Governo do Estado pede ajuda de hospitais militares de Porto Alegre; instituições alegam entrave legal e sufoco em leitos

Acidente ocorreu próximo ao Hospital Militar de Porto Alegre

Por meio de ofício, Eduardo Leite pediu “disponibilização dos leitos clínicos e de UTI adulto”

LETÍCIA PALUDO
O governador Eduardo Leite pediu, por meio de ofício endereçado ao general Valério Stumpf Trindade, chefe do Comando Militar do Sul, “solidariedade por meio da disponibilização dos leitos clínicos e de UTI adulto” das unidades hospitalares militares para o combate à pandemia e que o Hospital de Área Militar de Porto Alegre (HMAPA) disponibilize seus dados aos painéis da prefeitura da Capital ou do governo do Estado.
Nos dados monitorados e divulgados diariamente pelas pastas responsáveis pela Saúde nos âmbitos municipal e estadual, faltam informações com relação à disponibilidade de leitos e à situação dos doentes na casa de saúde que se dedica a cuidar de militares da ativa, da inativa, pensionistas e seus dependentes. Já os dados relacionadas aos leitos de UTI do Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre (HBMPA) não figuram no monitoramento da prefeitura, mas estão presentes no painel da Secretaria Estadual da Saúde (SES).
Uma resposta formal ainda não foi endereçada ao Piratini, mas representantes das instituições apontam para entraves na legislação e gargalo no atendimento ao público-alvo.
Para o coronel Alexandre Lomba de Mello, inspetor de Saúde da 3ª Região Militar, órgão responsável pelo HMAPA, a informação sobre ocupação dos leitos não tem muita importância no contexto geral das informações da SES porque nenhum leito da instituição pode ser destinado para outro tipo de serviço que não o apoio à família militar. Mas ressalta ainda que a situação na casa de saúde não difere do quadro geral da Capital.
— Não temos autorização para fornecer números exatos com relação à ocupação de leitos, mas afirmo que a nossa situação é um espelho exato da situação de Porto Alegre. Estamos passando pelo mesmo sufoco — afirma Lomba de Mello.
A reportagem solicitou ao Ministério da Defesa os números relacionados à ocupação de leitos na instituição, mas não foi atendida até a publicação desta matéria.
No Rio Grande do Sul, procuradores da República de 11 unidades do Ministério Publico Federal enviaram um ofício ao Comando do Exército, por intermédio do procurador-geral Augusto Aras. O documento fala da preocupação com aumento no número de internações e de óbitos pela covid-19 no Estado e solicita informações sobre a possibilidade de hospitais militares serem engajados no atendimento aos civis. Entre os dados solicitados, estão o número total de leitos clínicos e de UTI existentes e suas taxas de ocupação.

Hospital da BM da Capital
Situação semelhante ao HMAPA ocorre no Hospital da Brigada Militar de Porto Alegre (HBMPA), segundo informa Igor Wolwacz Júnior, diretor do Departamento de Saúde da BM, órgão responsável pela instituição:
— Somos força auxiliar do Exército e a legislação não nos permite ampliar atendimento ao público geral. Estamos contribuindo para o sistema ao conseguir abarcar a família brigadiana, mas infelizmente já chegamos no limite. Mesmo pessoas que pertencem à família estão tendo que voltar para o sistema de outros hospitais, pois o nosso está sobrecarregado — afirma Wolwacz Júnior, que declarou ainda que o pronto-atendimento da instituição, fechado na manhã de segunda-feira (8), permanecerá com as portas fechadas por tempo indeterminado.
As informações relacionados aos leitos de UTI do local não figuram no monitoramento da prefeitura, mas estão presentes no painel da SES. Em consulta feita na tarde de segunda-feira (8), a instituição registrava 18 leitos gerais de UTI, dos quais 15 estavam ocupados. Quanto ao número de respiradores, 11 dos 18 equipamentos disponíveis estão em uso.
Wolwacz Júnior ressalta que pode haver um descompasso entre a realidade do hospital e o informe ao painel. A diretoria técnica da casa de saúde afirmou que os 18 leitos de UTI estão ocupados. Com relação aos leitos clínicos para pacientes com covid-19, informou que 49 dos 50 estão ocupados, só havendo uma vaga disponível. Na enfermaria destinada a pacientes por outras enfermidades, que tem um total de 10 leitos, há cinco pessoas internadas.

