Pesquisas de tecnologia da FAB podem gerar 21 mil empregos no país

major brigadeiro Valter Borges Malta

Segundo major brigadeiro Valter Borges Malta, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), projeto de aquisição de 36 caças Saab Gripen NG está em desenvolvimento, com entrega prevista até 2027

Edis Henrique Peres*
Projeto de aquisição de 36 caças Saab Gripen NG para a Força Aérea Brasileira (FAB), em conjunto com o desenvolvimento de conhecimento em estruturação e tecnologia, pode gerar cerca de 21 mil empregos em toda a cadeia econômica do Brasil. A informação é do major brigadeiro Valter Borges Malta, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac). Malta foi o entrevistado desta quarta-feira (10/2) do CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília.
“O conhecimento gerado nessas pesquisas aeroespaciais pode, inclusive, ser derivado para a indústria de medicina, como (no desenvolvimento de) sensores ópticos para diagnósticos, por exemplo. Além de, claro, atender a demanda que a FAB possui de controlar, defender e integrar o território nacional. E para isso, são necessárias aeronaves cada vez mais capazes, com longo alcance e capacidade de carga”, explica Malta.
O major conta que a Copac possui cerca de 10 projetos em desenvolvimento e explica que o projeto Gripen ocorre dentro do cronograma planejado, apesar das dificuldades impostas pela pandemia. “O Gripen envolve a entrega de 36 aeronaves, 28 com um assento e 8 aeronaves com dois assentos, e o Brasil já recebeu a primeira, em 2020, no dia 23 de outubro, o Dia do Aviador”.
A nave recebida em outubro está em desenvolvimento nas instalações da Embraer, em Gavião Peixoto (SP). “O objetivo é que o F-39 Gripen, que recebemos, seja a aeronave de caça da FAB, com missões de força aérea, ataque ao solo e também reconhecimento. Ela já sobrevoou Brasília e está sobrevoando diariamente Gavião Peixoto em seu processo de desenvolvimento. Também as quatro primeiras aeronaves para compor o esquadrão do corpo de defesa aérea em Anápolis (GO) chegarão ao Brasil no fim deste ano”, revela.
A expectativa é que, entre 2026 e 2027, as 36 aeronaves da F-39 Gripen já estejam entregues no país. Malta esclarece que a integração de armamento e o desenvolvimento da estrutura das aeronaves podem possibilitar que as indústrias participantes do Brasil desenvolvam ao fim do ciclo Gripen aeronaves de 5° geração. “Atualmente, o F-39 Gripen está basicamente entre a 4° e 5° geração, um meio termo entre os dois”, pontua.

Dificuldades na pandemia
O presidente da Copac também defende a atuação da FAB em meio à pandemia. Questionado sobre a falta de aeronaves capazes de transportar carga no país, Malta reconheceu a demanda, mas reiterou que a força aérea atua fortemente na questão do novo coronavírus.
“Desde o começo da pandemia, atuamos de maneira bem integrada, essencialmente sobre a dificuldade na região amazônica. Mas já voamos mais de 1.600 horas, transportamos mais de 1.800 toneladas de materiais, e retiramos mais de 600 pacientes de Manaus para outros lugares do Brasil. Estamos realizando essa ação de transporte com todo o nosso sistema de apoio”, afirma.

Estratégia nacional de defesa
Malte explica ainda na entrevista que a FAB tem cerca de 18 projetos principais e que a força aérea possui na sua concepção aeronáutica um planejamento para 2041, quando completa 100 anos. “Estabelecemos essa estratégia nacional de defesa. É um plano que mira na infraestrutura e tecnologia necessárias para o que esperamos no centenário da FAB”, conta.
O major acrescenta que os 18 projetos são espalhados entre as diversas áreas de infraestrutura, tecnologia e modernização: os caminhos necessários para se desenvolver aeronaves de 5° geração. “Uma aeronave desse modelo terá alta performance, alta velocidade, integração dos sistemas, inteligência artificial, além de baixa visibilidade perante os sensores e radares. Por isso, para atingir essa tecnologia, elaboramos esses diversos projetos”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
CORREIO BRAZILIENSE/montedo.com

8 respostas

  1. A FAB também poderia além de pensar em gerar empregos, manter motivados os seus militares pq tá difícil manter a motivação. Sistema de promoção injusto Quadro de Apoio (QOAP) demora 14 anos pro cara ir a Capitão, enquanto na AFA o cara vai em 7 anos, alguns sgt podem fazer prova como 2S e ir a Coronel, enquanto outros ficam olhando esperando ir a 1S e só podem ir até Capitão, CB esperam 20 anos na mesma graduação pra ir a 3S e taifeiro vai até a Suboficial, ou seja, é um sistema de promoção que além de confuso é injusto demais, pois só lembram que somos todos militares na hora de se lascar todo. Outra coisa, o número de pessoas trabalhando em algumas unidades só cai e aqueles que estão ficando estão ralando bem mais, tem pessoas encarregadas de mais de uma seção. Se não conseguem motivar os que já estão na batalha, como vão conseguir motivar os 21 mil que irão chegar?

      1. Trabalho muito, não fale aquilo que você não sabe de quem você não conhece.E outra onde eu disse que eu quero ser Brigadeiro? Você sabe ler ou sua vontade louca de denegrir alguém (e de babar ovo de oficial) falou tão alto que acabou com sua capacidade interpretativa? E a FAB não é empresa privada onde quanto mais você trabalha, mais rápido você será promovido. Você sabe o que é lei? Eu só estou comentando as injustiças e as más condições de trabalho que muitos militares se deparam. E na boa você é militar mesmo ou é só um paisano dando pitaco? Com esse comentário sofrível eu dúvido que você seja militar.

        1. Meu ala a realidade é o seguinte: está saindo muita gente e a tendência é quanto mais antigo mais atribulado você vai ficar. Não vai melhorar. Promoção na FAB ainda é melhor do que no EB (8 anos de 3°sgt tendendo a 10) e na Marinha (10 anos para poder sair 3° sgt).

          Ou você agrupa e deixa bater ou você estuda para outra coisa.

    1. Disse tudo ,mostrou um pequeno Raio-X da situação ,muito me admira pessoas ´”entendidas” querendo falar aquilo que desconhecem ,sempre querendo puxar o saco por tabela para ficar bem com a força e seus chefes ,esse tipo de comportamento não soma para melhorarmos ,são pessoas que já possuem sua vida profissional definida não deixando espaço para que outras melhorem e muitas vezes se aproveitando da situação para ganharem conceito .

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