O apronto operacional e uma história da velha Cavalaria.

Esta postagem é de setembro de 2014.
Hoje, recebi um comentário ácido sobre um texto que retrata, com bom humor, uma realidade que muitos “dinossauros” como eu vivenciaram. Afinal, antigas amizades e boas histórias para contar são bons temperos para uma vida leve. Aliás, os leitores também compartilharam boas histórias na área de comentários. 
Resolvi republicar, pois vale a pena rir de novo.

A foto abaixo é de 11 de agosto, no quartel do 9º Batalhão Logístico (Santiago-RS). Trata-se do apronto operacional para a Operação Guarani 2014.

Imagem: Cabo Araújo (CMS)
A imagem trouxe-me recordações (seriam assombrações?) do velho 14 e do tempo que passei envolvido em ‘operações’ como essa, que seguiam sempre a mesma cronologia: plano de chamada de madrugada (num tempo em que não existiam celulares e telefones fixos eram raros), deslocamento para o quartel, preparação do equipamento, montagem do dispositivo e horas e mais horas em pé, no pátio, esperando a chegada dos membros do ‘escalão superior’, entidades supranormais que, manhã já adiantada, desembarcavam de uma Veraneio vinda de Bagé.
Aí, os estrelados, munidos de suas temidas pranchetas, passavam a caminhar por entre as frações, acompanhados do S/3, comandantes de esquadrão e pelotões – todos tão obsequiosos quanto encagaçados.
Era um tempo em que se preenchiam umas fichinhas para sinalizar o material que faltava:
– Vale uma marmita; vale uma faca de trincheira; vale um porta-curativos; etc.
As viaturas faltantes eram representadas com giz, no chão (é fato!): vale uma VTR 2,5 Ton; vale uma VBR EE-9 Cascavel; e por aí vai. Coisa de alto nível, tá pensando o quê?!
O estojo de material de costura  não podia faltar de jeito nenhum! Por algum motivo que até hoje desconheço, era sempre cobrado pelos temidos inspecionadores. Ai do militar que não tivesse em sua mochila linha, agulha e botões.
Mas, vez por outra, haviam compensações.
Numa dessas empreitadas, estava um oficial ‘com Kolynos’ – os mais antigos lembrarão do creme dental cuja marca era idêntica ao símbolo da ECEME – a inspecionar um pelotão quando abordou o sargento adjunto que, para sua desgraça, era meu amigo Moreira, que sempre tinha respostas ferinas e prontas. Como se fosse obrigação do militar, indagou, ríspido:
– Cadê o relógio de pulso, sargento?
O cavalariano nem piscou. Tomando a posição de sentido, respondeu:
– O subtenente ainda não tem para ‘pagar’ aos sargentos, major!
E voltou à posição de descansar, sob o olhar atônito dos oficiais do regimento e ante a cara de paisagem do intrépido inspecionador. Este, na falta de palavras, achou que era um bom momento para ir ao banheiro. E assim fez.

 

39 respostas

  1. KKKKKKK. CARO MONTEDO, NÃO SOU TÃO ANTIGÃO, MAS DEI BOAS RISADAS COM ESSE CAUSO DE CASERNA. QUANTO AOS VALES, AINDA PEGUEI S3 EM 1989 QUE AINDA USAVA ESSE ARTIFÍCIO, KKKKK. MUITO BOM.

    1. O problema da força é não ter psicotécnico! Entra qualquer perfil. Aí ficam querendo ” guerreiro/técnico/administrativo/desenrolado/proativo/puxa saco e no final ficam magoados porque não tem a menor noção com quem estão lidando. Isso se chama amadorismo

  2. Montedo, esqueceste de citar que na semana anterior tinha o famoso faxinão; onde quem se mexia fazia continência, e quem não se mexia pintava de branco, com o tradicional cal, e o término do expediente era regulado pela luz do sol. O bom mesmo das inspeções era que no dia a bóia era melhorada para todos, onde era servido a sobremesa anual de sorvete. Depois de toda a inspeção ( encenação, enganação e outros ão) todos ficavam felizes com o resultado obtido, inspecionadores, comando e tropa e no dia seguinte voltávamos para a nossa realidade de falta de material e macarronada com salsicha e chá de coturno ( popular Brox…..). Bons tempos aqueles que a camaradagem valia mais que o conceito, prova disto é que e os companheiros daquela época, são até hoje tratados como nossos irmãos. abraço . ( em tempo: boa esta do vale cavalo – não tinha gasto com ração – O vale jeep eu peguei).