Solicitação por leitos chegou a ser feita pela Secretaria Municipal da Saúde
Em um contexto de esgotamento da capacidade de atendimento em Porto Alegre, no qual a taxa de ocupação geral das UTIs gira em torno dos 110%, a reportagem questionou a Secretaria Municipal da Saúde acerca da possibilidade de leitos serem solicitados aos hospitais militares. O órgão afirmou que as instituições não teriam como ampliar seus atendimentos: “A SMS fez contato na semana passada com as direções do Hospital do Comando Militar do Sul e o Hospital da Brigada Militar. Ambos relataram estar com suas possibilidades no limite, sem ter condições de disponibilizar vagas de UTI ou mesmo de leitos clínicos, diante da ocupação plena e demanda crescente de seus usuários habituais”. O parecer do dirigente do Hospital de Área Militar de Porto Alegre, coronel Lomba, corrobora com as informações fornecidas pela secretaria.
— Não temos nenhuma capacidade de apoiar nesse sentido, primeiro porque a mesma pressão que os outros hospitais estão sofrendo está ocorrendo aqui. Segundo porque a nossa instituição tem uma destinação específica. Não posso de maneira alguma me permitir, no caso de algum militar precisar de hospital, que ele não tenha atendimento porque os leitos estão ocupados por quem não tem direito — afirma coronel Lomba.
GAÚCHAZH/montedo.com

15 respostas

  1. Seria interessante saber como o governador pagou as dívidas atrasadas do estado em apenas dois dias! Blindados pela justiça…não precisam prestar contas do dinheiro repassado aos seus estados para o combate à epidemia! Mas claro que não houve desvios! Afinal…o Brasil tem os políticos mais honestos do Mundo! Além de um povo sempre atento à máquina pública e que cobra, constantemente, dos nossos governantes, o destino dado ao dinheiro dos nossos impostos! Sabemos que nossos políticos são pessoas que vivem na simplicidade e em contato direto com o povo! São avessos à gastança de dinheiro público e estão, permanentemente, aplicando com parcimônia os recursos que lhe são disponibilizados! Até a Suíça tem inveja dos políticos que temos! Um deles é a alma mais honesta que este país já viu…

  2. Realidade em “algum” hospital de Porto Alegre:
    – Funcionários não devem falar com a imprensa;
    – Médico que atende paciente, na emergência, recebe R$ 600,00 por atendimento, porém Técnicos de Enfermagem tiveram seus vencimentos, que já são baixos, reduzidos desde início da pandemia (alguns que trabalhavam até em 2 hospitais estão deixando a saúde para montar móveis ou mesmo abrir uma lavanderia, onde conseguem melhor salário e não FICAM DIRETAMENTE atendendo Covid);
    – Existem equipamentos, mas não servidores suficientes habilitados à operá-los;
    – Paciente precisa cirurgia de Apêndice, por exemplo, “PROTOCOLO” não permite fazer (talvez por que Covid paga mais), indivíduo fica perambulando de hospital em hospital procurando vaga, embora exista alguns leitos clínicos disponíveis.
    – Devido a gravidade da situação, estão decidindo (para os ditos normais) pela idade quem vai ter o direito de “DESFRUTAR” de um respirador na UTI, os mais idosos são encaminhados para agonizarem nas enfermarias.
    – Também tem aqueles, os não normais, que (Sen… da República, parentes de médico, … ) são baixados na UTI por precaução, não precisam e não usam os equipamentos, mas caso a situação piore já estão com a vaga garantida;
    – O que resta aos funcionários de frente ao verem essas situações? Apenas indignação e revolta sem nada poder fazer.

  3. Uma pergunta…, porque o Sr Governador Eduardo Leite quer mais leitos de UTI? Pois ele disse que não adianta disponibilizar maior quantidade, devido mais de 60% dos que são entubados não voltam.

