Grupo de WhatsApp simboliza apoio de cúpula militar a Moro

O ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro na cerimônia de filiação do general, Santos Cruz ao Podemos – Foto: Cristiano Mariz / Agência O Globo

Na semana passada, a filiação do general Carlos Alberto dos Santos Cruz ao Podemos, partido do presidenciável Sérgio Moro, expôs um movimento que pode rachar o apoio ao presidente Jair Bolsonaro nas Forças Armadas.
Em círculos fechados, militares reconhecidos na tropa como formuladores, responsáveis por artigos de viés conservador e despontados com Bolsonaro, se entusiasmaram com a união entre Moro e Santos Cruz. Esses oficiais se reúnem num grupo virtual batizado “3V” – acrônimo ao estilo militar para a “terceira via” eleitoral.
Os contatos do grupo são discretos. O “3V” reúne oito nomes conhecidos nas Forças Armadas, que trocam impressões por meio de mensagens no WhatsApp. Quase todos são oficiais de alta patente da reserva, mas há entre eles um coronel verde-oliva da ativa. As restrições da pandemia de covid-19 impediram muitos encontros presenciais – somente três ocorreram em apartamentos de generais no Plano Piloto, em Brasília.
Os militares acompanham os passos de Moro e acham que ele pode cristalizar apoios e se mostrar viável para derrotar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), atualmente líder em pesquisas de intenção de voto. Esse é um traço que une o grupo: o objetivo de encontrar um nome alternativo a Bolsonaro que possa impedir a volta do PT ao poder. Só não querem apoiar a extrema direita.
“A terceira via é uma boa solução para o impasse que vivemos. Há um medo grande da volta do PT, da esquerda”, diz o general de Exército da reserva Paulo Chagas, decepcionado com Bolsonaro, a quem apoiou em 2018. “Não passamos de eleitores engajados, nosso papel é difundir nosso pensamento e mostrar que não existe um caminho só, que a gente pode e deve evoluir. Vejo muitos militares que concordam que Bolsonaro foi uma decepção, preferiu reimplantar o presidencialismo de coalizão. A essência política não mudou nada.”
Além de Santos Cruz e Paulo Chagas, integram o 3V o general Maynard de Santa Rosa, ex-secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, o general Lauro Luís Pires da Silva, o coronel Walter Felix Cardoso, ambos ex-assessores da SAE. Outro rosto conhecido é o general Marco Aurélio Costa Vieira. Ex-secretário nacional do Esporte, demitido no início do governo Bolsonaro, o general Marco Aurélio é ligado ao ex-comandante-geral do Exército, general Eduardo Villas Bôas – ele dirige o instituto que leva o nome de Villas Bôas. Todos são do Exército. Pela Marinha, participa o capitão de Mar e Guerra dos Fuzileiros Navais Álvaro José Teles Pacheco, conhecido como comandante Pachequinho.

“Mensageiro da paz”
Santos Cruz é o rosto mais conhecido no “3V”. Na manhã da última quinta-feira, 25, data de sua filiação ao Podemos, ele expôs uma parte do que pensa e discute entre os camaradas. O discurso escrito à mão, em um bloco de papel, defendia o liberalismo econômico, o conservadorismo e a “paixão” às causas sociais. O general pregou a eliminação de “privilégios imorais”, a redução de “desigualdades vergonhosas” e o fim da reeleição, do culto à personalidade e do aparelhamento de instituições.
O general entrou no auditório de um hotel na capital federal de mãos dadas com a mulher, Dora. Vestia terno preto e gravata vermelha, com um escudo do Internacional espetado na lapela do paletó – o ex-ministro da Secretaria de Governo é gaúcho. Não sorriu nem quando incentivado pelos novos colegas de partido. Santos Cruz foi apresentado pelo senador Álvaro Dias (Podemos-PR) como um “mensageiro da paz” que já enfrentou tiroteios, referências ao currículo do general de quatro estrelas como comandante dos capacetes-azuis das Nações Unidas, no Congo e no Haiti.
Moro elogiou o currículo do general e fez um aceno à caserna. Disse que Santos Cruz não representa as Forças Armadas, mas arrasta consigo a credibilidade da carreira militar. Num sinal de trégua, o ex-juiz ponderou que a sociedade brasileira precisa superar a divisão entre civis e militares, uma herança da ditadura que incomoda os oficiais, temerosos por exemplo de que um governo de esquerda volte a fomentar investigações de crimes.
“Essa separação que não faz nenhum sentido, entre militar e civil, nós temos que superar. Somos todos brasileiros, estamos no mesmo barco. Não existe oposição, como se quis fazer em governos anteriores, colocando o militar com viés negativo, e nem no atual governo também, querendo colocar o militar como superior aos brasileiros em geral. Somos todos irmãos, somos todos iguais”, discursou Moro.

Capitão
Desbancar a preferência por Bolsonaro no meio militar não é considerado fácil nem pelos aliados de Moro. O presidente, capitão do Exército, tem uma carreira política de três décadas como porta-voz do segmento. Já no governo, os militares tiveram seu orçamento da Defesa preservado ou reforçado, espalharam-se por cerca de 6 mil cargos na administração pública federal e chegaram a comandar 11 ministérios. Assumiram a chefia de algumas das principais estatais do País, como Petrobras, Correios e Itaipu Binacional. Até mesmo nomes da ativa ocuparam funções políticas.
O presidente levou adiante uma reforma das aposentadorias militares acompanhadas de reajustes que deram vantagens remuneratórias, algo que nenhuma outra categoria recebeu, bloqueou vetos aos aumentos mesmo durante a calamidade pública da pandemia e ainda autorizou o recebimento de vantagens acima do teto constitucional, o que fez com que ministros com vencimentos antes abatidos, agora possam acumular remunerações na faixa dos R$ 65 mil. Insatisfeitos com a reforma, parte da base da tropa quer ainda mais e espera ser inserida no reajuste que Bolsonaro prometeu aos servidores a partir da aprovação da PEC dos Precatórios.
Estadão Conteúdo/montedo.com

36 respostas

  1. “arRêgo barros x Ciro Gomes”.
    Pra quem não conhece o seu arRêgo barros, o vídeo abaixo mostra bem sua personalidade e motivo de ter sido demitido do cargo de Porta-voz da Presidência.
    Tem que ter “estômago de avestruz” pra aguentar o comportamento deste gen brasileiro.
    Aviso, as cenas são fortes.

    1. Tenho dois “estômagos de avestruz”, mas não consegui ouvir este individuo.
      Como pode um militar que possui esse nível de vocabulário gramatical sair general.
      Pôde-se observar, todo tempo, a falta de pluralização dos substantivos singulares, palavras sem seus devidos ‘s’.
      Assaltos a língua portuguesa que envergonha a todos de seu segmento profissional, e mostra o intelecto limitado deste militar, uma vergonha.
      Disse:
      …”nos ‘complexo’ do Alemão e da Penha”…
      Também, esse servilismo desacerbado em dizer:
      – “eu fico feliz por isso porque é um reconhecimento da Instituição PARA COM O SENHOR e para com tudo que o senhor fez ao longo dos 40 anos”.
      Não, PARA! Só consegui assisti-lo até esta frase.
      Mediocridade em excesso, insuportável.
      Uma vergonha a ‘ESPINHA CURVADA’ desse general.
      Vergonhoso o bajulismo desse louvaminheiro general a esse político que vive ‘metendo’ o cacete nos militares e FA.
      Ridículo, patético, vexatório comportamento secundário deste triste exemplo de rancor e e sanha de vingança.
      Tudo por ter sido colocado em segundo plano após bolsonaro extinguir o cargo de Porta-vos de seu governo.
      Colocado as traças, não teve, como agiu Sérgio Moro, pedir demissão do governo.
      Agarrado as polpudas DAS, ficou largado no ostracismo, e depois expurgado de vez do governo.
      Asco total dessas suas atividades ‘mais inferiores’.
      Arrego mil vezes.
      Ponte que partiu, PQP!!!

      1. A ‘ESPINHA CURVADA’ não é exclusividade desse general.
        Basta ver as imagens do gestual dos gen Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto durante solenidades na AMAN e Bda Inf Pqdt, semana passada.
        Sempre com largos sorrisos, curvados e atentos ao seus meçias.
        Chama a atenção a bajulação e subserviência.
        Uma vergonha!

    2. ERRO!
      O asco é tão grande, que como o general assaltei o ‘português’.
      Escrevi erroneamente “Porta-vos”.
      Corrigindo, Porta-voZ.
      Plural: porta-vozes.
      Arrego pra mim.
      10 – Zero…

  2. Não diria que a Tropa está dividida, da mesma forma, penso que não está com bolsonaro como em outubro de 2018.
    Sem dúvidas os mais jovens, a ativa é bolsonaro, principalmente pelas possibilidades oferecidas pela Lei 13.954/2019, e iminente repetição no segundo turno 2022, do embate das chapas ‘bolsonaro x algum criminoso petralha’.

