A ex-presidentes, generais afastam apoio de Forças Armadas a golpe

militares marchando

De acordo com relatos recolhidos por Temer, FHC, Lula, Sarney e Collor, generais garantem que tropa não apoiaria ruptura democrática

Luciana Lima
As ameaças de não aceitar o resultado das eleições de 2022 sem a adoção do voto impresso e as constantes manifestações do presidente Jair Bolsonaro contra a democracia fizeram com que cinco ex-presidentes da República procurassem militares para sondá-los sobre os riscos de uma possível ruptura institucional.
Emissários ouviram de generais da reserva e da ativa a garantia de que as eleições vão acontecer e de que o vencedor, seja quem for, tomará posse. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Ao serem indagados sobre as constantes aparições de Bolsonaro em solenidades militares das Forças Armadas e em formaturas de cadetes e sargentos, os generais explicaram que não podem impedir a presença do presidente nesses eventos, mas que isso não seria suficiente para romper a hierarquia existente na tropa. Segundo os generais, não há hipótese de Bolsonaro contar com insubordinação nas Forças Armadas.
Os militares, porém, mostraram preocupação com a possibilidade de o presidente e seus aliados tentarem um golpe com o apoio das polícias militares. De acordo com a reportagem, o risco de rompimento da cadeia de comando nas PMs é monitorado pelas Forças Armadas.
As sondagens foram feitas por Michel Temer, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor e, de acordo com a matéria do Estadão, todos receberam as mesmas informações de seus contatos. Pelo menos seis generais da ativa e da reserva foram ouvidos pelos ex-presidentes ou seus emissários para relatar o clima do Exército.
Peças-chave nessa articulação são os ex-ministros da Defesa, Nelson Jobim, Raul Jungmann e Aldo Rebelo, além do professor de filosofia Denis Lerrer Rosenfield, amigo de Temer, que mantém boas relações com o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Sérgio Etchegoyen e com o vice-presidente Hamilton Mourão.
“Antes de mais nada, essa não é uma discussão boa para o país, uma discussão que tem como agenda o envolvimento de militares na política. Não é um bom sinal”, disse o ex-ministro Aldo Rebelo.
Segundo ele, “a boa notícia dentro da má notícia é que os militares não estão interessados em desempenhar um protagonismo na desorientação que estamos atravessando”. Aldo diz ser consultado quase diariamente. “Acompanho esse tema há muito tempo. E converso com os ex-presidentes.”

Contatos diretos
Fernando Henrique Cardoso, segundo a reportagem, ouviu que as instituições militares estariam se descolando do chamado “partido militar”, como são chamados os oficiais que se uniram para fazer política com Bolsonaro e que há desconforto com a postura dos comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.
Já Rosenfield apontou ao ex-presidente Temer que “não há possibilidade de o Exército participar de uma ruptura”. “Nossos generais são constitucionalistas”, disse.
Temer, FHC e Sarney vão participar no dia 15 de um debate com o tema Crise Institucional e a Democracia, que será mediado pelo ex-ministro Nelson Jobim. Seus partidos – MDB e PSDB –, além do DEM e do Cidadania, articulam uma chapa única para as eleições em 2022.

Comissão da Verdade
Jobim é também interlocutor de Lula para com os militares. O petista recebeu o mesmo diagnóstico de seus colegas. Sabe que existem resistências ao seu nome entre os representantes das Forças Armadas. Primeiro, em razão da Comissão Nacional da Verdade (CNV), patrocinada pelo governo de Dilma Rousseff (PT) – única excluída das conversas.
Os generais afirmam que a CNV deixou marcas entre todos os graus da oficialidade. Eles ainda têm reservas a Lula em razão das ações na Justiça contra o ex-presidente.
A posição de Lula nas pesquisas é apontada por militares aos interlocutores dos ex-presidentes como uma das razões para a manutenção de parte do apoio na caserna a Bolsonaro. Há entre os generais muitos que sonham ou com a candidatura de Mourão à presidência ou a consolidação de uma alternativa a Lula e a Bolsonaro em 2022.

