Recalque no Planalto

palácio do planalto

O presidente Jair Bolsonaro, aparentemente, foi o único a desejar a mudança de comando nas Forças Armadas

MARCELO RECH
Para se perscrutar a origem da súbita troca na cúpula da Defesa e das Forças Armadas deve-se pesquisar quem a apregoava. Não eram o Alto-Comando, os governadores, outros ministros, o STF, a base no Congresso, os presidentes da Câmara e do Senado, a oposição, a imprensa, os que pedem intervenção militar, os que repelem golpismos, a Igreja, os pastores, os sindicatos, o PT, o centrão, a OAB, os EUA, a China ou a direção do Flamengo. Nem mesmo aquele núcleo fanático bolsonarista que vê conspirações atrás da porta andava inquieto com o Ministério da Defesa.
Ou seja, ninguém pedia a troca do comando militar, muito menos em meio a uma emergência sanitária na qual seus líderes devem estar focados na maior mobilização de tropas e recursos da História para combater um vírus traiçoeiro. Aparentemente, Jair Bolsonaro foi o único a desejar a mudança e é o único capaz de explicar por que desencadeou a maior crise na área militar desde 1977, quando Sílvio Frota foi exonerado do Ministério do Exército por Ernesto Geisel, lançou um manifesto quase cômico sobre a infiltração comunista no governo e foi escrever suas memórias.
Quando não há explicação aparente, é porque ela não pode ou não quer vir à tona. Se a motivação foi arrastar “o meu Exército” para aventuras fora do leito institucional e democrático, Bolsonaro deu um tiro no pé. O que ele conseguiu foi uma demonstração do Alto-Comando de que não haverá desvios na Constituição e nos ritos militares. Também não há sinais de um “Almirante Aragão”, imbuído em 1964 de sublevar marinheiros para ser carregado nos ombros em apoio a João Goulart. Na verdade, é impensável que dois generais da ativa conversem para cogitar ser uma boa ideia conferir poderes ilimitados a um ex-capitão de espírito mercurial que foi convidado a deixar o Exército por indisciplina.
Sobra então a motivação revanchista de Bolsonaro. O número de vezes em que o presidente diz que quem manda é ele e a quantidade de generais que convidou para cargos-chave e depois os humilhou em demissões sumárias leva a supor que seu problema é o ressentimento. Se não fosse interrompida, a trajetória de Bolsonaro na caserna o levaria no máximo à patente de coronel. Agora, ele parece se comprazer em exigir améns constantes e caçar cabeças de duas ou mais estrelas que ousam divergir de suas paranoias e obsessões.
No meio militar, recalcados são os que sofrem trotes pesados ou se sentem injustiçados por comandantes e depois descontam em outros quando passam a exercer cargos de mando. Não por méritos castrenses, mas pelas troças do destino e pelo voto, Bolsonaro se tornou comandante em chefe das Forças Armadas. Mas isso não autoriza que as trate como sua propriedade. Bolsonaro precisa, portanto, aprender a conter seus recalques. Afinal, os presidentes passam mas as Forças Armadas ficam.
GAÚCHAZH/montedo.com

20 respostas

  1. Amigos do Montedo . O articulista depois de bla …. bla … etc … etc… ilação diagnósticos expor teorias conspiratórias . O mais do mesmo. perdeu oportunidade de se manter na sua demência.

    Mas mesmo assim, fez me lembrar algumas situações ; de quando estava na ativa .Quando empregou a palavra “ RECALCADO “ . Ele próprio tratou de explicar o significado.

    Mas se fosse um bom jornalista ou tivesse alguma capacidade de analise de conjuntura militar . Não somente do estamento superior . Mas também do estamento inferior : Praças e Pensionistas . Teria acertado o alvo da questão militar ; sobre a coesão militar .

    Não é só o Bolsonaro que é recalcado com generais. O jornalista não esticou a visão. Tem tantos , tantos recalcados depois da lei 13.954/19 ,na terra ,no mar e no ar ,que quando o estopim for acendido. Esse reboliço dos generais não passa de games de guerra.

