja o mais importante”, explicou.
O assunto foi abordado um dia após audiência pública que discutiu o projeto na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), onde contrários defenderam que a construção traria impactos abrangentes para a biodiversidade local. “Qualquer que seja a supressão, repercute na reprodução de animais, na disponibilidade de água ou no clima. Por isso, é importante preservar as zonas de proteção que ainda possuímos e pensar em reflorestar, em
vez de desmatar”, defendeu a representante da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no Conselho Gestor da APA, Bruna Bezerra.
Mas o comandante defendeu que a implantação da Escola será “será modelo de preservação”.
“Onde o exército ocupa o terreno, temos exemplo de preservação ambiental. Como o Campo de Instrução Marechal Nilton Cavalcanti, criado em 1940 para mandar esforço de guerra para a Itália. Lá era um canavial, e se hoje se discute
preservação lá, foi porque fizemos um belíssimo trabalho de replantação. Essa preocupação para nós é inerente a qualquer projeto”, afirmou o comandante.

Projeto Cultural Memória Militar
A carga emotiva de Pernambuco para o Exército levou o comandante a citar, também, a criação do Projeto Cultural Memória Militar – Origens do Exército, que em breve deve incluir os principais locais da guerra contra os holandeses, ainda pouco visitados, em um roteiro turístico e cultural, feito em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado e prefeituras do Recife e de Jaboatão dos Guararapes.
“Agência de viagens e operadores já se interessam por isso. Isso vai permitir o emprego de pessoas locais como guias nessas atividades. Esse já é um projeto em andamento que só vai avançar se houver um interesse da sociedade em enxergar nesse projeto oportunidade de crescimento. Todo nosso patrimônio vai ser empregado nessa realidade , garantiu Nunes.

Deveres e aprendizados
Em curso um projeto de diminuir 10% do efetivo do Exército Brasileiro em 10 anos, o General respondeu não ter condições de expandir vagas militares no momento, apesar de ser uma carreira desejada por muitos jovens. No último ano, por exemplo, foram 130 mil candidatos na disputa de concurso. No entanto, Nunes aponta que este engajamento pode ser feito de outras formas, como em projetos sociais de iniciação esportiva.
Ele também explicou que o Exército é convidado pelo Ministério de Infraestrutura para tocar obras, e que normalmente consegue “áreas menos compensadoras do ponto de vista econômico”. “O comando do Nordeste tem o privilegio de ter um grupamento de engenharia em João Pessoa, que enquadra batalhões de construção. Eles são demandados tanto para realizar obras militares em quarteis e campos de instrução, quanto de cooperação em rodovias e ferrovias. No interior da Bahia um trecho está sendo construído pelos nossos batalhões.
Também temos obras de perfuração de poços e a Transposição do Rio São Francisco, mas a iniciativa não é nossa, temos que ser contratados”, explicou. Algo semelhante acontece quando o Exército toma secretarias de segurança no
Brasil, como aconteceu no Rio de Janeiro no governo Michel Temer em 2018. “O exército tem a missão constitucional para garantia da lei e da ordem, mas isso é quando há um esgotamento dos meios. Não podemos ser o primeiro engajamento, para isso existem os órgãos de defesa social. Quando entramos, é porque não temos a quem recorrer”, disse o comandante, que foi foi posto como Secretário de Defesa Social à época.
JC/montedo.com

9 respostas

  1. Mais uma Fake News.
    Todos, repito, todas as grandes licitações das Unidades do Recife são “vencidas” por empresas de outros Estados, repito, todas.
    O 7 D SUP por exemplo compra ‘carnes’ há décadas de um fornecedor da região Sul, do mesmo fornecedor há décadas.
    As empresas que prestam serviços da região metropolitana do Recife são de péssima qualidade.
    E, há décadas são contratadas empresas de outros Estados.
    Vou dar um exemplo, houve, recentemente, a substituição de uma significativa quantidade de ar refrigeradores do possante HMAR.
    Pergunta de seleção, a empresa que “venceu” o pregão é do Recife?
    Respondo com um retumbante NÃO.
    Tudo conversa fiada pra explicar essa decisão caótica e eleitoreira.
    Mentira, Fake News verde-oliva.

    1. Opa!
      Vou ficar calado, mas esses frigoríficos do Sul estão há milênios vencendo as licitações.
      Tudo dentro daquela normalidade já conhecidas.
      Tudo dentro da Lei deles.
      Só vencerá as licitações da região metropolitana do Recife as empresas de pequenos serviços e pequenos produtos técnico e perecível.
      O grosso da verba vai para as empresas do amigo do Rei Exército brasileiro.

