Primeiro sargento a se assumir gay no Exército ganha a vida com música

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Laci Marinho ficou nacionalmente conhecido após assumir relação com companheiro de Exército e hoje é cantor

Matheus Garzon
Mais de 13 anos após causar polêmica ao assumir um relacionamento homossexual com um companheiro de Exército, o segundo sargento Laci Marinho, 49 anos, tem se reinventado. Reformado da corporação por problemas de saúde, atualmente ele segue carreira na música ao mesmo tempo em que luta na Justiça para receber aposentadoria integral.
A repercussão ocorreu em 2008, depois de uma reportagem feita pela revista Época. Tanto ele quanto o companheiro, Fernando Alcântara de Figueiredo, hoje com 47, contaram a história de amor que já durava 10 anos. Na capa da publicação, os dois apareciam fardados.
Laci, na ocasião, já sofria com problemas de epilepsia que culminaram a reforma dele atual. Mesmo assim, foi transferido para Osasco, em São Paulo. Como não foi, após a publicação da matéria, acabou preso como desertor. Fernando passou pelo mesmo processo poucas semanas depois, mas sob alegação de transgressão disciplinar.
Os dois pediram aposentadoria em 2011, mas só obtiveram o benefício parcial. “Eu mesmo tive laudos e mais laudos com meus problemas que atestavam a epilepsia do lobo temporal. Finalmente depois se renderam e me reformaram”, conta Laci.
Mesmo assim, o afastamento não ocorreu da forma que ele pretendia. “Não me promoveram e ainda pagam apenas um terço da minha remuneração, que deveria ser integral. Até hoje tenho processo na Justiça por isso e parece que este ano devem analisar meu pedido no STJ [Superior Tribunal de Justiça]”.

Mundo da música
Enquanto aguarda o julgamento, o sargento reformado tem trabalhado na paixão dele: a música. “Eu já era da música antes disso tudo, mas precisei ficar 8 anos afastado por causa da doença. Voltei mesmo em 2019, fiz alguns shows, mas parei por causa da pandemia”, explica.
Adepto do rock, ele canta músicas nacionais de artistas consagrados e também segue carreira autoral. No começo deste ano ele lançou um single chamado Nação Perdida e já trabalha em outra música. “A primeira é uma pessoa desiludida com tudo. Essa nova acho que é até melhor que a primeira, mas também entra nesse contexto”, diz.
Ele diz que ainda não voltou a fazer shows pela capital por preocupações pela pandemia, mas espera poder voltar aos palcos em breve. Ele já tem sido requisitado não só em Brasília, mas também em cidades do Entorno.
Formado em direito há dois anos, Laci também ajuda o esposo Fernando, que trabalha em um escritório de advocacia.
Procurado, o Exército Brasileiro não se pronunciou com relação ao processo que tramita na Justiça.
METRÓPOLES/montedo.com

7 respostas

  1. Passando pra lembrar: Sgt não pode assumir. Oficial pode (inclusive é promovido). Nada contra a opção sexual da pessoa, só nos cabe concordar, respeitar e entender. Dentro do possível, em particular, aceitar. O inaceitável é ter que entender que Praça não pode mas Oficial pode. Inclusive temos exemplo na Ativa. Chegou o tempo de pararmos com a hipocrisia e seletividade.

    1. Hj temos um oficial TRANS de infantaria que diariamente tira onda fardado e de longe o CMDO olha e se finge de cego!!O EB é dos oficiais, o praça entra de gaiato.

    2. Na PMMG tem uma Capitão loira e gata que posta foto nas redes sociais em tom sensual e com os cabelos soltos, tudo isso fardada. Enquanto é uma coisa bonita de se ver, é obviamente fora do comportamento exigido a um militar da PMMG. Mas como é Capitão…

  2. O problema nao era ser gay.
    Ele alegava problemas psicologicos, pra nao trabalhar e, ganhando seu salario do EB, fazia cover da cassia Eler ao invez de estar na escala de serviço e cumprindo sua obrigaçao na caserna.
    Quando descobriram, alegou q era perseguiçao por ser gay.

  3. Esse é o “xis” da questão: os golpistas quando são descobertos sempre alegam perseguição para não se responsabilizar pelos golpes.

    Simples assim.

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