    Estadão, e outros da mídia tentam criar essa ilusão, esse falso racha nas FA entre bolsonaristas e moristas.
    Obviamente, caso as pesquisas de opiniões de votos apontarem uma vantagem expressiva de Moro sobre bolsonaro, próximo das eleições, sim, acredito que o parte da ativa e enorme parcela dos graduados da Reserva irão votar em Moro.
    Lembro que é expressivamente maior o número de Praças na Reserva em relação aos oficiais, estes não, vão morrer nas urnas com o ex-capitão desajustado.
    Lembro, também, que quem elegeu o mito a vereador no RJ em 88′, deputado e presidente, foram os votos de todos os membros da família militar.

    Hoje, a insatisfação das esposas, filhas, e parentes com as varias manifestações politicamente incorretas do Jair, fará essas eleitoras alterarem seus votos.
    Sua condução do país e empenho no combate a pandemia fará mães e esposas, militares do segmento feminino darem o troco nas urnas, não votarem no Jair.
    Continua…

    1. Não se engane, a ativa não é nem 80% Bolsonaro, tem Força que sequer criou o Altos Estudos 2, sem falar cadê a PEC 249 de autoria do próprio Bolsonaro?
      Caiu a MP 2.215?

      Não mudou nada, o que ele fez qualquer presidente iria fazer, um projeto feito na era do PT, aperfeiçoado no Temer.

  3. Continuando,
    Somando-se as insatisfações de grande parcela dos Subtenentes, Sargentos e pessoal do ‘QAO’ da Reserva com a Lei com a Lei 13.954/2019, fará esses militares, que é um percentual significativo do universo militar, votar no ex-Juiz Sérgio Moro.
    Portanto, dependendo do nível de derretimento político, crescimento da inflação, fraco crescimento do emprego e economia, sim, a família militar e civis voltarão acreditar nas bandeiras de combate a corrupção e crime organizado, promessas estas, que levou Sérgio Moro a equipe ministerial da campanha eleitoral do ex-capitão desajustado, o Instrutor-Chefe das práticas criminosas das ‘rachadinhas’.
    Por isso, acredito que dependendo do humor de Alexandre de Moraes, do STF, inquérito das ‘FakevNews’ no TSE, evolução das investigações do inquérito das ‘rachadinhas’ do ’01’ do clã bolsonaro, esse quadro pode mudar drasticamente, fazer a família militar e seu eleitorado civil acreditar na chapa Moro/Santos Cruz.
    Continua…

    1. Não adianta ficar nessa guerra política e pagar R$8 na gasolina, R$8 no óleo de soja…
      Quero saber quem vai corrigir as distorções da lei 13.954, o bolso fala mais alto…
      Cadê a queda da MP 2.215?
      Cadê a PEC 249 de autoria do Bolsonaro?

      Passou quase 30 anos nessa promessa e agora que é PR não fez “nada demais”.

      Não me interessa ideologia, partido…
      Quem não aceita diferenças que vá morar no Afeganistão.

  4. Continuando,
    De dar fim a associação das FA a esse governo cooptado pelo Centrão, Valdemar da Costa Neto, Ciro Nogueira, Roberto Jeffernon, ‘Pazuello e Elcio Franco’, salários “tríplex” do Centrão militar, Silas Malafaia, Edir Macedo, crime das ‘rachadinhas’, ameaças de ruptura democrática, cloroquina e outas condutas avessas aos valores e ética militares/civis.

    Bolsonaro abandonou todas as bandeiras de sua campanha.
    Só Sérgio Moro e Santos Cruz possuem estatura moral pra vencer a escória nas urnas.
    Que o falso meçias continue em acelerada queda livre na opinião pública e intenções de votos, e seja, definitivamente, expurgado da vida política nacional.
    p.s.:
    – Somando-se votos dos minions e Moristas, Moro eleito só até 2026.
    – Nova pesquisa traz Moro com apenas 19,7% de rejeição.
    – Bolsonaro e Lula com 47,4% e 39,9%, respectivamente.
    – 30 bilhões em emendas parlamentares, o orçamento secreto.
    Porque, no fim, o que importa mesmo é que tem que mudar isso daí, tá Okay?!
    …”Al 2 anos
    3° Sgt 10 anos
    2° Sgt 9 anos
    1° Sgt 7 anos”…
    28 anos de Serviço pra sair Subtenente…
    Se ingressou direto na ESA aos 22 anos de idade, sairá Subtenente aos 50 anos.
    Obrigado Bolsonaro, tá Okay?!