  2. Negativo!
    A Escola, na parte sul do Campo Instrução Mal Newton Cavalcanti.
    CIMNC – Endereço: Araçoiaba – PE, 53690-000.
    Araçoiaba só possui um ‘EE’ de nível médio (municipal).
    Araçoiaba só possui um posto de combustíveis em funcionamento.
    Não possui prestadores de serviços ou qualquer tipo de empresa.
    Os municípios no entorno:
    – Carpina, Nazaré da Mata, Aldeia dos Camarás e São Lourenço da Mata.
    Também, não possuem infraestrutura adequada e não oferecem empresas prestadoras de serviços de manutenção industrial e comercial, a fim de atender as necessidades básicas e complexas de um empreendimento desse vulto (ESA).
    No máximo Recife, o que obviamente não representaria qualquer impacto na economia da cidade.
    Exemplo:
    1) deu algum tipo de pane numa caldeira/refrigerador ‘INDUSTRIAL’ do Aprovisionamento;
    Nenhum desses municípios do entorno tem empresa especializada, no máximo em Recife.
    2) deu algum tipo de pane na web, sistemas ou de Rede; nenhum desses municípios do entorno tem…., no máximo em Recife.
    3) deu algum tipo de pane mais complexas nos motores dos diversos tipos de Vtr’s; nenhum desses municípios do entorno tem…., no máximo em Recife.
    4) deu algum tipo de pane mais complexas nos equipamentos médicos hospitalares, de odontologia, laboratorial; nenhum desses municípios do entorno tem…., no máximo em Recife.
    Lembro que mesmo aqui no Recife suas Unidades fecham contratos de prestação de serviços muitas vezes de empresas fora do estado.
    Na maioria das vezes as empresas fora do estado, vencedoras dos pregões, além de fornecem os produtos, atrelam os serviços de manutenção e, dependendo do produto, sua instalação.
    Encerro afirmando que a tese acima não se realizará, as regras de aquisição de produtos e serviços aos órgãos públicos não podem serem direcionadas a uma determinada região.
    As licitações são nacionais.
    Alguém tem dúvidas que já não há conversas com as as diversas empresas de cartas marcadas viciadas em negócios com Instituições públicas de ‘olho’ nesse gigantesco empreendimento de todos estados brasileiros.
    Não, ninguém tem dúvidas.
    E, as famílias dos instrutores preparem pra contratar transporte ‘coletivo’ entre os interessados a fim de levar seus filhos para estudarem em outros municípios.
    Patético e escandalosa decisão eleitoreira.
    Mito!

  3. Outro detalhe sem importância.
    A família militar dos profissionais do ‘EP’ é um número significativo de consumidores.
    O comércio local de Araçoiaba é modestíssimo, obviamente, devido a baixa renda dos munícipes.
    Como o município não oferece diversidade de produtos de necessidades básicas como educação, saúde, lazer, vestuário, higiene e alimentação.
    Acredito que muitas famílias fará consumo e aquisição destes serviços e produtos na capital, no Recife (fica mais barato).
    Aproveitarão os passeios a capital (pontos turísticos, praias e shoppings) e farão seus “Super”, como se diz em Bagé, no Recife, ou seja, todas as compras mensais na capital.
    O ‘alunal’, o bando, vai ‘rachar’ um Uber e vazar pra praia, Araçoiaba não oferece nada, só botequim de esquina.
    Parece besteira, insignificante perante outras importantes prioridades, sim, concordo.
    Mas as peculiaridades da região e suas deficiências nessas necessidades básicas, fará as famílias gastarem grande parcela de seu orçamento mensal na capital.
    Portanto, esse discurso de incrementar, proporcionar um “polo de desenvolvimento socioeconômico” Regional é irreal.
    Lembrando que o ‘alunal’, o bando, nas poucas folgas escolares vão procurar as poucas oportunidades para conhecer os belíssimos pontos turísticos do Recife, Olinda e litoral Sul.
    Tínhamos o hábito de a cada final de semana em Tres Corações frequentar diferentes restaurantes (culinária mineira é excepcional) e dar um ‘rolé’ pela cidade.
    Araçoiaba não oferece nada disso, o poder aquisitivo do município é extremamente baixo. Não há boas opções no comércio.
    Conheço Araçoiaba, moro no Recife, inacreditável tal escolha.
    Tínhamos essa baita oportunidade e levar a ESA para um local com IHD minimamente a altura dos profissionais que comportarão esse importante EE.

    1. Por mim construiria tudo em Roraima, em cavernas. Nada de conforto e luxo como quer a maioria. Teu restaurante vai ser beber água de cipó e cozinhar tatu no casco com palmito de bananeira.

      1. Exatamente, Uiramatã teria sido a melhor opção.
        O Brasil precisa integrar os índios ianomâmis e, também, povoar a região norte

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