  3. Os mais safos ja tinha um saquinho com meias velhas Apenas um pe de cada) e outro com cuecas que nao serviam para serem usadas mas na hora de mostrar ja deixava o inspecionador satisfeito.

  4. Essa história contada lembrou-me alguns causos com um meu amigo, subtenente de Comunicações da turma de 1983, que assim que completou o tempo mínimo para reserva renumerada, foi-se para casa. Dava respostas como a da história, mas mesmo assim tinha excepcional conceito, pois é competente ao extremo.

    Disse-me ele que em uma inspeção no 36º BIMtz foi “michado” porque a carga, cuidadosamente colocada em um caminhão desenhado no solo, não estava amarrada e poderia CAIR.

    Posteriormente, servindo comigo no CIGE, era o Encarregado de Material da Cia Aux Ens e foi chamado pelo Cmt Cia que lhe retransmitiu a ordem do Cmt OM (este fissurado em faxina) para que cortasse a grama em frente ao quartel. Sua resposta imediata:
    – Só se passar prestobarba, porque mais baixa do que está, não fica.

    Outra vez, na prévia da inspeção da Região Militar, ao se deparar com um equipamento que não funcionava, o capitão Adj do S4 (hoje imponente Cel QEMA) perguntou, na frente do Cmt, porque ele não tomou providências. Ele foi ao armário e pegou uma pasta de arquivo e começou a ler:
    – Parte nº X ao Sr S4. Solicito providências para………..
    Parte nº Y ao Sr S4, referência à parte nº X. Solicito providências para……….
    Parte nº Z ao Sr S4, referência às partes nº X e Y. Solicito providências para……….
    Parte nº N ao Sr S4, referência às partes nº X, Y e Z. Solicito providências para……….
    Precisa dizer a cara do capitão?

    Nessa mesma prévia, já no alojamento e ainda na presença do Cmt, perguntou por que tinha roupas no varal. Pacientemente meu amigo explicou o óbvio. Insatisfeito, o capitão determinou que antes da inspeção as roupas secas fossem tiradas do varal. Resposta de meu amigo:
    – Pode deixar capitão. Antes da inspeção venho aqui e molho as roupas que já estiverem secas.

  5. Teve um cmt de esquadrão que ficou apavorado ao ler numa reunião de sgts da subunidade a OI da inspeção da bda que seria na proxima semana, pois o kit para inspeção pedia 3 cuecas no item fardamento. " poxa – eu só tenho 6 cuecas em uso, como fico, e se minha mulher der falta de 3, como explicar?". Resolvemos o problema dele – o furriel mandou comprar 3 cuecas no 1 real. ( válidas até a primeira lavada), e descontou proximo pgto. Esta é uma
    pérolas da vida na caserna que não esquecerei.
    Sem contar as pilhas para lanterna descarregadas, o coturno de muda ressecado, etc. Me engana que eu gosto. abraço.

  6. Legal foi o dia que o E3 do CMA bateu na mochila "bem estufada"do campanha, e descobriu que o recheio era um cesto plástico de lixo + travesseiro

  7. Montedo: não se preocupe com o comentário das 17:14; provavelmente o colega serviu desde lobinho até a reserva em Brasília. forte abraço cavalariano.

  8. O anônimo de 14 de setembro de 2014 17:14, não gostou da história. Qual o problema de contar as verdades da caserna, companheiro? Por um acaso o senhor estava em alguma dessas inspeções contadas, como membro inspecionador? kkk

  9. Em uma inspeção de apronto operacional da unidade no Paraná, o E3 da brigada, um major de cavalaria, inspecionando um cabo QE, falou:
    – Cabo sabia que no meu Kit de sobrevivência da ESAO tinha até estilingue para matar passarinho?
    O Cabo na mesma hora respondeu:
    – O senhor sabia que matar passarinho é crime ambiental inafiançável?
    Na mesma hora a inspeção do pelotão terminou e ele passou para ao próximo

  10. Parabéns caro Montedo pelas lembranças, antigas, mas que a mim parecem que foram ontem, apesar de eu ter pego já o final desse tempo. Esses causos parecem até mentira, mas quem vivenciou aquela época sabe que era verdade, claro as vezes com um pequeno floreio para ilustrar, mas a pura verdade. A velha 3ª Bda C Mec tem muitas dessas.
    STen Honório.

