Presidente do STM defende Pazuello e elogia Bolsonaro: “É um democrata”

Luis Carlos Gomes Mattos - Cristiano Mariz/VEJA

General Luis Carlos Gomes Mattos afirma que não há hipótese de retrocesso institucional e diz que a oposição está esticando demais a corda

Rafael Moraes Moura
O general Mattos tinha 16 anos quando ingressou na escola de cadetes do Exército, em abril de 1964, dias depois do golpe militar. Hoje, aos 73 anos, preside o Superior Tribunal Militar (STM), corte responsável por julgar crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas. No cargo desde março, ele diz que se impôs duas missões. A primeira é conseguir um assento no Conselho Nacional de Justiça, órgão que, entre outras coisas, investiga acusações contra magistrados. A segunda, talvez a mais complicada, é trabalhar para reduzir o “ranço” que ainda existe em relação aos militares. Ex-comandante da Amazônia, o general é um atento observador da cena política. Orgulhoso de sua farda, não vê exagero algum na participação de seus colegas no governo. Muito pelo contrário. Segundo ele, os militares são profissionais corretos, competentes, honestos e, por isso, agregam credibilidade e confiabilidade. Nesta entrevista a VEJA, Mattos defende o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, elogia o presidente Jair Bolsonaro, afirma que o receio de um retrocesso institucional é usado como discurso daqueles que, na verdade, não têm apreço algum pela democracia e critica a maneira como se faz oposição ao Planalto. A seguir os principais trechos.
Com cinquenta anos de carreira militar, como o senhor avalia a imagem do Exército hoje?
Eu vou lhe responder com as pesquisas. O povo é quem mostra nesses levantamentos a credibilidade do Exército. Veja que a credibilidade não caiu. A que se deve isso? Eu vou dizer: é simplesmente porque a gente procura fazer as coisas de maneira correta. Talvez haja um ou outro desvio de comportamento, mas isso a Justiça resolve. Para isso tem a Justiça Militar, para isso tem o Regulamento Disciplinar do Exército, que pune eventuais transgressões. As Forças Armadas, por formação, se conduzem de maneira séria.

A CPI da Pandemia vem dissecando a atuação do general Eduardo Pazuello à frente do Ministério da Saúde e já é dado como certo que o relatório final vai responsabilizar Bolsonaro e o ex-ministro pela maior crise sanitária da história do país. Isso não contradiz o que o senhor acabou de afirmar?
Não tenho a menor dúvida de que a CPI não vai abalar em nada, porque nada tem a ver com as Forças Armadas. A CPI está lá no Senado. As Forças Armadas continuam fazendo e cumprindo sua missão, inclusive ajudando a combater essa pandemia de Covid-19, disponibilizando grandes efetivos, distribuindo material.

Não incomoda ver um general da ativa sendo interrogado pelo Congresso na condição de investigado, ter o sigilo quebrado e provavelmente ser indiciado?
Lógico que isso me incomoda, especialmente a forma como as coisas acontecem. Vejo uma falta de respeito. Eu sempre respeitei as pessoas. Não como militar, mas como gente, como homem. Pazuello foi muito preciso e objetivo nas respostas. Não sei se eu seria. Na minha opinião, ele não vai ser acusado de nada. E, se acontecer, isso não vai abalar as Forças Armadas. Eu conheço o general Pazuello. Não tenho dúvidas da competência e honestidade dele. Quebraram o seu sigilo. A família do Pazuello é rica. Ele não está no Exército por necessidade, está por gosto.

O senhor subiria num palanque ao lado do presidente da República?
Não, não subiria. Primeiro, estou na ativa. Também sou ministro de um tribunal superior. Não iria a nada que fosse político-partidário. O único palanque que eu subiria é no Sete de Setembro para assistir ao desfile, se eu fosse convidado.
“O presidente Bolsonaro é um democrata, fala com o palavreado do povo, mas nada disso com a intenção de quebrar as estruturas, destruir as instituições, dar um golpe”

O general Pazuello não só subiu no palanque como discursou, o que o regulamento disciplinar proíbe, e não foi punido por isso. 
Isso é atribuição do comandante do Exército. O comandante, embora eu seja mais antigo que ele, tem precedência hierárquica sobre mim. Ele tomou uma decisão e deve ter os seus motivos. Eu respeito a decisão dele, não tenho comentário nenhum.