  5. Não sei de onde tiram esse apoio ao Moro e Santa Cruz, só se for os generais melancias; porquê praça vai votar em praça. Eu votarei no cabo Daciolo para presidente no primeiro turno e caso contihue , voto também no segundo turno; só votarei no presidente Bolsonaro, caso fique um candidato de esquerda ou um melancia.

  6. Não sei bem , mas para presidente deveria ser ou BOLSONARO ou Mano Lima…
    Esse viés de Novos Candidatos capacitados e que o povão não entende e por isso fica nas mãos das velhas raposas como Ciro, Aécio , Dória e tantos outros que vivem da política.

  7. Essa é a turminha chegada a uma licitação , contratos , compra de submarinos , caças , compra de fardamento … É lógico que não estão satisfeitos com Bolsonaro … Depois aparcem com apartamento na zona sul aqui no Rio , igual aquele Almirante que já foi pra reserva … Digite no Google : Almirante / submarinos / apartamento zona sul / ministério público ….

  8. Em tempos de pandemia, inflação em alta, desemprego 15 milhões de miseráveis.
    Vejamos, abaixo, o exemplo do falso profeta da seita bolsonarista:
    – de acordo com o Portal da Transparência, já foram gastos R$ 15,2 milhões em 2021.
    – ante R$ 8,9 milhões que o mesmo período de 2018, gestão Temer.
    Parabéns pelo comedimento e austeridade.
    Torrando, tá Okay?!

  9. Já tinha percebido ,estavam balançando do saco do bolso para pular no do moro , para não perder as tetas , o mal dos puxa-sacos é quando troca de chefe, pois tem que começar tudo de novo .

    1. Opa!
      Bom mesmo é ‘se meter’ com os probos:
      – Valdemar da Costa Neto, Ciro Nogueira, Roberto Jeffernon;
      – ‘Pazuello e Elcio Franco’; e
      – Silas Malafaia, Edir Macedo e Centrão.
      Não é mesmo Anônimo a partir do 15:47
      Lamentável.

  10. Não acho quem tenha uma divisão dos militares, já que, tanto Bolsonaro, como o Sérgio Moro disputam o mesmo campo político. Alguns militares deixaram de apoiar o Bolsonaro por questões salariais. Mas, caso ele passe para o segundo turno, contra o Lula, certamente votarão no Bolsonaro.

      1. KKKK… já tomei o remédinho… sim… Agora vamos lá: Estou falando da “MAIORIA”, que,… em uma situação extrema, “LULA ou BOLSONARO”,… com certeza votarão em BOLSONARO. Eu não voto no PT em nenhuma conjuntura.

      2. kkkkk… Estou falando da “MAIORIA”, que em uma situação extrema, “LULA ou BOLSONARO”,… com certeza votarão em BOLSONARO. Eu não voto no PT em nenhuma conjuntura.

  11. Votar em protesto contra o Bolsonaro não é o voto no Moro. Pelo contrário.
    Votar no Moro representa estar de acordo com as mesmas propostas, e os mesmos pensamentos do Bolsonaro, só que o Moro é mais entreguista, pega as suas instruções no exterior, é só ver como ele chegou no Delgatti.
    Tomem cuidado, ele é mais perigoso dos candidatos, ainda há tempo para refletir.

  12. SIDSER,
    Não teria toda essa certeza.
    Além dois dois, temos outros candidatos no segundo turno:
    – o voto em branco.
    – o voto nulo.
    – nem aparecer por lá, multa depois das eleições.
    Jamais votarei no Rachador-mor da República Bananeiras, no desajustado Jair.

    Ex-juiz Sérgio Moro, Presidente.
    Santos Cruz, vice Presidente.
    Capitão Daciolo, ministro da Defesa.
    Gloria a Deuxxxxxx.

  13. Só posso dizer que praças esperam desde 1990 por acertar os salários e viveram só de promessas até agora, uma carreira inteira e quando O bolsonaro pode ajudar e fazer a diferença ele os abandonou, aumentou tempo de serviço, taxou pensionistas e melhorou só os salários de Major para cima. Com certeza os praças, pensionistas e seus familiares e amigos NÃO votarão mais em Bolsonaro, e nesses três anos de governo nem conversar com praças ele quis, perdeu a confiança. Não tivesse feito a reestruturação e só dava um aumento qualquer no soldo que seria igual a todos e teria seus votos.

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