  11. Há título de piada é muito engraçado; há título de operacionalidade da defesa da Pátria, uma catástrofe. O pior é que são oficiais generais, em que mundo essa gente vive???

  12. Em uma inspeção no CMA, o Cmt mandou o Ten chefe da garagem "recolher" os macacos dos carros dos tenentes para que eles fossem colocados nas Vtr da OM…pode isso!?!?
    Obviamente não preciso dizer que o Cel QEMA tinha um excelente conceito junto aos seus superiores…
    É aquela coisa, que ainda não conseguimos extirpar nestes meus 20 anos de serviço…Finge que sua OM é padrão que eu finjo que te inspeciono…na verdade o que importa é a "confraternização" regada a churrasco e cerveja…E o conceito do Cmt!

  13. Não sei se vai ser possível publicar esse texto. Afinal, nestes dias do “politicamente correto”, não se pode mais falar nada. Em todos os casos lá vai: Foi lá pelos idos de 88 (é, sou “véio” mesmo). Soldado recruta, estava eu em forma em uma das tantas paradas de serviço que já tirei. Farda VO engomada – que parava em pé sozinha – coturno brilhando, cabelo zero e tudo o mais. Eis que surge o oficial de dia, pronto para passar a parada em inspeção. O jovem tenente em questão, era conhecido por demonstrar um comportamento meio “esquisito” para a época. Não que tal comportamento tenha deixado de ser esquisito com o passar do tempo, na verdade ficou até comum. Muitos mesmo acreditam que está ficando obrigatório. Mas enfim, os trejeitos do tenente sempre inspiravam gracejos a respeito de sua “alegria”. Mas não era seu comportamento que inspirava preocupação, mas sim seu excesso de zelo e “caxiagem”. De fato, em todas as paradas o tenente cobrava ao extremo, nunca nada estava perfeito e a quantidade de FOs negativos distribuídos por ele em suas inspeções o colocavam no mais alto grau no ranking dos chatos exigentes. Naquele dia também entrava de serviço, como Cabo da Guarda, um sujeito muito conhecido por sua estatura e físico avantajados. De fato, em uma época onde ainda não existiam as academias onde os marombeiros se enchem de farinha láctea misturada com leite em pó, o cabo se destacava por seus músculos, obtidos na dura lida diária do campo. O cabo, também muito exigente em seu serviço, era mais conhecido por ser muito pontual e correto em seu serviço, tanto quanto em sua vida pessoal. Inclusive o mesmo havia recebido a famosa barreta de praça mais distinta, quando recruta, fruto do seu esforço e dedicação. Pois bem, lá estava o cabo, com sua melhor farda, seu melhor coturno, tudo perfeito, quando o oficial se dia se aproxima, gira a cabeça e, olhando-o de cima a baixo, fala sem pestanejar: – Cabelo grande cabo! O efeito sobre o cabo foi imediato. Passados alguns segundos, tempo necessário para que seu cérebro do cabo processasse aquela informação, fazendo-o refletir sobre o dia anterior, revendo todo os passos preparatórios que fizera antes da parada, o cabo finalmente saiu de sua posição perfeita de estátua e, tomando a posição de sentido, bradou: – Senhor, eu cortei o cabelo ontem! Máquina UM! Falando isso o cabo levou a mão à cabeça, passando-a sobre sua careca queimada de sol. Juro. Sem sacanagem. O tenente, que já havia se adiantado alguns passos, parou, tomou a posição de sentido, deu meia volta, aproximou-se do cabo e, segurando um tufo de pelos do peito que saíam pela gola da camiseta do cabo, falou: – O cabelo do peito, seu cretiiinoooo!!!