Fala-se muito em uma ameaça de retrocesso democrático. Esse risco existe?
De jeito nenhum. Muito pelo contrário. O presidente Bolsonaro é um democrata, fala com o palavreado do povo, mas nada disso com a intenção de quebrar as estruturas, destruir as instituições, dar um golpe.

O senhor tem certeza sobre as convicções democráticas do presidente da República? O presidente Bolsonaro passou quantos anos no Legislativo?
É um político que entrou na política, como outros entraram, pelo voto. Além disso, todos os poderes estão funcionando normalmente. Outro absur­do que dizem por aí é que as Forças Armadas foram capturadas pelo governo. Não fomos capturados por ninguém. Nós passamos quantos anos em governos de esquerda? As Forças Armadas se mantiveram fiéis ao presidente, que é o comandante em chefe das forças, seja ele de que ideologia for.

O presidente é acusado por opositores de ter um comportamento genocida durante a pandemia do coronavírus. O senhor concorda?
É um exagero, lógico. Que culpa o presidente tem da Covid? Como é que nós vamos culpá-lo? Ele tomou todas as providências cabíveis. Veja bem, às vezes o presidente toma uma providência e lá no final da fila o camarada não faz aquilo que era para ser feito. Se eu lhe dou um dinheiro para você fazer X, e você vai e faz Y, como eu posso ser responsabilizado por X?

Mas parece claro que o governo federal demorou para comprar vacinas contra a Covid-19. 
Só vou fazer uma pergunta: você compraria, com seu CPF, alguma coisa que ainda está sendo cientificamente estudada? Você colocaria o seu CPF numa compra de bilhões? Veja que é uma decisão difícil. Eu acho que ele não demorou. Toda autoridade tem responsabilidade jurídica. Eu tomo uma decisão do tribunal, mas se eu tomar uma decisão errada, o meu CPF é que está lá, e eu vou responder como pessoa física. Quem vai sofrer as consequências sou eu.

Qual a avaliação que o senhor faz do governo Bolsonaro?
Houve alguma acusação de corrupção contra o presidente Bolsonaro? Ele se elegeu para combater a corrupção. E de todas as maneiras estão tentando atribuir alguma coisa a ele e não conseguiram até agora. Deviam deixar o presidente governar, mas não deixam. Quem critica Bolsonaro faz isso de manhã, de tarde, de noite. Tudo atribuem ao presidente. Tudo de errado. Será que você aguentaria isso? Que reação eu teria? Não sei. E alguma coisa boa atribuem? O Brasil está crescendo, a economia está crescendo, mesmo com todas as dificuldades. Não tenho dúvida de que estão esticando demais a corda.

Quem está esticando demais a corda?
De maneira geral, todos aqueles que são contra o governo… porque a política é assim: tem gente contra e tem gente a favor. Quem está contra logicamente vai esticar essa corda, como se diz, até que ela arrebente. Esses, na verdade, são os que não têm muito apreço pela democracia, os que defendem ditaduras e apoiam ditadores. Quando a corda vai arrebentar? Isso eu não sei.

O que seria exatamente arrebentar a corda?
Tomar uma medida fora da Constituição. Não tenho dúvida de que estão esticando, para ver até onde se pode ir. Tenho a certeza de que nós já suportamos muito. Nós saímos dos governos militares com a maior credibilidade institucional no país. Por quê? Porque aplicamos e não desviamos o pouco que recebemos. Essa verdade incomoda muita gente, porque, apesar de tudo o que falaram dos militares — “autoritário, ditador” —, nós continuamos e vamos continuar cumprindo a nossa missão.

