Julgamento de 12 militares do Exército acusados de fuzilar carro de músico será no dia 7 de abril

Carro é fuzilado pelo Exército no Rio, causando a morte do músico Evaldo Rosa, de 51 anos — Foto: Fabio Teixeira/AP

Perícia apontou que acusados fizeram 257 disparos contra o carro onde a vítima estava; Evaldo Costa foi atingido por 62 tiros.

Marcelo Gomes, GloboNews
A Justiça Militar marcou para 7 de abril o julgamento dos 12 militares do Exército acusados de matar o músico Evaldo Costa, de 51 anos, e o catador Luciano Macedo, em abril de 2019, na Zona Norte do Rio. Eles respondem pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio e omissão de socorro.
Evaldo foi baleado pelos militares enquanto dirigia seu carro na Estrada do Camboatá, perto da Avenida Brasil, em Guadalupe. Ele morreu na hora. E Luciano, que estava próximo ao local onde o carro foi fuzilado, foi baleado enquanto tentava socorrer o músico. Ele morreu dias depois, no hospital.
Segundo laudo da perícia, o carro onde Evaldo estava foi atingido por 62 tiros. E os militares fizeram, no total, 257 disparos.
No despacho, a juíza federal da Justiça Militar Mariana Aquino marcou para as 10h o julgamento presencial. Por conta das medidas sanitárias contra a Covid-19, haverá limitação da quantidade de espectadores no auditório da Justiça Militar da União, na Ilha do Governador, observadas as regras especiais de acesso ao prédio.
Os réus não irão a júri popular. Isso porque, em 2017, uma lei sancionada pelo então presidente Michel Temer definiu que seria da Justiça Militar a responsabilidade de julgar militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) acusados de crime dolosos contra a vida de civis em ações de segurança pública.
Assim, os militares envolvidos no assassinato do músico e do catador serão julgados pelo Conselho de Justiça, formado pelo juiz federal da Justiça Militar da União e quatro oficiais das Forças Armadas. São necessários três votos para condenar ou absolver os réus.
São crimes dolosos contra a vida homicídio e tentativa de homicídio. Policiais militares acusados por estes mesmos crimes continuam sendo julgados pelo tribunal do júri.

MPM quer condenação de 8 réus
No mês passado, em suas alegações finais, o Ministério Público Militar pediu a condenação de oito militares do Exército pelas mortes de Evaldo e Luciano.
O MPM também pediu a condenação dos oito militares pela tentativa de homicídio do sogro de Evaldo, Sérgio Gonçalves de Araújo, que também foi baleado, mas sobreviveu. Ele estava no banco do carona do carro.
No mesmo documento, o MPM pediu a absolvição de outros quatro militares que participaram da ação, mas que afirmaram em depoimento à Justiça que não efetuaram nenhum tiro.
Nas alegações finais, o MPM também pediu a absolvição de todos os 12 denunciados pelo crime de omissão de socorro.
G1/montedo.com

5 respostas

  1. Ai a justiça vai funcionar os peixe são de pequenos, assim funciona o Brasil, cumprindo ordem quando da merda só quem paga e a RALE. acorda Brasil.

    1. O “time”, o tempo de reagir é uma coisa sem regras definidas exige percepção construída pela experiência, treino e formação. A 15 anos ouvi na mídia uma gravação de um rádio que copiava a frequência de rádios de traficantes….um dos seguranças do tráfico, talvez profundamente drogado, alucinava com um rádio e um fuzil em cada mão….atira, atira é a polícia, a polícia..dizia ele e o chefe, provavelmente, disse: tira este …..do posto, vai acabar matando morador…este “time”- tempo correto pode ser mais comum a policiais civis e militares com experiência. É comum no Rio de Janeiro, um extremo cuidado com os aplicativos de rota em carro principalmente para não entrar em áreas perigosas. A polícia além de um bom salário, tem que ter proteção para a família e saúde psicológica.
      Não é fácil a vida após um tiro de fuzil…a cavitação, o sangramento , os estilhaços de ossos exigem uma ação muito rápida do apoio de saúde e as sequelas existem. A vida não é filme americano. Leiam https://www.tecmundo.com.br/armas-de-fogo/106429-possivel-sobreviver-tiro-disparado-um-rifle-ar-15.htm. Oro pela família do músico, o estado tem que protegê-la, mas o Brasil nestas áreas é extremamente violenta e isto pode ser um indejado efeito colateral de uma guerra social causada por governos anteriores corruptos e omissos. Orando

  2. Dificil opinar. Quem vai julgar os meninos nunca se meteu em um tiroteio. Um soldado da pm entra com seus 30 anos de idade e eh formado para lidar com um cidadão, nao com um inimigo externo que ele deve eliminar.
    É uma temeridade o uso das ffaa para ações de segurança pública. Por isso a constituição põe um no 142 e outro no 144

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