Carabina e pistolas são as armas mais registradas pelo Exército

Imagem ilustrativa

Base de dados mostra que a indústria brasileira é responsável por 72% do total de vendas

Aline Ribeiro
SÃO PAULO — Em três anos consecutivos, a arma mais popular entre as registradas no Exército foi a carabina CBC 7022, calibre .22, usada para recreação em clubes de tiro e na caça. Na lista das mais compradas, aparecem como segunda e terceira colocadas, respectivamente, as pistolas Taurus TH 380 e Glock G25, ambas de calibre .380, cobiçadas por serem pequenas e garantirem a discrição no porte.
O ranking é parte de um levantamento inédito, obtido pelo GLOBO via Lei de Acesso à Informação, que mostra o perfil do armamento nas mãos de colecionadores, atiradores e caçadores, além do arsenal pessoal de militares das Forças Armadas.
Para fazer a análise, o Instituto Igarapé, a pedido do GLOBO, debruçou-se sobre 626 mil armas de fogo registradas no Exército em 2017, 2018 e 2019.
A carabina CBC 7022, que lidera o ranking das mais compradas, é uma arma longa usada por atiradores desportivos e caçadores. Seu principal atrativo é o preço, cerca de R$ 2,3 mil, a depender do estado brasileiro. O valor da munição também é sedutor.

Caça e autodefesa
No caso dos caçadores, o modelo é útil apenas para caçar animais de pequeno porte, em decorrência do baixo calibre. A caça, entretanto, é proibida no Brasil, com exceção da científica e da voltada para subsistência. A única espécie liberada para abate é o javali, para controle populacional.
— O que impulsionou a aquisição dessa carabina foi o tiro desportivo, mas ela também costuma ser usada para defesa em rincões do Brasil e para caça. Ela não para o javali, não faz nem cosquinha. Mas mata o coelho, o ratão do mato… Não podemos esquecer que temos caça de sobrevivência aqui — afirma o diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança, Vinícius Cavalcante, que deu apoio técnico à análise.
A segunda e terceira colocadas — pistolas Taurus TH 380 e Glock G25, ambas de calibre .380 —são armas para autodefesa. Enquanto a Taurus é procurada pelo bom custo-benefício, a Glock desperta interesse por ser mais moderna e pela confiabilidade. Como são compactas, é fácil carregá-las escondidas.
Uma mudança na lei, ainda anterior ao governo de Jair Bolsonaro, pode explicar a presença das duas entre as mais registradas. Em 2017, uma portaria autorizou o transporte de armas municiadas para atiradores nos deslocamentos até locais de treinamento e competições — algo de difícil fiscalização e considerado pelos críticos como uma espécie de porte maquiado.
— No Brasil, é proibido andar com a arma aparente, a menos que seja de um órgão de segurança pública. Essas armas menores oferecem uma característica mais velada — diz o especialista em segurança Leonardo Sant’Anna.
De todas as armas registradas no Exército, 72% são de fabricação brasileira. Empatadas em segundo lugar, estão as importadas dos Estados Unidos (9%) e da Áustria (9%), seguidas das italianas (3%).
Por aqui, a Taurus é a marca dominante entre os revólveres (98%) e pistolas (49%), enquanto a E.R. Amantino e a CBC se sobressaem entre as espingardas (70%) e carabinas (59%), respectivamente.
A participação majoritária da indústria brasileira ajuda a explicar o histórico de lobby do setor. Não é incomum membros das Forças Armadas passarem para a reserva e assumirem cargos em empresas de armas.
— Esse sistema em que você era controlador e passa a fazer parte das decisões na indústria pode gerar uma série de conflitos de interesse — afirma a diretora de projetos do Instituto Igarapé, Melina Risso.
A abertura de mercado para a indústria bélica é uma das bandeiras de Bolsonaro. Em dezembro, o governo federal decidiu zerar a alíquota de importação de revólveres e pistolas. A resolução passaria a valer a partir deste mês, mas foi suspensa pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal. Na sexta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu da decisão.

“Fragilidade inadmissível”
Segundo o Igarapé, as bases de dados disponibilizadas pelo Exército apresentam erros — num dos casos mais flagrantes, Adélia é apontada como país de fabricação de algumas armas. Terra Adélia é um território da Antártica habitado por pinguins e poucos humanos.
— Essa fragilidade é inadmissível, porque o Exército controla o arsenal mais potente que pode chegar às mãos das pessoas. O Estado deveria ter um controle rígido — reforça Melina.
As incongruências e a ausência de informações impossibilitaram a análise de 22% da base de dados. Isso significa que o Exército não tem dados precisos sobre cerca de 138 mil armas. Em nota, o Exército informou que há uma incorreção no sistema em relação à inclusão de Adélia, mas que “não foram identificados outros erros na base de dados”.
O Globo/montedo.com

24 respostas

  1. Ridícula a pesquisa deste meio de comunicação…querem qualquer coisa para “criarem” uma notícia…porque não pesquisam os armamentos, preferidos, pelos traficantes? Subam o morro para entrevistar esta turma! Carabina .22…pistola 380…kkkkk…traficante nem considera isto como armamento! Calibre .22? Eles gostam de .45….40…9 mm e fuzis! AK 47…SigSauer…variantes do M16…até o FAL já é “obsoleto” para está turma! Você viaja pelo interior dos EUA e as pessoas tem todo tipo de armamento em casa! Aí você olha a relação de homicídios por 100 mil habitantes e vê que tem algo muito errado no Brasil! O cidadão aqui é desarmado enquanto a bandidagem possui armas de guerra! E, se depender desta emissora, até a carabina .22 vira um armamento perigosíssimo! Para eles a população tem que estar completamente desarmada! Ovelhas para os lobos!