    É grande o tamanho do recalque que a cúpula militar produziu.
    Acho eu que são previdentes ;corrigiram a tempo tamanha injustiça . Não deixarão a força militar se dispersar

    Nos games o jogador controla o jogo . Aperta o play , dá start e stop .
    O jornalista é curto de visão não sabe fazer um giro de visão.

    1. Chama os outros de “amigos” mas chama os praças de estamentos inferiores.
      Me diz de onde vc tirou que a definição de estamentlo inferior são somente praças.?
      Ahhh tenente já é estamento superior?
      Me diz a bibliografia de tamanha discriminação.
      Quem inventou a frase estamento superior foi um general que nem mais está no governo, e mesmo assim o fez sem qualquer respaldo jurídico.
      Não é a toa que torço que o governo volte para os civis.
      Governo militar só é bom para alguns que gostam de disriminar as pessoas.

  2. Amigos do Montedo .

    Amigo obrigado pela atenção ao meu comentário.

    Eu sou civil agora .estou inválido para qualquer atividade militar. Entendo eu que patente só cabe para quem é da ativa.

    O mesmo militar ( general ) que citaste foi quem classificou os militares em estamentos superiores e estamentos inferiores o termo foi cunhado por ele , não é minha a criação da expressão .

    Quando emprego o termo , cunhado pelo general , é para mostrar aos meus amigos do Montedo a visão da cúpula militar ao classifica as praças . Conseguiu entender agora amigo.

    Entendo que na leitura rápida que procedeste; não deve ter lido o que o general escreveu: não cabe os estamentos inferiores comentar ou tratar de assuntos pertinentes ao estamento superior.

    Pensas bem amigo que uma onça velha e inválida com eu não sabe lutar na selvas da vida. Recomendo ao prezado mais acuidade na sua leitura. Passe bem

  3. Complementando o comentário acima.

    Assim como não me considero mais militar ,ainda que tenha que manter vínculos administrativos funcionais.

    Eu acho de uma arrogância relacionar bibliografia seja de cursos ,mestrados ou doutorados . Falar que é poliglota : chinês , alemão ,russo . Pra que isso.

    Traçar meu perfil físico : Que tenho 1,80 m , branco verde ou preto ,que gosto de arte ,da natureza etc … . Não estou procurando relacionando amoroso ,tampouco sexual ,nem auto -ajuda . Deu para atender meu amigo .

    Não uso o termo para rebaixar os praças . Se a maior parte ,quando fui militar . fui sargento com muita honra . Se quiser lê minhas alterações militares ,mais de 550 páginas, elas falam por si mesma. Eu dou. Não fui eu quem a escreveu e assinou embaixo ; foi o estamento superior

    É necessário dar a biografia para fazer um comentário aqui no Montedo . Se for vou cancelar meu cadastro. Sou radical neste sentido . É pura idiotice.

  4. Mais um último “ Em Tempo “; Se for para ocupar o Ministério da Defesa . Eu apresento meu curriculum vitae. Até gostaria. Já iria com a caneta bic para assinar uma nova lei n° ……. ° . Alguma dúvida

    1. E pensar que um dia achei bizarros e estranhos os comentários do ‘QAO Compromissado’.

      Hoje, lembrando suas indecifráveis e inúteis reflexões, e comparando-as com as deste Sargento QE reformado, o S.r. mineiro BENEDITO MARTINS, que se diz ex-militar, acredito que o QAO Compromissado seja a encarnação de PLATÃO, ARISTÓTELES, RENÉ DESCARTES… Sócrates.

      Mas será o Benedito?

      Jesus!

  5. Não entendo o motivo de tamanha repercussão, a troca de chefia é algo comum em todo local, se o substituto possui as qualificações para o desempenho do cargo, então não tem problema.

    Os ministros devem auxiliar o presidente da República, os comandantes das forças são de livre nomeação do presidente da República, se ele desejar pode trocar a qualquer tempo, a constituição federal não exige motivação para a substituição.

    Tanto o presidente da República, os ministros e os comandantes das forças devem cumprir a constituição federal, as leis em vigor e os princípios da administração pública e responder por seus atos.

