Militares estão empenhados na campanha por reeleição de Bolsonaro

Jair Bolsonaro ao lado de Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa
Imagem: Foto: Antonio Cruz - 27.fev.2020/Agência Brasil

Integrantes das Forças Armadas que dão suporte ao governo já se mobilizam para pavimentar o caminho da recondução do presidente Jair Bolsonaro ao Planalto. Comportamento do chefe do Executivo e crise econômica estão entre os principais desafios

Ingrid Soares
Apesar de, por vezes, reclamar das dificuldades do cargo que ocupa, o presidente Jair Bolsonaro não consegue esconder que está focado na reeleição, em 2022. Um dos grupos que dão suporte ao chefe do Executivo, o dos militares, já tem, inclusive, procurado estratégias para tentar pavimentar o caminho rumo à recondução. O bloco ressalta, no entanto, que o mandatário tem de moderar o discurso, esquecer as picuinhas e investir na recuperação econômica do país.
No período de pré-eleição no Congresso, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ajudou na articulação com o Centrão para que os aliados do Planalto saíssem vitoriosos da corrida pelos comandos da Câmara e do Senado — de olho na aprovação de pautas de interesse do Executivo. Na semana passada, em entrevista ao Estado de S. Paulo, o general relatou não ter se arrependido da aliança com o grupo de parlamentares, apesar do mal-estar causado entre os militares. Ramos alegou que “não se envergonha” e que os oficiais da ativa das Forças Armadas entendem o “momento político” pelo qual passa o governo.
Ao longo do mandato de Bolsonaro, porém, militares deixaram o Planalto disparando críticas contra o presidente, caso de Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, e Rêgo Barros, ex-porta-voz da Presidência. “Conheço muitos militares que não votaram no Bolsonaro quando era deputado e continuam não votando. As Forças Armadas não são um bloco único”, disse um oficial sob a condição de anonimato. “A preocupação é de que haja descolamento político das Forças Armadas em relação ao governo. Os governos passam, e as FAs continuam. Existe essa preocupação com a imagem.”
Ele destacou, porém, ver chances de reeleição, mas que, para isso, o presidente deve melhorar em, ao menos, dois aspectos: a economia e a comunicação. “O governo se comunica mal, se articula mal para divulgar informações, e as de relevância, sobre o que o governo faz, acabam não chegando. Bolsonaro terá como desafio moderar o comportamento e a dificuldade em se comunicar. A reeleição também vai depender muito da economia”, observou.
Para manter o apoio dos militares, Bolsonaro retoma bandeiras como a aprovação do excludente de ilicitude, espécie de salvaguarda jurídica para militares que, porventura, matarem em serviço. O item consta na lista de 35 projetos prioritários enviados pelo Planalto ao Congresso.

Perda de nichos
Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), ex-aliado de Bolsonaro, a adesão à campanha de reeleição do mandatário será de um grupo significativo de veteranos. Porém — conforme avaliou —, em meio aos policiais da ativa, como militares, civis, penais e policiais federais e rodoviários federais, o chefe do Executivo tem perdido apoio.
“Com esse público, Bolsonaro está criando uma grande rejeição, pois não fez nada a favor. Pelo contrário, com a reforma previdenciária dos militares, eles perderam muito. A tendência é de que continue congelado o salário e a contagem do tempo de serviço para aumento de remuneração e aposentadoria”, afirmou o parlamentar. “Esse povo da segurança pública, a cada dia, vai diminuir mais. A tendência é de abandono do barco. A grande massa, que são ativos, está revoltada porque só está perdendo. A massa significativa de veteranos, aposentados que têm direitos adquiridos, ainda o apoia.”
Na opinião de Major Olímpio, “não vai ter apoio maciço”. “Isso caiu na mesma proporção da credibilidade que ele tinha em 2018. Vejo, dia a dia, o presidente perdendo muitos nichos de pessoas que comungavam com os discursos dele. Para 2022, a vida dos policiais deve ficar pior do que está hoje. O excludente de ilicitude não vai votar.”
O senador destacou que Bolsonaro se elegeu baseado em três pilares: antiesquerda, combate à corrupção e resgate da segurança pública e do direito de legítima defesa. “Os dois itens, com a corrupção e segurança pública, deixaram a desejar. Ficaram só no discurso”, ressaltou. “Ele fez carreira defendendo praças e os pensionistas. É justamente esse público que está se sentindo abandonado. O pessoal da ativa das polícias militares está ensandecido porque não pode fazer reajuste salarial e licença prêmio de policiais no período de março do ano passado até o final de ano, está suspenso.”