  4. Vale lembrar que esses hospitais sao custeados com recursos proprios, e o proprio fusex e pago pelos militares.

    No HFA nao tem mais leito. A conta da ma gestao nao pode ser paga pelos militares, nao e uma questao de solidariedade e sim escassez de recursos. Se virar moda, os hospitais militares integrarao a rede do sus, mas pagos nao por tributos, e sim por nossas contribuições

  5. Redação do BLes – Stella Immanuel, renomada médica afro-americana atualmente em exercício no Texas, afirmou neste vídeo que Fauci, os democratas no poder, e executivos da CNN tomaram hidroxicloroquina ao mesmo tempo em que emitiram declarações contra o uso dessa droga como um profilaxia para o vírus PCCh, e ele os desafia a dar a urina para confirmar o que ele denuncia.

    https://bles.com/america/ee-uu/fauci-y-democratas-tomaron-hidroxicloroquina-mientras-se-la-prohibian-a-la-gente-dice-medica.html

  6. Médico é censurado no Facebook por duvidar de notícia do UOL

    Matéria trouxe informações erradas e médicos mostraram-se desatualizados

    “A Ivermectina por si só não é tratamento, e sim, faz parte do protocolo de tratamento precoce que tentam de todas as formas desacreditar ou impedir que seja usado”, explica Malheiros, referindo-se aos interesses comerciais envolvidos.

    “Dizer que não existe trabalho provando que funciona é outra mentira imensa! O trabalho realizado por Hector Cavallo coloca uma pá da cal nesse assunto, demonstrando de forma inequívoca a ação preventiva. Só não lê o trabalho quem não quer ou é canalha vendido. Se desejarem leiam o trabalho de Liverpool”, recomenda.

    “Podem ficar tranquilos, o tempo vai passar e a verdade disso tudo virá a tona. Só quero saber em que montanhas de mentiras vocês enterrarão os seus atos. Vocês são mentirosos”, desabafa o médico, que tem 30 anos de experiência e prescreve o tratamento precoce desde o início. Ele afirma que já atendeu em torno de 3 mil pacientes e, destes, mandou internar apenas seis, sendo que dois ou três foram para a UTI.

    https://www.estudosnacionais.com/31208/medico-e-censurado-no-facebook-por-duvidar-de-noticia-do-uol/

  7. Em postagem nas redes sociais, Senado admite ineficácia de vacinas e gera revolta

    Internautas se revoltaram e se sentiram enganados pela vacina

    “Ano passado, a farmacêutica AstraZeneca disse que não se responsabilizaria por efeitos da vacina. No último dia 02 de março, atendendo às exigências da Pfizer e da Janssen, a Câmara aprovou um projeto que responsabiliza a União por eventuais efeitos adversos de vacinas da Covid-19.”

    https://www.estudosnacionais.com/31182/em-postagem-nas-redes-sociais-senado-admite-ineficacia-de-vacinas-e-gera-revolta/

  8. Mas não foi esse governador que gastou mais de 2.2 bilhões enviados pelo Governo federal para o combate à COVID com despesa corrente do estado alegando que o recurso não veio carimbado para saúde?
    A estratégia está montada pessoal: Muitos vão usar o dinheiro sem vinculação para tirar os seus estados/municípios do buraco, vão ficar “bonitões” na fita nas próximas eleições como os organizadores da máquina pública, e o povo que morra por falta de atendimento, afinal já existe um responsável para isso: O governo federal.

  9. São muitos comentários dos bolsonarístas que tentam a todo momento derrubar quem representa perigo para as eleições de 2022 ,agora o Governador do RS que está fazendo um bom serviço no enfrentamento dessa doença ,passa a impressão que o ser humano é o menos importante ,como podem pessoas agirem dessa forma .

    1. Que perigo que ele representa? Primeiro ele tem que vencer a disputa com o Doria pela candidatura pelo PSDB. Segundo que ambos, ele o Doria, não passam de 4% nas pesquisas. Não vou nem falar da política que ele está fazendo no RS de enfrentamento à pandemia, que é absurda, inclusive limitando produtos que as pessoas podem comprar no supermercado.
      Pelo jeito que vai, não sei nem se ele ganha da Manoela Dávila para governador nas próximas eleições, quem dirá para presidente.

    2. E tão bom pra administrar que apela para a solidariedade. Única excelência que possuí é fala mansa para enganar alguns que desconhecem a realidade do RS. Um ano sem aulas presenciais. Mas como ele disse; NÃO ADIANTA AUMENTAR O nr de leitos. Vai fazer uma excelente administração, ao final do mandato deixará o RS com menos aposentados na folha de pagamento.

  10. Hospitais Militares são pagos por contribuição de militares (serve aos militares e seus dependentes), general não tem direito de ceder nada de hospitais militares a civis e nem atender governador ladrão.

  11. É claro que o hospital militar também não tem vagas, afinal, militar também tem covid. Pense que são todos os militares e familiares que usam aquele hospital, portanto, esta com a ca0pacidade no máximo

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