“Bullying contínuo”
Jungmann afirmou que é preciso lembrar que o cenário atual é completado pelo fato de Bolsonaro assediar as Forças Armadas, “fazendo bullying de forma contínua”.
De acordo com a reportagem, Jungmann citou como exemplos de assédio as demissões dos comandantes militares em março, a falta de punição ao general Eduardo Pazuello, a resposta dos comandantes das Forças ao senador Omar Aziz (PSD-AM), a entrevista do brigadeiro Baptista Junior ao jornal O Globo, a revelação pelo Estadão das ameaças do ministro Walter Braga Netto às eleições e o desfile de tanques da Marinha em Brasília no dia da votação do PEC do voto impresso como componentes do cenário que fizeram aumentar os temores do mundo político.
“O presidente – por atos, falas e narrativas – vem traçando um cenário de conflito para 2022. Corteja de maneira inadequada as PMs, ataca o Supremo. Mas é um erro pensar que o Exército pode ser usado em um golpe”, disse Jungmann.

Governadores
Além dos ex-presidentes, os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), receberam informações parecidas.
Leite esteve com o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com o comandante militar do Sul, Valério Stumpf. A agenda pública previa tratar da instalação de uma escola de sargentos no estado. Na conversa, Paulo Sérgio reafirmou a Leite seu “compromisso e o do Exército com a legalidade e com o respeito à Constituição”.
Há duas semanas, o general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança de São Paulo e interlocutor de Doria, disse ao Estadão que o Exército não vai participar de aventuras. “Não vai. Não vai. É o Exército profissional que todos conhecemos e admiramos.”
A reportagem conversou com três oficiais generais, dois deles citados pelos interlocutores dos ex-presidentes. Um lembrou à reportagem que a sua geração de generais teve como instrutores os oficiais que participaram da deposição de João Goulart, em 1964, e pagou o preço do apoio à ditadura sem ter sido a responsável pelo regime.
Segundo a matéria, toda vez que se fala em golpe, as pessoas esquecem de responder o que é um golpe, o que é necessário para fazê-lo e quais as suas consequências.
De acordo com o general, não existem no país, condições internas e externas que levaram à ruptura institucional de 1964. Não há apoio do empresariado, da Igreja e da imprensa a uma ruptura. E, sem apoio popular, a ruptura democrática não seria possível.
Desde a redemocratização, o país viveu inúmeras crises sem retrocesso. Os generais lamentam o envenenamento do ambiente político do país e um deles reclamou do que chamou de erro: isolar os militares, o que pode jogá-los no colo de Bolsonaro.
METRÓPOLES/montedo.com

47 respostas

  1. Quem tem c…, tem medo. Se as forças armadas não estão acima do poder do STF, o medo não deveria está latente nas vidas dos corruptos.

    1. Tudo conversa fiada , não conversaram com general nenhum kkk , essa tática já tá ridícula , desafio os repórteres e identificarem que generais são esses e dêem o nome , outra coisa , viram só quem foi procurar os supostos generais ( que duvido existirem 😀) Collor , Sarney , FHC , só o lixo da política … Esse tal de Raul Jungmann teve os bens bloqueados em 2007 por acusação de desvio de verba ( digite no Google : “Raul Jungmann acusado de” e veja a folha corrida …) Tenho notado que aqui no seio da tropa ( estou na Vila Militar RJ ) ninguém quer saber do Lula presidiário no comando das Forças Armadas …
      Forte abraço Capitão Montedo , boa semana pro senhor … !!! Selva !!!

      1. Ao acusarem o Presidente de tudo o que não fez em uma insanidade de futurologia presente, os mídias irão dizer, no momento em que o Presidente e o povo reagirem, que tinham razão. Cutuquem, continuem cutucando com suas mentiras e atos inconstitucionais, ilegais.

        Com anuência politica a China está se apoderando de matérias primas e territórios, no Brasil e no mundo. Mas não se esqueçam do justiçamento que os comunistas costumam dar aos traidores.

