‘Foi personalismo doentio?’ questiona ex-porta-voz sobre ausência de Mourão na Cúpula de Líderes sobre o Clima

O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, fala à imprensa, no Palácio do Planalto. Otávio Rêgo Barros, porta-voz do Palácio do Planalto (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Gerson Camarotti e Guilherme Mazui

Em um artigo publicado neste sábado (24), com forte repercussão na cúpula do Exército, o general da reserva Otávio do Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência da República, questionou o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter deixado o vice-presidente Hamilton Mourão de fora da Cúpula de Líderes sobre o Clima.
“Foi personalismo doentio?”, indagou o general no texto publicado no Jornal do Commercio (PE) com o título “Passa boi e boiada”. O título faz referência à declaração do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na reunião ministerial de abril do ano passado, na qual defendeu “passar a boiada” nas mudanças das regras ambientais enquanto a atenção da imprensa estivesse focada na pandemia do novo coronavírus.
Bolsonaro participou na quinta-feira (22) da reunião virtual convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para discutir com chefes de Estado e de governo ações contra as mudanças climáticas, como preservação ambiental e transição para uma economia mais sustentável.
O presidente não chamou Mourão, que comanda o Conselho Nacional da Amazônia Legal, para ficar ao seu lado durante a cúpula. O presidente discursou e acompanhou as falas dos demais líderes ao lado dos ministros Ricardo Salles, Carlos França (Relações Exteriores), Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Fábio Faria (Comunicações).
Questionado ainda na quinta por jornalistas sobre a ausência, Mourão disser achar que Bolsonaro “não julgou” necessária sua presença durante a cúpula.
‘Uma ausência foi percebida. A do vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho Nacional da Amazônia, criado com o objetivo de combater as ofensas ao ambiente amazônico. Ele é preparado intelectualmente, viveu anos na região e, primacialmente, detém respeito por sua serenidade e capacidade argumentativa. Alijá-lo de cooperar debilita a imagem já opaca do país. Foi personalismo doentio?”, escreveu Rêgo Barros.
Exonerado do cargo de porta-voz em outubro do ano passado, Rêgo Barros externou no artigo o desconforto que outros militares da cúpula do Exército têm manifestado em conversas reservadas sobre o tratamento de Bolsonaro a Mourão, escanteado de reuniões e decisões, mesmo estando à frente do conselho criado pelo presidente para combater crimes ambientais na Amazônia.
No artigo, Rêgo Barros escreveu que na cúpula o governo brasileiro foi “impelido pela pressão externa e interna” e teve de “conceder uma valsa aos cavalheiros poderosos do baile”. Para o general, Bolsonaro fez um discurso com “viés ameno” e prometeu se comportar daqui por diante.
O general ainda lembrou que autoridades americanas indagaram como serão cumpridas as promessas feitas por Bolsonaro – dobrar recursos para ações de fiscalização, eliminar o desmatamento ilegal em 2030 e buscar ‘neutralidade climática’ até 2050 (antecipando em 10 anos o compromisso).
Para o ex-porta-voz, é preciso evitar que disputas políticas coloquem em risco o futuro das próximas gerações, pois se o Brasil não for eficiente na preservação ambiental, será enviado ao “lixo da história”.
“É o futuro de nossos descendentes que está sob ameaça. É direito e dever construí-lo e protegê-lo. Controlar a boiada. Cuidemos que as arengas políticas de ocasião não sejam, mais uma vez, palavras ao vento. Comportamentos distintos da preservação responsável nos enviará ao lixo da história. A ser um pária da humanidade”, escreveu Rêgo Barros.
G1/montedo.com

28 respostas

  1. Definitivamente não há nada mais asqueroso que tudo que este moço diz.
    Não foi a toa que foi escorraçado do governo.
    Mais um exemplo deprimente do clube do bolinha “Código de honra dos 4 estrelas”.
    Quando estava se lambuzando nas fartas tetas do Estado não dava um só pio.
    Que desagradável sua cara e texto.
    Não falei que logo viria com sua insignificante notinha de rodapé.
    Insuportável o arRêgo Barros.
    PQP!