  14. Na om em q sirvo tem um OF um desses S alguma coisa, q todos os dias vai para parada diaria com sua espada e luvas calçadas vistoriar cabelo, até o pelo q nasce na orelha de alguns seres vivos ele diz q orelha tambem e barba, lança todos os dias mais da metade da equipe de SV, gera um imensidão de FATD's deixa a tropa desmotivada nivel 100, e no final não traz beneficio nenhum para a tropa ou para a diciplina;
    Ai senhores eu me pergunto oq q um ser humano desses fala para o neto se ele o perguntar "vovo oq o sr. Faz no quartel" não quero nem imaginar. E muita falta do q fazer de um OF desses o cidadão não produz nada e ainda dificulta o dia a dia de quem mais rala dentro dos nossos quartéis desse brasil.

  15. Boas lembranças e boas risadas, ja tive muitas viaturas de giz. O o mais legal disso tudo aqui é que se contar la fora não acreditam, se insistir te batem. Só não entendi a do esquentadinho la em cima se dizendo decepcionado. Decepcionado com o que se é tudo verdade. Será um Gen da reserva que fazia isso de monte e hoje vê que no fundo morríamos de rir de tudo.

  16. É R-I-D-Í-C-U-L-O este incansável faz de contas que impera no Exército.
    Tudo é faz de conta, todos reclamam mas não fazem nada para mudar os status quo quando estão em funções em que lhes é permitido mudar rotinas e regras.
    Mas apesar das reclamações, vejo que muitos ficam empolgados com tais atividades.
    Típico EXÉRCITO DE BRANCALEONE.

  17. Digo ao comentarista de 15 de setembro de 2014, 12:10 horas, que não há floreio, mas a pura realidade, infelizmente. Pergunta ao meu amigo Elismar que serviu no 36 BIMtz e no CIGE e que agora curte a reserva remunerada lá em Araguari.

  18. Um texto esdrúxulo, de uma pessoa que se revela “magoada” com a Instituição que o recebeu de braços abertos e que, sem dúvida, o ajudou a se forma um cidadão de bem. Na impossibilidade de progredir na carreira e tornar-se um Oficial ou mesmo um Sargento, se limita a fazer jocosidades sobre superiores hierárquicos, sinal de que não aprendeu a essência daquilo que é a honrosa profissão de “Soldado”. Destarte, se tivesse coragem mesmo, teria sido voluntário aos cursos de paraquedismo, comandos e forças especiais, onde não existem “vale-isso” ou “vale-aquilo”: lá sim é tropa operacional e de alto valor agregado.

    1. Nervoso você amigo!
      Não concordo com todos os texto do Montedo!
      Principalmente quando ele desden de todos e diz quem não quiser ler não entre no LOG.
      Pois precisa de todos aqui!
      MInha opinião Cap Montedo! Peço desculpa pela sinceridade!
      Mais sua opinião sobre o texto acima apresentado, pelo Cap Montedo, e muito vil e rancoroso!
      O que ele relatou foi e sempre será a verdade. Aconteceu !

    2. Percebo a soberba e a arrogância de um filho que, depois dos pais abrirem mão de suas vidas e até do amor próprio para que o rebento conquistasse o diploma de “dotô”, olha para os velhos e os abandona condenando-os por serem ultrapassados.
      Desde os tempos do COSAC do TEIXEIRÃO nas florestas panamenhas o Exercito tem trabalhado com um orçamento exíguo tentando fazer o máximo com o mínimo.
      Graças ao “vale-viatura”, ao “vale-reboque” e ao “vale-cisterna” é que o EB conseguiu adquirir miras holográficas, trilhos Picatinny, construir tubo de vento e tantas outras parafernálias para termos uma tropa não-convencional à altura. Graças a tantos sacos VO e mochilas sendo costuradas nos Parques e B Log e que o DOMPSA podia entregar T10 confiáveis para formar teus instrutores. Graças à tantos banheiros e refeitórios de Cb/Sd caindo aos pedaços pelo País é que teve recurso para construir o Complexo Gorro Preto de Goiânia.
      Tínhamos o real valor da Força Terrestre, o homem.
      Enquanto isso, continue treinando para sair FE. Quem sabe mais umas duas ou três tentativas você consegue.

