Fuzileiros navais do DF denunciam treinamento com aglomeração. Veja

Imagem: Marinha do Brasil

Praças ouvidos pelo Metrópoles alegam descaso da corporação com medidas de distanciamento social para barrar a transmissão da Covid-19

CELIMAR DE MENESES
Mesmo com o sistema de saúde do Distrito Federal em colapso e o número de óbitos crescendo a cada dia, praças do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília não praticam o distanciamento social e são obrigados a fazer atividades rotineiras do quartel aglomerados e sem equipamento de proteção individual. Nem mesmo a chegada da segunda onda da Covid-19 na capital fez com que protocolos rígidos de proteção sanitária fossem adotados pela corporação.
Segundo relatos de soldados, cabos e sargentos, há militares com a doença, e esses são afastados. Contudo, quem tem familiares infectados continua frequentando o quartel. O Metrópoles teve acesso a imagens que mostram atividades no Grupamento. O treinamento operacional é feito diariamente e sem o equipamento de proteção.
Segundo denúncias, há negligência nos protocolos de distanciamento

Três militares ouvidos pela reportagem, que terão a identidade resguardada por medo de retaliações, foram unânimes em dizer que se sentem ameaçados e consideram o comando negligente, ao expô-los aos riscos da crise sanitária.
“Temo por mim e por minha família, além do deslocamento que é feito no trajeto até o quartel, que no meu caso e de muitos outros militares é por transporte coletivo, dentro da organização nós dividimos alojamento entre mais de 300 militares. O risco de proliferação do vírus naquele ambiente é muito alto”, contou um soldado.
O militar mora com a avó, idosa, e com a mãe, acometida por doença crônica – ambas integram o grupo de risco para o novo coronavírus.
Um sargento concordou com as alegações de que há risco sanitário nos alojamentos. “O descuido é grande por parte de alguns militares, que subestimam a doença. O alojamento comporta centenas”, alertou.
Segundo os entrevistados, a cada dia aumentam os casos de companheiros internados com a Covid-19. “Nosso colega está respirando por aparelho e a pergunta que fica é: quem será o próximo?”, desabafou um soldado. De acordo com os relatos, a cada semana, ao menos dois militares são diagnosticados com a doença. Apesar disso, o comando não teria atuado para reforçar os cuidados com as medidas sanitárias.
“Conseguimos visualizar o descaso com [a marcação de] cerimonias, marchas, adestramentos e cursos que têm ocorrido”, disse um sargento entrevistado. “Há cerimônias e a escala de serviço está muito curta. O militar passa até mesmo mais tempo no quartel do que em casa [na pandemia]”, completou o soldado.
“O comando exerce uma liderança muito autocrática, na qual impossibilita a classe de praças de sugerir algo que vá alterar na rotina”, informou um deles. “Em razão do medo de retaliação, nós não tentamos sugerir algo diferente”, corroborou o sargento.


Uso compartilhado
Outro fuzileiro reclama do equipamento usado pela tropa. “Os coletes e capacetes de serviço são sempre os mesmos, compartilhados e com pouca limpeza”, contou.
Segundo o militar, o local da alimentação, conhecido como “rancho”, é o mais arriscado. “O lugar está sempre cheio e sem distanciamento adequado. Todos usam os mesmo talheres para se servir: eles não são trocados das 11h15 até às 13h”, detalhou o fuzileiro.
O 7º Distrito Naval convoca o efetivo completo de fuzileiros com a expressão “Todos a bordo”, duas vezes na semana: nas tardes de segunda-feira e nas manhãs de sexta. As convocações, antes diárias, foram reduzidas. Não por conta da pandemia, mas apenas porque a cozinha do quartel passa por reformas. O documento interno que oficializa a agenda dos militares traz a explicação em nota de rodapé.

Veja:

“Meu cuidado é redobrado, nunca deixo de usar máscara e lavo as mãos com frequência, o complicado é que o HFA [Hospital das Forças Armadas] está lotado”, preocupa-se. “Quando pego ônibus para o quartel evito os lotados, isso de ficar aglomerado me dá medo de infectar as pessoas que moram comigo”, resumiu um dos praças.

