Inquietações do segmento militar da sociedade

Paulo Ricardo da Rocha Paiva*
Hoje a nação vivencia ameaças que ultrapassaram, já faz tempo, o limite do suportável. Por isso mesmo, pelo perigo que representam para manutenção da paz social e da integridade territorial, o cidadão questiona o seu Exército sobre o quanto ainda se vai tolerar: a ratificação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, reconhecendo existir 608 «nações indígenas» dentro da Nação Brasileira; a indigência permanente da Força Terrestre, sem que se exija reverter sua situação caótica pela participação maior no PIB, haja vista os seguidos cortes nos recursos e o temerário prazo a perder de vista na implantação de vitais projetos ditos estratégicos de defesa; o permanente aviltamento do sentimento de amor á Pátria, metamorfoseado por extremismos fanáticos de variados matizes, oponentes dos nossos segmentos fardados, protagonizados por uma “politicalha quadrilheira”; o processo continuado de gendarmerização dos efetivos, preconizado pelo “Consenso de Washington”, preterindo as marciais manobras de grande comando pelo papel de guarda nacional em operações eminentemente policialescas; o movimento subversivo de “quinta-coluna”, poderoso nos poderes legislativo, judiciário, executivo da República e em refugos da sociedade, para neutralizar nosso compromisso com as tradições e princípios basilares do dever e honra militares; a versão dos nossos tradicionais algozes de que ‘o resfolegar de um «nefasto Exército de ontem está dando lugar ao Exército politicamente correto de hoje».
O cidadão se indaga, muito mais estupefato ainda, sobre o que ainda resta daquele tempo em que, para seus militares: o dilema entre a disciplina e a lealdade perdia significado quando o silêncio e a omissão pudessem causar um dano insuportável à Nação e à Instituição, estas sim, e nesta ordem, credoras de sua lealdade; a lealdade à Nação evidenciava disciplina em seu grau mais elevado, se considerados a missão constitucional das Forças Armadas e o juramento do militar à Bandeira; a franqueza e a coragem moral deviam prevalecer, mesmo que isto os levasse a um final de carreira antecipado; o superior dos escalões de comando não se furtava ao dever de apresentar seu parecer franco às autoridades militares e/ou às políticas em suas audiências; a liderança pressupunha submissão total à consciência, juíza perene da existência, preterindo cargos e funções, de passagem eminentemente efêmera; a admiração dos subordinados, o respeito pela Instituição e a lealdade à Pátria estavam sempre acima de tudo.
Hoje, agora, mais do que nunca, ao alto comando do Exército se impõe a observância ao pé da letra do que disse o Duque de Caxias, o maior dos soldados da Pátria, condestável supremo dos idos imperiais: -“Minha espada não tem partido!” Uma declaração altiva de quem possuía toda uma percepção de que nossa Força Terrestre pertencia tão somente à nação e não a grupelhos políticos, de que o Exército Brasileiro jamais se curvaria a ponto de ser transformado em guarda pretoriana de quem quer que seja.
Portanto, que se acautelem os políticos aventureiros, o ‘grande mudo”, na medida em que encarna o próprio povo em armas, não vai faltar quando se fizer ouvir o clamor maior do cidadão soldado que forma em suas fileiras! ”. E o clamor do segmento militar da sociedade é para que nossos comandantes maiores digam um NÃO a este temerário descaminho que está sendo trilhado pelos três poderes da República.
*Coronel de Infantaria e Estado-Maior

13 respostas

  1. Digníssimo general, concordo com praticamente tudo que o senhor falou, mas a forma como a “nação” está vendo esses problemas é muito diferente da que o senhor está vendo.

    A nação não enxerga um “exército suportando” nada. Ela enxerga milhares de militares de alta patente se dando bem às custas da situação atual, aceitando cargos nos quais os ditos “valores” não estão afinados. Há general cuja função é distribuir cargos e verbas para o Centrão em troca de votos a favor do Governo no Congresso. HÁ UM GENERAL FAZENDO ISSO!