      1. Pé-de-Poeira 91, PARA!
        Tu achas que engana alguém com esse discurso embusteiro de “COSAC do TEIXEIRÃO nas florestas panamenhas o Exercito”.
        PARA!
        …”Graças ao “vale-viatura”, ao “vale-reboque” e ao “vale-cisterna” é que o EB conseguiu adquirir”…PARA!
        Pensamento minúsculo, esse vergonhoso e insignificante “vale-tudo” foi responsável por modernização coisa nenhuma.
        Passávamos vergonha internamente e ao sairmos em operações com viaturas e equipamentos totalmente velhos, capengas, inadequados e ultrapassados. Parecíamos o exército paraguaio de Solano López em 1864.
        Por total falta de responsabilidade de intermináveis ex-comandantes da Força Terrestre, nunca foram capazes de mudarem aquele quadro caótico.
        A PF que sempre teve Chefes de respeito saiu de um órgão de segurança miúdo a uma Força policial equipada, atualizada, valorizada não só em equipamentos, treinamento, como também na questão salarial.
        Por constatações como a sua que nos fez passar tantos anos imersos naquela mediocridade, isso, no que se refere as condições de trabalho.
        Sim, o homem, o profissional, segurou com altivez aquele momento de total sucateamento bélico e estrutural.
        Faltava tudo, de um simples chuveiro plástico para o banheiro dos Cabos e Soldados, como munição para um risório e minuto TAT da Tropa.
        Ao ponto do Sgt de Tiro me mandar essa:
        – Sub seu último TAT foi “E”, se o Sr quiser o repito, estamos no limite de segurança orgânica da OM, adaptada a novas ameaças, num cenário de
        crescente aumento da criminalidade, e…(cenário da Gu da Vila Militar do RJ).
        PARA, “não vale-um-Pé-de-Poeira”.
        Numa situação de calamidade pública em Maceió-AL, quando se fez a necessidade do emprego da Tropa é que veio a luz aos olhos da população e governo federal o total sucateamento da Força.
        E, a partir dali que passamos, no ponto defasado de transporte de pessoal dar uma ‘melhorada’.
        Disse:
        “Graças à tantos banheiros e refeitórios de Cb/Sd caindo aos pedaços pelo País é que…”.
        Como diz os cearenses, COMO FAÇO PRA “DESOUVIR” ISSO?
        Jesus! Quanta mediocridade, e pensar que vc é Praça.
        Tá explicado porque o general ‘gorro preto’ Ramos teve a atitude vergonhosa de tomar vacina contra a Covid-19 escondido de seu ‘meçias’.
        Graças à tantos banheiros e refeitórios de Cb/Sd caindo aos pedaços pelo País é que…”.
        Jesus!
        Parei.

        1. Toma vergonha na cara PE DE POEIRA.
          Isso tudo é uma FANTASIA, uma HISTORIA ROMANTICA, falar de guerra sem nunca ter trocado tiro com ninguém, só esses “causos” da fronteira que obviamente sao mentiras deslavadas, pois hj matam um bandido e a familia inteira processa o Estado.

          Isso é coisa de uma instituição que realmente perdeu seu foco, basta olhar a POLICIA FEDERAL, que prende ex presidente, que troca tiro em fronteira, que lida com organizações terroristas, que investiga narcoguerrilheiros internacionais… Vai lá ver se tem algum faz de contas desses… essa fantasia, esse mundo encantado… NAO TEM! Eles sequer tem tempo. Eles nao de perderam ao longo das décadas

          1. Anônimo a partir do 10:08,
            Colaborando com seu comentário, lembrei-me de um caso de um Sargento R2 que passou no concurso da PF, o encontrei anos depois e me relatou o seguinte:
            – logo nos meus primeiros dias na PF cruzei com um delegado e me enquadrou, disse o delegado, ‘vc pensa que está no Exército, ponha a “porr…” do carregador nesta pistola, aqui a guerra não é de festim’.
            Aí, Anônimo, cansei desses embusteiros “não vale-um-Pé-de-Poeira”.
            Tudo teatro, uns farsantes.
            Parei.

          1. São esses nossos guerreiros do gorro preto.
            general tomar vacina escondido do seu líder religioso.
            Patético.