Vida infernal
Nas declarações mais recentes, Bolsonaro afirmou, no último dia 2, que a vida dele “é um inferno”. Em 14 de janeiro, o chefe do Executivo confidenciou a bolsonaristas sobre o desafio dos cargos públicos. “Tem gente que acha que ser presidente, ser governador, prefeito, é para comemorar. Não é para comemorar. É um tempo que você vai passar trabalhando, se você quiser, obviamente, trabalhando para o próximo. Não é fácil.”

Dilema com o apetite do Centrão
Na opinião do analista político Creomar de Souza, da Consultoria Dharma, é preciso observar os próximos desdobramentos de reformulação de cargos, sobretudo nos ministérios, que podem impactar integrantes das FAs. “Obviamente, o Centrão está de olho em algumas pastas que, hoje, são ocupadas por ministros militares, como a Saúde, a Casa Civil, a Secretaria de Governo, assim como outros cargos distribuídos na Esplanada”, enumerou. “Se Bolsonaro insistir em uma diminuição desses espaços, entra com menor vocalização entre militares para uma reeleição. Caso não, perde no Centrão. Esse é o dilema: encontrar o meio-termo, o equilíbrio dessas novas forças que compõem o governo.”
Vera Chemim, constitucionalista e mestre em direito público administrativo pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avaliou que os militares não vão interferir de forma contundente numa eventual reeleição de Bolsonaro, pois existem divergências internas. “A relação entre Bolsonaro e os militares não parece estável, a ponto de ratificar os votos favoráveis à reeleição, o que leva à possibilidade de a eventual reeleição ser garantida, em tese, pela grande massa da população”, frisou.

Batalha
De acordo com Chemim, num cenário futuro, Bolsonaro terá de enfrentar candidatos à Presidência advindos de partidos de oposição, além de outsiders que, a princípio, têm potencial de minar uma parcela de seus eleitores e, a depender das circunstâncias, crescer politicamente.
Já na avaliação de Rodrigo Prando, cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie, é necessário levar em conta as ações de Bolsonaro nos dois anos de mandato. “No começo do governo, acreditava-se que o núcleo militar seria mais pragmático e poderia tentar conter os ímpetos dele de confronto. Estávamos enganados. Na verdade, os generais não foram capazes de limitar esse confronto do bolsonarismo nem foram capazes de modelar e moderar Bolsonaro. Foi Bolsonaro que radicalizou alguns generais”, salientou.
Prando afirmou que, aparentemente, os militares estão comprometidos com o governo. “O presidente conseguiu inserir mais de 6 mil militares em cargos civis no governo e isso criou uma dificuldade enorme de manter a fronteira dos militares das Forças Armadas como instituição de Estado e não de governo. Instituições de Estado estão servindo a um governo e isso ligou a imagem dos militares essencialmente a Bolsonaro”, ressaltou.
O especialista chamou a atenção para a discrição de militares diante do envolvimento de Bolsonaro com o Centrão. Antes avessos ao grupo de parlamentares, eles, como o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, agora silenciam a respeito da aliança.
“Ao que parece, os militares estão intrinsecamente ligados ao governo e não o abandonarão. Claro, isso trará, a médio e longo prazos, problemas para a imagem das Forças Armadas. Os militares que atacavam o Centrão anteriormente, como o general Heleno, que chegou a cantar que “se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão’, calaram-se e, hoje, estão todos ligados”, avaliou Prando.
CORREIO BRAZILIENSE/montedo.com

41 respostas

    1. Nas eleicoes tera o troco q merece.
      Pessoal ativa de servico. Meia duzia de generais e baboes votara nele.
      A grande maioria das pracas, dos pensionistas, reformados votarao contra.
      Infelizmente ele pediu isso.

      1. O POVO QUER OS MILITARES EMPENHADOS EM DEFENDER O PAIS DESSAS QUADRILHAS QUE TOMARAM OS PODERES, ACABAR COM ESSE GOVERNO PARALELO, CEIFAR ESSA DITADURA DO JUDICIÁRIO. AGORA O QUE SE REFERE A DAR O TROCO, ATÉ ACHO CORRETO QUEM NÃO ESTÁ SATISFEITO QUE NÃO VOTE, MAS NÃO FARÁ MUITA DIFERENÇA, PORQUE TEM O VOTO EM MASSA DO POVÃO.

        1. Pelo visto o amigo é Bolsonaro até de baixo d’água. Como eu descobri? Fácil: pensa ser o dono da verdade; é mal educado, grita…(caixa alta); não sabe de absolutamente nada; mistura alhos com bugalhos; acredita no povão e não tem argumentos que sustentem minimamente o que diz.

