Pensando a Defesa Nacional

livro branco de defesa nacional

Paulo Ricardo da Rocha Paiva*
A Lei Complementar Nº 97, de 9 de junho de 1999, que dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas, no seu Capítulo IV- Do Preparo, em seu Artigo 14, preconiza que “o preparo das Forças Armadas é orientado pelos seguintes parâmetros básicos: I) permanente eficiência operacional singular e nas diferentes modalidades de emprego interdependentes; II) procura da autonomia nacional crescente, mediante contínua nacionalização de seus meios, nela incluídas pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional e III) correta utilização do potencial nacional, mediante mobilização criteriosamente planejada. Em sendo assim, é de se questionar sobre se estes parâmetros, considerados básicos, estão sendo buscados na acepção do significado dos termos com que foram enunciados, visando a trilogia organização, preparo e emprego.
Não há como se discutir o fato de que ameaças ao País, estas só podem ser concretizadas pelas grandes potências militares extrarregionais. Também está claro que as áreas de interesse dos “grandes predadores militares”, em nosso imenso entorno territorial, estão identificadas como sendo a calha norte do Rio Amazonas, na grande região norte, e nas bacias do pré sal por sobre o nosso extenso litoral leste. Em vista disso, a defesa nacional não pode se perder na visualização de projeção de poder, nem para além da fronteira terrestre, nem para além do “MARE NOSTRUM”, balizado pelo entorno do Atlântico Sul. Qualquer outro desígnio ou destino para emprego do poder militar nacional fora desse contexto, que não se duvide, será como se gastar munição e sacrificar vidas sem nenhum retorno para o prestígio do Brasil e de nenhum significado para manutenção de nossa soberania.
A busca da “permanente eficiência operacional singular e nas diferentes modalidades de emprego interdependentes”, por isso mesmo, precisa ser orientada sem a perda deste foco, voltada para sua consecução, no mais curto prazo, contemplando as FFAA com o que elas necessitam para o cumprimento, a contento, de sua missão principal de defesa da Pátria.
Já a “procura da autonomia nacional crescente, mediante contínua nacionalização de seus meios, nela incluídas pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional”, antes de qualquer providência neste sentido, se deve priorizar, com rigor, aqueles meios que capacitem dissuadir, antes de qualquer outro que não evidencie esta capacidade. Quanto a “correta utilização do potencial nacional, mediante mobilização criteriosamente planejada”, a pergunta que não quer calar é “por que a AVIBRÁS, que fabrica o míssil AV-300 km, limitadíssimo em alcance e carga, ainda não recebeu a encomenda dos VDR – Vetores de Respeito-1500/2500km, sem limite de carga, para armar a Esquadra e a artilharia da Força terrestre?
Pelo que foi visto, a conclusão que se chega é a de que: quando o alto comando terrestre teima em entupir o EB com brinquedinhos blindados sobre rodas; quando o alto comando naval insiste em projetos de construção de corvetas “pernetas” e submarinos “banguelas”, todas engenhocas bélicas sem nenhum significado dissuasório em termos de poder de fogo, se está a “brincar com a verdade. Ah! Já ia me esquecendo do alto comando aéreo. Este, justiça seja feita, é o que leva esta problemática mais profissionalmente. Suas iniciativas bem sucedidas, em particular e principalmente, com o desenvolvimento de bombas TERMOBÁRICAS, de poder de destruição comparado ao nuclear, colocam a FAB na liderança da busca do tão almejado estágio de dissuasão extrarregional. A defesa nacional, por isso mesmo, subentende dissuasão extrarregional. Não pensar desta forma é “brincar com a verdade”!
*Coronel de Infantaria e Estado-Maior

9 respostas

  1. Sr Paulo Ricardo da Rocha Paiva,
    Achas mesmo que estão focados em ‘Organização, preparo e emprego das FA’.
    Isso é coisa teórica de banquinho escolar dos milhares de cursos de altos estudos.
    Onde estes iluminados tem as soluções divinas para tudo irreal, impraticável e economicamente impossível de ser colocado em prática.
    E, o senhor sabe muito bem disso.
    Conhece o quanto sobra do orçamento das FA para investimentos bélicos (irrisório e risível).
    Sabe qual a real preocupação de nossos ‘medalhosos’ Chefes de hoje em dia, coronel:
    1) Cmt da FAB, em “twitar” baboseiras em defesa de seu falso ‘meçias’ (ridículo).
    2) Cmt MB, no programa extraordinário de combate a dengue do Eixo perimetral de BSA, em especial, do Palácio do Planalto, com seus blindados ‘esfumaçantes’ e obsoletos (patético).
    3) Cmt do EB, em providenciar carro oficial e motorista para general da ativa Pazuello, a disposição de outro órgão federal (SAE), “comovente”.
    Só, e unicamente isso (tragédia).
    Por fim, o máximo ideal comum de todos eles, os criadores do ‘genentismo’:
    – uma boquinha no ‘Centrão’ militar, num cargo ‘fura teto’, após suas breves passagens pelo Cmdo das Forças.
    – com salários de apenas 70.000 reais.
    Esse é o MUNDO REAL !
    Grana, Poder e muita Grana.
    Subserviência, bajulação, submissão, condescendência em excesso.
    Atende as vontades do seus ‘meçias’ de modo humilhante, vergonhoso e servil.
    Comandantes da MB, EB e FAB, os três fiéis ajudantes-de-ordens de luxo do ‘mito’.
    Só, e unicamente isso.
    p.s.:
    – Entende-se em parte tal comportamento, tendo em vista, ‘eles’ terem sido os menos atendidos pela Lei nº 13.954/19, Sistema de Proteção Social e Reestruturação da carreira.
    – Não é mesmo Coronel de Infantaria e Estado-Maior (73%)!?