      1. Não. Prefiro uma Mossberg calibre 12 semiautomática, uma GC2 9 mm e uma taurus 380. E atirar, toda semana, no clube de tiro na cidade onde vivo. Também não bebo e nem ostento armamento! E espero que esquerdistas de m…como você fiquem desarmados. Inimigos da pátria! Escória da humanidade!

      2. Vocês da esquerda que vem neste site “destilar” o veneno de vocês…espalhando cizânia e fazendo “comentários”(?) que tentam ridicularizar o que os militares, de verdade, acham do nosso quadro social e econômico gerado por anos de corruptos e populistas governos de esquerda…estão de parabéns! Sim! Estão de parabéns! Com seus “comentários”, debochados e ofensivos aos verdadeiros militares, conseguiram despertar, nos corações das gerações mais antigas de militares, aquele “velho” sentimento que temos por vocês…e, ao mesmo tempo, criaram o mesmo sentimento nas novas gerações de militares que não “engolem” aquele velho discurso de culpa no processo de “redemocratização”… Duvidam? Conversem com as novas turmas recém formadas nas escolas militares! Parabéns, de novo, aos “mortadelas” de plantão no site! Continuem assim: a despertar velhos inimigos e a criar novos! Em um Mundo em epidemia e à beira de uma enorme recessão global vocês, traidores da nação brasileira, corruptos e destruidores dos valores morais de nossa sociedade, criam forças que não irão conseguir controlar! Escória da humanidade!

  2. Eu ganhei um revólver 38 de herança do meu saudoso pai. Mas nem pedi para transferir. Com o tempo vi que armas só geram morte e destruição, ninguém mata a esposa com travesseiro. Então vendi. São outros tempos, estamos no avançar de uma nova era. As armas devem existir em mínima quantidade e sob rigoroso controle do estado. Quando precisava de uma arma para missão pegava na armaria. Minha arma é Deus. Sempre oriento os lobinhos a perderem esse frisson por armas logo cedo, pois são muitas tragédias que vemos.

    1. Respeito e concordo plenamente com sua opinião. Quando o Estado desarmar os bandidos entregarei minha arma com a maior satisfaçao, mas até lá. Caso um latrocida entre em sua cada sugiro convida-lo para rezar um terço. Sorte e paz amigo

    2. Também se livrou das facas, martelos, machados, garfos, pedaços de madeira ou objetos similares que porventura existam na sua casa, já que ninguém mata a esposa com travesseiro?

      1. Calma amigo. So quis dizer que no meu ponto de vista apenas policiais tinham que ter armas. Eles realmente necessitam delas no dia a dia. É bem diferente da nossa realidade. Vc e eu nunca disparamos em nada que se movimentasse, nem um coelho ou um bicho qualquer, só no negão de papel 1 vez por ano. Essa é a verdade.

        Eu não me desfiz das facas e machados pq diferentemente do revólver eles são objetos que possuem propósitos de facilitar nossas vidas. Ninguém compra uma faca de cozinha para matar ninguém. Compra para cortar pão etc.

        Livre se da sua arma antes que uma desgraça bata na sua tenda. Todo dia é uma tragédia no jornal. Melhor que o estado controle tudo, usamos a da armaria e pronto. Segurança em primeiro lugar.

        1. Excelente comentário ST Leonardo, concordo com seu posicionamento. Muitas tragédias poderiam ter sido evitadas caso a arma não estivesse presente no cenário, principalmente se o indivíduo gosta de tomar uns goles.

    3. Não esqueça de se livrar do carro, do veneno de rato e cordéis diversos. Isso também é utilizado para matar pessoas. É cada “nutella” que aparece…

    4. Você está na profissão errada! Deveria ter feito um seminário e ser padre! Militar que não gosta de armamentos? Que porcaria é esta? Se eu pudesse teria fuzis, submetralhadoras e atiraria todo santo dia! Militar, de verdade, abraça a carreira das armas! Se não gosta de armamentos nem como militar pode ser chamado! É um embusteiro! E desarmar a população é coisa de governo autoritário! Povo armado é povo livre! E você devia visitar o Museu do Crime em São Paulo! Para matar alguém não se precisa de armamento…e disparo é algo barulhento…se mata com facas, martelos, chaves de fendas, garrotes, fios de telefone, afogamento, venenos…e tudo mais que a perversa imaginação humana for capaz! Inclusive, se nada estiver ao alcance, mata-se com as mãos! Em que mundo você vive? Armamentos e militares são interligados! Tem um ditado Sikh que diz que um homem sem uma arma é uma ovelha! É um povo guerreiro! Conheci um padre, no Sul da Bahia que viajava de uma cidadezinha para outra abrindo as igrejas e fazendo suas missas…era idoso e dirigia seu carro velho pelo sertão levando, além da bíblia, paramentos e terços, um colt oficial police! Meu avô, muito amigo dele, perguntava se a “arma” dele era Deus…ele respondia: que Deus faz a parte dele e eu faço a minha…e mostrava o colt! Uma vergonha militares que não gostam de armamentos…mas você não deve ser militar…só mais um seguidor do lalau livre no site!