    2. A esquerda c infiltrou na Igreja, empresariado e na imprensa, mas q parte apoia, apoia. Não vão realizar nenhuma live pra defesa da Constituição? Só pra “democracia” como eles julgam q deve ser?

      1. Mais uma vitória na Justiça Federal foi observada no início deste mês de agosto em relação à implantação do adicional de habilitação no mesmo percentual (54% sobre o soldo) percebido por militar habilitado com o CHQAO para militar do EB que fora promovido por já estar habilitado ao Quadro Auxiliar de Oficiais por meio do CAS.

        No caso, o militar, dentro de sua carreira, concluiu com êxito o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS, razão pela qual restou habilitado ao QAO, vindo a ser promovido ao oficialato e tendo alcançado o posto de Capitão. No ano de 2012, ano em que começou a ser regulamentado o CHQAO no âmbito do EB, o militar foi transferido para a reserva remunerada. Porém, mesmo promovido e tendo exercido as funções de oficial, até agosto deste ano percebia o adicional de habilitação inferior, no percentual atual de 34% sobre o soldo, por ser o CAS caracterizado como curso de aperfeiçoamento, enquanto o CHQAO fora alçado a Curso de Altos Estudos I.

        Após ingressar com a ação, a mesma foi julgada procedente, cujo juízo declarou o direito do militar em perceber o adicional de habilitação no mesmo percentual dos possuidores do CHQAO, determinando que a União implantasse imediatamente, por meio de liminar, o adicional a maior, além de ter condenado a ressarcir a diferença devida entre os percentuais (CHQAO x CAS) dos últimos 5 anos anteriores ao ajuizamento da ação.

        Portanto, confirmando entendimento já firmado pelo Juízo de Goiânia – GO em processo transitado em julgado em fevereiro deste ano, o Juízo de Jataí – GO reconheceu o direito do militar preterido no valor do adicional a maior por não ser possuidor do CHQAO, mas que foi habilitado ao QAO simplesmente por ser possuidor do CAS, curso que o habilitava ao oficialato à época.

        Fonte: Processo nº 1000293-05.2021.4.01.3507 – JF Jataí – GO

        https://dalenogareschubertadvogados.jusbrasil.com.br/noticias/1267695799/justica-federal-de-jatai-go-julga-procedente-acao-para-implantacao-do-adicional-de-habilitacao-no-mesmo-percentual-do-chqao

  2. A maioria que vem aqui criticar o Bolsonaro é de Praças cheios de problemas financeiros ( que eles próprios criaram ) , gente alterada ao longo da carreira e que com isso não saíram QAO ( esses Subs das três forças que não saíram oficial são os mais revoltadinhos ) , e outras duas classes que odeiam o presidente são o pessoal da reserva que não fez o Altos Estudos/1 e que verão os companheiros com o referido curso terem mais ou menos 3.000,00 a mais no salário ( agora me diga se isso é culpa do presidente ?) a outra classe são os QE , estes sempre estão arrumado encrenca e reclamando de qualquer coisa , o importante pra eles é reclamar … Não se esqueçam que se Lula entrar ( ou qualquer outro da terceira via ) nós vamos ficar uns 10 anos sem aumento … ou mais …

    1. A história ensina que não se deve confiar em políticos. Todos se lembram da MP 2001 que entrou em vigor e retirou direitos dos militares em 2001 no final do ano.

      Promover ou não, é de competência da instituição, assim como o plano de carreira ou considerar cursos como altos estudos ou não, podendo escolher que irá fazer o curso.

      O direito de reclamar é de qualquer um, principalmente quando se sentir injustiçado acionar o judiciário pela inércia ou excesso do poder discricionário.

      O que tem ocorrido nos últimos anos foi desvincular/separa o pessoal da ativa e reserva, principalmente na questão equiparação salarial.

      Portanto não menospreze o direito dos outros em se manifestar sobre a situação atual.

    2. Personas que não tem o mínimo respeito e zelo pela suas próprias famílias, que abraça Satanás de 9 dedos em troca de umas moedas a mais, se receber

  3. Vcs acham que qualquer outro candidato à Presidência vai dar moral ou qualquer tipo de aumento salarial ou qualquer outro tipo de reparação salarial para os militares? E outra coisa, temos que pensar num todo e não ficarmos limitados a somente nossos interesses pessoais.

  4. Fracasso total na viagem política de Lula ao Ceará.
    Sem ter com quem conversar sobre política aproveitou para curtir a praia junto co Janja em noite enluarada.
    O que aconteceu no Ceará vai se repetir em todo o Nordeste.
    Lula só existe, politicamente falando, nas pesquisas fajutas que são publicadas.

      1. Mentiroso e sem caráter é vc que adora ladrão.
        O prefeito de Sobral, Ivo Gomes, irmão do Ciro Gomes, alertou a população a ter cuidado com a carteira. Isto está publicado no UOL e no jornal O POVO.
        Em Natal apenas a governadora para receber o candidato que tira foto vestido apenas de sunga em plena campanha.
        Que candidato é este que não pode andar nas ruas, ir a um restaurante e tem medo do povo?
        Lula sabe que não será candidato e aproveita para fazer turismo com despesas pagas por trouxas.

  5. Ouvir as opiniões de Sarney, Collor, FHC, Lula e Temer ( só faltou ouvir a Ex-PresidANTA Dilma ), só pode ser sacanagem ou uma brincadeira de péssimo gosto. Caramba, como tem vermelhinho infiltrado neste site. Fala sério!!!

    1. Todos ele vieram aqui em minha casa perguntar o que penso ! Pedi para aguardarem que iria ligar para todos o ACE! Tomamos um gelo todos nós e os maravilhosos ex Presidente e ex-ministros! Lula como sempre saiu bebo ! E Dilma falando mais grosso ainda! Foda foi agradar FHC e seu champanhe! No final nós só ACE , demos nossa opinião um a um!!
      Qualquer coisa podem voltar que estamos todos a disposição para dar opinião ! Um abraço

    1. 3° SGT Concurseiro,
      “Vou votar em quem aumentar nosso soldo.”
      Rssssssssssssssssssssssssssssss
      Aumento, só se for do expediente, Rsssssssssssss

  6. Quem vem dando constantes golpes no país são os bandidos do stf e não FA. E, a demais ninguém em sã consciência avisaria os petralhas que teria intensão de fazer a devida faxina no puxadinho do instituto lula que fica em BSA.

  7. De acordo com relatos recolhidos por Temer, FHC, Lula, Sarney e Collor, generais garantem que tropa não apoiaria ruptura democrática

    Autor: Luciana – Blog Metrópoles

    Luciana, qual a sua fonte?

    ” VOZES DA MINHA CABEÇA”

    OBS: uma fonte me disse…
    Nunca foi tão fácil falar o que não tem coragem e colocar a responsabilidade em uma fonte oculta.

  8. Bolsonaro ABANDOU A CARREIRA MILITAR a mais de 30 anos para se dedicar a política. Se elegeu em cima da esperança de um povo que só queria mudanças que até agora não vieram e usa indiretamente o nome das Forças Armadas com seu “posto” de capitão…o que ele fez de bom para as FAs senão para os oficiais superiores e generais? os praças estão ai, caindo as minguas e obrigando os Subten a ficarem babando ovo se quiserem sair oficiais…hipocrisia do cacete…

  9. …”generais afastam apoio de Forças Armadas a golpe”…
    Também, pra quê “gopí” bolsominion.
    Com generais ganhando quase R$ 70.000,00 todo santo mês.
    Todos generais (Ativa e Reserva) com seus salários equiparados aos ministros do STF.
    Pra quê “gopí”?
    Salve Jair! O meçias ‘deles’.

  10. Vejam só – todos corru.ptos, li.xos, ban.didos – michel temer, fernando henrique cardoso, luiz inácio lula da silva, josé sarney e fernando collor e, ex-ministros da Defesa, nelson jobim, raul jungmann e aldo rebelo, além do professor de filosofia denis lerrer rosenfield, amigo de temer.

    Até tu jobim ? saia do meio destes lad.rões.

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