A Lei de Segurança Nacional, herdada do regime militar, está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal e em discussão pelo Congresso. Ela precisa de reparos?
A Lei de Segurança Nacional permanece, até o momento, em nosso ordenamento jurídico. Há, de fato, a discussão sobre se ela está ou não completamente alinhada aos cânones constitucionais, inclusive com ação no STF. É importante destacar que deve existir o ordenamento legal que discipline e controle o comportamento do cidadão diante de situações que ponham em risco a segurança nacional. Não podemos viver em um mundo de sonhos em que pensemos que, de alguma maneira, a segurança nacional não pode ser afetada.

A polarização que se avizinha nas eleições do ano que vem preocupa?
Vivemos em um Brasil que tem a sua democracia consolidada, onde os poderes e as instituições vêm cumprindo o seu papel. Exerceremos o direito democrático do voto e, certamente, prevalecerá a vontade da população brasileira. O povo brasileiro tem de saber votar.

O que significa “saber votar”?
Votar nas pessoas que vão responder às necessidades do país. Aí você me pergunta: “Quais?”. Vou lhe dar um exemplo do que estou dizendo. O Brasil precisa de infraestrutura. O ministro Tarcísio (Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, capitão da reserva) está fazendo isso. Está fazendo as estradas, que outros governos começaram e não acabaram. Está fazendo ferrovia, que outros governos pagaram e o dinheiro sumiu. É nisso que o eleitor precisa estar atento. Um governo que faça as coisas sem corrupção.
“Outro absurdo que dizem por aí é que as Forças Armadas foram capturadas pelo governo. Não fomos capturados por ninguém. Nós passamos quantos anos em governos de esquerda?”

O senhor, que é do Paraná, acompanhou a Lava-Jato, como todo brasileiro. Considera que houve exageros na operação? A Lava-Jato apresentou resultados que foram bons para o país, mostrou problemas que existiam e que eram encobertos. Ela foi um avanço para o Brasil.
Um dos alvos principais da Lava-Jato, o ex-presidente Lula, que chegou a ser preso, agora se apresenta como candidato à Presidência da República. Repito: o brasileiro precisa saber votar.

A possibilidade da volta de um governo considerado de esquerda preocupa as Forças Armadas?
Não. Tivemos governos ditos de esquerda desde Fernando Henrique Cardoso. As Forças Armadas continuarão a cumprir sua missão da mesma maneira, independentemente de quem for eleito. Muita gente pode não querer, mas a vontade do povo vai ser respeitada.

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, disse que os brasileiros vieram da selva. Como o senhor interpretou essa declaração?
Você já foi à Argentina nos últimos tempos? A Argentina era um país rico, e hoje está enfrentando de tudo. Então, o presidente fazer uma declaração dessas não me incomoda. É só olhar para dentro da casa dele. Eu não gostaria que o meu país estivesse enfrentando os problemas que eles estão enfrentando. Eu estive lá no ano passado, fui a um show de tango. Está tudo muito diferente de antes. É triste.
Publicado em VEJA de 23 de junho de 2021, edição nº 2743
Veja/montedo.com

37 respostas

  1. Resumindo a entrevista ridícula do general: Bolsonaro é um “democrata”, só não admite que a oposição faça com ele o que ele fazia quando era oposição.

    O Brasil só vai melhorar quando TODOS os velhos daesta MINHA geração já tiverem morrido.

    1. Sob a sua óptica o verdadeiros democratas são os petista que roubaram até a merenda de escolas, ou talvez o ministros do supremo que soltam condenados. Esse seu discurso não engana ninguém. E na hora que a corda romper vamos ver quem vais está ao lado do povo.

