Preocupação de militares com imagem no governo Bolsonaro ficou no passado

Ministros Luiz Eduardo Ramos e Walter de Souza Braga Netto
Imagem: Marcos Corrêa/Presidência da República

Apego a cargos e ao presidente fala mais alto do que suspeitas de corrupção e prejuízos institucionais

Bruno Boghossian*
Os militares torcem o nariz para a ideia de participar de ocupações em favelas dominadas pelo crime organizado. Além do risco de conflitos, os comandantes costumam demonstrar receio de que seus homens se envolvam com policiais corruptos, milicianos e traficantes que atuam nessas comunidades.
“Há preocupação de contaminação das tropas e, por isso, queremos evitar o uso frequente das Forças Armadas”, disse o general Eduardo Villas Bôas, então comandante do Exército, ao jornal O Estado de S. Paulo em 2018. “Temos preocupação e estamos permanentemente atentos.”
Os generais sabem que uma farda não torna ninguém automaticamente honesto. As Forças Armadas, no entanto, preferiram ignorar esse pressuposto quando surgiram suspeitas de corrupção envolvendo militares no governo Jair Bolsonaro. Por apego ao chefe, os comandantes escolheram proteger o presidente e falar grosso para abafar as acusações.
Os militares consideravam um erro patrulhar favelas, mas se envolveram com gosto em ações desconectadas de suas funções neste governo. A preocupação com a tal contaminação das tropas e com danos institucionais ficou pelo caminho quando generais e coronéis assumiram orçamentos titânicos e dividiram gabinetes com políticos do centrão.
A admissão de que militares podem protagonizar desvios valeu apenas para cabos e soldados nas vielas do Rio. Quando a CPI da Covid elencou oficiais citados em investigações, nenhum comandante prometeu atenção permanente às suspeitas. Em vez disso, as Forças lançaram uma ameaça ao Senado.
Se algum dia os generais estiveram realmente preocupados com os prejuízos que sofreriam ao lado de Bolsonaro, isso é coisa do passado. Ninguém parece disposto a abandonar o governo e voltar à caserna.
Uma proposta apresentada na Câmara nesta quarta (14) pode impedir que militares da ativa assumam cargos no Executivo. Se o texto passar, o Congresso vai ajudar os militares a evitar essa tentação no futuro.
*Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).
FOLHA/montedo.com

12 respostas

  1. Defender o Governo Brasileiro contra a corrupção desenfreada da esquerda que víamos nos jornais e tb evitar o aparelhamento de funções técnicas e de gestão financeiras que levaram Itaipu e correios ao individamento profundo são decisões ESTRATÉGICAS para tirar o Brasil do buraco, combater o narcotráfico de forma INDIRETA com apoio financeiro e material a PF; PRF; AoSISTEMA PRISIONAL e tb PC e PM dos estados, qdo possível
    recupera; tb ao SI como esta ocorrendo agora é uma ação INDIRETA que respeita as âreas dos diversos setores potencializando o setor de combate dos orgãos acima. Parabéns…Graça e paz