    Pela constituição federal esses cargos não não vitalícios ou inamovíveis. Os comandantes das forças são integrantes da reserva remunerada, essa uma condição para ocupação do cargo e desempenho da função, quando assumem o cargo são transferidos para a inatividade, portanto não podem reclamar, podem ser considerados como “pttc”.

    O Brasil segue o seu caminho e crescimento determinado por Deus.

  6. Esse folhetim é um puxadinho do Jornaleco “Globo”, por aí já se tira uma conclusão eles tem um lado e o lado não é o do povo brasileiro, abstinência de dinheiro publico da nisso.

  7. Os cargos são de confiança e são “mexíveis”. Os Cmt das FA não são as FA e todos são substituíveis. Se foi demonstração de força, incapacidade, síndrome conspiratória, ou qualquer outra coisa, o que ocorreu é atribuição do Presidente. O Gen Frota foi substituído quando o País estava em pleno processo de abertura, da qual Frota tinha resistência, era o que se chamava de “linha-dura” e tentou lançar-se à presidência. Antes já ocorrera o afastamento de seu aliado do Cmdo do II Exército, em 1976, o Gen Ednardo D’Ávila Mello, após a morte de Herzog de Manuel Fiel Filho nas dependências sob sua responsabilidade. Foi lançado o Gen Figueiredo como candidato à presidência, pois este não tinha apego ao cargo e facilitou a saída dos militares do governo, que era o plano desde a subida de Castelo Branco e que foi atrasado pela ação dos grupos de esquerda.

  8. Amigos do Montedo .

    Não neguei . E afirmei : Eu não sou mais Militar . Expliquei e justifiquei . Se isso pode ser recalque . Sem problema.

    Mas uma coisa eu vos afirmo e desafio qualquer um desses anônimos covardes, , que se escondem no anonimato, temem o quê as suas sombras , de qualquer estamento superior ou inferior para um debate sobre questão militar,

    Começando pela ferida aberta com a lei 13.954/19 etc.. … ; uma facada traiçoeira foi dada na costa dos militares da reserva e das pensionistas ,pelo estamento superior .

    Veremos anônimos covardes se em um futuro próximo ; não podemos nos enfrentar de fuzil em punho ,baioneta ou até de pau . se vão ter coragem do enfrentamento no entrevero que já se anuncia. Se até aqui no Montedo se mostram fracos covardes. Imagino no combate.

    .Não sou encarnação de nenhum filósofo grego. Mas a filosofia é da minha área de predileção.

    . Sei que ministro não fazem leis. Nem também que não serei ministro . Fiz uso do exagero narrativo. Consegui entender anônimo bisonho.

    Mas não penses anônimos covardes e bisonhos ,que estou apoquentados . Vos desafios: revelem suas digitais; mostrem suas caras .

    Mas valeu o FEEDBACK. Passem bem.

  9. Amigos do Mntedo.

    Em tempo:

    Quando fui militar , não fui do honroso Quadro Especial – QE .

    Mas com esses compartilhei trabalhos duros nos dias e noites da atividade fim .
    Com eles muitos mais velhos e experientes na lida prática e real d caserna, consolidei o aprendizado operacional do combate, não foi só treino. Em todo os lugares que passei nos campos do Rio Grande do Sul , pantanal do Matogrosso e selva Amazônica etc …

    Eu ,lobinho entusiasmado , pude cumprir as missões a mim conferida. Hoje quandro encontro com esses velhos companheiros, velhos inválidos , me cumprimentam alegres . Dizem assim : como senhor está velho. Pergunto por outros : morreram.

    Pergunto aos amigos justos do Montedo :
    . Como podemos voltar as costas para esses companheiros .
    . Como não se revoltar com o estamento superior ,por conta de tal meritocracia , da tal lei 13.954/19 , foram ignorados. Eles não tem méritos .

    Eu não me alio a esse Exército ,sob o comando Chefes injustos , que abandonam os seus soldados quando eles estão mais estropiados .Faço das suas dores as minhas.

    Dinheiro não paga o meu silêncio.

      1. …”Que mala sem alça!”…
        – sem alça, daquelas de papelão molhada e intransportável.
        Mas será o Benedito? é cada mala que aparece.

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