Outro lado
O 7º Distrito Naval foi procurado na manhã dessa sexta-feira (19/3) para comentar os protocolos de proteção à Covid-19, informar a quantidade de militares afastados em decorrência da doença e explicar as atividades presenciais do efetivo. Até a última atualização desta matéria, a corporação não havia se pronunciado. O espaço segue aberto para futuras manifestações.
METRÓPOLES/montedo.com

47 respostas

  1. É só cortar o salário de nego pra ver se essa onda de covid não acaba rapidinho, nego reclamou? Ok, pode ficar em casa sem salário, é militar? Afastamento por interesse próprio de 3 meses (todos sabem que não recebem) é o fim da picada mesmo, militar com medo de doença, se igualando a esquerdista mimizento, agora eu concordo com aquele Marco Antônio Villa que massacra todo dia o Pazuzu dizendo que ele não é general e que as FFAA precisam ser revistas imediatamente, e precisam mesmo, 90% dos militares só tem conceito de que são funcionários públicos, militarismo é pra poucos

    1. iNFELIZMENTE VOCÊ É UMA PESSOA QUE NÃO SABE O QUE DIZ… ESTAMOS EM UMA CRISE SANITÁRIA SEM PRECEDENTES, NÃO EM GUERRA… OS MILITARES ASSIM COMO OS CIVIS TEM DIREITO DE SEREM RESPEITADOS COMO SERES HUMANOS E NÃO DEVEM CORRER O RISCO DE INFECÇÃO E MORTE SÓ PORQUE ESTÃO RECEBENDO SALÁRIO!!

      1. É que vc não vive dentro das FFAA e não sabe o que é disciplina, treinamento, condicionamento. Vc não deve ter hora para acordar nem para dormir e vive de mesada do papai ou da mamãe. Então nem adianta explicar.

        1. Enquanto Estados e instituições cumprem protocolo da Covid, parece-me que a Marinha descumpre, não sou militar, e talvez seja algum comandante que não fica em formatura, nem aglomerado em refeitório, isso é um descaso, cabe um processo contra essa instituição em caso de morte ou invalidez sabia?
          Condicionamento em cerimônias kkkkkkkk? Tive que rir.

          1. Narrativa midiática. Pensam que já destruíram o EB e agora atacam a MB. A próxima a ser atacada e ridicularizada será a FAB. Depois divulgue à rosa dos ventos qual protocolo universal a OMS já decidiu em acordo com pesquisadores e cientistas.

        2. Vou te explicar então, enquanto as instituições, órgãos cumprem os protocolos de covid, parece-me que a Marinha está descumprindo, refeitório aglomerado, não sou militar, e vc provavelmente seja um comandante que não fica aglomerado no refeitório, sequer participa de formatura, aí fica fácil.
          Manter condicionamento em cerimônias alusivas a que? Tá de deboche comigo!
          Isso cabe um processo em caso de morte ou invalidez só pra esclarecer.

    1. Se fosse pra montar um hospital de campanha pra população ok, mas cerimônias, formaturas, festejos pra que? Estamos em crise sanitária e não em guerra!

      1. Só se for um agravamento de crise sanitária. Se vc me disser quando houve atendimento hospitalar com dignidade para toda a população eu vou acreditar que vc tem mais de 60 anos.

  2. Muitos direitos e poucos deveres, só querem se dar bem. Em outros tempos que tinham homens nas FFAA, ficariam detidos até aparecer os Nutellas chorões.

  3. É cada extremista que tem aqui no blog do montedo. Morre um militar vítima de violência, os caras já querem politizar; um militar exige um direito básico que é a vida, os caras vem politizar.
    Tomem vergonha na cara! Parem de colocar politica em tudo! Esses que reclamam qui no blog são militares da reserva que ganharam uma boquinha no governo atual. Por isso ficam espalhando ódio !

    1. Penso parecido. Gente que acha que é só prender que resolve. Estado Democrático e de Direito pra esse pessoal não existe. É por isso que as FFAAs continuam do jeito que está, sem nenhum senso crítico. Acredito que na época que existiam castigos físicos na Marinha eles seriam os mesmos a dizer: “bando de nuttelas, não aguentam 250 chibatadas no lombo. É a punição padrão pra quem está com o coturno mal engraxado, maricas!!” Mas na hora do primeiro disparo são os primeiros a correr.