    A “nação” não diferencia “militar” de “Exército”, o que é ensinado para cada soldadinho nos quartéis, quando lhes é informado que seu comportamento afeta a imagem da instituição. Agora, quando se trata de generais e coronéis, o senhor acredita que essa mesma nação é obrigada a fazer essa diferenciação?

    Para a nação, o Exército está curtindo, e muito tudo isso, enquanto fizer parte dessa “conspiração” homens de alta patente que aceitam qualquer ingerência em troca de salários de 60 ou 70 mil reais.

    Não sei se é ingenuidade do senhor ou se quer desviar o foco: O Exército são seus militares e vice-versa. Os “políticos aventureiros” no Executivo, e muitos no Legislativo, hoje usam sim farda.

    Vejo o Exército como uma instituição magnífica, mas não tem como considerá-lo como um ente divino e extracorpóreo. O Exército é, e sempre será, seus integrantes, incluindo o senhor.

  2. Não se pode misturar quartel e congresso. O que mais temos nos quartéis são oficiais querendo ser políticos e praças babões. A democracia brasileira navega em águas turbulentas, a “direita” se transformou naquilo que se dizia combater, não se pode ter políticos de estimação. Não estão lutando pelo povo mas sim por poder. Quem defende “L13” ou “B17” com unhas e dentes não pode mais ser levado à sério. Que deus abençoe e zele o povo brasileiro.

  3. Em muitas oportunidades ,depois de lê e repetir parte por parte ,principio ,meio e fim do artigo do respeitável articulista. Ouso fazer o meu comentário:

    1. No meu tempo o “Exército de Caxias “ o azimute era apontado e se cumpria rigorosamente do soldado ao general;

    2. A politicagem não levantavam bandeira, nem da esquerda ,nem da direita e tão pouca de centro;

    3. Havia uma consciência e preocupação da manutenção das condições e sustentação do patrimônio nacional e das riquezas estratégicas do BRASIL . Jamais ouvir ,vi o esquartejamento dessas riquezas estratégicas ,por nenhuma autoridade do País;

    4. Não vi quebra das leis e normas militares .Seja no campo administrativo ou econômico. O que era para ativa ,também era para reserva e suas pensionistas. Não havia divisão . Não havia melhor para cima e pior para baixo;

    5. Poderia encher linhas infindáveis , não é o caso.

    Parabéns articulistas ,minha continência honrosa, pelo claro ,preciso e conciso artigo de V.Srª.

  4. Alguns “soldados de Caxias” empregam sua espada para o “partido” do Governo em prol de 60.000 motivos monetários mensais em seus bolsos!

  5. O MONTEDO se vendeu também, deve está contando o dinheiro recebido. Para não publicar os comentários postados com clareza e sinceridade. Não precisa explicar. É mais uma mídia vendida, que engana seus leitores.

    1. guerreiro no 31 de maio de 2021 a partir do 18:53
      Você é muito divertido, manda mais comentários divertidos como este, rsssss.

      …” MONTEDO ….. deve “está” sic, (estar) contando o dinheiro recebido.
      Há, Há, Há, Rsssssssssssssssssssssss

      Não bastasse essa maldita pandemia que não acaba…
      Surge o velho guerreiro com suas ideias desrespeitosas e descabidas.

  6. guerreiro no 31 de maio de 2021 a partir do 19:00
    Você tá achando que cerveja é igual a banho, que tem que tomar todo dia…
    Tão cedo e já tá mamado.
    Eita! Maldita manguaça.
    E hoje é segunda-feira! Rssssssssssssss

    …”Expliquem e justifiquem. Publiquem o comentário”…
    Como assim?
    Expliquem!?

    guerreiro, Beba com moderação.

    1. guerreiro,
      E hoje é segunda-feira! Rssssssssssssss
      Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…

      Rivotril, Clonazepam, benzodiazepínicos, antidepressivos… joguei tudo no lixo.
      Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há, Há…
      Meu tarja preta são os divertidos comentários desta website.

      Tão cedo e já tá mamado (19:00 horas).
      Rssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss

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