          Aqueles que se elegeram com Bolsonaro aqui no RS não fizeram absolutamente nada, nada mesmo. Se em seu estado algum destes eleitos fez algo, coloque aqui para sabermos, assim não cometeremos injustiças.

    2. Comandante que trai a tropa é um falso líder, tal qual muitos que se autoproclamam “líderes dos bancos das escolas militares”….Uma classe elitizada que perdeu poder ao.longo das décadas e hoje Se agarra a cargos.publicos após a reserva a fim de manter o padrão…Enquanto isso a tropa sofre calada, fiel, mas calada

      1. Talvez seja até reeleito,mas para tal acontecimento, o Brasil terá que apresentar resultados muito favoráveis na economia e a concretização das reformas ,hoje engavetadas ou a passos lentos que tanto prejudicam este país! Bolsonaro não é unânime entre os militares e os generais e coronéis que estão na política ,que ponham suas “barbas de molho”,pois não irão repetir os números das eleições de 2018. Em 2020,o recado foi dado e teve oficial general passando vergonha nas urnas! Pra fechar ,a arrogância de alguns que foram eleitos majoritariamente pelas praças e as destrataram ou ignoraram publicamente irá custar caro,mesmo para aqueles que eram bem intencionados e favoráveis às reinvidicações da tropa como um todo,a tal da “família militar” que hoje está ,com certeza ,em processo de divórcio…letigioso! Lembrem- se: “”Praça vota em Praça!””( Exceto no Papagaio de pirata que todo mundo sabe quem é!).

        1. O povo não está preocupados com crescimento, com economia, o povo tá interessado em acabar com esses gatunos, que sempre assaltou os cofres públicos. Esse governo é honesto e tem o carisma do povo, nada destruirá sua reputação junto ao povo honesto desse pais. ” Mais vale um honesto, que inumeros ladrões”.

    3. Caros, o Presidente Bolsonaro é honesto. Não vemos corrupção se os Jornais televisivos estavam metendo o pau….expressão vulgar…desculpe mas real….as FFAA estão com um rumo de apoio a sociedade por mar, terra e ar.. estamos recuperando as diferenças salariais lentamente, mas estamos… ex-militares estão inundando os concursos públicos…eu quero um bom futuro para meus netos….educação de qualidade, valores de família, trabalho e meritocracia.. O Brasil nunca vai ser grande se voltarem os supercorruptos ao poder…..orando….

      1. Concordo com seu otimismo mas se depender dos praças e inativos (brabos de internet) vão votar no BOULOS em 2022 e ai vão abrir cotas nas escolas militares , as autoridades esquerdistas serão condecoradas nas formaturas e ficará por isso mesmo,BANDO DE CORDEIRINHO

  1. Se for para a Reeleição, acho melhor esquecer o apoio dos militares da Reserva e Pensionistas.
    Nada mais justo abandonar quem nos abandonou.
    A PL dos generais foi a gota d’água numa categoria há muito tempo desvalorizada.

  2. Nunca mais terá o meu voto,mesmo que corrija as injustiças,me enganei no voto, não votaria na esquerda, mas tínhamos outras opções. Agora não me deixarei levar por candidatos populistas como Bolsonaro,Collor,Lula. Este Sr não estava preparado para o cargo, se comporta como um irresponsável, sem compromisso com o povo. Governa para seus militantes!

    1. Eu irei reviver tudo que fiz para a eleição dele, só que ao inverso. Ele traiu os graduados e as pensionistas, principalmente da MB e da FAB. Ele nos usou para o seu projeto de poder, mas, a nossa vingança se aproxima.

  3. As Praças das Forças Armadas, sejam da Ativa ou da Reserva juntamente com as Pensionistas estão empenhados em uma árdua campanha para tornar público o que sofreram na restruturação : mentiras , foram enganados com falsas promessas…

    Acredito que a população tb se lembrará da forma competente na qual o governo debelou rapidamente a pandemia, imunizando rapidamente toda a população com vacinas e oferecendo a população o que havia de mais moderno em tratamentos reconhecidos pela comunidade médica internacional.