  4. Pelas reclamações que lemos aqui, parece que os “reclamões” querem que os quarteis fechem as portas e joguem a chave fora. Que tal a formatura de um homem só; um alojamento com uma Suite para cada militar; que cada um traga seu talher de casa; que se exercitem em casa e no quartel só a presença virtual? Ia esquecendo: “já que” não pode amontoar, que se “contrate” robôs para sentinelas e seguranças.

  5. Só vendo para acreditar. As Forças Armadas tem sua atividade fim. Treinamento para a Guerra. Em caso de guerra não ficam todos juntos independente de qualquer situação? Agora em caso de guerra a força tem que se manter a 100km de distancia do inimigo por causa da Epidemia do COVID/19. hora, vão achar problema nos bares e praias, mas não nas Forças Armadas. Atividade Fim é o que importa. Soldado não morre em guerra. As verbas para tal situação é de situação de guerra. Gastos exorbitantes para uma situação de guerra.
    Ninguém deve ser punido por atividade fim.

    1. Não estamos em guerra.
      As leis federais precisam ser seguidas por todas organizações militares, quer queiram ou não.
      O Brasil não é um país do “querer” das pessoas.

      1. Ué… fique em casa. Vc tem renda garantida e paga por quem está trabalhando? Então agradeça e fique em casa. Aceita trabalhar quem quer.

        1. As PM continuam os treinamentos do mesmo jeito, estão em operação a todo vapor do mesmo jeito, FFAA com medo de doencinha????? Geração de covarde e Nutella, apeguem a luz, deixa as FFAA pros garotos que estão vendendo bala no farol, são muito mais homens que vcs, bando de frouxos

  6. Querem parar o País e ninguém está observando isso. Governadores criam leis a cerca de horário para circulação nas cidades. Ai colocam com exceção da segurança pública, mas esquecem de que tem que colocar também com exceção da segurança Nacional, caso contrário se um General ou Cmt de OM, ou uma atividade do Exército na rua, prende os integrantes das Forças Armadas? Uma aberração. Ninguém nota que tem alguma coisa errada.

  7. Complicada a situação. Trabalho em hospital militar. Os hospitais estão lotados de pacientes graves. As equipes estão exaustas, com escalas extremamente apertadas e, diferente dos hospitais civis, os ambulatórios e as cirurgias eletivas NÃO foram suspensas. Essa semana, uma Major médica de Natal foi enterrada com honras militares, pois colocou em risco a própria vida pelos doentes do EB e acabou falecendo por causa do coronavirus.
    Assim como acharia estranho os militares de saúde reclamarem de trabalhar com a COVID, coisa que não vi nenhum fazendo, acho estranho militares de tropa que não querem ficar adestrados para a atividade fim, por qualquer motivo que seja. Infelizmente, parece que as pessoas realmente querem receber o salário sem trabalhar, como vários profissionais do serviço público estão fazendo. Acho isso o fim da picada.
    Acho que deveriam pedir licença sem remuneração até se sentirem a vontade para voltar ao trabalho, como disse um comentarista mais acima.

    1. Uma coisa é trabalhar em hospital, ser adestrado, outra é participar de festejos, cerimônias…sem necessidade, foi isso que entendi da matéria.

  8. Na década de 70/80, quando eu entrava na Cruz Vermelha, o cheiro de Éter Sulfúrico estava por toda parte como a irradiar a cura das doenças. Nos outros hospitais era a mesma irradiação. Não havia essas coisas de infecção hospitalar e era muito raro ver os hospitais lotados. De uma hora para outra proibiram o uso do Éter alegando seu uso por “drogados”. É assim que se faz por outros interesses. Não posso dizer porque as FFAA não estão usando a ivermectina tal como se usa a HCQ na Amazônia, incluindo os familiares, como profilático e preventivo.

    1. Isso mesmo! Graças ao uso da HCQ o Amazonas passou sem sofrimento pela pandemia, com exceção dos nutelas que morreram em Manaus (2x)!

  9. Isso aí, começando por aquele Cabo João Candido Felisberto, mimizento, se tivesse se calado teríamos punições com até 250 pranchadas de espada, e ninguém estaria reclamando dessa gripezinha hoje em dia.