    A verdade dói, mas não mata.
    A mentira agrada, mas não cura.

    1. Como diria um carioca: “que esculacho, cara!”
      Pegou pesado, companheiro. É isso aí mesmo. E ainda acrescentaria que estão preocupados com a faxina e com a guarda em forma.

    2. ‘Genentismo’,
      – é um movimento político-financeiro de oficiais de alta patente que visa à equiparação salarial e isonomia de seus vencimento ao do STF (já conquistado).
      – os generais tem como ideal se perpetuarem em cargos do Estado por toda sua existência.
      – preparam projeto de Lei que lhes garanta direito legal ou estatutária da vitaliciedade nos seus cargos fura tetos de R$ 70.000,00, independentemente dos governos de Estado.

  2. Continuando,
    Sim, Coronel de Infantaria e Estado-Maior,
    Poderiam promover ações, junto ao improvável “apoio” político de outros ministérios e presidente, para:
    – programas especiais e extraordinários fora do Orçamento das FA.
    – como o contrato para aquisição de 36 caças Gripen NG da empresa sueca SAAB.
    – o investimento total já ultrapassa os 13 bilhões de reais iniciais do projeto.

    Também, hoje, ‘irreal, impraticável e economicamente impossível’.
    O ´meçias’ deles precisa de muita verba para inflar o iluminado, o novo programa social, ‘Auxílio Brasil’, que vai substituir o Bolsa Família.

    Pra isso, e muito mais mais, como saciar a sede e fome por felpudas verbas governamentais dos probos políticos do mafioso ‘Centrão’, do capo Ciro Nogueira.
    A fim de comprar a sustentabilidade de seu governo aloprado.

    Como sabes, tecnologia bélica de ponta é ‘meio’ caro para um país repleto de:
    – milhões de miseráveis famintos por um prato de comida, não só no sertão nordestino.
    – 15 milhões de desempregados.
    – e milhares que deixaram de procurar emprego por total desesperança.

    Desesperança, esta:
    – ora pela crise econômica mundial causada pela epidemia.
    – ora pela protelação e prevaricação do general da ativa e ministro da saúde o ‘gordinho do bem’.
    – e, dele, o ex-capitão desajustado e indisciplinado Jair, o ‘meçias’.

    Sim, essa é a verdade nua e crua dos fatos, de nosso País.
    Clão bozonaro só até 2186, eternamente.

  3. Sr.Coronel, faça um bem a nação, se recolha e guarde a fé. Amanhã é dia das crianças, deixe pra elas essa historinha de preparo, emprego etc. Levante a mão que está preocupado com a pátria???

    Vamos lá! Ninguém?

    Valores e vergonha foram perdidos.

    1. Bem lembrado Atento Anônimo a partir do 15:45, dissestes:
      …”guarde a fé. Amanhã é dia das crianças”…
      E como meu amigo Anônimo, aproveito para:
      – lembrar e convocar todos aqueles que não ficaram pelo caminho;
      – que não tombaram para essa peste, pra mão pesada desse vírus;
      – que não tiveram há tempo um imunizante disponível para tentarem se salvar.
      Para abraçarem seus filhos, hoje, amanhã, todos os dias.
      Pois muitas, e muitas, milhões de crianças estão órfãos, perderam essa guerra.
      Porque não tinham armas disponíveis pra lutarem por seus pais.
      Um grande abraço!
      Gigante Anônimo Pai a partir do 15:45.

  4. “Expedição do ex-presidente Roosevelt no Brasil”.

    “O diálogo pode até soar como uma das adaptações históricas do roteiro de “O Hóspede Americano”, minissérie em exibição, atualmente, na HBO Max e na HBO, baseada na histórica viagem do ex-presidente dos Estados Unidos no Brasil, guiado pelo militar Cândido Rondon”.

    https://www.youtube.com/watch?v=QYePkmJMZdU&ab_channel=HBOMaxBrasil

    Com o lema “Morrer se for preciso, matar nunca”, Cândido Rondon, que empresta seu nome para o estado de Rondônia, era conhecido pela abordagem não-violenta com indígenas brasileiros.

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