    2. GOVERNANÇA, BIÊNIO DECEPCIONANTE, TRIÊNIO TEMERÁRIO
      ARTIGO PUBLICADO NO “JORNAL DO COMÉRCIO DE PORTO ALEGRE/RS”
      O mito do patriotismo exultante e da moralidade com a coisa pública; aquele ser mitológico da honestidade, da probidade e da responsabilidade, princípios básicos que norteiam toda uma formação marcial em nossa Academia Militar das Agulhas; aquele capitão, para mim e para muitos o posto mais emblemático do Exército, que foi eleito Presidente da República, infelizmente, está chefiando o País da forma mais decepcionante que se pode esperar para tantos que nele votaram, inclusive eu, para salvar nossa triste nação vilipendiada.
      Seu governo: logo de início, “jogou água na fervura” de uma grande maioria de militares, que visualizavam um comandante em chefe que fosse capaz de, uma vez por todas, denunciar os tratados de “lesa pátria” que nos impedem dissuadir para não lutar; em seguida, negociou acordo em aluguel de soberania para “Tio Sam” da nossa BASE Aeroespacial de Alcântara/MA, em plena Amazônia Legal; continua fazendo vista grossa, protegendo seus rebentos mais do que enrolados em vários processos judiciais, recusando-se a responder, nervosinho, quando interrogado sobre os procedimentos de uma prole, no mínimo, avessa a um probo proceder republicano; revelou um desdém descabido no trato com vários militares, tripudiando a olhos vistos sobre alguns oficiais-generais que lhe assessoravam no governo e que foram demitidos sem mais delongas, em autênticos e ruidosos “passa fora”.
      Seus desacertos e omissões, estampados por um “negacionismo” cruel e inconsequente, evidenciaram e continuam a evidenciar sua aversão, sua incapacidade atávica, quanto a assumir a condução do combate à pandemia, uma realidade nua e crua que associa, inapelavelmente, sua incompetência administrativa aos militares de quem se aproveita e se escuda, em processo já irreversível de enxovalhamento de nossas “Desarmadas” Forças; seu revertério gritante e suspeito face à “Lava Jato”, de posicionamento atual francamente em desapoio à longevidade da operação, se soma ao alinhamento incondicional ao “CENTROLÃO” do “toma lá dá cá”.
      Já seus “tiros no pé” na condução de nossa política externa só têm prejudicado o País, antagonismos gratuitos declarados no momento errado, exagerando na dose “a torto e à direito’, bravatas que não se escudam em poder de combate dissuasório, tudo em meio à um linguajar de “besteirol” rasteiro, inútil e tresloucado que não conduz absolutamente a nada. Ë de se perguntar, quando o presidente vai passar a governar ao invés de priorizar sua eleição? Ei! Presidente! Já são quase 300 000 mortos! Isto soma muito mais do que o efetivo do EB!
      Paulo Ricardo da Rocha Paiva
      Coronel de Infantaria e Estado-Maior

    3. COMENTO COM A MATÉRIA DO TENENNTE BRIGADEIRO FEROLLA
      PRRPAIVA CEL INF E EM
      Na trilha do descaminho

      Sergio Xavier Ferolla (*)

      Com a população vivenciando um dramático período de incertezas políticas e econômicas, agravado pelo desemprego em massa e a cifra assustadora dos meio milhão de óbitos causados pela pandemia, persiste a desatenção governamental e a passividade dos congressistas. Nessa trágica conjuntura, com total desprezo pelos humanos sentimentos de perda e solidariedade, seguidores radicais se agrupam numa corrente satânica e ideológica, insuflada por agentes da desunião e do ódio, para enaltecer as irresponsáveis ações do Presidente da República.

      Como verdadeira associação criminosa e tendo por estratégia degradar o sentimento coletivo, suas lideranças se valem de cortejos satânicos para promover a desagregação nas classes sociais e no ambiente familiar. Valendo-se do despreparo de uma turba com mentes vazias, cujos horizontes se limitam às futilidades novelescas e à admiração por figuras que externam símbolos da luxuria, promovem carreatas ruidosas e desfiles de motocicletas vistosas.

      Nesse midiático artifício para tentar demonstrar apoio popular, tumultuam as vias públicas, em flagrante desrespeito às leis de trânsito e às determinações de distanciamento social.