  10. Praça não ama, não tem família. Praça é apenas número. Se ele morrer a família dele não vai sentir falta não vai chorar mas a família dos deuses aí sim ela vai sentir falta fazer plaquinha. E que estamos pedindo flexibilização do expediente e mudança na rotina de trabalho. Não vamos deixar de ser forças armadas por sermos inteligentes. Burro e amador já temos demais comandando. Liderança fraca está cheio nos comandos das OM.

  11. Sou da Reserva e na minha opinião vivemos em um período atípico muitos companheiros tem morrido mais cedo em virtude deste mau. Não digo que eles são Nutella e aí cabe ao comando usar de bom senso para cumprir as missões e preservar a saúde da tropa.

  12. Alguém já calculou o custo homem-hora de uma formatura?
    Normalmente para as coisas mais rolhas do mundo, como a aniversario de general. Alias o dinheiro publjco nao deveria pagar vaidades humanas, vaidades de gente que nem pra guerra foi.
    Nao tem sentido uma formatura em uma pandemia. Nao tem sentido mesmo. Quem fala em nutella deve ser um tiozinho na reserva ou um milico bem golpista que paga de moralista. 3.000 mortos/dia. Morreram na 2a guerra 450 soldados brasileiros. Qual a funcionalidade disso, o que o povo ganha com isso? Nao divo que nao devemos ter ordem unida ou culto às tradições, mas é uma pandemia que mata 3.000 brasileiros por dia gente

  13. Acho engraçado o pessoal que diz que é mínimo. Morrer depois de contrair o vírus porque estava em formatura pra comandante que deseja trocar medalha com outro vaidoso, é muito diferente de morrer em uma guerra lutando pela PÁTRIA, coisa que nenhum dos senhores que afirmam ser mimimi foram. A pátria não tem outra, mas formatura pode ser substituída; medalha pra vaidoso não tem mais valor que a vida de um praça e seus familiares.

  14. Acho que estão querendo muitos direitos, então que se interrompam a formação, cancelem as matrículas e mandem todos pra casa, afim de ficarem no cantinho das mamães. É uma geração mimizenta sim; as FA existem pra guerra mesmo; e estamos numa guerra.

  15. No ano passado peguei serviço na epoca de internato, com centenas de recrutas trancados num mesmo espaço. A noite estive conversando com o médico do batalhão sobre um soldado que baixou. Ele estava com covid, passou para mim, fui p minha casa no outro dia e passe p minhas filhas ei p minha esposa, que foi internada por uma semana, recebendo injeção de anti coagulantes na barriga e precisando de oxigênio. Alguém já olhou nos olhos de alguém que ama e que não consegue respirar? Que pensa que em 2 ou 3 dias seu estado poderia se agravar e vir a morrer? Esses militares têm pai, mãe, avós, pessoas que amam lá fora, e que não têm nada a ver com a sua condição militar. Não estamos em guerra declarada, não existe perspectiva disso, o presidente da República já disse que não vai usar as tropas, por que não incorporar só o mínimo necessário para a guarda do aquaetelamento preservando a saúde dos que são da ativa? Não faz nenhum sentido, a não ser para sarisfazer o ego dessa gente que goza do estatus de autoridade. Que não vive sem um recruta por perto p mandar pegar um café. Na minha unidade, os morteiros não disparam há anos por falta de munição e por falta de aparelhos de pontaria. Mesma coisa no pel anti carro, no pel com as baterias dos rádios estão viciadas e funcionam poucas horas ao dia, nosso soldado dá 14 tiros num fuzil modelo 1964 em todo o serviço militar. Qual a pressa? Por que precisamos de tanta gente incorporada para passar a maior parte do tempo realizando ordem unida? Preciosismo!!!!

  16. Só para complementar: o hospital que atente essa unidade a que me referi está com 160% da capacidade,
    os hosospitais militares estão superlotados, ou seja, se der um surto de covid neste batalhão vai ser um desastre. Esse ano, incorporaram outra leva de recrutas, que estão em internato. Um sargento pegou covid, a sogra dele pegou e faleceu, a esposa de outro sargento está com covid em estado modwrado e um outro foi internado. Muita irresponsabilidade e todos sabemos de onde veio essa ordem néh nao?

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