  2. Mais um chorão que foi desmamado da teta e ficou magoado… Com isso expõe para o público uma das mais odiosas falhas de caráter: a deslealdade. faz isso com a mesma naturalidade que outros no âmbito das Forças Armadas que entendem ser natural a deslealdade de superiores em relação a subordinados.

  3. VINDO DESSE IDIOTA DA REDE INFERNO, ONDE A FINALIDADE É JOGAR UNS CONTRA OS OUTROS E SAMEAR A DISCÓRDIA NO MEIO MILITAR. SÃO DEMÔNIOS COM CLARA FINALIDADE, LIXOS DE UM JORNALISMO SUJO, DIRECIONADO E SEM CREDIBILIDADE

  4. O que ocorreu na relação de Bolsonaro com o Mourão foi a quebra da confiança entre o PR e o vice que não consegui perceber que o mesmo somente foi alçado a vice para evitar ou intimidar a esquerda que topa tudo para tomar o poder. O vice quis ter luz própria porém o mesmo não tem votos e nem influencia sobre os Generais da ativa do EB portanto não tem utilidade e faz bem o JB descartar alguém que achava que ainda estava dentro do quartel como General.

    1. Ele estava arriscado a não ter vice e não poder se candidatar. Todos os outros três convidados correram (Janaina Paschoal, Gen Heleno, Magno Malta), jurou que não faria coligação e levou foi o Mourão do PRTB, que não tem sequer um representante no Congresso.

  5. ACHO ESTRANHO ESSE COMPORTAMENTO SABE ?! QUANDO PERTENCIA AO GOVERNO NUNCA VI FALAR NADA CONTRA MAS, AGORA, É ASSIM. E SE TIVESSE CONTINUADO NO GOVERNO COMO SERIA ? ESTRANHO….

  6. Esse general Rego era bajulador do presidente, inclusive sacaneando os Praças taxando-os de “estamentos interiores”. Depois que deixou de ganhar a quarta estrela no Exército e perdeu a boquinha no governo, virou inimigo e crítico dos seus ex-aliados.

  7. General “Estamento”,eu vou votar no “sinhô”! Seja qual for o cargo público que almeja,eu vou votar no “sinhô”, tá???

  8. Uma coisa é o Rêgo Barros ter ficado quietinho enquanto mamava felpudo das tetas grandes e fartas do governo; outra é o que ele disse sobre Mourão,

    Pegou o bonde andando, sentou na janela e agora está se omitindo.

    Ele tem um cargo Eletivo, se ele discordar, não pode ser mandado embora…a não ser que ele seja da turma do; um manda o outro obedece.

    Grande exemplo de caráter nos deram os Três Comandantes que pediram pra sair.

  9. Triste presenciar um general, outrora o exemplo vivo da empáfia, destilar dia sim outro também suas mágoas, choramingando pelos jornais com seus textos enfadonhos e repetitivos.

    Supunha que no círculo dos generais, a palavra ética fosse cláusula pétrea, mas não, ledo engano, há nesse meio alguns que enodoam em público a imagem da instituição, até quando?

    Não assistimos oficiais-generais da Marinha de Guerra, e nem da Força Aérea com essa lamentável e deselegante postura, para dizer o mínimo.

  10. Excelente, Iluminado pensador Eustáquio.

    Falou pouco e disse muito.
    Hoje esses moços vivem batendo e atacando o Jair, mas, morriam de medo da Dilma.

    O nível e postura inadequada deste atuais generais chama atenção pela forma rasteira de se posicionarem.

    De qualquer forma, lúcido Eustáquio, parabéns pela analise critica realista e ao mesmo tempo, no que se refere ao círculo de oficiais mambembes, um fato desagradável.

    Abs.

  11. Personalismo doentio é criar dentro das FFAA um sistema de castas ao chamar os graduados de estamento inferior. Se o vice não quis ir a encontro é porque deve ficar no país quando o presidente se afasta, isso é lógico em qualquer país organizado.

  12. cruzes, quantos e esse daí nem de ex conseguiu, quando estava lá era o exmo sr… e agora.
    É quando a máscara cai vem aquele aquário cheio ou, uma fossa; à escolha.

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