Marinha: ida de blindados a Brasília não tem relação com PEC do voto impresso

07/09/2014 Crédito: Ed Alves/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Comemoração do 07 de Setembro.

Militares vão passar pela capital federal a caminho de um treinamento em Formosa. É a primeira vez que exercício ocorre em conjunto com Exército e Aeronáutica e que militares vão a Brasília em veículos blindados para convidar presidente a assistir treinamento

Sarah Teófilo
A Marinha divulgou uma nota, na noite desta segunda-feira (9/8), dizendo que a ida de veículos blindados do militares a Brasília, sob a justificativa de entregar um convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto, a um treinamento, não tem relação com a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso auditável, na Câmara dos Deputados. A votação está prevista para esta semana no plenário da Casa.
“Cabe destacar que essa entrega simbólica foi planejada antes da agenda para a votação da PEC 135/2019 no Plenário da Câmara dos Deputados, não possuindo relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República”, informou a Marinha. A instituição anunciou que, a caminho para um treinamento anual em Formosa (GO), vai passar em Brasília na próxima terça-feira (10) em veículos blindados e com armamento, sob a justificativa de que irá levar um convite ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Defesa, Braga Netto para que assistam ao exercício militar no próximo dia 16 (começou no último dia 2 e vai até o dia 18).
O treinamento ocorre todo ano, desde 1988, mas, pela primeira vez, será em conjunto com o Exército e a Força Aérea Brasileira (FAB). Também é a primeira vez que os militares vão em veículos blindados fazer o convite, o que eles chamam de ato “promocional” ou simbólico.
A questão, entretanto, gerou ampla repercussão, em especial entre parlamentares, que apontaram que a ação seria uma tentativa de intimidação por parte de Bolsonaro, devido à iminência de derrota da PEC na Câmara.
O atos dos militares ocorrem em um cenário maior, de profunda crise institucional entre poderes encabeçada por Bolsonaro, que constantemente faz ameaças às eleições de 2022. O mandatário já afirmou que não haverá pleito no próximo ano se a PEC não for aprovada. Ele também faz reiteradas críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Recentemente, chegou a xingar o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
A Marinha, entretanto, afirmou que a entrega foi “planejada para contemplar um comboio composto por algumas das principais viaturas”. No total, a operação tem 150 viaturas, e desse comboio, 14 ficarão em exposição em frente ao prédio da Marinha, na Esplanada dos Ministérios. “Os eventos buscam valorizar e apresentar, à sociedade brasileira, o aprestamento dos meios operativos da nossa Marinha”, pontuou em nota. A viaturas saíram do Rio de Janeiro no dia 8 de julho.
Ao Correio, o ex-ministro da Defesa Celso Amorim disse que o ato só pode ser interpretado como uma ameaça. “Para fazer uma analogia com o direito internacional, a demonstração de força já pode ser considerada de um ato de guerra, dependendo da circunstância. É muito preocupante. Acho que a gente não pode ficar tranquilo. Tanque na rua é uma coisa muito preocupante”, disse. Amorim atuou n governo da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2011 e 2015.
Já o ex-ministro Aldo Rebelo, que chefiou a pasta da Defesa entre 2015 e 2016, disse ao Correio ter confiança de que as Forças Armadas não embarcariam em uma “aventura” proposta pelo presidente Jair Bolsonaro que viole a Constituição Federal, e que as ameaças do mandatário à realização das eleições não são levadas a sério.

Cenário
A ação dos militares ocorre em um contexto maior. Recentemente, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma reportagem na qual dizia que o ministro Braga Netto mandou um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor político, de que se a PEC do voto impresso auditável não fosse aprovada, não haveria eleições em 2022. Lira não desmentiu a reportagem. Braga Netto afirmou que não fala por meio de interlocutores, chamou o episódio de desinformação e defendeu, ao final da nota divulgada, o voto impresso.
Antes disso, os comandantes das três Forças e o ministro Braga Netto divulgaram uma dura nota contra o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD-AM,), depois que ele disse que os bons militares estavam envergonhados com o “lado podre” das Forças. Nela, a cúpula militar disse que “as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às Instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro”.
Depois disso, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, disse em entrevista ao O Globo que as Forças não emitiriam 50 notas, que seria apenas aquela. “Homem armado não ameaça”, enfatizou. O comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, apoiou a postura, ao publicar a entrevista em seu Twitter.
CORREIO BRAZILIENSE/montedo.com

16 respostas

  1. A pérola da narrativa:

    “…de profunda crise institucional entre poderes encabeçada por Bolsonaro…”

    A esquerdalha faz de um balde um piscinão. Nem sentem vergonha por mentir tanto!

  2. Nem vou afirmar que seja uma espécie de ameaça explícita… Meu comentário vai para a logística e os gastos desse desvio de rota para os cofres públicos… Mas acho positivo… A sociedade brasileira agora pode ver quem são de verdade os “Patriotas” que pensam no país com as suas visões nacionais… um país miserável onde se gasta dinheiro com deslocamentos de tropa e equipamentos para presidente doente mental ver… Deve ser brincadeira… Depois ficam bravos quando nas faculdades os chamam de cabeça de papel… acho até um elogio… É impressionante o que estamos vendo…

    1. Essas pesquisas divulgadas na TV é tudo coisa da imprensa tucana/petista. Esses dias fiz uma pesquisa com meus amigos visando 2022, e deu 98% de preferência para bolsonaro. Não tem jeito, o Mito veio para ficar para desespero dos rivais.

  3. Aham nada a ver né? Igual o desfile de Abril de 2017 que os generais quase mataram a tropa para demonstrar poder ao Michel Temmer, vulgo Vampirão.

  4. O poderoso exército Romano em seu Apogeu e conquistas pelo mundo, nunca entrou em Roma.
    Oficiais moleques, comparados a baderneiros, denegrindo a instituição forças armadas, se prestando a algo ridículo. Esses altos estudos não servem prá nada mesmo e com certeza não estão a altura dos cargos que ocupam.

  5. É impressionante essa nota da Marinha. Não justifica dá justificativa disso, daqui, o que se vai fazer no momento atual do país; afinal a esquerda, os partidos, não tão nem aí com o país. O momento é de enfrentamento, e não de explicações, principalmente para os ditos opositores do governo Bolsonaro.

    1. … e varrer a rua em frente de suas casas. Deveriam prestar 1 ano de serviço na agricultura, 1 ano no comércio e 1 ano na industria. Depois mais 1 ano de serviço militar. Agora pode tentar uma faculdade em uma Universidade pública.

  6. Podem arrancar os cabelos, mas nada vai adiantar, faremos sempre que desejámos. Se faltar recursos, diminuiremos mas as promoções, dos praças é claro!

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