      Essa sequência de eventos, orquestrados por profissionais do submundo da política, não só representam verdadeiro deboche, como ofendem famílias enlutadas pela perda dos entes queridos vitimados pela deficiente condução do setor de saúde pública. Para decepção dos cidadãos de bem, uma galera amestrada e insensível à realidade de pobreza e ao degradante desnível social, demonstra verdadeiro “complexo de vira latas”, ao se deleitarem com manifestações dos mais abastados. Mobilizados pela subversão nas redes sociais, o grupelho acaba ignorando alertas e recomendações dos exaustos profissionais da saúde, engajados no atendimento aos trabalhadores e residentes da periferia, onde inexiste assistência e saudável alimentação.

      Nesse caminhar para o desastre social e institucional, aos arroubos do líder maior, como num retrospecto dos tempos em que sua carreira militar foi interrompida por transgressões disciplinares, também se somam artimanhas maliciosas para solapar a instituição que o repudiou.

      Nos seus costumeiros delírios psicóticos, citando como “meu exército” o honrado Exército de Caxias, tenta ludibriar civis e militares sobre irreal apoio na caserna. Para configurar tamanha falsidade, logrou envolver alguns contemporâneos da Academia Militar, convocando-os para postos na burocracia palaciana. Por desprezar suas ponderadas orientações e oportunos aconselhamentos, acabou os comprometendo em ações que macularam seus reconhecidos méritos profissionais. Mais decepcionante foi se posicionarem coniventes com um aventureiro insaciável e testemunharem, impassíveis, suas manobras contra as Instituições democráticas, na ânsia por poder totalitário.

      Persistindo na trilha desastrosa em direção ao abismo, o cacique palaciano repete atos inaceitáveis, como os do tempo de oficial combatente, ao afrontar os Regimentos militares e os rígidos alicerces da Hierarquia e da Disciplina. Valendo-se de um submisso e inexpressivo General de Divisão, ainda na atividade militar, postou-o no cargo de Ministro da Saúde, para a missão de assegurar que suas determinações fossem obedecidas nos serviços de saúde pública.

      Com tal manobra simulava uma posição oficial para se contrapor às orientações de cientistas e da própria Organização Mundial da Saúde. As consequências, de conhecimento da sociedade, acabaram na demissão do caricato Ministro e numa Comissão Parlamentar de Inquérito que busca responsáveis por possíveis crimes contra a vida.

      Tais desacertos eclodiram em meados de junho, quando numa aglomeração em Copacabana, onde um carro de som enaltecia o maligno “capetão” (espero que o diabo não se sinta ofendido), nela se incorporou o indigno marionete.

      Como militar da Ativa, tal ato que infligia a disciplina militar de forma injustificável, motivou amplo destaque na mídia doméstica e internacional. Por participar num planejado evento midiático, à flagrante transgressão se impunha exemplar punição, demonstrando não ser tolerada intromissão política no ambiente castrense pois, “se permitida sua entrada nos quartéis, a hierarquia e a disciplina sairão pela porta dos fundos”.

      Mas o Comandante do Exército, para surpresa geral, não resistindo às pressões do palácio e dos conselheiros de alta patente, acatou as desculpas que permanecerão em sigilo por longo período. No entanto, aquele péssimo exemplo logo se proliferou pois, no dia seguinte, um Sargento classificado em Goiás, já participava da “live” de um Deputado, tratado como “major”, para apresentar baboseiras e solicitações salariais. Se punido ou não, a questão restará pendente, bem como outras que poderão surgir. Frente a tantos fatos lamentáveis, tornou-se dever, perante os mais jovens, manifestar preocupação com a evolução das impunes violações e das muitas manifestações de desapreço para com a ordem democrática.