        2. Eitá cabra invocado!
          Por isso, seu “não vale-um-Pé-de-Poeira”, que parei há tempos de enviar qualquer comentário.
          O pessoal anda de mal humor.
          Também,
          …”Graças ao “vale-viatura”, ao “vale-reboque” e ao “vale-cisterna” é que o EB conseguiu adquirir”…
          Mandou muito mal.

    3. Vc é autista? A instituição nao deu NADA a ninguém. Ela não é uma pessoa que vive e tem sentimentos de compaixão. Todos fizeram um concurso, uma formação, cumpriram rigorosamente o expediente e ganharam seus soldos ao final do mês. Você é um cadete para pensar como uma criança de 16 anos? Nada foi dado de graça, era uma troca, como em qualquer trabalho remunerado. Em que mundo de bob você vive? Tudo que é dado, é dado pelo recurso do tesouro nacional, pago pelo contribuinte, QUE IRIA FICAR LOUCO EM SABER QUE O MAIOR ORÇAMENTO DA UNIÃO (DEFESA) SERVE PARA ESSE TIPO DE COISA.
      Cada uma tche

  19. Excelente Montedo, principalmente depois de tantas asneiras que o Centrão militar e seu meçias nos fazem ouvir e passar.
    Resumindo, todos sabiam que viviam um circo.
    Todos participavam desta encenação burlesca pagas pelo Estado.
    “Inspecionadores” que já haviam passado por esta patética encenação como tenentes e capitães.
    Está aí o resultado, esses moços que vinham de Bagélo-RS são os mesmos que estão hoje mamando 70 mil das fartas tetas do Estado.
    Os que nos fazem passar vergonha nos desfiles esfumaçantes dos velhos blindados dos fuzileiros navais no Eixão de Brasília.
    Tudo TEATRO.
    Porém com péssimos atores.

  20. Fato ocorrido no antigo 1° RCC no RJ, anos 90, durante vista do Cmt da 5ª Bda C B , Gen Aguinaldo Del Nero!
    Perguntado a um 3º Sgt do 3º Esqd CC, quantos km por litros , rodando, fazem o M41 A3C?
    Respostas do profissional : dados do manual dizem 4 KM por litro, mais esses, pelo tempo de uso, devem está fazendo 2 km por litros!
    Não satisfeito veio outra pergunta do Cmt, e parado? Quanto faz?
    O 3º Sgt respondeu: General eu podia inventar qualquer coisa que V.Exª ,poderia acreditar, mais prefiro dizer ao senhor que nem os atuais engenheiros que fizeram esses carros tem capacidade de responder !
    Silêncio sepucral de todos presente !(Cmt OM , Cmt Esqd, S3 e outros OF comitivas)!
    O General, colocou a mão na barriga e deu uma risada alta e elogiou a sinceridade do profissional!
    E foi-se embora rindo e descontraindo o ambiente!

  21. Muito bacana a história, Cap.
    Informo que nada mudou… Talvez mais e mais gente infeliz e de mal com a vida, mas na prática continua assim, uma encenação bizarra com seres complexados procurando defeito onde não existe.

    A das roupas no varal foi maravilhosa! Falta hoje em dia gente assim, honesta, moralmente corajosa. Bons tempos os que os senhores viveram.

    Uma continencia deste mais moderno aqui

    1. Anônimo a partir do 20:49,
      Sim, companheiro, aqueles anos eram insanos e muito diferentes, nem melhor ou pior que os de hoje, apenas diferentes.
      Pra você ter ideia darei um exemplo significativo:
      – eu e outro sargento recém egressos da EsSA tínhamos tanta munição 7,62 e 9mm nos nossos armários que passamos horas numa manhã no estande de tiro nos divertindo.
      – o expediente rolando normalmente e a gente ‘disparando’.
      – pegamos cada um numa alça de um cunhete, atravessamos toda a subunidade e OM, e tome “tiro”, rsssssss, excelente!
      – num Sv de Sgt de Dia esse mesmo companheiro pegou um sentinela torando na hora no fundo do Quartel.
      – resultado, foi ao armário pegou um Petardo AE TNT de 100g e o lançou próximo da guarita (esse passou um bom tempo sem dormir).
      – tempos insanos e divertidos.
      – “us” Subão não abriam pra ninguém, nem pra ‘cima, ou pra baixo’, apertavam geral.
      – o cara pra comandar qualquer Fração tinha que conhecer a profissão, possuir liderança e carcaça (marchas a pé de 42Km muitas vezes sem autos e corridinhas intermináveis).
      – muita prática e pouca teoria, mas, muitas boas aloprações.
      – só tinham ‘locos’.
      O homem que não possui estórias e experiências boas, ou não, vividas durante a vida, é como um tambor, faz barulho, porém oco por dentro.
      Esse ‘fraco homem’ me lembrou alguém, que só faz barulho e fumaça com blindados das FA em Brasília.

