Com decisão do Exército de não punir Pazuello, Bolsonaro ganha força na politização de militares

Bolsonaro e o ex-ministro da Saúde Pazuello em ato organizado por motoqueiros no Rio — Foto: Jorge Hely/Framephoto/Estadão Conteúdo

Presidente vinha há semanas dizendo que participação de general em passeio de moto em apoio ao governo não é ato político

HUMBERTO TREZZI
Jair Bolsonaro tem agora mais motivos para chamar o Exército Brasileiro de “meu Exército”. A instituição decidiu não punir o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, por ter participado de um passeio de moto em apoio ao presidente e subido no palanque com o mandatário.
A decisão de arquivamento do procedimento administrativo que analisava o caso foi anunciada na tarde desta quarta-feira (3) em uma pequena nota à imprensa, pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – mesmo que grande parte do alto oficialato acreditasse na necessidade de uma sanção ao estrelado amigo do presidente. Afinal, pelos regulamentos das Forças Armadas, é vedado ao militar da ativa o engajamento em manifestações político-partidárias. Mas pelo jeito essa antiga regra virou letra morta.
Pazuello subiu no palanque durante um showmício dia 23, no Rio. Em sua defesa, entregue por escrito, o ex-ministro disse que agiu como cidadão, não como general, embora seja difícil separar um do outro. Declarou também que o ato não era político, embora fosse embalado por milhares de apoiadores de Bolsonaro.
Para não deixar dúvidas quanto a sua estima, Bolsonaro nomeou Pazuello, na última terça-feira, como secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
O presidente fez da não-punição a Pazuello uma bandeira, nos últimos dias. Na quarta-feira, teve encontro fora de agenda no Ministério da Defesa. Curiosamente, no mesmo dia em que integrantes do Alto Comando do Exército, em reuniões virtuais, reforçavam a opinião de que algum tipo de sanção deveria ser aplicada a Pazuello. Foram voto vencido.
E veja o leitor que um dos que defendeu punição, dias atrás, foi o próprio vice-presidente, general Hamilton Mourão, temeroso de algum tipo de “anarquia militar”.
Nada disso demoveu o general Paulo Sérgio, nomeado há apenas dois meses, em substituição a um colega não tão afinado com Bolsonaro, Edson Pujol. O atual o comandante do Exército seguiu a vontade presidencial.
Resta saber como comandantes de unidades militares irão de agora em diante determinar que os subordinados se abstenham de manifestações político-partidárias. Isso vale também para as Polícias Militares. Se um general da ativa pode endossar discurso em palanque, um capitão poderá se arvorar a tomar partido durante os acalorados embates políticos que o Brasil vivenciará até 2022.
GZH/montedo.com

15 respostas

  1. O vice presidente general Mourão tem toda a razão… Está instalada a anarquia militar… É a bagunça geral das FFAA dentro da perniciosa e tendenciosa política brasileira… O estrago já está feito… Bolsonaro e seus generais entrarão para história responsáveis pela queda dos dois pilares da instituição… A Hierarquia e Disciplina jogadas no ralo da corrupção da política e dos interesses pessoais da Família Bolsonaro… A postura… As mazelas… As mortes… E os equívocos do governo Bolsonaro estarão diretamente ligados a imagem das FFAA… É como nossos pais antigamente diziam… Me diga com quem andas… Que digo quem tu és… Vida que segue…

  2. Um STF que liberta ladrão, corruptos e assassinos, além dos mídias esquerdalhas, não se importam em dar a devida punição a Aziz e Renan que têm dezenas de processos e investigações em jornadas de lesma. A anarquia é instalada pelo judiciário e pela oposição ao governo. Não há acréscimos e apoio às reformas do Estado, redução do custo Brasil para a concorrência com países desenvolvidos, apreciação da infra estrutura e logística, privatizações e leilões de portos aeroportos, ferrovias e hidrovias. Nada disso importa para a oposição. O importante é bloquear os avanços do Brasil e nosso povo. Agora para punir um general que foi a um passeio de moto querem sangue nas ruas em 24 hrs.