  2. O BRIGADEIRO DISSE TUDO!
    PRRPAIVA
    CEL INFE EM

    NA TRILHA DO DESCAMINHO
    TENENTE BRIGADEIRO SERGIO XAVIER FEROLLA (*)
    Com a população vivenciando um dramático período de incertezas políticas e econômicas, agravado pelo desemprego em massa e a cifra assustadora dos meio milhão de óbitos causados pela pandemia, persiste a desatenção governamental e a passividade dos congressistas. Nessa trágica conjuntura, com total desprezo pelos humanos sentimentos de perda e solidariedade, seguidores radicais se agrupam numa corrente satânica e ideológica, insuflada por agentes da desunião e do ódio, para enaltecer as irresponsáveis ações do Presidente da República.
    Como verdadeira associação criminosa e tendo por estratégia degradar o sentimento coletivo, suas lideranças se valem de cortejos satânicos para promover a desagregação nas classes sociais e no ambiente familiar. Valendo-se do despreparo de uma turba com mentes vazias, cujos horizontes se limitam às futilidades novelescas e à admiração por figuras que externam símbolos da luxuria, promovem carreatas ruidosas e desfiles de motocicletas vistosas.
    Nesse midiático artifício para tentar demonstrar apoio popular, tumultuam as vias públicas, em flagrante desrespeito às leis de trânsito e às determinações de distanciamento social.
    Essa sequência de eventos, orquestrados por profissionais do submundo da política, não só representam verdadeiro deboche, como ofendem famílias enlutadas pela perda dos entes queridos vitimados pela deficiente condução do setor de saúde pública. Para decepção dos cidadãos de bem, uma galera amestrada e insensível à realidade de pobreza e ao degradante desnível social, demonstra verdadeiro “complexo de vira latas”, ao se deleitarem com manifestações dos mais abastados. Mobilizados pela subversão nas redes sociais, o grupelho acaba ignorando alertas e recomendações dos exaustos profissionais da saúde, engajados no atendimento aos trabalhadores e residentes da periferia, onde inexiste assistência e saudável alimentação.
    Nesse caminhar para o desastre social e institucional, aos arroubos do líder maior, como num retrospecto dos tempos em que sua carreira militar foi interrompida por transgressões disciplinares, também se somam artimanhas maliciosas para solapar a instituição que o repudiou.
    Nos seus costumeiros delírios psicóticos, citando como “meu exército” o honrado Exército de Caxias, tenta ludibriar civis e militares sobre irreal apoio na caserna. Para configurar tamanha falsidade, logrou envolver alguns contemporâneos da Academia Militar, convocando-os para postos na burocracia palaciana. Por desprezar suas ponderadas orientações e oportunos aconselhamentos, acabou os comprometendo em ações que macularam seus reconhecidos méritos profissionais. Mais decepcionante foi se posicionarem coniventes com um aventureiro insaciável e testemunharem, impassíveis, suas manobras contra as Instituições democráticas, na ânsia por poder totalitário.
    Persistindo na trilha desastrosa em direção ao abismo, o cacique palaciano repete atos inaceitáveis, como os do tempo de oficial combatente, ao afrontar os Regimentos militares e os rígidos alicerces da Hierarquia e da Disciplina. Valendo-se de um submisso e inexpressivo General de Divisão, ainda na atividade militar, postou-o no cargo de Ministro da Saúde, para a missão de assegurar que suas determinações fossem obedecidas nos serviços de saúde pública.
    Com tal manobra simulava uma posição oficial para se contrapor às orientações de cientistas e da própria Organização Mundial da Saúde. As consequências, de conhecimento da sociedade, acabaram na demissão do caricato Ministro e numa Comissão Parlamentar de Inquérito que busca responsáveis por possíveis crimes contra a vida.
    Tais desacertos eclodiram em meados de junho, quando numa aglomeração em Copacabana, onde um carro de som enaltecia o maligno “capetão” (espero que o diabo não se sinta ofendido), nela se incorporou o indigno marionete.
    Como militar da Ativa, tal ato que infligia a disciplina militar de forma injustificável, motivou amplo destaque na mídia doméstica e internacional. Por participar num planejado evento midiático, à flagrante transgressão se impunha exemplar punição, demonstrando não ser tolerada intromissão política no ambiente castrense pois, “se permitida sua entrada nos quartéis, a hierarquia e a disciplina sairão pela porta dos fundos”.