      Ao relembrar fatos relevantes do passado, os mesmos poderão servir de alerta e aprendizado, como ocorreu na “intentona comunista” de 1935. Deflagrada por seguidores de Carlos Prestes, numa madrugada e traiçoeiramente, Oficiais e sargentos foram assassinados por colegas. O Comandante da Unidade do Campo dos Afonsos, Major Eduardo Gomes, logrou sufocar a subversão, também identificada no Nordeste. A esquerda defendeu o levante por longo período, sob falsos e levianos direitos de opinião, que culminaram no governo Dilma, com a proibição de homenagens às vítimas do massacre.

      Esses fatos inaceitáveis precisam constar nas precauções dos Chefes Militares, especialmente em relação aos dias tormentosos que poderão anteceder às eleições majoritárias de 2022.

      Tal preocupação se avulta, pela existência de radicais no falado “gabinete do ódio” que se homizia nas hostes palacianas. Agindo nos quartéis e nas Polícias, em especial, tão ameaçadora conjuntura nos leva a considerar ensinamentos contidos na obra do filósofo espanhol Ortega y Gasset, que no livro “Rebelião das Massas”, do ano de 1922, analisa o período da ascensão nazista e fascista na Europa. Seus alertas se tornam mais oportunos, ao destacar o impacto causado pelos meios de comunicação na sociedade e ao enfatizar que: “o passado não nos dirá o que devemos fazer e sim o que deveríamos evitar”.

      Pelas semelhanças com o cenário brasileiro, onde fermenta uma atmosfera extremista de direita e forte presença nas “fake news”, consideramos viável ser considerada a possibilidade para algo tipo intentona, visando transtornar o pleito eleitoral, se surgirem possíveis resultados adversos aos inimigos da democracia.

      Frente tal hipótese, que ouso apresentar com ponderada convicção, cresce a importância dos bons ensinamentos nas tropas e a supervisão do MP militar junto aos Comandantes, enaltecendo o respeito à Hierarquia e à Disciplina. Também será essencial realçar que delitos mais graves podem resultar em Processo na Justiça Militar, onde personagens com citações delituosas constam nos registros históricos.

      Como manifestação derradeira, devido os acontecimentos que se repetem em nosso país, tornou-se dever e modesta cooperação alertar, do Soldado mais humilde ao General mais graduado, para o profundo significado da mensagem deixada pelo Dr. Aldo Fagundes, ex-Deputado Constitucionalista e Ministro do STM, recém falecido, de que, “a farda é leve para quem a veste por vocação, mas é fardo insuportável para aquele que não compreendeu a missão para a qual prestou Juramento solene”.

      (*) Tenente Brigadeiro do Ar Sergio Xavier Ferolla

      Ministro Aposentado do Superior Tribunal Militar

  2. Exultemos, a CPI está dando uma demonstração a que veio, estavam achando que iriam falar a bel prazer e ficaria por isso e se enganaram redondamente: doze saem da condição de testemunhas e passam a de investigados. A temperatura promete aumentar sensivelmente e como se diz, aqui no sul, “A motuca tira o boi do mato”.

    1. CPI onde o foco é desgastar a PR, onde ficam os bilhões que foram desviados da compra dos respiradores, até em loja da indústria da maconha foram adquiridos respiradores que até hoje não foram entregues. A esquerda corrupta agradece a existência de inocentes úteis com vc que os defendem.

  3. Pela constituicao federal, todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente.

    Na constituicao cita que são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

    Podemos entender que o judiciário não representa o poder do povo, “o povo” não elegeu os representantes do judiciário ou muito menos o judiciário militar.

    No poder executivo o presidente é eleito, assim como o legislativo com a eleição dos deputados e senadores, mas quem elegeu os representantes do poder judiciário?

    A constituicao federal já começa errada……

    Podemos perceber que as forças armadas também não representam o povo brasileiro, não foram eleitos e também não há meios de usar o poder do povo diretamente pois são repetidas as manifestações.

    O povo é um pequeno detalhe nesse país……

    CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

    Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

    I – a soberania;

    II – a cidadania;

    III – a dignidade da pessoa humana;

    IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019)

    V – o pluralismo político.

    Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

    Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

  4. Kkkkkkkkkkkkkkkkkk alguns militares desse EB é muito engraçado. Eu aconselharia ele olhar os autos do processo de Bolsonaro, possivelmente vai encontrar os dois laudos conclusivos que o plano da boma em quarteis era de Bolsonaro.

    1. Está difícil ler algo que preste, muitas falas que não condiz para acrescentar algo de bom para o Brasil, só vemos discórdias, conflitos e ódio no coração das pessoas, vamos pensar mais antes de falar, fica difícil entender só falas negativas, onde a grande maioria não quer que o país entre na rota do crescimento econômico, vamos deixar de ser egoístas e pensar de interesses pessoais, temos que pensar no futuro de nossos entes queridos de maneira positiva para que o Brasil volte a crescer. Se não tem algo de bom para publicar/acrescentar, não publique. É tão bom ler conteúdos que ajude a esclarecer e ajudar no desenvolvimento intelectual ou psíquico do ser humano. A humanidade precisa de energia positiva.

      1. Fica tranquilo, vai dar tudo certo!

        Bolsonaro “emite” energia positiva diariamente.

        É só uma gripezinha. E daí, não sou coveiro. País de Maricas!!!
        Um dia todo mundo vai morrer mesmo. Isso é histeria.

        E muita milicada bate palma. Quero ver quando irem para o INSS.
        Um dia a conta será cobrada, e não será do Bolsonaro nem dos generais.
        Estes passarão, mas e as FFAA?
        A conta será erá, infelizmente, das FFAA.

        O Brasil é o país do Futuro!!! (escuto isso a 50 anos…).

    2. A guarnição que deu mais de 300 tiros no carro de um trabalhador, no RJ, foi solta pelo stm. Morreu um músico que estava com a família no carro e um guardador de carro que foi prestar socorro!

      1. Rio de Janeiro é um estado em guerra contra os narcoterrorista que graça a Garotinho, Brizola, Pezão, Benedita, César Mais, Marcelo Alencar, Moreira Franco, Sérgio Cabral, Freixo, todos Petista, cresceu, floresceu e deu frutos. Talvez se o musico tivesses obedecido a ordem de parar essa tragedia não tivesse acontecido, os soldados, tiram serviço no Rjo com um grau de estresse muitos grande, soh sabe que ja fez operação lá, para opinar sem viver a realidade é facil.

        1. Sem noção….até alguém da sua família ser a vítima.
          O tal do efeito colateral não pode acontecer nunca, deve-se ter tolerância zero. Se ocorrer é por incompetência e tem de responder.
          A função primordial das forças de segurança, na paz, é defender o cidadão e não atacar os bandidos ou os narcotraficantes.
          Se você pensa que ser policial é praticar uma vingança irracional de bandido, é porque teve uma péssima formação moral e profissional, resumindo, não sabe nada.

  5. Bolsonaro é democrata igual Montedo que a meu ver é parcial e Ministro do STM que só defende Bolsonaro porque foi incluído no fura teto passando os proventos a girar em torno de 62mil.

  6. Essa entrevista é a prova de que esse militar está no lugar errado. Ele não entende o básico para ser da área jurídica.

    Dizer que “Bolsonaro é democrata” é um total absurdo. Que democrata é esse que não aceita ser questionado, não aceita opinião diversa? Está mais para ditador do que para democrata.

    P.S.: imaginem se algum parlamentar afirmasse que Bolsonaro.merece ser fuzilado, como ele -então deputado – declarou em relação ao presidente FHC. Com certeza iria usar a LSN para enquadrar severamente esse parlamentar. Porém, FHC não fez nada.

    Essa a diferença em democrata, em aceitar as críticas e opiniões alheias, mesmo.absurdas.

    1. Dep Federal e senador tinha imunidade Material/formal, para poder expressar as suas opiniões até que o seu democrata Supremo mandou prender um deputado por sua opinião , essa é a democracia que vc defende.

  7. Analisem a força do “bolsonarismo”:

    – na última “motociata” em apoio ao.governo federal, o “bolsonarismo” afirmou tratar-se de mais de 1,5 milhão de apoiadores. No entanto, registros feitos com as câmaras do pedágio resultou em 6,6 mil motociclistas;

    – análise feita sobre a origem das criticas nas redes sociais à CPI da Covid mostrou que mais de 80% eram de robôs.

    Ou seja, o “bolsonarismo” vive de marketing para inflar o número dos seus apoiadores. O atual governo há muito tempo perdeu grande parte dos 57 milhões de votos que o elegeu. E tudo culpa do próprio eleito.

  8. “Ele (ex-ministro da Saúde) não está no Exército por necessidade, está por gosto”.

    Pensei que os oficiais-generais estavam no EB por gosto, não por necessidade. Mas pelas palavras do ministro do STM, tem muitos oficiais que estão no Exército por necessidade.

    Curioso…

  9. Era uma vez um blog que prestava… esse Montedo é “um”melancia mesmo. Concede logo a gratificação do CHAQAO para ele voltar a postar coisa boa dos militares e do governo. Tu és um brincante!

  10. Explique e Justifique:
    Presidente do STM, general demonstra desconhecer Constituição e gera constrangimento no CNJ;
    Como esses generais estão pagando bolhhafem nem a constituição não l}e. HAHAHAHA

  11. Paulo Salim Maluf um dos homens mais ricos desse país, também tinha esse discurso de ser de família rica e na precisava roubar. Todos conhecem a história. O general Pazzuelo nao está sendo investigado por desvios de recursos no ministério da saúde, está sendo investigado por ter tomado ou deixado de tomado providências nas sua área de atribuição para mitigar as 250 mil mortes que ocorreram na sua gestão. Fui militar durante quase 30 anos e voltei para o serviço público federal, não por indicação e sim por concurso e prova de títulos. Sim, os militares tem boa formação e capazes de assumir o comando de muitos ministérios e empresas públicas, e muitos subtenentes e sargentos que tenham passado pela 1 e 4 Seção e CPL tem condições de assumir muitas funções intermediárias. O que o general deixou bem claro, e que os militares querem participar do processo político do país e não apenas ocupando cargo nos ministérios afins. Pelas características da formação, tem certa razão, mas as Forças Armadas deixariam de ser uma instituição de estado.

    1. Se o motivo é esse então porque o Acusado de mais de trinta crimes fez a quebra do sigilo telefônico, bancário e telemático dos Bolsonaristas e blindou Carlos Gabas do consórcio Nordeste que comprou 40 milhões de respiradores que até hoje não forma entregues, a empresa só emitiu duas NFs. Larga de ser papagaio de pirata.

  12. Se perguntar pra ele o conceito de democracia, nao sabera dizer.
    Um ministro de um tribunal que nao é formado em direito. É o fim.

    Tem que acabar com essa justiça militar

  13. Um democrata que resolveu pagar bem algumas classes enquanto quem ganha um salário comercial (que só vale ainda 3/4), desde que ele assumiu, pois tá tudo inflacionado, vive com dificuldades e ainda ajuda a pagar o salário dessa gente. Mas o que ainda é confortante saber, é que no momento que, quando estes “beneficiados” dão o último suspiro e vão para a caixa de pinho, se igualam a qualquer simples trabalhador que rala todo dia, no campo santo se nivelam. E o lado espiritual da maioria dessa é um desastre total, pois amam o dinheiro. A vida deles é aqui e nada mais.

  14. Donald Trump, também é republicano. Para sorte do povo americano perdeu a eleição para o democrata Joe Biden. Porém, enquanto esse ancião asqueroso viver, carregará na consciência a morte de cinco cidadãos americanos, por ocasião da invasão do capitólio. O povo americano o mandou às favas, quando sentiu que era um elemento extremamente nocivo à democracia.

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