  3. Este é o Grandioso e Honroso Exército Brasileiro, nunca se curva ao comunismo.

    A comununistada chora ao ver que o Exército Brasileiro ainda é do povo brasileiro verde e amarelo e apoia um presidente patriota, decente e honesto e não compactua com injustiças.

  4. A realidade humana é dura e cruel ,não tem sentimentos. Impõem e submetem ,tanto os fracos ,como os fortes ao seu poder imperativo. Assim como a guerra só os fortes vencem ; os fracos serão mortos e oprimidos . A história não presta honra para os derrotados. Acho eu, todos os que fizeram das armas ,suas profissões de vida , concordam com esse determinismo.

    Como militares ,viu-se em toda história da civilização humana , que cabe aos guerreiros da vida de tomar e assumir os rumos do destino de sua pátria. Proteger sua fé ,sua família , liberdade e seu futuro.

    Para os militares brasileiros , se aproxima o tempo de decidirem o que querem para o BRASIL.

    O cenário político que já se descortina ( eleição 2022 ) , que exigirá dos militares a assunção de uma postura firme e bem definida . Qual é o Brasil que devemos deixar para as futuras gerações ? . É este compromisso que temos com a PÁTRIA.

    Não podemos ter incerteza nas nossas decisões: Manteremos apoiando o Presidente Bolsonaro ( perfeito ,sabemos que não é ) . Escolheremos o Ex – Presidente LULA ( também sabemos quem é ). Terá uma 3ª via . Quem é ?

    Teremos de tomar a decisão certa.

  5. Sumiram com o RDE do Forte Apache, assim, está, temporariamente, liberado:
    – cometer qualquer transgressão disciplinar.
    – subir no palanque imundo do ex-presidiário.
    – passar a mão na “…..”, melhor, na cabeça de qualquer um.
    – participar de ‘lives’ e meter o ‘pau’ em assuntos da Caserna.
    Asco, náuseas, enjoo e fastio dessa desmoralização diária que nunca cessa.
    Jair e general gordinho do bem, protagonistas do vexame e da vergonha verde-oliva.

  6. Estrutura arcaica, os militares precisam evoluir, qualquer mudança no pensando antigo causa uma indignação muito grande por parte dos conservadores, ficam perdidos achando que é o fim do mundo.

  7. General Paulo Sérgio protagonizou a maior vergonha da história do Exército.
    Este militar não tem estatura para este cargo.
    Chegamos no fundo do poço.
    Se o STF, Congresso Nacional ou qualquer outra instituição rasgam a constituição, não é mais novidade.
    Agora o Exército pisar e cuspir nas Normas disciplinares é o fim da única instituição em que o povo brasileiro ainda confiava.
    Desisto dessa nova geração de oficiais do Exército.
    Perderam a linha, a vergonha por um cargo felpudo de 66.000 reais.
    Total insensatez.
    Ficou claro que Bolsonaro perdendo nas urnas dará um golpe militar com esses submissos e traidores do principal pilar do Exército, a DISCIPLINA.

  8. Com a entrada da democracia para dentro dos quarteis a figura do pau mandado perde força e de certa forma dificulta o trabalho dos comandantes pois surgirão questionamentos em relação a tudo de errado que acontece dentro da caserna ,com isso a judicialização ganha um espaço maior ,ou as coisas melhoram ou pioram ,isso vai depender de que lado o individuo se encontra ,pois já houve uma ruptura na visão de alguns em não serem reconhecidos e atendidos pelos seus méritos ,

  9. Desde o governo do FHC, e a criação do Ministério da Defesa, os militares (oficias da Aman, o resto é apêndice) são desmoralizados, foram subordinados a ministros civis e alguns sem capacidade de nada. Bolsonaro, com toda sua arrogância e erros, tratam os militares com respeito e dando cargos. Se as FFAA nunca reclamaram de FHC, Lula e Dilma, que os tratavam como lixo, vão ir contra Bolsonaro??

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