    Mas o Comandante do Exército, para surpresa geral, não resistindo às pressões do palácio e dos conselheiros de alta patente, acatou as desculpas que permanecerão em sigilo por longo período. No entanto, aquele péssimo exemplo logo se proliferou pois, no dia seguinte, um Sargento classificado em Goiás, já participava da “live” de um Deputado, tratado como “major”, para apresentar baboseiras e solicitações salariais. Se punido ou não, a questão restará pendente, bem como outras que poderão surgir. Frente a tantos fatos lamentáveis, tornou-se dever, perante os mais jovens, manifestar preocupação com a evolução das impunes violações e das muitas manifestações de desapreço para com a ordem democrática.
    Ao relembrar fatos relevantes do passado, os mesmos poderão servir de alerta e aprendizado, como ocorreu na “intentona comunista” de 1935. Deflagrada por seguidores de Carlos Prestes, numa madrugada e traiçoeiramente, oficiais e sargentos foram assassinados por colegas. O Comandante da Unidade do Campo dos Afonsos, Major Eduardo Gomes, logrou sufocar a subversão, também identificada no Nordeste. A esquerda defendeu o levante por longo período, sob falsos e levianos direitos de opinião, que culminaram no governo Dilma, com a proibição de homenagens às vítimas do massacre.
    Esses fatos inaceitáveis precisam constar nas precauções dos Chefes Militares, especialmente em relação aos dias tormentosos que poderão anteceder às eleições majoritárias de 2022.
    Tal preocupação se avulta, pela existência de radicais no falado “gabinete do ódio” que se homizia nas hostes palacianas. Agindo nos quartéis e nas Polícias, em especial, tão ameaçadora conjuntura nos leva a considerar ensinamentos contidos na obra do filósofo espanhol Ortega y Gasset, que no livro “Rebelião das Massas”, do ano de 1922, analisa o período da ascensão nazista e fascista na Europa. Seus alertas se tornam mais oportunos, ao destacar o impacto causado pelos meios de comunicação na sociedade e ao enfatizar que: “o passado não nos dirá o que devemos fazer e sim o que deveríamos evitar”.
    Pelas semelhanças com o cenário brasileiro, onde fermenta uma atmosfera extremista de direita e forte presença nas “fake news”, consideramos viável ser considerada a possibilidade para algo tipo intentona, visando transtornar o pleito eleitoral, se surgirem possíveis resultados adversos aos inimigos da democracia.
    Frente tal hipótese, que ouso apresentar com ponderada convicção, cresce a importância dos bons ensinamentos nas tropas e a supervisão do MP militar junto aos Comandantes, enaltecendo o respeito à Hierarquia e à Disciplina. Também será essencial realçar que delitos mais graves podem resultar em Processo na Justiça Militar, onde personagens com citações delituosas constam nos registros históricos.
    Como manifestação derradeira, devido os acontecimentos que se repetem em nosso país, tornou-se dever e modesta cooperação alertar, do Soldado mais humilde ao General mais graduado, para o profundo significado da mensagem deixada pelo Dr. Aldo Fagundes, ex-Deputado Constitucionalista e Ministro do STM, recém falecido, de que, “a farda é leve para quem a veste por vocação, mas é fardo insuportável para aquele que não compreendeu a missão para a qual prestou Juramento solene”.
    (*) Ministro Aposentado do Superior Tribunal Militar

  3. Generais ganhando dois tetos salariais (entre 65 e 70 mil) não estão muito ligando para isso. O Presidente está pagando o alto escalão para lhe defenderem com unhas e dentes. Sabemos que militares sempre usam o lema: “FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO”…tenho pena do destino que as Forças Armadas podem ter a partir deste governo. a baixa patente cortando na carne para sustentar sua família, enquanto o alto escalão de esbaldando com dois salários

    1. Lema “Farinha pouca, meu pirão primeiro”…
      Sábias palavras da caserna. Nunca aceitei isso, e paguei o preço por tal atitude.
      Consciência tranquila.

  4. Obrigado pela reestruturação da carreira Presidente Bolsonaro !!! Dia 02 de agosto mais 12% do CHQAO no meu bolso ,😀 Bolsonaro será reeleito …!

  5. Que os “iluminados” apresentem alternativas.
    Sugiro uma boa leitura do Art.28 do Estatuto (Lei 6880/80) especialmente o item XVIII.
    No mais em 2022 tem eleição.
    Os insatisfeitos candidatem-se

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo