Forças Armadas não entrarão em aventura, diz Santos Cruz

general santos cruz

Para ex-ministro de Bolsonaro, falta liderança ao país

CONSUELO DIEGUEZ
Ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo do presidente Jair Bolsonaro, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz diz que o governo tem de dar explicações à população sobre a mudança no Ministério da Defesa – na tarde desta segunda, o general Fernando Azevedo e Silva deixou o posto. “A partir do momento que não se tem tranquilidade, não se tem paz social, não se tem liderança e se vive em um ambiente de notícias falsas fica muito difícil traçar um diagnóstico do que representa a saída do ministro Fernando Azevedo e Silva”, afirmou Santos Cruz. Ele disse ter sido pego de surpresa com a saída do general. Por isso, para frear a especulação em torno do fato, considera fundamental o governo se manifestar imediatamente sobre o ocorrido. “O público tem o direito de saber o que está acontecendo. Os militares estão acostumados com mudanças. Mas esta é uma mudança política. Toda esta especulação em torno da saída do Fernando está se dando porque falta liderança ao país e vivemos neste ambiente de notícias falsas”, ele tornou a repetir. “Há dois anos o país está vivendo num ambiente muito confuso.”
Foi uma segunda-feira de mudanças no governo. O chanceler Ernesto Araújo, sob pressão do Congresso, também deixou o posto. O ministro Azevedo e Silva vinha, havia vários meses, se desentendendo com Bolsonaro. O presidente reclamava que as Forças Armadas deveriam dar demonstrações públicas de que apoiavam o seu governo, coisa que o ministro se recusou a fazer. Outro mal-estar entre os dois tinha a ver também com a pressão de Bolsonaro sobre ele para que demitisse o comandante do Exército, general Edson Pujol, o que Azevedo e Silva também não acatou. Por isso, chamou a atenção o teor da carta de demissão de Azevedo e Silva, ao afirmar: “Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.” A afirmação do ministro gerou especulações de que Bolsonaro quisesse influir para que os militares agissem de maneira dura contra as reações da sociedade contrárias ao seu governo.
Santos Cruz me disse, no entanto, que ainda que houvesse por parte de Bolsonaro alguma intenção de ir contra o estado democrático de direito, o que ele não acredita existir, as Forças Armadas não lhe dariam apoio. Perguntei se ele via alguma possibilidade de golpe de Estado, comandado pelo presidente e apoiado pelos militares. Santos Cruz foi assertivo. “Não há clima para um golpe de Estado. As Forças Armadas têm uma postura institucional muito forte. Não embarcam nessa onda. As Forças Armadas têm estruturas fortes de comando, de liderança, de hierarquia, de respeito à legalidade”, afirmou, e continuou sua defesa. “As Forças Armadas e seus comandantes têm consistência grande. Não se imagine que se possa lançar as Forças Armadas em uma aventura. Os militares não ficam embarcando em qualquer canoa. Não é fácil mexer com as Forças Armadas politicamente. Os comandantes são todos muito discretos. Não se envolvem com política. É uma gente séria.”
Santos Cruz ficou apenas cinco meses no governo. Ele foi demitido pelo presidente em junho de 2019, após se desentender com a ala ideológica, comandada pelos filhos do presidente e pelo astrólogo Olavo de Carvalho. Assim como o ministro Azevedo e Silva, ele também se recusou a se sujeitar ao extremo radicalismo de Bolsonaro e seus seguidores mais fiéis. Embora insatisfeito com o que vem ocorrendo no país, Santos Cruz disse não estar preocupado com a possibilidade de rompimento institucional. “Eu não estou preocupado porque quando as coisas são confusas elas vão acabar sendo resolvidas, porque não se pode viver na confusão permanente”, disse. Qual seria esta solução? “Temos eleição ano que vem. Além disso, temos outros mecanismos normais. O Congresso pode reagir a essa mudança do ministro.” Eu quis saber se a saída do Congresso poderia ser o impeachment do presidente. O general se limitou a dizer que o impeachment está previsto em lei, evitando afirmar que esta seria uma saída. Antes de desligar, me disse: “Tempos difíceis.”
PIAUI(Folha)/montedo.com

17 respostas

    1. As FFAA , realmente, não são de um governo, sao da Nação, poteme, quando a Nação está sendo golpeada por um dos Pderes, as FFAA têm o dever de agirem, melhor seria em atendimento a ativação do Art 142 da CF88. Confesso que não entendo o porquê do Presidente Bolsonaro ainda não ter se valido deste dispositivo Constitucional. Talvez, o entrave fosse este ministro da Defesa. O Santos Cruz fala como se no Brasil existisse o Estado de Dreito. O STF, há muito rasgou a Constituição. As FFAA encontrava-se numa letargia que nada tinha com obediência à Constituição. Estava mais para conivência com a tentativa de golpe do STF e do Congresso Nacional em derrubar o Presidente Bolsonaro.