    Todos irão apoiar

    1. A verdade é uma só… Bolsonaro e seus aceclas Generais tem apenas o apoio de generais da ativa e de poucos militares que se deram bem bem com a Lei 13.954 e tbm estão na ativa… além de alguns alienados puxa sacos do tipo seguidores de Lula… porém hoje nos mesmos moldes… são seguidores do alienado da Direita…A grande maioria… praças da ativa… veteranos e pensionistas bitributadas não votam nem em Bolsonaro… Nem em nenhum candidato indicado por ele… Eu em particular não voto mais… Nem na direita… Nem na esquerda… por agora ter plena convicção de que são farinha do mesmo saco… Mas tenho certeza que minha família jamais votaria em Bolsonaro novamente… Em 2022 vamos fazer ferrenha campanha contra esse governo traidor que esta aí… Vamos devolver o executivo para os verdadeiros políticos pois os militares provaram total incompetência na direção do executivo…

  4. Delírio de militares enrolado e incompetente, não tem mais volta.Seus incompetentes. Voces não sabe nem fazer política salarial, e estão querendo volta. JaMAIS VAI ACONTECER Um zero `a ESQUERDA

  5. Já estou fazendo campanha para o nosso presidente ser reeleito. Tive uma melhora significativa no meu salário e nenhum presidente, antes dele, teve a capacidade de ajudar as Foras Armadas.
    #Bolsona2022.

  6. Militar reclama de tudo ganhamos bem é só dar uma olhada nas redes sociais ver os estacionamentos das OM para comprovar a melhoria nos salários.

  7. 3SQESA REF FAB DA SILVA : ESTE PRESIDENTE SE DEPENDER DE MEU VOTO E MEUS FAMILIARES , NUNCA MAIS TERA GARGO QUE SE ELEGE COM VOTOS. JA ESTOU FAZENDO CAMPANHA CONTRA , TRAIU OS GRADUADOS E PREÇAS E PENCIONISTAS DAS FORÇAS ARMADAS . E OTRA COISA QUE TENHO VISTO AQUI EM MINAS GERAIS A POPULAÇÃO OS MAIS NECESSITADOS ASALARIADOS NÃO VOTA MAIS NELE . PRESIDENTE QUE NÃO CONSEGUE O MINIMO PARA OS QUE MAIS PRECISA SEXTA BASICA : ARROZ , FEIJÃO AÇÚCAR , OLEO . NÃO É UM BOM GOVERNANTE OS QUE MAIS NECESSITA A NOSSO POPULAÇÃO OS ASALARIADOS QUE É NOSSO PAIS QUE É: 90% DE NOSSA POPULAÇÃO : FORA BOLSONARO : 3S QESA REF FAB : DA SILVA

    1. Pela forma como escreve entendo que o aumento foi justo, mas 2022 pelo seu perfil e de muitos praças votem no Boulos, Lula quem sabe o Ministro da Defesa seja do PSOL , vocês reclamam de barriga cheia, garato que no face, instagram só postam ostentação

  8. esta pensando em reeleição????cade o cara q disse q iria acabar com a reeleição??cade o cara q disse q ñ deixaria um soldado para tras ,,como ele mesmo disse conhecereis a verdade e a verdade vos libertara ,,poisss bem agora conhecemos como e canalha e traiu seus proprios irmãos d arma ,,reeleição amigo pode esquecer ñ ganha mais nem pra sindico nem ele nem quem esta do lado dele ,,pode preparar pra sair pode ajeitar a malinha q foi o mandato d uma vez so pra nunca mais ,,,nos outros governo tivemos pelo menos um pouco d reajuste e nesse q dizia q vinha pra nos ajudar ooo q foi q ele deu ??so pensou nos oficiais os soldados e cabos q o elegeram o q foi q ele fez deus as costa como gratidão ,,um cara q berrava dizendo q defendia os praças cade eleeee ,,,dizia defender o auxilio invalidez e ai cadeee nunca mais falou nadaaaa ,,,so tem gogo papo furado ,,,ainda pensa em reeleição so tem uma pergunta q ñ quer calar ,, quem ele acha q vai votar nele?????? ele acha mesmo q com esse auxilio ai quando chegar as eleições alguem vai lembrar dele ,,sera q caminhoneiro vai votar ele ,,aposentados vai votar nele ,,militares vão votar nele ,,se colocar nessa lista militar,caminhoneiros ,professores,aposentados,empresarios ,policias.e ainda junta pessoal da esquerda o q sobrou pra votar nele ???o 01,02,03 e ele mais ninguem

  9. Como eu não fui valorizado na reestruturação , até mesmo deixado para trás e também não sou bajulador pois meu caráter não me permite a isso ,não mais votarei nesse senhor .

  10. Ninguém foi enganado, votaram de livre e espontânea vontade sabendo de quem se tratava e do comportamento que tinha, além de ter sido um péssimo militar. Fizeram trato com escorpião e é esta sua natureza.

  11. Só se for os Generais e outros da ativa, porque os Praças Graduados da reserva e veteranos não estão não! Quem com decréscimo de salário vai reeleger Bolsonaro?!

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