      1. Sabias palavras meu amigo. Certa vez um evangélico adventista me disse que era radicalmente contra armas. Na bíblia, eu apontei várias passagens em que o próprio Deus, ordena a luta contra os inimigos. Começa em Êxodo e aí vai. Como você vai a guerra sem armas? Quando se tem a intenção de matar, tudo pode ser improvisado, até mesmo um banco de madeira.

    5. Tu é uma vergonha pra Força. Militar que não gosta de armas, tá na profissão errada.
      Vai ser bailarino do bolshoi. Triste uma família que não tem um homem de verdade para proteger o sagrado lar.
      Tu é um bunda mole.

    6. Ilusão. 90% dos feminicidios ocorrem com o uso de armas brancas. Faça, tesoura, canivetes. Ninguém compra arma de fogo e registra pra se vingar de chifres que levou. Incrível como nas Forças Armadas tem tanto militar e até general com medo de arma de fogo. Gente que está na profissão errada. Ainda bem no Brasil não tem guerra. Na segunda guerra mundial, o grosso da FEB foi constituída por temporários que poucos meses antes trabalhavam em fábricas, eram artesãos, guardas municipais. Os militares de carreira, em especial os oficiais, arrumaram jeito de “baixar” pra não irem pra guerra. Vide o livro da Teresa Isenburg, “O Brasil na Segunda Guerra”. O exército Brasileiro é de mentirinha.

      1. O efetivo da PE foi todo recrutado da Força Publica, nome dado à PMSP na época. Por isso o estandarte da PMSP possui uma estrela relativa à campanha da FEB.

        O que mais se tem hoje é militar desarmamentista, isso dentro de uma Forca Armada. Chega a ser cômico, nenhum anda armada, sao burocratas do RDE

        1. A força policial que você se refere amigo, não entrou em combate ! Ficou na área de retaguarda !Cuidando dos campos de prisioneiros e aproveitando sua experiência para colocar ordem nos pracinhas em folga! Sem menosprezar a experiência deles ! Cumpriram cada um seu papel! Todos tem seu pape l havia vagas de carreiras e temporários ! Em MG a maioria era de carreira! Pessoal precisa ler mais e valorizar a todos! Somos uma coisa só ! Temporário vem e vão ! Carreiras tmb !

          1. Você esta menosprezando quem foi à segunda guerra mundial, serio isso? O que vc fez de tao importante companheiro? Foi pro haiti ver o mickey mouse nas ferias, numa missao que não teve mortos por ação hostil inimiga (fogo)? Fez uma formatura bonita sob o sol? Todos eles ganharam a cruz de combate 1a classe, olha o estandarte do 1o BPE e mude sua opinião, eles cumpriram a missão de PE deles. E o resto do regimento sampaio?! A maioria (que eu me lembre, 80%) de gurizotes r2. O companheiro falou a verdade pura aí, o exército é isso, sub tenente leonardo em todos os níveis, principalmente na gestão.

      2. Rapaz vc deve ser militar mesmo ! Acreditar na Tereza !
        Olha quem foi a digníssima fonte do militar ponderão!

        Sim, ela é genuína e sinceramente uma amante do Brasil, cujos desafios acompanha há décadas, como uma comunista de consciência científica e crítica da realidade do mundo, que vive parte importante da vida entre nós brasileiros.

        Teresa é das fileiras do Partido da Refundação Comunista e analisa criticamente a situação daquele (também amado) país e os dilemas da esquerda para fazer frente a uma das grandes crises vividas pelos italianos.

        Nossa conversa se iniciou pelo livro recém-editado. Com informação precisa e erudição, Teresa discorre sobre os grandes temas que envolvem a Amazônia e o suposto papel de “pulmão do mundo”, sobre o Códig

        1. Não, não é só a autora que comenta que o grosso da FEB eram temporários. O fato de ela ter uma posição política que eu não compactuo não desqualifica o trabalho dela como historiadora. As pessoas tem disso, desqualificar qualquer um pela pessoa que é. É falácia Ad hominem que fala, né? Não ataca os argumentos, mas o sujeito.

          O que mais existe no EB são militares desarmamentistas, como o subtenente Leonardo. Tiro? 15 por ano em um alvo a 25 e com desgosto! A preocupação de muitos militares, não são todos, existem aqueles de valor, é a promoção e lamber bolas de um superior pra ver se consegue algum privilégio.

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