  22. Anos 86 ou 87, estávamos parados numa toca na Defensiva em Silvânia-GO há uns três dias.
    Ralado e insano pra cavar 10cm num solo pedregoso.
    Sol a pino, muita chuva e nenhuma ação da Força adversa.
    Todos de saco cheio daquele marasmo interminável.
    Comandantes de OM, Subunidade, de Pel e os encagaçados ‘esses’ do EM toda hora passando e recomendando aprimoramentos e enchendo o saco dos sargentos.
    Tudo porque no dia seguinte a comitiva da 3ª Bda Inf Mtz (Goiânia-GO) chegaria para a inspeção (um terror psicológico e cagaço imensurável e vergonhoso).
    Então, o general Ferreira chega com sua imensa comitiva e para logo na toca do 3º Sgt RUYBERG, o Aluno THOMÉ da ESA/85 (logo de quem…rssss).
    RUYBERG, já de saco cheio daquele marasmo e faz-de-conta pra impressionar os ameaçadores e temidos inspecionadores, deu uma baita “aloprada”.
    Já havia na maior ralação cavar sua toca e de mais uns três soldados, o general ao vê-lo “meio” de saco cheio e cagando pra aquele circo, mandou para o ex-aluno THOMÉ:
    – VIBRA SARGENTO COM A SITUAÇÃO!
    RUYBERG imediatamente reage segurando o FAL com as duas mãos sobre a cabeça, saltitando e aos ‘berros’:
    – VIBRA!!! VIBRA!!! VIBRA !!!
    Rsssssssssssssssssssssssssssssssssssss
    Passei uns meses sem parar de rir.
    Porém, na hora ficamos todos paralisados, sem entender aquela “porr…”, Rssssssss
    O general assustado pegou sua viola, embaiou-a debaixo do braço e vazou assustado, Rsssssssss
    Como o Comandos e FE RUYBERG tinha uma “put…” moral com todos na OM, ficou por isso mesmo.
    Muito bom! Daria um braço ou uma perna pra voltar aquele tempo.
    Velhos, insanos, aloprados tempos mas honestos anos felizes com meus irmãos de Armas.
    Valeu Ricardo MONTEDO por fazer-me recordar de momentos tão felizes.
    Saúde e fé na missão a todos nós, Reserva e Ativa.
    Infantaria.

  23. Quem serviu na década de oitenta deve ter vivenciado estes fatos rotineiros nas inspeçõesdas brigadas, o vale viatura, as perguntas absurdas dos inspecionadores e outras enganações. Mas levávamos tudo numa boa, numa época , como um colega disse num comentário anterior, imperava mais a camaradagem e profissionalismo do que a trairagem. lembro que durante as inspeções da tropa no pátio, tinha o tradicional desfile da tropa, ensaiado tantas vezes que até os vizinhos do quartel ficavam de saco cheio. Mas antes do desfile tinha a desmontagem e montagem do armamento individual e o ponto mais esperado por nós do Esquadrão era acompanhar o nervosismo de um colega sargento, que numa tremedeira, nunca conseguia montar a pistola; e num desespero final, pressionado pelo toque do clarim, colocava as peças no bolso da farda e a armação no coldre. A diversão era nós marchando e ouvindo o barulho das peças da pistola no bolso dele, ao som da fanfarra. São estas e outras histórias que recordamos quando encontramos os veteranos de nossa época, e nos dá a satisfação de ter servido num tempo onde as amizades valiam mais que a busca por um conceito e esta camaradagem, permanecem ainda hoje, depois de décadas.

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