  1. Caros qdo se interpreta a lei constitucional de forma que ela atenda a interesses de um partido político isto para muitos é um Golpe pelo poder, para outros é uma decisão legal, um grupo social que financiou uma empresa que vai , dizem, vai comprar uma rede de TV é tb uma forma de legislar por intetesses de um partido para muitos. O Presidente Bolsonaro tem o direito de buscar a vitória na Próxima eleição pelo menos não haverá desvios bilionários no dinheiro federal que gera hospitais de fachada, pobres na rua, escolas fracas e a criação de um homem como Deus e não mito..A esquerda faz de um homem salvador…de presidiário a libertador..Assim Por exemplo, é normal historicamente excessos, como o Japão lutaria até o fim na II Guerra Mundial levando muitos americanos a morte, os USA jogou a bomba atômica….Stalin prendeu 1 milhão de pessoas e foi morar no Palácio…Outros dizem que a China criou o vírus por seus interesses econômicos, pode não ser, mas vendem muito mais na Pandemia…a China quer comprar o Brasil todo pois o problema deles é comida e recursos minerais…já compraram a África, agora é o Brasil…se para uns é bom, para outros é mal…Democracia é isto: liberdade de imprensa com manipulação de massa, leis que beneficiam o povo, leis que os controla, riqueza para muitos ou para certos grupos…Assim o cidadão tem que desenvolver o espírito crítico pelo estudo para não ser enganado pois somos historicamente tolos…Orando

  2. Não dei autorização a este melancia para falar por mim , aqui no seio da tropa todo mundo é Bolsonaro , menos os QE e os Sub sem CHQAO …

    1. Quem é vc amigo para dar autorização? Vai cuidar da tua reserva de material, da faxina da bateria, e de babar ovo dos of kids que vem do CPOR…tenho CERTEZA que ia se mijar nas calças diante do general Santos Cruz.

  3. Mas aceitou o cargo no governo, né???
    Mas é assim mesmo, nunca vi um general ficar para o combate, todos são fujões. Bolsonaro fez uma coisa boa, expôs o que realmente são: corporativistas e interesseiros. Que Lulla volte e os faça carregar sua garrafa de 51 de novo; afinal para quê servem?

  4. Este aí participou do governo…perdeu a boquinha e sgora só sabe cair de pau no governo…quanta hipocrisia! Quer entrar para a política e ter muita mordomia! Na época da esquerda pegou “missões” pelo mundo afora onde se ganha um bom dinheirinho! Missão de paz não é missão real de combate…um garoto, do médicos sem fronteiras, tem mais coragem que muitos destes “generais combatentes”! Este senhor não representa ninguém! Só a ele mesmo! Discursos para paisano ouvir! E quer saber? Já torrou o saco! Devia receber uma FATD, do jeito que eles adoram fazer com os subordinados, e pegar uns 30 dias de cadeia! De embusteiros, e oportunistas, o Exército está cheio! Na época do lalau livre…este mandava general tomar no meio do seu c…e ficavam caladinhos! A presidenta os tratava igual cachorros…e nenhum teve altivez de confrontar aquela ex-terrorista! Estes generais que adoram posar de politicamente corretos para a imprensa, e sonham com o maravilhoso mundo da política, não fazem falta nenhuma à este país!

  5. Gen Santos Cruz, se se vive em um ambiente de notícias falsas os responsáveis são os mídias. Se o Sr está preocupado com isso, e não me parece, deveria ter a hombridade de cobrar deles.

    Não vejo Bolsonaro quebrando o protocolo nas relações institucionais. Pelo contrário, o STF, mídias e Congresso Nacional estão dispostos a derrubar o governo, a meu ver, por poder e dinheiro, muito mais dinheiro.

    É aí que os militares deveriam se posicionar, alertar a população das invasões de competências. Por isso foram derrubados em 1985, por permitir as narrativas midiáticas se sobreporem às ações de governo. Não adianta querer se passar por lobos quando foram cordeiros desde 1985 permitindo a promulgação de uma Constituição que mais parece um apanhado de princípios recheada de leis ordinárias.

    Posicionem-se contra a quebra constitucional , contra a soltura de bandidos e prisão de inocentes, contra a quebra da economia, contra a invasão chinesa comprando logística e produção de alimentos. Quero ter a certeza se são mesmo o que dizem ser, se “têm estruturas fortes de comando, de liderança, de hierarquia, de respeito à legalidade”. Vamos lá, coragem a todos!

    1. Isso mesmo! Se viessem avisando, a cada quebra constitucional, a cada desmando politico, teriam construído uma história de posições firmes a favor da Constituição. O problema, nós sabemos, é a possível perda do cargo, como aconteceu com o Mourão.

  6. Amigos do Montedo , Saber aproveitar a oportunidade de ser manter calado é uma demonstração ,também, de sabedoria. Acho eu, que o momento dominante é bem impositivo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pular para o conteúdo