HFA comprou 36,4 mil comprimidos de cloroquina durante a pandemia

Informação foi obtida pelo Metrópoles via LAI e reforça denúncia de que médicos da unidade eram orientados a receitar kit Covid

Celimar de Meneses
Tácio Lorran

O Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, adquiriu 13,9 mil comprimidos de cloroquina e 36.450 de hidroxicloroquina em 2020. Nos três anos anteriores, em 2017, 2018 e 2019, a unidade de saúde não recebeu nenhuma unidade dos mesmos medicamentos. Os dados são do próprio hospital e foram obtidos pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Além disso, pacientes do HFA consumiram 3,4 mil comprimidos de cloroquina e 18.254 de hidroxicloroquina em 2020. Em 2021, foram utilizados 7.350 comprimidos de hidroxicloroquina de 200 mg. O hospital ainda tem em estoque mais de 10 mil unidades de cada um dos remédios.
A hidroxicloroquina é um derivado da cloroquina. Os dois medicamentos foram descartados como método de cura para a Covid-19 em diferentes pesquisas. Até o momento, nenhuma autoridade sanitária reconheceu alguma droga efetiva para curar a doença. Além da cloroquina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desaconselha o uso de ivermectina, redemsivir e lopinavir/ritonavir.
O uso de cloroquina no HFA foi revelado pelo DFTV, da Rede Globo. A reportagem mostra que os médicos do pronto-socorro da unidade foram orientados a usar receitas pré-assinadas e carimbadas por outros profissionais para a prescrição dos pacientes.
A prática é vedada no Código de Ética Médica e provocou a abertura de uma investigação pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF). “A prescrição de qualquer medicamento só deve ser feita em consequência de um exame clínico. O CRMDF já está apurando as denúncias. O procedimento apuratório corre em sigilo processual nos termos do Art 1° do CPEP [Conselho de Processo Ético-Profissional]”, afirmou a instituição em nota.

CPI da Covid-19
A recomendação do uso de medicamentos sem eficácia é objeto de investigação pela CPI da Covid-19 no Congresso Nacional. O Exército Brasileiro produziu 3,229 milhões de comprimidos de cloroquina em 2020. Em junho deste ano, o ministro da Defesa, general Walter Souza Braga Netto, afirmou que a elevada produção de cloroquina aconteceu devido a uma suposta “corrida mundial” em busca do medicamento.
Em fevereiro deste ano, o Ministério da Defesa confirmou em nota enviada ao Metrópoles que os hospitais militares adotaram o tratamento precoce, mas que a prescrição é exclusiva dos médicos. “Os hospitais militares vêm adotando protocolo de tratamento precoce. A escolha da prescrição de medicamento é inerente à atividade do médico assistente e ocorre mediante o consentimento livre e esclarecido, sendo o paciente monitorado continuamente durante o tratamento”, afirmou a pasta. Na ocasião, o órgão não especificou como funcionava o protocolo.
Questionado se os comprimidos usados no Hospital das Forças Armadas são os mesmos produzidos pelo Exército Brasileiro e se todos os pacientes que usaram os medicamentos estavam com Covid-19, a assessoria do Ministério de Defesa afirmou que a produção da cloroquina e hidroxicloroquina será tratada apenas na CPI da pandemia.

Leia a íntegra da nota do ministério:
“O Ministério da Defesa informa que os assuntos pautados na Comissão Parlamentar de Inquérito da COVID-19, no Senado Federal, serão tratados apenas naquele fórum, como é o caso da produção de cloroquina e hidroxicloroquina. Além disso, cabe salientar que a escolha da prescrição de medicamentos é inerente à atividade do médico assistente, e ocorre mediante esclarecimento e consentimento livre do paciente.”
METRÓPOLES/montedo.com

Leia também:
Médicos do Hospital das Forças Armadas foram orientados a prescrever ‘kit Covid’ em receitas pré-assinadas

13 respostas

  1. Se prestar a comentar sobre aquela CPI do circo, fala sério todo brasileiro que tem no mínimo 1 neurônio funcionando sabe que aquela CPI não passa de joguete político e que até agora ano apresentou uma prova se quer de nada, a não ser da falta de ética, caráter e moral dos condutores, e a demais o uso do medicamento reflete talvez o baixíssimo indice de óbitos nas FA.

    1. Abre os olhos amigo!!! Veja como está o país, regredimos em tudo e a fome ronda os brasileiros, olhe o preço da gasolina, da carne…abra os olhos enquanto é tempo, só melhorou para muito poucos, vc sabe quem. Mesmos os que se dizem patriotas e falam sobre economia em V, tem contas no exterior, não confiam no país. 600 mil mortos. Acorde! Não seja um Lula Livre da direita.

  2. Irrelevante, visto que a maioria dos estados há época também estavam comprando este medicamento e até disponibilizando os kits para a população.

    Era o que se tinha de inicial para “tratar” a doença, e numa guerra tenta-se aproveitar o que está disponível para uso!

    1. Seu Montedo, pela seriedade do blog e facknews da esquerda, se possível, peço publicar nota do HFA sobre o tema. Um abraço! e continuemos atentos senão a esquerda volta.

  3. Na realidade o Presidente e Cia Ltda fizeram propaganda de medicamentos sem amparo legal, deixando de informar a população sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

    CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

    § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.

    § 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

    § 3º Compete à lei federal:

    I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;

    II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.

    § 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

    § 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.

    Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:

    I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

    II – promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

    III – regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

    IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família

    1. Até o momento, nenhuma autoridade sanitária reconheceu alguma droga efetiva para curar a doença. Isso inclui as vacinas pois não são remédios mas estimulantes do sistema imunológico e experimentos diretos nunca antes aplicados sem a testagem da 3ª etapa.

      Mas a Pfizer já está testando uma ivermectina particular após comprometer o erário com a compra de suas vacinas onde nem eles assumem os riscos das consequências para a saude da população,.

      Com certeza, os mais de 21 milhões que constam nas estatísticas de “curados” não o foram com dipirona. Infelizmente ainda não foram capazes de percentualizar e publicar os medicamentos usados no Brasil, certamente, por medo da escória midiática que ataca ferozmente qualquer um que faça uso do Kit.

      1. Uma ivermectina particular? Essa foi forte para a Cavalaria! Essa é boa, kkkkk, talvez seja melhor da que vinha sendo anunciada com tanta veemência e não funcionou! Rsrsrsrsrs…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo